Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Dermatologia 
Semiologia 
 
 
 
 
Histologia 2 
Fâneros 3 
Semiologia 5 
Anamnese 5 
Exame físico 6 
Dermatites 8 
Micoses 12 
Tumores 16 
 
2 Du Visniewski 
Histologia 
Quando falamos de dermatologia e pele, es-
tamos falando de histologia, já que a pele não 
possui muitos aspectos anatômicos importantes. 
Então, histologicamente podemos dividir a pele 
em 3 grandes porções: epiderme, derme e hi-
poderme. 
 
 
Epiderme 
É a camada mais externa e mais fina da pele, 
constituída por uma camada basal, uma ca-
mada espinhosa, uma camada granulosa e uma 
camada córnea. 
 
Camada Basal 
Também conhecida como camada germinativa, 
é formada por: 
• Células basais/queratinosas, que estão em 
constante reprodução e originam as células 
das outras camadas. 
• Melanócitos ou células claras de Masson, 
responsáveis pela produção de melaninas. 
Um adendo sobre a cor da pele, ela não é de-
finida pela quantidade de melanócitos, e sim 
pela quantidade de melanina produzida. 
Camada Espinhosa 
Conhecida como camada de Malpighi, é com-
posta por células de configuração poliédrica, 
citoplasma acidófilo e que se unem por finos fi-
lamentos semelhantes a espinhos, que se acha-
tam a medida que sobre pela epiderme. 
Camada Granulosa 
É composta por um grupo de células escuras, 
achatadas, quase aderentes e com grande 
quantidade de grânulos cromatófilos de quera-
tomalina, conferindo a queratinização da pele. 
Camada Córnea 
É a camada mais externa, formada por células 
planas anucleadas, decorrentes da queratini-
zação dos queratinócitos, que dura de 26 a 28 
dia, justamente o tempo de renovação da pele. 
Em regiões palmoplantares, existem uma ca-
mada estrato lúcida entre a córnea e a granu-
lar, composta por células anucleadas, planas e 
transparentes. 
 
Derme 
É a camada do meio, correspondente a porção 
funcional da pele, composta por tecido conjun-
tivo, rica em mucopolissacarídeos e material fi-
brilar que acomodam vasos, nervos e anexos 
epidérmicos. Suas características são elastici-
dade, flexibilidade e defesa contra agentes 
nocivos que atravessaram a epiderme. É divi-
dida em: 
• Superficial/papilar, onde predominam fi-
nos feixes de colágeno e grande número de 
células. 
• Profunda/reticular, constituída por densos 
feixes de colágeno. 
• Adventicial, constituída por finos feixes de 
colágeno dispostos em torno de anexos e 
vasos. 
 
Hipoderme 
Também conhecida como camada subcutânea, 
é a porção mais interna da pele formada por 
células adiposas delimitadas por septos conjun-
tivo-elásticas, conferindo o panículo adiposo. É 
uma importante reserva calórica e coxim, pro-
tegendo contra traumas em determinadas regi-
ões. Esse tecido pode ser sede de um processo 
inflamatório conhecido como celulite. 
A avalição desse tecido adiposo se dá pela 
palpação e a inspeção, que pode revelar da-
dos importantes. As técnicas do exame são: 
1. Pinçar uma prega de pele, incluindo o te-
cido subcutâneo. 
2. Palpar, procurando deslizar a pele sobre 
as estruturas subjacentes. 
Não só a espessura do panículo interessa, como 
também sua distribuição! 
Quanto a distribuição, pode ser normal, carac-
terístico da idade e do sexo, ou pode ser acu-
mulado em determinadas áreas, característico 
de algumas doenças como o Cushing. 
Quanto a quantidade, pode estar normal, au-
mentada, sentida por uma camada grossa, di-
minuída/escassa, com coxins reduzido ou nulo. 
É importante diferenciar tecido adiposo de 
pele espessa e edema intersticial, que possuem 
características táteis à palpação e semiológicas 
distintas. 
 
Vascularização 
Na pele há dois importantes plexos: 
• Um plexo profundo à nível dermo-hipodér-
mico, formado por arteríolas. 
• Um plexo superficial, ao nível da derme 
subpapilar, composto essencialmente por 
capilares; 
Além desses plexos, existem glomos, que são 
anastomoses diretas de arteríolas e vênulas 
com capacidade contrátil para regular o fluxo 
de sangue periférico e regulação térmica, en-
contrados nas pontas dos dedos, orelhas e cen-
tro da face. Quanto a vascularização linfática, 
se distribuem analogamente aos vasos sanguí-
neos. 
Invervação 
Encontramos, em grande número, estruturas ner-
vosas na pele que conferem a capacidade tátil, 
captando e transmitindo diversas alterações do 
meio que nos cerca. 
Nervos sensitivos mielinizados formam órgãos 
terminais denominados corpúsculos, localiza-
dos em nível subepidérmico nas palmas das 
mãos, plantas dos pés, lábios e genitais: 
• Corpúsculos de Pacini, relacionado a 
sensibilidade tátil e pressão. 
• Corpúsculos de Meissner, também rela-
cionados com o tato, mais encontrados 
em polpas digitais. 
• Corpúsculos de Krause, chamados de 
órgãos nervosos terminais subcu-tâneos, 
dado sua localização entre a pele e a 
mucosa, considerados receptores do 
frio. 
• Corpúsculos de Merkel, também relaci-
onados ao tato. 
A inervação motora é feita pelo sistema ner-
voso autônomo, com fibras simpáticas que pro-
vocam contração das células musculares lisas 
dos vasos, dos músculos eretores do pelo, ati-
vam corpúsculos glômicos e células mioepiteli-
ais. 
 
Fâneros 
Os fâneros surgem devido a modificação da 
epiderme durante a vida epiderme. 
 
Pelos 
Os pelos são estruturas compostas por células 
queratinizadas produzidas por folículos pilosos, 
situados em invaginações profundas da epi-
derme. 
Como no folículo também se abrem as glându-
las sebáceas, esse conjunto constitui a unidade 
ou folículo pilosebáceo, cercado pelas fibras 
do músculo eretor do pelo. 
4 Du Visniewski 
O pelo possui uma parte livre, a haste, e uma 
parte intradérmica, a raiz. Na haste temos 3 
camadas: 
• Cutícula externa, composta por queratina 
compacta e coesa revestindo o pelo. 
• Córtex e medula. 
O bulbo piloso, ou raiz, compõe a matriz do 
pelo, em que se introduzir a papila dérmica ri-
camente vascularizada e inervada. Nessa re-
gião se encontra a camada basal da epiderme 
que produz a bainha radicular interna do pelo 
até o início da queratinização. 
De uma forma geral, o pelo protege áreas ori-
ficiais e olhos e fazem parte do sistema senso-
rial cutâneo. Existem dois tipos de pelo: o velo 
ou lanugem, que é um pelo fino, claro e pouco 
desenvolvido, e o pelo terminal, espesso, pig-
mentado e compreende os cabelos, barba e pi-
losidades pubiana e axilar. Além disso, os pelos 
passam por 3 fases evolutivas: 
1. Anágena ou crescimento, com intensa 
atividade mitótica, durando de 2 a 3 
anos. 
2. Catágena ou repouso, com redução de 
crescimento e se cessam a melanogê-
nese e proliferação celular, durando 3 
a 4 semanas. 
3. Telágena ou desprendimento, quando o 
folículo já está com tamanho reduzido 
pela metade e há completa desvincula-
ção, durando de 3 a 4 meses. 
 
Glândulas 
Existem dois tipos de glândulas da pele: 
• Sebáceas. 
• Sudoríparas. 
Glândulas Sebáceas 
Estão localizadas em toda a pele, com exceção 
das regiões palmoplantares. Desembocam 
sempre em um folículo pilossebáceo, com ou 
sem pelo, principalmente em regiões seborrei-
cas, compreendendo nas regiões frontal, atrás 
da orelha e mediotorácicas. 
Quando localizadas nas pálpebras, são cha-
madas de glândulas de Meibomius. Na mucosa 
bucal e labial constituem os grânulos de 
Fordyce, localizados heterotopicamente. 
Possuem estrutura acinosa holócrina, sua secre-
ção, valiosa para a defesa contra patógenos, 
é lançado no infundíbulo folicular e flui para o 
exterior, sendo ativadas por hormônios andro-
gênios. Nos fetos, são ativadas por hormônios 
da mãe, regridem em certa fase e voltam a ser 
ativadas na puberdade. 
Glândulas Sudoríparas 
Existem dois tipos principais: 
• Écrinas. 
Localizadas em toda a extensão da pele, tem 
formato tubular e é composta por duas por-
ções: uma secretora em formato de glomérulo 
na junção dermo-hipodérmica, e canais sudorí-
paros intradérmicos e intraepidérmicos.A iner-
vação é feita por fibras simpáticas pós-gangli-
onares não mielinizadas, porém regidas por 
mediadores parassimpáticos. 
A secreção sudoral é importante na regulação 
térmica e constitui 99% água. 
• Apócrinas. 
Estão situadas nas regiões axilar, anoperineal, 
inguinal, no monte de Vênus e em volta dos ma-
milos, porém são modificadas no meato audi-
tivo externo e na borda palpebral, denomina-
das glândulas de Moll. Apresentam aspecto 
morfológico semelhante as écrinas, mas desem-
bocam no folículo polissebáceo ou nas proximi-
dades. 
 
Unhas 
São estruturas de queratina dura que recobrem 
a falange distal dos dedos, fixadas sobre o 
leito ungueal na superfície epidérmica. Nelas 
encontrados: 
• Porção posterior, ou raiz/matriz ungueal, 
recoberta por pele e cutícula. 
• Lâmina aderente ao leito ungueal, que 
apresenta bordas laterais. 
• Borda livre. 
 
 
Semiologia 
Anamnese 
A anamnese dermatológica deve ser feita com 
cuidado e atenção! É muito importante que seja 
feita a identificação do paciente, sempre con-
siderando idade, sexo, etnia, naturalidade etc., 
pois muitas doenças possuem características 
epidemiológicas importantes, e a compreensão 
disto direciona o diagnóstico forma mais efici-
ente. 
Além disso, é importantíssimo levar em conside-
ração a procedência do paciente, caracterís-
tica das estações do ano do local de procedên-
cia, a ocupação, nível socioeconômico e antece-
dentes patológicos, já que esses fatores são de-
terminantes em algumas doenças. 
Ao iniciar a anamnese, alguns aspectos devem 
ser considerados: 
• Morfologia da lesão. 
• Tempo de evolução. 
• Início dos sinais e sintomas. 
• Época de aparecimento. 
• Distribuição. 
• Organização. 
• Maneira de progressão. 
• Fatores de piora e melhora. 
• Fatores desencadeantes. 
• Sintomas associados. 
 
Morfologia 
A morfologia é um aspecto essencial que deve 
ser bem descrito na anamnese e no prontuário. 
Mais do que o nome da morfologia, é sa-ber 
descrever! Então vamos lá classificar os tipos de 
lesão: 
Anular/Anelar 
É uma lesão arredondada, bem 
delimitada em formato de anel, 
com base avermelhada e centro 
preservado. 
Em Alvo 
Tem características parecidas 
com a anular, porém possui em 
seu centro um ponto, conferindo 
uma característica de alvo. 
Numular 
Tem aspecto arredondado e 
centro preenchido pela lesão. 
Placa 
É uma lesão elevada. 
Circinada 
Tem aspecto irregular arredon-
dado sem elevação. 
Gutata 
São várias vesículas agrupadas. 
6 Du Visniewski 
Serpiginosa 
Confere um aspecto seme-
lhante a uma serpente ou um 
caminho de serpente. 
 
Distribuição 
Existem duas formas de distribuição de uma le-
são de pele: 
• Local/Regional, restrita a uma área do 
corpo. 
• Difusa/Universal, acometendo todo o 
corpo. 
Organização 
Existem algumas formas em como uma lesão 
pode se organizar na região afetada: 
Linear 
Possui aspecto linear. 
Comum em cicatriz. 
Zosteriforme 
Distribuída em faixa 
unilateralmente, que 
não atravessa a linha 
média do corpo. Co-
mum na herpes zoster. 
Herpetiforme 
Distribuição de vesícu-
las, lembrando infecção 
por herpes simples. 
Reticular 
Em formato de redes. 
Em pessoas de pele muito 
clara é facilmente visto 
uma formação reticular na 
pele quando expostas ao 
frio. Tem relação com a 
vascularização. 
 
Queimaduras 
Há 3 principais tipos de queimaduras na pele: 
• 1° Grau – acomete apenas a epiderme. 
• 2° Grau – acomete epiderme + derme, di-
vidida em: 
a. Superficial – até a derme superficial. 
b. Profunda – derme profunda. 
• 3° Grau – acomete desde a epiderme até 
depois da derme. 
Algo característico da queimadura de 2° grau 
é que a perda de calor que acontece pode 
ocasionar no desprendimento da epiderme da 
derme, levando ao vazamento de linfa e a for-
mação de bolhas. 
 
Exame físico 
A realização do exame físico deve acontecer 
com o paciente despido e em local bem ilumi-
nado, com inspeção de toda a pele e mucosas, 
com palpação e realização de exame físico 
geral. Um bom dermatologista não vê apenas 
a pele, e sim tudo! 
Começando pela coloração da pele, é impor-
tante lembrar de alguns conceitos: 
• Palidez. 
É muito importante saber distinguir palidez com 
pele muito branca e a inspeção das mucosas é 
bastante útil. 
• Hiperemia. 
É um dos sinais cardinais de inflamação, por-
tanto extremamente importante observar a 
área, se é localizada ou disseminada. 
• Cianose. 
A cianose se manifesta, principalmente, no 
rosto, ao redor dos lábios, ponta do nariz, lobo 
das orelhas, além das extremidades de mãos e 
pés. 
• Icterícia x Carotenose. 
A carotenose acontece quando uma pessoa se 
alimenta de alimentos ricos carotenos, como a 
cenoura, conferindo uma coloração alaranjada 
nas extremidades. A diferença da icterícia é 
que a pessoa adquire a coloração amarelada 
até nas mucosas, novamente reforçando a im-
portância da inspeção dessas superfícies. 
Além da coloração, é muito importante analisar 
outras características da pele, tais como: 
• Umidade. 
A análise da umidade é feita através da pal-
pação com a palma da mão sobre a pele. Essa 
pele está normal? Está seca ou ressecada? 
• Textura. 
A textura dessa pele é normal, fina, áspera ou 
enrugada? Lembrar que uma pele mais fina e 
enrugada é comumente encontrada em idosos. 
• Espessura. 
Ao pinçar a pele, ela tem uma espessura nor-
mal, atrófica ou espessada? A pele atrófica 
costuma se apresentar translúcida ao olhar, 
possibilitando visualização da rede venosa su-
perficial. 
• Sensibilidade. 
O paciente sente dor à palpação da pele? Ele 
sente você tocando nela normalmente ou não? 
Ele consegue sentir estímulos térmicos? 
• Elasticidade e Mobilidade. 
Elasticidade é a capacidade da pele se esten-
der quando tracionado e mobilidade é a ca-
pacidade de se movimentar sobre o plano. 
• Turgor. 
Ao esticar a pele, ela se apresenta elástica? E 
ela volta ao normal rapidamente ou demora 
muito mais? 
• Temperatura. 
A pele desse paciente tem temperatura normal 
ou está muito gelada? Ou mesmo está muito 
quente? Lembrando que a temperatura da pele 
varia entre amplos limites. 
Também é muito importante inspecionar lesões 
elementares, avaliando a forma, borda, cor, lo-
calização e superfície, podendo defini-las 
como: 
• Primárias. 
• Secundárias. 
 
Primárias 
É o tipo de lesão que não é precedida de outra 
alteração cutânea. 
Mancha/Mácula 
São alterações planas e impalpáveis da colo-
ração da pele, podendo ser: 
1. Pigmentar: acrômica, hipocrômica ou hiper-
crômica. Ex: Vitiligo e nevos. 
2. Vascular: desaparece a digitopressão. Ex: 
Eritema e telangiectasia. 
3. Hemorrágica: não desaparece a digito-
pressão. Ex: Equimose e petéquias. 
4. Deposição pigmentar: bilirrubina, hemossi-
derina, corpo estranho etc. 
Lembrando que macha > 1 cm e mácula < 1 
cm. 
 
 
Lesões Palpáveis, Elevadas e Sólidas 
• Pápula: elevação firme, circunscrita e acha-
tada de até 1 cm com uma margem palpá-
vel bem demarcada. 
• Placa: lesão elevada de > 1 cm por coa-
lescência de pápulas. 
• Nódulo: formações sólidas localizadas na 
hipoderme de > 1 cm, mais profunda e 
firme que uma pápula. A pele circundante 
pode ser normal, eritematosa ou arroxe-
ada 
• Urtica: lesão eritematoedematosa. 
• Vegetação: lesão elevada, pediculada ou 
não, de superfície irregular, filiformes ou 
em couve-flor, de consistência mole e agru-
padas em maior ou menor quantidade. 
Elevações Superficiais ou Circunscritas 
na Pele, Formadas por Líquido ou Pus 
• Vesícula: lesão elevada circunscrita con-
tendo líquido que tem até 1 cm. 
1 2 
 
3 4 
8 Du Visniewski 
• Bolha: lesão elevada circunscrita contendo 
líquido que tem > 1 cm. 
• Pústula: uma vesícula de conteúdo puru-
lento. 
Elevação Dermo-Hipodérmica 
• Abcesso: coleções de pus em espaços teci-
duais confinados. 
 
SecundáriasÉ a evolução da lesão primária. 
Perda de Superfície 
• Erosão: perda da epiderme e que não san-
gra. 
• Úlcera: depressão da superfície da pele 
com uma perda da epiderme inteira e pelo 
menos parte da derme e resulta em cicatriz. 
• Fissura: fenda linear profunda na pele es-
tendendo-se através da epiderme. 
Material Sobre a Superfície 
• Crosta: resíduo ressecado de soro, sangue, 
sebo ou material purulento. 
• Escama: lâmina epidérmica fina e seca que 
desprende e forma flocos. Se possui um as-
pecto em farelo são fur-furáceas, e quando 
aparece em tiras, são laminares ou foliá-
ceas. 
• Escara: tecido necrótico. 
 
Fístula 
Pertuito da pele por 
onde ocorre a drenagem 
do material proveniente 
de foco supurativo ou ne-
crótico profundo. 
Liquenificação 
Espessamento da pele 
com acentuação de sul-
cos naturais e estrias. 
Atrofia 
Uma perda da superfície epidérmica ou dér-
mica, caracterizando em pele fina, lisa, translú-
cida e pregueada. Comum em idosos. 
Cicatriz 
Área elevada ou deprimida de fibrose da 
derme ou tecido subcutâneo resultante de um 
processo destrutivo antecedente. As cicatrizes 
podem ser róseoclaras, avermelhadas, ou ad-
quirir uma pigmentação mais escura do que a 
pele ao seu redor. Podem ser: 
• Deprimidas. 
• Normotrófica. 
• Exuberantes. 
As cicatrizes exuberantes são representadas 
pela cicatriz hipertrófica e pelo queloide. 
O queloide é uma formação fibrosa rica em co-
lágeno saliente, de consistência firme, róseo-
avermelhada, bordas nítidas, frequentemente 
com ramificações curtas. 
 
Sinais Dermatológicos 
Auspitz 
Também chamado de sinal 
do orvalho sangrante, é co-
nhecido por pontos com san-
gramentos ao curetar uma 
escama. 
Nikolsky 
É o desprendimento da epi-
derme ao friccionar a lesão, 
que antes estava íntegra. 
 
Dermatites 
As dermatites ou Eczemas podem ser divididas 
em: 
• De contato. 
• Atópica. 
• Seborreica. 
 
De contato 
É uma inflamação causada pelo contato entre 
aa pele e um agente exógeno, que pode ser 
alérgeno ou irritante. O local mais frequente-
mente atingido são as mãos, pés, face e pes-
coço, podendo evoluir por surtos a cada expo-
sição ao contactante. Tem caráter ocupacional, 
acometendo principalmente pedreiros, quími-
cos, pintores e donas de casa. 
Ela pode ser classificada em 
• Por irritante primário. 
• Alérgica. 
• Fototóxica. 
• Fotoalérgica. 
Dermatite por Irritante Primário (DCIP) 
É uma resposta tóxica inespecífica a irritantes, 
que podem ser: 
• Absolutos, como ácidos e bases fortes, cau-
sando aparecimento imediato da lesão, 
que pode evoluir de eritema a necrose e 
ulcerações. 
• Relativos, como ácidos e bases fracas, cau-
sando o aparecimento da lesão após expo-
sição repetitiva ao agente, podendo ser di-
vidida em: 
a. Eczema do lar. 
b. Eczema das fraldas. 
O eczema do lar decorre da exposição por 
produtos químicos de limpeza utilizados dentro 
de casa. Ele pode ser ainda divido em suba-
gudo ou crônico, diferenciados pela caracterís-
tica da lesão na pele: enquanto a primeira é 
claramente descamativa e hiperemiada, a se-
gunda apresenta pele liquenificada. 
 
O eczema das fraldas afeta crianças de idade 
inferior a 2 anos e decorre da exposição a 
urina, fezes, resíduos de sabonetes e outros 
produtos enquanto utiliza fraldas. As lesões são 
mais intensas nas superfícies convexas da pele 
e as dobras são poupadas, podendo complicar 
com candidíase, conferindo uma pele brilhante 
com descamação fina, dobras acometidas e le-
sões satélites pápulo-vesico-pustulosas. 
 
Em geral, as DCIP se apresentam morfologica-
mente como pápulas eritematosas e vesículas 
associadas a sensação de ardência e, frequen-
temente, há hiperpigmentação pós-inflamató-
ria. Histologicamente se apresenta com quera-
tinócitos necróticos, necrose epidérmica e infil-
tração neutrofílica. 
O diagnóstico da DCIP é feito pela anamnese 
e exame físico, pesquisando sempre sobre uso 
de luvas, sobre lesões prévias e xerose. Os 
Patch Tests são negativos, já que não há a for-
mação de anticorpos, apenas a liberação de 
mediadores inflamatórios. 
Dermatite Alérgica 
É um tipo de hipersensibilidade tardia do tipo 
IV decorrente do contato com um alérgeno es-
pecífico, ocorrendo em 2 fases: 
• Fase de indução ou sensibilização (via afe-
rente) que dura 15 dias, quando acontece 
a apresentação de antígeno e a formação 
das células de memória. 
• Fase de elicitação (via eferente) ocorre en-
tre 24 a 48 horas após o contato repetitivo 
com a substância, promovendo a migração 
dos linfócitos. 
Essa dermatite se apresenta com pápulas pru-
riginosas eritematosas e vesículas que se des-
camam finamente e pode haver hiperpigmen-
tação pós-inflamatória. Histologicamente se 
apresenta com edema epidérmico e infiltrado 
linfocitário. 
Dermatite Fototóxica 
É uma reação tóxica inespecífica, com meca-
nismo parecido da DCIP, porém a substância 
precisa ter sua estrutura modificada pela luz 
10 Du Visniewski 
solar para se tornar irritante. Se apresenta com 
eritema,, seguido por edema, bolha e hiperpig-
mentação nas áreas expostas a luz. Um exem-
plo é a fitofotodermatose por limão. 
 
Dermatite Fotoalérgica 
É uma reação de hipersensibilidade tardia de-
pendente de um fotoalérgeno e radiação solar. 
É muito comum com anti-histamínicos de uso tó-
pico e perfumes. É caracterizado por espongi-
ose e infiltrações linfocitárias dérmicas, confe-
rindo erupções eczematosas pruriginosas. 
Diagnóstico e Tratamento 
O diagnóstico é predominantemente clínico, 
através da morfotopografia das lesões junto a 
anamnese. Quando a suspeita é uma dermatite 
alérgica, pode ser feito PATCH Test, ou teste 
de contato. A biópsia não é muito útil pois ape-
nas evidencia o eczema. Diagnóstico diferen-
cial da dermatite de contato podem ser a der-
matite seborreica, atópica e micoses superfici-
ais. 
O principal tratamento é o afastamento de 
substâncias irritantes e alérgenas e o uso de 
protetores da pele, como luvas, quando manu-
sear substâncias potenciais. É importante a uti-
lização hidratantes e realizar compressas úmi-
das com água boricada. O tratamento farma-
cológico se faz pelo uso de corticoides tópicos 
ou orais em casos mais graves. 
 
Atópica 
É uma doença inflamatória crônica da pele de 
causa multifatorial que evolui em surtos e tem 
tendência a melhorar com o passar dos anos 
(macha atópica). Normalmente tem associação 
com asma e rinite, com caráter hereditário e 
maior incidência em áreas urbanas. 
Como doença inflamatória, os fatores imunoló-
gicos envolvidos são de hipersensibilidade, com 
predomínio de resposta Th2 na fase aguda e 
que evolui com resposta Th1. Quando há uma 
depressão da imunidade celular, pode susceti-
bilizar a infecções virais, bacterianas e fúngicas 
de repetição, podendo ser detectado IgE 
quando associado a manifestações respirató-
rias. 
Um grande marcador da doença é a xerose 
cutânea associada ao prurido por disfunção da 
barreira cutânea, caracterizando a tríade clás-
sica xerose, prurido e eczema, que piora com 
sudorese. Existem formas diferentes de acordo 
com a faixa etária acometida: 
 
Infantil 
Costuma se iniciar a partir do 3° mês de vida e 
perdurando até os 2 anos de idade. É caracte-
rizada por erupção vésico-crostosa e acome-
tendo face, couro cabeludo e região extensora 
dos membros, poupando o centro da face. Não 
há liquenificação da lesão e a complicação 
mais frequente é infecção secundária. Causa ir-
ritabilidade e agitação pelo intenso prurido. 
 
Pré-Puberal 
Acomete crianças de 2 a 12 anos, podendo ou 
não ser continuação do eczema infantil. É ca-
racterizado por placas liquenificadas com es-
coriações e crostas, com surtos de agudização, 
acometendo regiões de dobras como fossas 
poplíteas, cubitais, punhos, tornozelos e dorso 
das mãos e pés. Ao contrário da infantil, infec-
ção secundáriaé incomum. 
 
Adulto 
É muito incomum, compreendendo pessoas de 
idade superior a 12 anos, caracterizada por 
placas liquenificadas e descamativas de pru-
rido intenso, acometendo áreas de flexão, 
como cervical, antecubital, poplítea, além de 
punhos, mãos, mamilos, peitoral e periorbital. 
Infecções também são infrequentes. 
 
Diagnóstico 
Realizado através dos critérios de Hanifin e Ra-
jka, sendo 3 critérios maiores e 3 menores. 
 
O diagnóstico diferencial é dermatite sebor-
reica, dermatite de contato, micoses superfici-
ais, psoríase e escabiose. 
Sinais 
Existem 3 principais sinais: 
• Sinal de Hertogue: arefação do terço 
distal dos supercílios devido a coça-
dura. 
 
• Prega de Dennie Morgan: dupla prega 
infra-orbital. 
 
• Pitiríase Alba: manchas e escamas secas 
e pálidas. 
 
Tratamento 
O ponto principal do tratamento contra a der-
matite atópica são orientações ao paciente ou 
responsável quanto o caráter crônico e recor-
rente, sempre cortar as unhas para evitar le-
sões e infecções, afastar agravantes como a lã, 
sabões, roupas sintéticas e etiquetas, banhos 
quentes e demorados e sudorese. 
O tratamento farmacológico constitui a hidra-
tação cutânea, aplicação de corticoides ou imu-
nomoduladores tópicos, anti-histamínicos orais e 
12 Du Visniewski 
imunossupressores em casos de difícil controle. 
Caso haja infecção secundária, esta deve ser 
tratada. 
 
Seborreica 
É uma doença inflamatória crônica de causa 
desconhecida que tem predileção por áreas ri-
cas em glândulas sebáceas, como centro da 
face, couro cabeludo, intermamárias, pavilhão 
auricular externo e áreas intertriginosas. Há 
uma hipótese sobre a participação de fungos 
do gênero Malassezia, alterando a qualidade 
do sebo produzido. 
Se apresenta como manchas eritematosas com 
escamações branco-amareladas graxentas e 
aderidas, com curso crônico e recorrente e dis-
creto prurido. Em bebês é caracterizada como 
“crosta láctea.” 
 
Obedece a uma incidência bimodal, é mais co-
mum em homens, principalmente entre as 4° e 
6° décadas de vida, e tem como fatores agra-
vantes o calor, umidade, estresse físico e emo-
cional, alimentos condimentados e drogas como 
arsênio, ouro, metildopa, cimetidina, neurolép-
ticos e álcool. Doenças como a doença de Par-
kinson, diabetes, obesidade e infecção por HIV 
também são considerados fatores agravantes. 
As lesões nesse último caso são caracterizadas 
por lesões extensas. 
Quando ocorre em lactantes costuma aparecer 
nos primeiros 3 meses de vida, principalmente 
na 1° semana de vida, produzida por estímulo 
androgênico materno. É comum acometer a 
área das fraldas e pode haver infecção secun-
dária por bactérias e leveduras. 
 
 
Tratamento 
Nos lactantes, o tratamento consiste na limpeza 
do local e aplicação de emolientes. Em casos 
mais graves o tratamento é farmacológico e 
consiste na aplicação de corticoides tópicos e 
cetoconazol 2%. 
Nos adultos, o tratamento é realizado através 
de xampus e cremes antifúngicos, corticoides 
tópicos e emolientes. 
 
Micoses 
As micoses superficiais são infecções fúngicas 
nas camadas superficiais da pele e fâneros, 
podendo se instalar na camada superficial pro-
priamente dita, na camada cutânea ou atingir 
também a mucosa. São infecções de alta pre-
valência e que acometem todas as faixas etá-
rias. 
Os fatores de risco são divididos em individuais 
e geográficos. Quanto aos individuais, podem 
ser: 
• Condições socioeconômicas. 
• Contato com animais. 
• Sudorese. 
• Comportamento sexual. 
• Condições de higiene. 
• Imunidade baixa. 
• Atividade ocupacional. 
Quanto aos geográficos, podemos destacar: 
• Intensidade solar. 
• Índice pluviométrico e umidade do ar. 
• Características do solo e vegetação. 
Os principais agentes causadores das micoses 
superficiais são os fungos dermatófitos filamen-
tosos do grupo Tinea, como o Trichophyton, Mi-
crosporum e Epidermophyton. A infecção por 
esses agentes pode ocorrer por contato indi-
reto, através de fômites, ou contato direto, por 
transmissão através de: 
• Fonte humana (fungos antropofílicos). 
• Solo (fungos geofílicos). 
• Animais (fungos zoofílicos). 
Além desses, leveduras como a Malassezia sp 
e a Candida spp também podem ser responsá-
veis pelas micoses. 
Ptiríase versicolor 
Muito conhecido como pano branco, a ptiríase 
versicolor é uma micose caracterizada por má-
culas ou placas eritematosas que podem ser hi-
pocrômicas, normocrômicas ou hipercrômicas e 
que apresentam fina descamação. Costuma ser 
assintomática e pode ocasionar em leve pru-
rido. Preferencialmente atinge pescoço, região 
central do peito e braços. 
Dois sinais dermatológicos dessa doença são o 
sinal de Zireli e o sinal da Unha. 
 
Diagnóstico e Tratamento 
O diagnóstico é essencialmente clínico, porém 
podem ser feitos dois exames: 
• Exame direto de raspagem com prepara-
ção de hidróxido de potássio a 10% em 
que se apresentam aglomerados de leve-
dura com aparência de uvas e hifas ramifi-
cadas, curtas e septadas, gerando aspecto 
de espaguete com almondegas. 
• Lâmpada de Wood, em que se apresentam 
lesões de cor amarelada ou prateada. 
O diagnóstico diferencial é feito com ptiríase 
alba, vitiligo, hipocromia pós-inflamatória e 
hanseníase. 
O tratamento essencial é evitar fatores predis-
ponentes. Quando a lesão já está instalada, 
devem ser realizado o tratamento tópico com 
creme, loções ou spray antifúngicos, como deri-
vados imidazólicos ou morfofólicos 2x ao dia 
por 4 semanas, ou com sulfeto de selênio ou 
agentes queratolíticos. 
Quando é um caso mais resistente ou extenso e 
que demanda tratamento sistêmico, é realizado 
com derivados azólicos, como Itraconazol e Flu-
conazol 1x por semana. 
Como na maioria dos casos são manchas hipo-
crômicas, é recomendado a exposição solar 
para repigmentar as lesões. 
 
Dermatofitoses 
As dermatofitoses ou tineas são infecções fún-
gicas causadas por fungos queratinofílicos que 
possuem crescimento centrífugo, ocasionando 
no aspecto circular da lesão. Os gêneros fúngi-
cos mais comuns são Trichophyton, Microsporum 
e Epidermophyton. 
Existem alguns tipos de tinea bem comuns e que 
são caracterizadas pela localização. Caso seja 
uma erupção secundária em local distante, é 
denominada dermotofídites. 
Tinea Capitis 
Atinge o couro cabeludo e é quase exclusiva 
em crianças, transmitida por animais contami-
nados, contato direto interpessoal, contato indi-
reto através de máquina de cortar cabelo, pen-
tes e escovas. 
Ela ainda é subdivida em duas: 
a. Tinha Tonsurante, caracterizada por placas 
eritemodescamativas bem demarcadas com 
fios tonsurados. Pode se apresentar como 
14 Du Visniewski 
lesão única (microspórica) ou múltiplas le-
sões (tricofílica). 
b. Kerion Celsi, é uma forma inflamatória 
aguda provocada por fungo não antropo-
fílico, caracterizada por placa elevada do-
lorosa com pústulas e microabcessos e que 
deixa cicatriz. 
 
Tinea Corporis 
É a tinha do corpo, transmitidas por meio de 
animais, pessoa a pessoa ou fômites. Acomete 
principalmente o tronco e existem 3 formas: 
a. Anular, caracterizada por placas circulares 
eritematodescamativas pruriginosas, com 
bordas circinadas e que cresce centrifuga-
mente. 
b. Vesicular, caracterizada por vesículas que 
confluem, se rompem e formam lesões exul-
ceradas e crostas, que também crescem 
centrifugamente. 
c. Em placas, caracterizada por placas como 
o nome já diz, e que não tem tendência à 
cura do centro da lesão. 
O diagnóstico diferencial da tinea corporis é 
feito com granuloma anular, ptiríase rósea de 
Gilbert, psoríase e hanseníase indeterminada. 
 
Tinea Cruris 
É a tinha inguinocrural que atinge a dobra cru-
ral, mais comum em homens, que possui trans-
missão por auto-contágio ou fômites, principal-
mente toalhas úmidas. 
Os fatores de risco são obesidade, diabetes eimunossupressão. 
É caracterizada por lesões eritematodescama-
tivas circinadas que se iniciam na prega ingui-
nal, costumam ser muito pruriginosas, com fre-
quente liquenificação. Pode acometer o perí-
neo, região glútea e parede abdominal. nos 
homens o escroto costuma ser poupado. 
 
O diagnóstico diferencial é feito com candidí-
ase intertriginosa, psoríase ivertida, eritrasma 
e dermatite seborreica. 
Tinea Pedis 
A tinha do pé, também chamada de frieira ou 
pé de atleta, é transmitida de pessoa a pessoa 
ou por fômites e pode ser classificada por di-
versas formas: 
• Vesiculosa, por fungos não antropofílicos e 
caracterizada por vesículas eritematosas e 
pruriginosas. 
• Escamosa, mais comum, sendo descamação 
difusa e crônica (em mocassim) que pode 
acometer as mãos. 
• Em placas, caracterizada por lesões anula-
res com crescimento centrífugo e cura cen-
tral. 
• Interdigitais, marcada por fissuras e mace-
ração interdigital, que costuma ser a porta 
de entrada para bactérias como a erisi-
pela. 
 
 
 
É muito comum a associação com onicomicose. 
Diagnóstico e Tratamento 
O diagnóstico das tineas é essencialmente clí-
nico, podendo ser feitos um exame micológico 
direto do pelo ou da borda da lesão ou então 
uma cultura em Ágar-Sabouround, que pode 
isolar o fungo e confirmar o diagnóstico. 
O tratamento em lesões isoladas é realizado 
através de antifúngicos tópicos 2x ao dia por 
4 semanas ou até melhorar. Em lesões extensas 
ou refratárias, o tratamento é sistêmico. 
Caso seja um paciente imunossuprimido ou é 
uma tinha do couro cabeludo, a indicação para 
tratamento sistêmico é absoluta. Na tinha de 
couro cabeludo é feito com Griseofulvina ou 
Terbinatina. 
 
Onicomicose 
A onicomicose é uma infecção fúngica que aco-
mete a unha, mais comumente em localização 
distal subungueal, geralmente causada por 
fungo dermatófitos, podendo ser causada por 
Candida albicans quando associada a exposi-
ção ocupacional e umidade nas unhas das 
mãos. Pode ser causado por contaminação de 
utensílios cosméticos e em pacientes imunode-
primidos aumenta o risco de erisipela. 
Há 3 principais tipos de acordo com a localiza-
ção e característica: 
• Subungueal distal, caracterizada por hiper-
ceratose subungueal, onicólise e estrias 
amarelas, por fungos que se espalham da 
pele invadindo o leito ungueal. 
• Superficial branca, caracterizada por múl-
tiplas manchas brancas friáveis, acome-
tendo apenas unhas dos pés por fungos que 
colonizam a superfície da placa ungueal. 
• Subungueal proximal, caracterizada por 
leuconiquia por presença de hifas em ca-
madas mais profundas da placa. 
 
Diagnóstico e Tratamento 
O diagnóstico é realizado por exame micoló-
gico direto e cultura. O tratamento tem taxas 
de falha e recorrência altas e pode ser tópico 
ou sistêmico. 
O tratamento tópico é realizado para unhas 
com < 50% do leito acometido e matriz sem 
lesão ou superficial branca, utilizando esmaltes 
ciclopirox e amorolfina até melhorar. 
O tratamento sistêmico é feito em unhas com 
matriz ungueal acometida ou > 50% da unha 
ou mais de uma unha, utilizando Terbinafina 
250mg/d até melhorar em fungos dermatófi-
tos, Itraconazol 200mg/d em dermatófitos e le-
veduras e Fluconazol 150mg/sem, porém este 
é menos efetivo. 
 
Candidíase 
A candidíase é uma infecção causada por le-
veduras do gênero Candida e pode ser cutâ-
nea, mucosa e/ou sistêmica. É do tipo saprófita, 
que se alimenta de restos celulares e é oportu-
nista, decorrente do aumento da colonização, 
quebra de barreira e imunossupressão. O tipo 
mais comum de candidíase é a cutâneo-mucosa, 
muito frequente e atinge, em grande maioria, 
imunodeprimidos. 
Candidíase Oral 
Mais conhecida como “sapinho,” a candidíase 
oral é muito frequente em idosos, diabéticos, 
imunodeprimidos e recém-nascidos, pelo contá-
gio do canal vaginal no parto, berçários e 
amamentação. É caracterizada por placas cre-
mosas e esbranquiçadas com eritema difuso so-
bre a língua e orofaringe. Comumente se apre-
senta como quelitite angular, com lesão no ân-
gulo da boca por próteses dentárias ou chupe-
tas. 
16 Du Visniewski 
 
Candidíase Intertriginosa 
Acomete as dobras cutâneas e são desencade-
adas pela umidade, má higiene, obesidade, 
gestação e diabetes. Se caracteriza com lesões 
eritematosas úmidas, com delicada descama-
ção periféria e papulo-pústulas satélites, com 
eventual exsulceralção e fissura. 
 
Diagnóstico e Tratamento 
O diagnóstico é feito pelo exame micológico 
direto e cultura em ágar Sabouraud. 
O diagnóstico diferencial é feito com dermatite 
seborreica e de contato, psoríase inversa e ti-
nea. 
O tratamento é realizado, essencialmente, pelo 
afastamento de fatores predisponentes. Para a 
candidíase cutânea podem ser aplicados anti-
fúngicos tópicos 2x ao dia até desaparecem os 
sintomas. para a candidíase oral, Nistatina sus-
pensão de 6/6h por 14 dias, bochechar e en-
golir. Para formas extensas ou resistentes é 
aplicado o tratamento com antifúngico sistê-
mico. 
 
Tumores 
Carcinoma Basocelular 
 
O carcinoma basocelular é o tumor cutâneo 
mais frequente, relacionado a exposição por 
UVB, que possui baixo potencial metastático, 
porém é localmente invasivo e destrutivo. Por 
sua relação com a radiação solar, é mais fre-
quente encontrado em áreas expostas. O tra-
tamento é essencialmente cirúrgico. 
É bem variável quanto as características clíni-
cas, porém é comumente encontrado a telan-
gectasia e aspecto perolado. Pode ser uma le-
são ulcerada ou não, em pápula, placa, nódulo, 
infiltrativa, normocrômico, eritematoso, casta-
nho escuro ou negro. 
 
 
Carcinoma Espinocelular 
Comumente denominado carcinoma de células 
escamosas, o carcinoma espinocelular é o 2° tu-
mor maligno cutâneo mais frequente, normal-
mente precedido de uma lesão prévia, como a 
queratose actínica em áreas expostas ao sol, 
caracterizada pela proliferação de queratinó-
citos epidérmicos aberrantes. 
Além da exposição ao UVB, também está rela-
cionado ao tabagismo e etilismo quando oral e 
ao HPV quando genital. Úlcera crônica ou cica-
triz quando relacionada a úlcera de Marjolin. 
Imunossupressão medicamentosa também é um 
fator de risco. Pode se apresentar como pá-
pula, pápula queratósica, nódulo ulcerado ou 
não, placa ou lesão verrucosa. Pode metastizar 
e o tratamento também é cirúrgico. 
 
 
Melanoma 
É o tumor cutâneo mais agressivo, com maior 
taxa de morbimortalidade. Sua transformação 
maligna ocorre a partir de um nevo ou de uma 
lesão nova, sendo os fatores de risco: 
• Exposição solar. 
• Múltiplos nevos sistêmicos. 
• Nevos atípicos. 
• História pessoal e familiar prévia de mela-
noma. 
O tratamento é cirúrgico, quando possível, e 
outros tratamentos devem ser analisados caso 
a caso. 
Existem diversos subtipos de melanoma como: 
• Extensivo superficial (mais comum). 
• Nodular. 
• Acral. 
• Lentigo maligno. 
• Amelanotico. 
Lembrando que o melanoma é muito agressivo, 
possui alta taxa metastática e invasiva e cos-
tuma crescer “para dentro,” invadindo tecidos 
abaixo da pele. 
A principal forma de descrever um melanoma 
é a partir do ABCD do melanoma: 
A. Assimetria. 
B. Bordas irregulares. 
C. Cor variável. 
D. Diâmetro > 6mm 
E. Evolução (tamanho, forma e cor).

Mais conteúdos dessa disciplina