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METAIS PESADOS Acredita-se que os metais talvez sejam os agentes tóxicos mais conhecidos pelo homem. Há aproximadamente 2.000 anos a.C, grandes quantidades de chumbo eram obtidas de minérios, como subproduto da fusão da prata e este fato talvez tenha sido o início da utilização deste metal pelo homem. Os metais pesados diferem de outros agentes tóxicos porque não são sintetizados nem destruídos pelo homem. A atividade industrial diminui significativamente a permanência desses metais nos minérios, bem como a produção de novos compostos, além de alterar a distribuição desses elementos no planeta. A presença de metais muitas vezes está associada à localização geográfica, seja na água ou no solo, e pode ser controlada, limitando o uso de produtos agrícolas e proibindo a produção de alimentos em solos contaminados com metais pesados. Todas as formas de vida são afetadas pela presença de metais dependendo da dose e da forma química. Muitos metais são essenciais para o crescimento de todos os tipos de organismos, desde as bactérias até mesmo o ser humano, mas eles são requeridos em baixas concentrações e podem danificar sistemas biológicos. Histórico Metais vem sendo usados há 6,000 anos; Ouro (Au); Prata (Ag); Cobre (Cu); Entre 3.000 e 4.000 AC Mesopotâmia (Cu); Idade dos Metais - descoberta de como trabalhar os metais; Expansão do uso migrações e guerras; Oriente médio → Egito, Europa, Índia; Descoberta das ligas: latão, cobre e zinco; Histórico (cont.....) Progressos na mineração e metalurgia: Produção do aço (India) Descoberta do Zinco, Níquel, Mercúrio Século XVI livros de metalurgia Até o século XIX melhoria das técnicas de uso do ferro e do aço; Revolução Industrial. Metais Traço; Pesados: peso específico > 6; Essenciais : Cr - associado a proteínas, ac. nucléicos, insulina; Cu - exerce papel importante na síntese da clorofila, Fe - hemoglobina Ambiente Aquático Dissolvido; Particulado em suspensão Sedimento de fundo; Água intersticial; Biota AQUA SEDIMENTO ↔ BIOTA Distribuição e toxidez dependem de vários fatores: Forma: orgânico ou inorgânico; solúvel, particulado, sedimento de fundo; Presença de outros metais: sinergismo, antagonismo ou ausência de interação Fatores ambientais: salinidade, pH, temperatura, Matéria orgânica, OD; Estado metabólico do organismo: ciclo de vida; fase fisiológica, idade e tamanho, sexo, mecanismos de proteção;. Conceito de metais pesados {metais traço / elementos traço / micronutrientes / microelementos } • Ocorrem em sistemas naturais em pequenas concentrações • Densidade igual ou a cima de 5 g/cm³ Conceito de metais pesados Fontes mais comuns: • Fertilizantes • Pesticidas • Combustão de carvão e óleo • Emissões veiculares • Mineração • Fundição • Refinamento e incineração de resíduos urbanos e industriais Obs: Cerca de 95% de Hg, 90% de Cd, 33% de Pb e 27% de Zn são perdidos na forma de gases e particulados quando queimados. Cu, Zn, Pb, Cd, Hg, Ni e Sn Bioacumulação danos ao SNC Mineração (garimpo)Pilhas e baterias Rios e maresAterro sanitário Os oceanos recebem por ano 400.000 t de metais pesados 80.000 t só de mercúrio Contaminação de águas subterrâneas, córregos e riachos Metais traço no ambiente • Capacidade de retenção pelo solo: – Através de argilominerais: possuem sítios negativos onde os metais são adsorvidos por forças eletrostáticas. Obs: Os argilominerais são os minerais característicos das argilas; quimicamente são silicatos de alumínio ou magnésio hidratados. Os principais grupos de argilominerais são caulinita, ilita e esmectitas ou montmorilonita. Metais traço no ambiente Absorção pelas plantas: Íons Complexos Raízes ou folhas Excesso: Penetram na cadeia alimentar dos organismos vivos São lixiviados Metais traço no ambiente Consequências de ações antrópicas (exemplo) Amostras de solos da margem da rodovia de Guipúzcoa – longe da área industrial – determinaram a presença dos metais Cd, Ni, Pb e Zn entre outros. Origem ◦ Pb e Ni provenientes da combustão de gasolina que contem esses elementos como aditivos ◦ Zn e Cd usados em lubrificantes, pneus e partes galvanizadas dos veículos Metais traço no ambiente • Comparação entre solos de floresta natural e solos coletados a margem de rodovias no oeste da Alemanha: – As concentrações de Cd, Pb, Ni e Zn diminuíam com o aumento da distância da estrada – A concentração de Cd e Pb no solo próximo à rodovia era cinco vezes maior que o solo natural. Metais traço no ser humano São contaminantes que colocam em risco qualidade de vida do homem, interferindo em sua saúde e sobrevivência. Cabelo como amostra biológica ◦ Eficiência ainda não comprovada ◦ Expressa a bioconcentração de alguns elementos ◦ Facilidade de obtenção ◦ Facilidade conservação das amostras Metais traço no ser humano • Comparação: – Sangue: fornece informações a respeito da situação vigente no momento da coleta – Urina: apresenta as substancias extra-celulares excretadas Principais metais usados na indústria, suas fontes e riscos à saúde Fonte: http://www.ambientebrasil.com.br Cádmio O cádmio é um elemento químico de símbolo Cd, de número atômico 48 e de massa atômica igual a 112,4 u. À temperatura ambiente, o cádmio encontra-se no estado sólido. Cádmio UTILIZAÇÃO • Fungicidas, baterias, tratamento da borracha, produção de pigmentos, em indústrias de galvanoplastia dando brilho e resistência à corrosão a objetos (Moore & Ramamoorthy, 1984) Cádmio FONTES • Na natureza, é um elemento traço cuja concentração na crosta terrestre varia de 0,15 a 0,20 ppm, seu principal mineral fonte é a greenockita CdS • Existem fontes secundárias de obtenção do cádmio, uma delas é a partir de sucatas recicladas de ferro e aço, donde se obtém aproximadamente 10% do cádmio consumido. Cádmio TRAÇOS NO AMBIENTE • A contaminação dos solos por Cd se dá principalmente por mineração, poluição atmosférica de indústrias metalúrgicas, queima de combustíveis fósseis entre outros (Matthews, 1984) Cádmio Nas plantas • Em geral, as plantas absorvem prontamente esses elementos dissolvidos nas soluções do solo, seja na forma iônica ou quelado seja na forma de complexos, normalmente ocorre em pequenas concentrações na solução do solo (Kabata-Pendias & Pendias, 1992). Algumas plantas revelam grande afinidade para absorver Cd como espinafre e nabo. Cádmio TRAÇOS NOS SERES HUMANOS • o Cd é um dos venenos profissionais e ambientais mais perigosos, o conteúdo de Ca da dieta alimentar tem relação muito estreita com a absorção do metal pela via gastrointestinal e por conseqüência o acumulo no organismo (Brzozka & Moniuszko, 1998). Cádmio TOXICIDADE • Causam maior preocupação os efeitos a baixas exposições durante muito tempo. • Em pessoas que têm sido expostas a um excesso de cádmio através da dieta ou pelo ar se têm observado danos nos rins. Esta enfermidade renal normalmente não é mortal, porém pode ocasionar a formação de cálculos e seus efeitos no sistema ósseo se manifestam através de dor e debilidade. Cádmio TOXICIDADE • Em trabalhadores de fábricas, onde o nível de concentração de cádmio no ar é alta, tem sido observados severos danos aos pulmões, tais como enfisema pulmonar. Cádmio Transtornos gastrintestinais, anemia, eosinofilia, rinite, descoloração dos dentes, enfisema pulmonar e doença renal. Alterações renais são caracterizadas por: lesão no túbulo proximal e posteriormente no túbulo distal e glomérulos. Afeta o desenvolvimento de concha de moluscos • A grande demanda por metais e por essa razão o crescimento da atividade mineradora em Toyoma aumentou notavelmente para satisfazê-la. E com este impulso econômico, a mina de Kamioka, propriedade da Companhia Mitsui, chegou a estar entre as maiores do mundo. Mas estegrande desenvolvimento teve um aspecto negativo: a mineração contaminou o ambiente. • Durante anos, a mina de Kamioka jogou seus dejetos no rio Jinzu. Os habitantes da região beberam das águas contaminadas e também as usaram na irrigação dos campos de arroz. Depois colheram o grão contaminado e o comeram. E assim contraíram uma dolorosa doença. • A dor começava nas pernas e na coluna, depois se estendia a outras partes do corpo. Os ossos se deformavam e quebravam; diminuía a quantidade de glóbulos vermelhos e os rins funcionam mal. Houve 5.000 doentes. Sintomas que apareceram na década de 1910, mas passaram várias décadas até que se reconhecesse que se tratava de uma nova doença. Um jornal local chamou-a de Itai-Itai (em português seria algo como ai, ai), reproduzindo a interjeição que emitiam os pacientes doloridos. E, finalmente, determinou-se que os habitantes de Toyama estavam intoxicados com cádmio. Doença de Itai-itai • O mais conhecido caso de envenenamento por via alimentar de seres humanos por Cd se deu em Toyama no Japão por volta de 1947, moradores dessa região do Japão, utilizando as águas do rio Jintsu que recebia os despejos e resíduos de uma fundição de Zn-Pb, morriam apresentando os mesmos sintomas, fortes dores nas pernas e costas e com a evolução do quadro clínico múltiplas fraturas no esqueleto, caracterizando assim a osteomalácia – mineralização inadequada da matriz óssea e a osteoporose - definida como sendo uma excessiva, porém proporcional, redução do mineral (Ca) e matriz óssea (Larini, 1987; Oga, 1996; Casarett & Doull's, 1996). Chumbo • O chumbo (do latim plumbum) é um elemento químico de símbolo Pb , número atômico 82 com massa atômica igual a 207,2 u,. • A temperatura ambiente, o chumbo encontra-se no estado sólido. Chumbo FONTES • O chumbo raramente é encontrado no seu estado elementar. O mineral de chumbo mais comum é o sulfeto denominado de galena (com 86,6% deste metal) . Outros minerais de importância comercial são o carbonato ( cerusita) e o sulfato (anglesita), que são mais raros. Geralmente é encontrado com minerais de zinco, prata e, em maior abundância, de cobre. Chumbo UTILIZAÇÃO • O chumbo, é um elemento tóxico, e ocorre como contaminante ambiental devido seu largo emprego industrial, como: indústria extrativa, petrolífera, de acumuladores, tintas e corantes, de cerâmica e bélica, encontra-se intensamente no meio em que o homem vive, a população urbana defronta- se com este problema devido à constante emissão por veículos automotores, pelas indústrias, ou ainda pela ingestão de alimentos sólidos e líquidos contaminados (Larini ,1987; Nriagu, 1988). Chumbo TRAÇOS NO AMBIENTE • Kabata-Pendias & Pendias (1992) reportam que o destino do Pb no solo, proveniente de atividades antropogênicas, tem sido causa de muitas pesquisas e investigações, devido à entrada desse metal na cadeia alimentar do homem. Chumbo TRAÇOS NO AMBIENTE • O uso de elementos aditivos antidetonantes em gasolina como Pb, são grandes fontes de contaminação de solos e plantas, pois partículas desse metal são aerotransportadas a longas distâncias em torno de rodovias (Adriano, 1986). Chumbo TRAÇOS NO AMBIENTE • A contaminação de solos é um processo acumulativo e irreversível , de forma que teores desse metal na superfície do solo, indicam uma disponibilidade de absorção do mesmo pelas raízes das plantas. Chumbo Nas Plantas • Translocação do Pb, pelas raízes, para a parte aérea da planta, representa apenas 3%. • 97% DA contaminação é pela deposição nas folhas de compostos de Pb emitidos na forma de gases, que são absorvidos dessa forma (Biego et al., 1998). Chumbo TRAÇOS NOS SERES HUMANOS • O Pb, interfere em funções celulares, principalmente através da formação de complexos com ligantes do tipo S, P, N e O. o sistema nervoso, a medula óssea e os rins são considerados críticos, devido à desmielinização e à degeneração dos axônios, prejudicando funções psicomotoras e neuromusculares. Chumbo TOXICIDADE • Irritabilidade, • Cefaléia, • Alucinações • Interfere em várias fases da biossíntese do heme, contribuindo para o aparecimento de anemia sideroblástica (Silva & Moraes,1987), • Altera os processos genéticos ou cromossômicos, inibibe reparo de DNA • Age como iniciador e promotor na formação de câncer (Larini, 1987; Nriagu, 1988; Oga, 1996). Chumbo Transtornos hematológicos, Síndrome encefálica, astenia, transtornos renais, transtornos gastrintestinais, alterações cardiovasculares e hepáticas, supressão imunológica. Reduz a viabilidade de ovas de peixe Níveis de chumbo no sangue: 70% das crianças catadoras de lixo estão acima do limite da O.M.S. Essa média de chumbo no sangue nas crianças catadoras é 2.5 vezes maior do que o grupo de controle das crianças nas favelas. Cidade de Quezon, Filipinas, 1995 Níquel O níquel é o 24º metal mais abundante na crosta terrestre. Ele é um metal de transição condutor de eletricidade e calor e apresenta certo caráter ferromagnético. É resistente a corrosão e só pode ser utilizado como revestimento por eletrodeposição (galvanoplastia). Níquel UTILIZAÇÃO • Pode ser utilizado em baterias recarregáveis (baterias de Ni- Cd), catalisador de, por exemplo, hidrogenação de óleos vegetais, fertilizantes, cunhagem de moedas e cordas para instrumentos musicais. Níquel FONTES • São fontes de níquel: minérios na forma de sulfeto de níquel (substância cancerígena), em meteoritos (formando liga metálica com o ferro) e, baseando-se em evidências geofísicas, é suposto que o níquel ocorra em abundância no núcleo terrestre Níquel TRAÇOS NO AMBIENTE • O processamento de minerais, assim como a produção e o uso do níquel tem causado contaminação ambiental por este metal (McGrath & Smith, 1990). No solo, o nível do níquel se eleva devido a utilização de fertilizantes fosfatados que possuem uma pequena parcela de níquel. Níquel TRAÇOS NO AMBIENTE • Na atmosfera, dá-se pela queima de combustíveis e óleos, combustão de carvão, fundição, mineração e aplicação de lodos de esgoto no solo (Nickel, 1989; McGrath & Smith, 1990; Malavolta, 1994). Níquel TRAÇOS NO SER HUMANO • O níquel pode ser considerado cancerígeno as vias respiratórias. Tem sido demonstrado que a exposição do homem ao níquel causa predisposição ao câncer de pulmão, laringe e nasal (Casarett & Doull's, 1996). Níquel TRAÇOS NO SER HUMANO • Estudos epidemiológicos realizados na Inglaterra (Sunderman, 1989) constataram que as pessoas expostas ao níquel têm 150 vezes mais chances de adquirirem câncer nas veias respiratórias do que as pessoas que não eram expostas. Zinco O zinco é o 25º metal mais abundante na crosta terrestre. O metal apresenta uma grande resistência à deformação plástica a frio que diminui com o aquecimento, obrigando a laminá-lo acima dos 100 °C. Zinco UTILIZAÇÃO • Seu maior uso é na galvanização de produtos de ferro (Fe), proporcionando uma cobertura resistente à corrosão (é utilizado como metal de sacrifício). É utilizado também em baterias, fertilizantes, aros e rodas de veículos, tintas de coloração branca, plásticos, borrachas. Zinco UTILIZAÇÃO Também utilizado em alguns cosméticos como pós e bases faciais e produtos farmacêuticos como, por exemplo, em complexos vitamínicos (Moore & Ramamoorthy, 1984; Lester, 1987). Ele também pode ser usado em protetores solares, em forma de óxido, pois tem a capacidade de barrar a radiação solar. Zinco FONTES • Ocorre em vários minerais e em diferentes formas (sulfetos ou carbonatos de Zn). A produção do zinco começa com a extração do mineral que pode ser realizada tanto a céu aberto como em jazidas subterrâneas. Os minerais extraídos são triturados e, posteriormente, submetidos a um processo denominado flotação para a obtenção do mineral concentrado. Zinco TRAÇOS NO AMBIENTE • As principaisfontes poluidoras de zinco nos solos são as atividades de mineração, uso agrícola de lodos de esgoto e materiais compostados bem como uso de agroquímicos, tais como fertilizantes e pesticidas que contêm zinco. Zinco TRAÇOS NO AMBIENTE • Na década de 40 observou-se que na superfície do aço galvanizado formava-se com o tempo pêlos de zinco (zinc whiskers) que liberados ao ambiente provocavam curtos-circuitos e falhas em componentes eletrônicos. Estes pêlos se formam após um período de incubação que pode durar dias ou anos, e crescem num ritmo da ordem de 1 mm por ano. Zinco TRAÇOS NO SER HUMANO • O zinco é um elemento essencial, com uma média diária de 10-200 mg para os seres humanos, à maior parte do Zn que entra no organismo está relacionada à dieta, mais de 200 metaloenzimas requerem o Zn como cofator. Zinco TRAÇOS NO SER HUMANO • A absorção excessiva do metal ao organismo, porém, pode levar a um quadro de intoxicação, resultando em sintomas como vômitos, diarréias e cólicas. A inalação de vapores de Zn produzidos nos processos de solda e fabricação de ligas de Zn causam grande irritabilidade e lesões ao sistema respiratório (Brito Filho, 1988). Efeitos Tóxicos dos Metais na Saúde Humana Arsênio Sistema respiratório: insuficiência pulmonar, traqueobronquite, tosse crônica e fibrose intersticial difusa Sistema cardiovascular: lesões vasculares periféricas, e em alguns casos gangrena. Sistema hematopoiético: leucopenia, hemólise intravascular e anemia (arsina) Carcinogenicidade Cromo Alterações cutâneas, lesões nasais, transtornos renais e gastrintestinais, bronco pulmonares Carcinogenicidade: maior incidência de câncer de pulmão. Inibe o crescimento de algas; Manganês Alterações psiquiátricas e neurológicas, bronquite aguda, pneumonia e psicose maníaco-depressiva. Mercúrio Danos neurológicos, psiquiátricos, renais, visuais e dermatológicos (Minamata). Alumínio Demência da diálise, doença de Alzheimer. Berílio Pneumonia química aguda, hiper-sensibilidade, beriliose (doença pulmonar crônica). Existem evidências para o efeito carcinogênico. Cobalto Vômitos, diarréia e sensação de aquecimento do corpo e cardiomiopatias. Cobre Doença de Wilson (acumulo de cobre no fígado, cérebro , córnea e rins). Vômitos freqüentes (de cor azul esverdeada), hipotensão, coma, anemia hemolítica. Crianças são susceptíveis ao aparecimento de cirrose (hepática). Ferro Vômitos sanguinolentos, ulcerações do trato gastrointestinal, acidose metabólica, cirrose (hepática), alterações no sistema sangüíneo. Selênio Distúrbio do SNC, incluindo convulsões, paralisia e função motora alterada. Bismuto Perda de apetite, fraqueza muscular, dores reumáticas, diarréia, febre, gengivite e dermatite. Antimônio Rinite, faringite, traqueíte, enfisema pulmonar. Vanádio Bronquite, broncopneumonia, náusea, vômito, dores abdominais, depressão nervosa.. Avaliação do Cádmio, Chumbo, Níquel e Zinco em solos, plantas e cabelos humanos. Rogéria P. Saez Duarte - Aluna do Curso de Pós Graduação Energia na Agricultura - FCA/UNESP - Botucatu/SP - Brasil. Antenor Pasqual - Orientador e docente do Departamento de Ciências Ambientais - FCA/UNESP - Botucatu/SP – Brasil • A grande necessidade humana de produzir tecnologias que propiciem um avanço tecnológico gera resíduos em larga escala, os quais são dispostos na natureza. Como a espécie humana é totalmente dependente dos recursos propiciados pela natureza, é justificada a preocupação com as conseqüências que essa poluição pode vir a trazer. • Para se avaliar os efeitos dos agentes químicos que são colocados na natureza, é necessário saber seus efeitos sobre os seres vivos, o número de pessoas expostas a esses resíduos e o grau de exposição destas para avaliar o risco a que estão submetidas. • Os teores dos metais avaliados podem servir para formar uma base de dados para a análise futura de ambientes semelhantes. Objetivo • Detectar a presença de metais pesados em estruturas biológicas como solo, plantas e cabelos humanos, provenientes da poluição emitida pela queima de combustíveis de veículos automotores, ao longo de quatro rodovias do estado de São Paulo. Análises Metais avaliados: ◦ Cádmio (Cd), Chumbo (Pb), Níquel (Ni) e Zinco (Zn) . Rodovias analisadas: ◦ Rodovia Castelo Branco (Pedágio de Botucatu), ◦ Rodovia Carlos Tononi (Marília-Assis), ◦ Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (Base da Polícia Rodoviária de Marília) ◦ Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (Base da Polícia Rodoviária de Gália) Métodos de análise de dados • Nas amostras de solos utilizou-se a extração por DTPA (ácido dietilenotriaminopentaacético + CaCl2 + trietanolamina). • As amostras de plantas foram submetidas à digestão ácida com solução nítricoperclórica (HNO3 + HClO4). • Para as amostras de cabelos, utilizou-se a digestão com ácido nítrico concentrado. Materiais e métodos As amostras de solo e plantas foram coletadas em quatro rodovias do estado de SP: 1. Rodovia Castelo Branco,Km 208 – tráfego de 10.000 veículos por dia 2. Rodovia Carlos Tononi,Marília, Km 338 – tráfego de 6000 carros por dia. 3. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros,Marília,km 443 – tráfego de 8000 carros por dia. 4. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros,Marília,Km 389 – tráfego de 5000 veículos por dia. Materiais e Métodos Amostras de solo(S1,S2,S3,S4): 1. Profundidade(a 10m da rodovia 0-50cm) e distância horizontal da rodovia(0-20cm). 2. Total de 40 amostras. Materiais e Métodos Amostras de plantas(P1,P1,P3,P4): Distância horizontal da rodovia, ao longo da rodovia, em cada ponto foram coletadas 10 amostras aleatórias de plantas(total 60 amostras). Amostra de mechas(C1,C2,C3): Coletadas por colaboradores (10 pessoas do pedágio de Botucatu,10 soldados da base da PR de Marília e 10 pessoas empregadas no presente trabalho(total: 30 amostras). Resultados e discussão • Os resultados da determinação dos teores de metais pesados Cd, Pb, Ni e Zn no solo (em profundidade e em distância), em plantas e cabelos encontram-se nas Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5. Tabelas Tabelas Tabelas Tabelas Tabelas Resultados e discussão A correlação entre as diferenças na densidade de tráfego de veículos e sua influência no grau de contaminação e dispersão de metais pesados ao longo das rodovias, não pode ser observada nos dados encontrados nos pontos de amostragem, fato este devido a agentes externos. Exemplo: pedágio de Botucatu. Quanto à utilização de gramíneas, os resultados obtidos não permitiram concluir que as mesmas fossem ou não bons bioindicadores para determinação dos metais. Resultados e discussão • Os resultados encontrados para Cd no solo e nos cabelos, alertam-nos para a presença do metal no organismo humano, uma vez que é um elemento cumulativo com meia vida de 19 a 40 anos e que, após absorvido, é transportado para todas as partes do corpo principalmente, para o fígado e os rins. Conclusão • Triagem e monitoramento como ferramentas de prevenção. • Teores de metais encontrados alertam poluição ambiental e risco de exposição para o ser humano. • Busca pelo estabelecimento de um padrão para metais pesados no Brasil. MINAMATA, JAPÃO O contato do homem com o mercúrio, remonta desde as civilizações orientais antigas, que já manipulavam o metal, tendo sido também encontrado no interior de tumbas egípcias. Anterior a era cristã, os chineses usavam o sulfeto de mercúrio, na produção de tintas e pinturas, dominando o processo da redução do sulfeto a metal. Com o advento da Revolução Industrial e a difusão do uso do mercúrio em várias atividades humanas, presenciou-se um grande aumento nos níveis de mercúrio no meio ambiente global. Os efeitos toxicológicos do mercúrio são conhecidos há muito tempo, porém algumas condições não foram antecipadas, suas características físicoquímicas como a volatilidade à temperatura ambiente, persistência ambiental além do efeito acumulativo que pode refletir negativamente na saúde dos seres vivos muito tempo depois de cessado à exposição, conferem a este metal grande mobilidade, capacidade de proliferação sendo enquadrado como um poluente de elevada toxicidade. MERCÚRIO As características físico-químicas do mercúrio fazem com que este metal seja considerado como um poluente de elevada toxicidade. Além de poder afetar extensas áreas muito distantes, seus efeitos podem surgir somente após longo tempo de cessado seu uso, adquirindo assim um caráter defasado no espaço e no tempo. Esta peculiaridade é muito importante, sobretudo em ambientes tropicais, onde as características ecológicas intrínsecas desses ecossistemas, como a rápida e eficiente ciclagem interna dos elementos, os tornam muito vulneráveis a poluentes como o mercúrio. Na década de 30, uma empresa se instalou na região, a Chisso. A empresa, que fabricava acetaldeído (usado na produção de material plástico), jogava seus resíduos com mercúrio nos rios, contaminando os peixes. Como a doença leva alguns anos para se desenvolver, somente em 1956 começaram a surgir os primeiros casos da doença. Em maio de 1956, quatro pacientes de Minamata, Japão, uma cidade na costa ocidental da ilha de Kyushu, foram internados no hospital. Os médicos ficaram confusos com os sintomas que os pacientes tinham em comum: convulsões severas, surtos de psicose, perda de consciência e coma. Finalmente, depois de febre muito alta, todos os quatro pacientes morreram. No total, mais de 900 pessoas morreram com dores severas devido ao envenenamento. Em 2001, uma pesquisa indicou que cerca de dois milhões de pessoas podem ter sido afetadas por comer peixe contaminado. No mesmo período de tempo, foi reconhecido que 2.955 pessoas sofreram da doença de Minamata. Destas, 2.265 viveram na costa do mar de Yatsushiro Por anos, a Corporação Chisso escondeu seu uso de mercúrio dos olhos do público. Em 2 de Novembro de 1959, um tumulto de pescadores locais destruiu a propriedade da Chisso Corporation. Este ato de violência teve o efeito de atrair a atenção pública japonesa para o assunto. Em 1968, o governo japonês reconheceu a fonte da contaminação e a contaminação química finalmente parou. a fábrica de PVC não concordou e continuou a produzir mais poluição (um ato irresponsável). Estima-se que a empresa descartou de 200 a 600 toneladas de metilmercúrio na baía da cidade. O drama do mercúrio de Minamata Tomoko Uemura, de 17 anos, repousa no colo da mãe. Ela é cega, surda e muda. Tem os braços e as pernas deformados. Nasceu em 1955, anos depois que uma companhia química, a Chisso, derramou mercúrio na Baía de Minamata, no Japão. Uma geração inteira cresceu marcada pelo desastre ecológico. Em abril de 1997, depois de quatro décadas de investigação, 10.353 pessoas foram declaradas aptas a receber indenização da Chisso. Foram anos de luta, que começara em 1972, quando o fotógrafo americano W. Eugene Smith fez a foto da menina. A imagem transformou- se no resumo brutal da tragédia. Hoje, as águas de Minamata estão limpas. Tomoko morreu em 1977. Os efeitos possíveis à melhoria para a poluição ambiental foram feitos; remoçaõ dos sedimentos contaminados da baía ou do fundo do rio, e monitoramento dos níveis de metilmercúrio nos peixes e nos efluentes industriais. No que diz respeito à fábrica de Minamata Chisso co. Ltd., com o fechamento do sistema de circulação, o efluente industrial da água que continha compostos de metilmercúrio pararam de serem descarregados a partir de 1966, e a fonte própria da poluição foi eliminada com a cessação da produção do acetaldeído em 1968. Na área da bacia do rio de Agano, a produção do acetaldeído foi interrompida antes da descoberta da doença de Minamata. Quatro décadas e 48 bilhões de Ienes, foram necessárias para que o Tribunal de Tóquio condenasse a empresa a indenizar vítimas e para que a baía de Minamata apresentasse sinais de recuperação através de incessantes trabalhos de despoluição. Razão pela qual, cada vez mais se fortalece a tese do “Princípio da Precaução”. Minamata Mercúrio e a baia de Minamata Os níveis de mercúrio encontrado em peixes da baia de Minamata, Japão eram maiores que 10 ppm, considerados altíssimos. No presente, no entanto, os níveis de mecúrio total (o,4 ppm) e metilmercúrio (0.3 ppm) estão dentro dos limites estabelecidos pelo governo, segundo pesquisa da Kumamoto Prefectural Government. O governo de Kumamoto declarou, em 1997, que os peixes eram seguros e os pescadores puderam retomar suas atividades na baia de Minamata em Julho deste mesmo ano (National Institute for Minamata Desease, Japão).
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