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1ºAula Conceitos Iniciais sobre Redes de Computadores Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • saber a definição de redes de computadores; • entender como surgiu o conceito de redes de computadores e o seu histórico; • compreender os componentes, a classificação, as topologias e como é estruturada uma arquitetura de redes de computadores; • aprender o que é uma transmissão de dados, seus tipos, os problemas a que está sujeita e os meios físicos que são utilizados; • compreender o que é o modelo OSI, o seu objetivo e a sua importância em redes de computadores. Nesta aula, iremos nos familiarizar com os conceitos de redes de computadores, seus componentes e o que é uma arquitetura de rede de computadores. Lembrem-se de que esta aula foi preparada para que você não encontre grandes dificuldades. Contudo, podem surgir dúvidas no decorrer dos estudos! Quando isso acontecer, anote, acesse a plataforma e utilize as ferramentas “Quadro de Avisos” ou “Fórum” para interagir com seus colegas de curso ou com seu tutor. Sua participação é muito importante. Estamos preparados para auxilia-los. Boa aula! Bons estudos! 7 Redes de Computadores I 6 Seções de estudo 1. Definição e contextualização histórica 2. Componentes e tecnologias envolvidas 3. Arquiteturas e modelo de referência 1 - Definição e contextualização histórica Você saberia definir o que é uma rede de computadores? Veja a definição de redes de computadores dada por um grande e muito respeitado estudioso da área, Tanenbaum: [...] vamos usar o termo rede de computadores quando quisermos falar de um conjunto de computadores autônomos interconectados. Dois computadores estão interconectados quando podem trocar informações. A óticas, microondas e satélites de comunicação. Quando exigimos que os computadores sejam autônomos, desejamos excluir os sistemas em que haja uma nítida relação mestre/escravo. Se um computador tiver o poder de iniciar, encerrar ou controlar outro computador, haverá uma clara indicação de que não há autonomia entre eles. Um sistema com uma unidade de controle e muitos escravos não é uma rede, assim como não o é um grande computador com terminais e impressoras remotas (TENEBAUM, 2011, s/p). TANENBAUM Andrew Stuart Tanenbaum é um conceituado estudioso nas áreas de sistemas operacionais e redes de computadores. Foi o criador do do sistema operacional Linux foi inspirado no MINIX. Seus vários de cursos da área de computação. É professor dessas disciplinas na Universidade Vrije em Amsterdam. Sua página pessoal pode ser acessada através do link (<http://www.cs.vu.nl/~ast/>). Podemos acrescentar a essa definição que além da troca de informações, os computadores podem compartilhar recursos, como impressoras, discos rígidos, e até mesmo acesso a outras redes de computadores. O termo autônomo, utilizado pelo autor significa que um computador tem livre arbítrio dentro de uma rede, podendo até mesmo se desconectar da mesma, se assim o quiser. Um computador solicita ao outro o acesso à informação (ou recurso), e compete ao acessado permitir esse acesso, podendo inclusive negá-lo. Notamos que os mainframes (computadores de grande porte) e seus terminais remotos (mesmo estando a algumas dezenas de metros) não são considerados uma rede de computadores, pois existe uma dependência mestre/escravo neste relacionamento, como por exemplo, o mainframe pode bloquear o acesso do usuário ao terminal. Em uma rede de computadores um computador não tem, e não pode ter esse poder (ao menos que haja um vírus no computador hospedeiro). Mainframes Mainframes são computadores de grande porte com capacidade de processar enormes volumes de informações. Seu nascimento foi em meados dos anos 40 e perduram até os dias de hoje. O maior fabricante foi a IBM que ainda os fabrica. Para saber um pouco mais sobre esses monstros da informática acesse o site da Wikipédia através do link http://pt.wikipedia.org/wiki/Mainframe e faça também uma visita ao site da IBM através do link (http://www.ibm.com/br/ systems/z/index.phtml?cm_re=masthead-_-products-_-sys-zseries e se assuste com o poder de processamento dessas máquinas). HISTÓRICO E EVOLUÇÃO Agora que já sabemos o que é uma rede de computadores, vamos entender o porquê de sua criação, e o que levou ao seu desenvolvimento. Para compreender, vamos olhar um pouco para o passado, desde o início do desenvolvimento dos primeiros computadores. Nos anos 50 os computadores eram grandes, caros e ficavam confinados em salas com requisitos rígidos de refrigeração e umidade. Eram operados por poucas pessoas, altamente qualificadas. A comunicação do homem com a máquina se dava através da utilização de cartões perfurados e fitas magnéticas, note bem que não existia teclado e muito menos monitor. Os avanços computacionais na década de 60 introduziram o uso de terminais remotos possibilitando o uso dos computadores por mais de uma pessoa ao mesmo tempo, os usuários também passaram a ter então um mecanismo que possibilitava a interação direta com o computador. Permitindo que aumentassem o número de usuários do sistema computacional. Ainda assim, o computador era central e confinado a uma sala especialmente projetada para ele. Na década de 70 surgiram os mini e microcomputadores com um poder computacional menor que os computadores da década passada, porém com preços mais acessíveis, o que levou as organizações a partirem em direção à distribuição do poder computacional. Ao invés de ter um computador caro e centralizado, optaram por mini ou microcomputadores e por espalhá-los pelos diversos setores da organização. A descentralização do ambiente computacional gerou um problema, os dados antes confinados em apenas um local, foram espalhados em vários locais. Outro problema, era o alto custo dos periféricos tais como: impressoras, discos rígidos, etc. Da necessidade por compartilhar esses dados aliado a necessidade de compartilhar os periféricos para reduzir custos impulsionou o aparecimento das primeiras redes de computadores. Hoje, os benefícios das redes de computadores são inúmeros. No campo pessoal podemos citar dentre outros, os seguintes benefícios: diminui a distância entre amigos e familiares aumentando a interação entre eles, permite a reserva de hotéis, compra de passagens aéreas, permite encontrar o melhor preço de um determinado produto e na aquisição de conhecimento através de consulta a enciclopédias on- line ou ensino a distância. No campo empresarial, permite 8 Fernanda Souza Fernanda Souza Fernanda Souza Fernanda Souza 7 aos funcionários em diferentes localidades interagirem em sessões de trabalho cooperativo. Permite o compartilhamento das informações geradas pelos diversos sistemas da empresa (controle de estoque, contas a pagar, faturamento, etc) dando aos administradores agilidade na tomada de decisões. Hoje a rede transformou-se num dos principais meios de interação entre pessoas na disseminação da informação e da realização de negócios. O rádio levou trinta e oito anos até formar um público de cinquenta milhões de pessoas, a televisão levou treze anos e a internet precisou de apenas quatro anos para alcançar essa marca. Quando acadêmico do curso de ciências da computação pude conviver com esses dois mundos, o dos mainframes e o dos microcomputadores. Vivenciei também o surgimento da internet no Brasil. Antes da internet utilizávamos a BITNET, uma rede de computadores, ou melhor, mainframes que interligava somente instituições de ensino pelo mundo e algumas instituições de pesquisas. E acreditem naquela época já existia um MSN pré-histórico. Bons tempos aqueles. Não existia a web, era tudo em modo texto e nada instantâneo, para fazer um download tínhamos que escaloná-lo e o recebíamos via e-mail no dia seguinte. Muito estranho não? Para saber um pouco mais sobre essa era pré-histórica acesse o link (http:// pt.wikipedia.org/wiki/BITNET)ou façam uma busca no Google sobre a Bitnet. Existem algumas comunidades nas redes sociais sobre a bitnet. 2 - Componentes e tecnologias envolvidas Toda rede de computadores possui três componentes: computadores, um sistema de comunicação interligando-os fisicamente e um conjunto de software gerenciando essa comunicação. Uma rede de computadores pode ser dividida em duas partes: a física e a lógica. A física ainda se subdivide em dois grupos: as dos ativos e passivos. Os ativos são os componentes que realizam sinalização, como placas de redes, roteadores, switches, repetidores, etc. Enquanto que os passivos são os elementos que não produzem sinais e sim tem a missão de transportar os gerados pelos elementos ativos, como os cabos. A parte lógica compreende as regras (criadas através de softwares) que coordenam a comunicação entre os componentes físicos, e que garantem que essa comunicação ocorra livre de erros e de maneira segura observando alguns detalhes como por exemplo: sinalização dos bits para envio através dos meios de transmissão, detecção e correção de erro, roteamento das mensagens desde a origem até o destino, podendo passar por várias redes intermediárias, entre outros. CLASSIFICAÇÃO Os estudiosos em redes de computadores não chegaram a um consenso em como classificar as redes de computadores, não existe um critério único para classificar as redes de computadores, mas as duas classificações mais difundidas e aceitas são quanto a distribuição geográfica e a tecnologia de transmissão. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Quanto à distribuição geográfica uma rede é classificada segundo a sua extensão geográfica, podendo ser classificadas como: • REDES LOCAIS (LAN: Local Area Networks) São redes privadas, cuja extensão não passa de algumas centenas de metros, conectam computadores de uma mesma sala ou prédio. Utiliza meios de transmissão de alta velocidade e baixa taxa de erros. As topologias mais comuns são barra, anel e estrela. • REDE CAMPUS (CAN: Campus Area Network) São redes que interconectam várias LANs de uma mesma instituição dentro de área de abrangência de até 5 km. São exemplos de CAN as redes que interconectam os vários prédios e facilidades de uma universidade ou empresa. Nesse exemplo tem-se uma rede Campus Universitária e Empresarial, respectivamente. • REDES METROPOLITANAS (MAN: Metropolitan Area Networks) São redes que interconectam LANs e computadores de uma cidade ou região com distância de até 100 km. São exemplo de MAN as redes de acesso dos provedores Internet em uma cidade. • REDES DE LONGA DISTÂNCIA (WAN: Wide Área Network) Abrange uma ampla área geográfica, conectando computadores e redes a nível estadual, nacional e continental. Geralmente, são operadas por empresas de telecomunicações. Devido à grande extensão, em geral possuem taxa de transmissão menor, maior retardo e maior índice de erros de transmissão. TECNOLOGIA DE TRANSMISSÃO • REDES POR DIFUSÃO As redes por difusão possuem um canal de comunicação compartilhado por todas as máquinas. As mensagens enviadas por uma são recebidas por todas as outras. Um campo de endereço dentro da mensagem especifica o destinatário. Ao recebê-la, a máquina analisa a quem se destina, se ela for o destinatário, ela a processará, caso contrário, a descartará. Além da mensagem destinada a uma só máquina, encontramos ainda as mensagens destinadas a todas (conhecida como mensagem Broadcasting) ou destinadas a um determinado grupo de máquinas (conhecidas como mensagens Multicasting). A representação gráfica de uma rede por difusão é mostrada na figura 1(a). • REDES PONTO A PONTO As redes ponto a ponto se caracterizam por muitas ligações entre pares de máquinas. Geralmente, uma mensagem para ir de um ponto a outro, precise passar por várias máquinas intermediárias. Se observarmos a figura Fig.1.1(b), notaremos que uma mensagem enviada de C1 para C3, deverá passar 9 Fernanda Souza Fernanda Souza Fernanda Souza Fernanda Souza Redes de Computadores I 8 obrigatoriamente por C2 e C4, ou somente por C4. Figura 1.1-(a)Rede por Difusão (b) Ponto a Ponto Fonte: acervo pessoal Geralmente a tecnologia por difusão é utilizada em redes locais, enquanto as de longa distância utilizam a ponto a ponto. TRANSMISSÃO DE DADOS Transmissão é o envio de sinais de um ponto a outro. Os sinais podem ser analógicos, como na transmissão de rádio ou digitais, como os de computadores. Os meios físicos são responsáveis pelo transporte dos sinais em uma rede. Eles transportam um fluxo bruto de bits de uma máquina para outra. Cada meio físico possui características próprias de desempenho, custo, retardo e facilidade de instalação e manutenção. Os meios físicos são classificados como guiados e não guiados, os guiados são aqueles cabo coaxial, par trançado, fibra ótica, e os não guiados próprio radiodifusão, infravermelho, satélites e micro-ondas. SENTIDO DA TRANSMISSÃO DE DADOS De acordo com o sentido que o sinal pode ter em um determinado momento pode ser: simplex, half-duplex ou full- duplex. • SIMPLEX A transmissão dos dados é realizada somente em um dos dois sentidos possíveis de transmissão. Figura 1.2. Figura 1.2- Transmissão Simplex Fonte: acervo pessoal • HALF-DUPLEX A transmissão ocorre nos dois possíveis sentidos, porém não simultaneamente. Figura 1.3. Figura 1.3- Transmissão Half-Duplex Fonte: acervo pessoal • FULL-DUPLEX A transmissão ocorre nos dois possíveis sentidos, simultaneamente. Figura 1.4. Figura 1.4 – Transmissão Full-Duplex Fonte: acervo pessoal PROBLEMAS NA TRANSMISSÃO DE DADOS Durante o processo de transmissão de dados, alguns problemas podem ocorrer, como: a atenuação, ruído e retardo. • ATENUAÇÃO Conforme o sinal percorre o meio de transmissão ele vai perdendo a sua intensidade. A esse fenômeno damos o nome de atenuação. Ela pode ser corrigida inserindo aparelhos amplificadores ou repetidores de sinal entre transmissor e receptor. • RUÍDO É qualquer interferência (geralmente eletromagnética) sofrida pelo sinal, que venha causar a sua distorção ou perda. • RETARDO A diferença entre o momento que o sinal foi transmitido e o momento em que foi recebido, nós damos o nome de retardo ou atraso. Essa diferença é devido a distância que o sinal deve percorrer, entre outros fatores. MEIOS FÍSICOS DE TRANSMISSÃO • PAR TRANÇADO O par trançado é formado por quatro pares de fios de cobre, cada par é entrelaçado em forma de espiral (figura 1.5). Esse entrelaçamento cria um campo eletromagnético que oferece uma razoável proteção contra interferências. Tradicionalmente, dos quatro pares, somente dois são utilizados na transmissão de sinais, um par é utilizado para transmitir sinais e outro para receber sinais. No par transmissor, cada fio transmite o mesmo sinal, mas com a 10 Fernanda Souza Fernanda Souza 9 polaridade invertida (positivo em um e negativo no outro). A mesma coisa acontece no par que recebe os dados. Essa transmissão em duplicidade traz dois benefícios: o primeiro é a anulação do campo magnético que é gerado ao passar corrente por um fio: como as polaridades são invertidas, os campos magnéticos produzido em cada fio se anulam; o segundo é a redundância do sinal transmitido, como as eles trafegam em duplicidade, é fácil descobrir se houve ruído, tudo o que chegar por um fio, deverá ter a mesma intensidade no outro, aquilo que for diferente nos dois sinais é ruído e o receptor tem como o identificar e eliminar facilmente. Figura 1.5 – Cabo UTP Fonte: acervo pessoal Existem dois tipos de cabos de par trançado: os sem blindagem, chamados de UTP (Unshielded Twisted Pair) e os blindados STP (Shielded Twisted Pair). O que difere um do outro, é uma blindagem feita por uma camada de malha de metal entre os pares de cobre e a capa plástica, ficando mais imune a ruídos, podendo ser utilizados em ambientes com fortes fontes de interferências. Os cabos de par trançado são classificadosem categorias de 1 a 6. O que difere uma da outra é a bitola de cada fio. a composição do material e o processo de fabricação, o que propicia uma maior ou menor taxa de transmissão e imunidade a interferência. A categoria 1 é utilizada em sistemas de telefonia; a 2 corresponde é utilizada pela IBM e é idêntica a categoria 3; a 3 transfere dados a uma taxa de 10 Mbps; a categoria 4 transfere dados a 16mbps; a 5 a 100 Mbps a 6 a 1 Gbps, podendo chegar a 10 Gbps. As taxas de transferência dos cabos de categoria superior a 6 (atualmente 7 e 7A) começam em 10 Gbps e pode transmitir até 100Gbps. A lista atualizada das categorias existentes bem como a característica que cada uma possui pode ser consultada pelo site (https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_de_par_ tran%C3%A7ado). Os cabos de par trançado são os mais utilizados, pois são baratos, flexíveis, e trabalham com uma alta taxa de transferência de dados. Como desvantagens podemos citar: o comprimento que um lance pode ter (100 metros) e a baixa imunidade a interferências. • COAXIAL O cabo coaxial é formado por um condutor interno de cobre, revestido por um isolante plástico (chamado de dielétrico), uma malha de metal envolvendo as duas camadas mais interiores e uma capa plástica revestindo todo o conjunto (figura 1.6). Possui uma imunidade a interferência maior do que os cabos de par trançado, são porém mais caros, menos flexíveis e a taxa de transmissão é menor. Figura 1.6 – Cabo Coaxial Fonte: acervo pessoal Foi o primeiro cabo a ser utilizado em redes de computadores. Existe uma grande variedade de cabos coaxiais, mas os mais utilizados em redes de computadores são: 10Base5 e 10Base2, também chamados de thicknet e thinnet, respectivamente. O 10Base5 são cabos mais grossos (1 cm de diâmetro) e mais antigos do que o 10Base2. O comprimento máximo de cabeamento utilizando cabos 10Base5 é de 500 metros, ao longo desse cabo, são conectados aparelhos chamados transceivers (também conhecido como MAU-figura 1.7), apelidados de “vampiros”, pois seus conectores perfuram o cabo para alcançar o condutor interno. O MAU é conectado a uma interface no computador através de um cabo (de comprimento máximo de 50 metros). A distância mínima entre um transceiver e outro é de no mínimo dois metros e meio, e podia haver somente 100 transceivers em um barramento. E nos dois extremos do barramento são colocados dispositivos chamados terminadores, cuja funcionalidade é evitar que os sinais, ao chegarem às pontas do cabo retornem, causando interferência. Esse tipo de cabeamento foi muito utilizado na década de 80 nos mainframes, hoje é obsoleta. Figura 1.7- Transceiver Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/ ThicknetTransceiver.jpg>. Acesso em: 01 març.2019. Os cabos 10Base2 são mais finos (4,7 milímetros) mais flexíveis que o anterior. A diferença com o 10base5 são: o comprimento máximo do barramento é de 185 metros, a distância mínima entre os computadores é de 50 centímetros, o número máximo de computadores é de 30. A maneira de se conectar os computadores ao cabo sofreu modificações, ao invés de usar um transceiver ligado ao barramento, são feitos lances de cabos que se conectam a placa de rede do computador, através de um conector em forma de T (BNC). Na figura 1.8(a) temos a ilustração de um cabo 10base2 já conectorizado, na 1.8(b) um terminador e um conector BCN em forma de T unindo dois cabos 10base2 na figura 1.8(c). Figura 1.8 – Conectores BNC 11 Redes de Computadores I 10 Fonte: • FIBRA ÓTICA Essa tecnologia de transmissão utiliza-se da luz para a transmissão de dados. A luz é gerada por um LED ou laser em uma ponta, o sinal luminoso trafega pelo cabo e ao chegar ao final aciona um circuito chamado foto diodo que converte (decodifica) o sinal de luz em sinal elétrico. É composta por um núcleo de fibra de vidro ou um plástico especial da espessura de um fio de cabelo (algo na casa de cem micrômetros), que é revestido por uma camada de fibra de vidro, bem mais grossa. Em seguida, vem uma camada de plástico chamada de cladding, depois outra camada de isolamento e por fim uma capa protetora chamada bainha. Existem dois tipos de cabos, os monomodos e os multímodos. O de modo simples transmite somente um sinal de luz em linha reta enquanto o multímodo transmitem vários sinais que vão refletindo (em ângulos diferentes) nas paredes do condutor. Os cabos monomodos transmitem os dados a uma velocidade maior e a distâncias maiores, pois ao refletir na parede do condutor a luz perde intensidade. Os cabos de fibra ótica são imunes a interferências eletromagnéticas e como não são feitos de metal, não sofrem o problema da corrosão. Além disso, elas transmitem dados a uma distância muito maior, de 1 a 5 quilômetros. A velocidade de transmissão das fibras evolue continuamente, tecnologias modernas podem atingir velocidades de transmissão na casa dos Terabits por segundo. A grande desvantagem é o custo, não só do cabo em si, mas das ferramentas e da mão de obra para sua instalação. Figura 1.9 – Fibra Ótica Acervo Pessoal • SEM FIO Os dados são transmitidos através da utilização de frequência de rádio (radiodifusão) ou infravermelho. Na radiodifusão as frequências comumente utilizadas são 915 MHZ, 2,4 GHz e 5,8 GHz. Normalmente é utilizada quando é impossível ou muito difícil a instalação de outros meios de comunicação (cabos metálicos ou fibra ótica). TOPOLOGIA A topologia descreve a forma como os enlaces físicos e os nós de comunicação estão organizados, determinando os caminhos físicos existentes e utilizáveis entre quaisquer pares de estações conectadas a rede. As principais topologias ilustradas na figura 1.10 são: barra, anel, parcialmente/ totalmente conectada, estrela e árvore. Figura 1.10: Principais Topologias de Redes de Computadores Fonte: adaptado de <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/ NetworkTopologies.png>. Acesso em: 01 març. 2018. • BARRA Nesse tipo de rede, os computadores são conectados a um cabo linear (cabo coaxial), compartilhando um mesmo barramento. Utiliza a tecnologia de transmissão por difusão, ou seja, uma mensagem enviada por uma estação será recebida por todas. Em cada extremidade do barramento é colocado um terminador. Como os computadores compartilham o mesmo meio de transmissão, somente um computador pode transmitir em um dado momento, quando isso ocorrer, damos o nome de colisão. Quando ocorrer uma colisão os computadores que a causaram esperam um período aleatório de tempo e tentam retransmitir, caso ocorra uma nova colisão, eles esperam por um período maior, até que não ocorra mais colisão. Os problemas com essa topologia são: velocidade (ao aumentar o número de estações no barramento, aumenta também o número de colisões), caso um conector oxide, ou se desconecte, ou uma falha no barramento ou ocorra uma desconexão do terminador, ou uma falha no mesmo, toda a rede irá parar, e leva-se um tempo considerável para descobrir onde está a falha. • ANEL Nessa topologia a mensagem circula em um sentido único, percorre todos os nós até chegar ao seu destino. Muito utilizada na década de 80 nas redes Token Ring da IBM. O controle de quem pode transmitir se dá através de uma técnica chamada passagem de token, somente a estação que o possui pode transmitir, esse token é transmitido de estação para estação. Não é utilizada em redes de longa distância devido aos seguintes fatores: existindo uma falha em um nó há uma paralisação em toda rede (não existe uma rota alternativa em caso de falha); Devido ao fato da mensagem ter que passar por vários nós até chegar ao destino, apresentaria um retardo de transmissão (intervalo de tempo decorrido desde o início da transmissão de uma mensagem da origem até o momento 12 Fernanda Souza 11 em que a mensagem chega ao seu destino) inaceitável. • TOTALMENTE CONECTADA Nessa topologia todas as estações estão interligadasentre si através de enlaces ponto a ponto. Uma rede com esse tipo de topologia seria ideal, pois o número de colisões seria mínimo e podemos ter mais de um par de estações se comunicando ao mesmo tempo. Mas o seu uso se torna impraticável, principalmente em redes com muitos computadores, devido ao número excessivo de interligações. Em uma rede com n computadores, seriam necessários n(n-1)/2 ligações ponto a ponto. Se em uma empresa existirem 100 computadores, seriam necessários 4950 enlaces ponto a ponto. Agora imagine em uma rede geograficamente distribuída com milhares de computadores. • ESTRELA É a topologia mais usada em redes locais. Nessa topologia existe um nó central onde todos os outros nós são conectados, que tem a função de gerenciar a comunicação. A comunicação pode ser por difusão, todas as informações são enviadas ao nó central, que as repete a todos os outros nós, ou pode ser feita ponto a ponto, o nó central recebe a informação e repassa ao nó de destino. Ao contrário da topologia em barramento, no caso do rompimento de uma ligação de um nó a rede não para, isso só acontece se ocorrer a paralisação do nó central. Não há parada na rede caso haja necessidade de incluir ou retirar um nó da rede. • PARCIALMENTE CONECTADA É a topologia mais utilizada em redes de grandes distâncias, também conhecida como topologia em grafo. Assemelha-se a topologia totalmente ligada, mas não apresenta todas as ligações entres os nós, ou semelhante à topologia em estrela, porém com rotas alternativas entre os nós. As mensagens destinadas a nós que não estão conectados diretamente, deverão passar por nós intermediários antes de chegar ao destino. Árvore É uma topologia disposta em forma hierárquica dividida em níveis, onde um nível mais alto é conectado a vários outros níveis inferiores. • TOPOLOGIA FÍSICA versus TOPOLOGIA LÓGICA A topologia física descreve os caminhos por onde os cabos passam, descreve onde cada nó está situado fisicamente, como é feita a distribuição do meio de comunicação, ou seja, o layout físico. A topologia lógica diz respeito ao modo como os dados são transmitidos e recebidos, descreve como as informações devem transitar ao longo da rede, o formato dos dados, etc. Em uma rede, a topologia lógica pode diferir da física, por exemplo, a topologia física pode ser estrela, com o nó central usando difusão, mas a topologia lógica será barramento, pois ao receber uma mensagem, o nó central a replicará a todos os outros. 3 - Arquiteturas e modelo de referência ARQUITETURA DE REDE No início dos anos 70 as empresas IBM, Xerox e Digital, desenvolveram suas arquiteturas próprias de redes, respectivamente SNA, XNS e Decnet. Havia um grande inconveniente, somente o fabricante (ou alguns por ele licenciado) fornecia produtos (hardware ou software) para sua arquitetura, o usuário ficava refém dos fornecedores, que cobravam o preço que queriam. Outro inconveniente era a incompatibilidade entre essas arquiteturas, ou seja, um dispositivo de uma rede SNA não se comunica com XNS ou DECNET, e vice-versa. Isso criava um grande inconveniente quando, por exemplo, uma empresa adquiri uma outra que possui um sistema diferente do seu. Para contornar esse problema era necessária a definição de uma arquitetura que pudesse interconectar computadores de fabricantes diferentes, e essa definição deveria ser pública e aberta, para que um fabricante não tivesse vantagem sobre outro. Foi com esse intuito que no início dos anos 80 que a ISO (International Standards Organization – Organização Internacional de Padronização) aprovou o RM-OSI (Reference Model Open Systems Interconnections - Modelo referencial para interconexão de sistemas abertos). Servindo como base para qualquer rede, seja local ou de longa distância. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DE PADRONIZAÇÃO As organizações internacionais importantes no campo de rede de computadores são: a ISO, a IEC e a ITU-T. Existem também as organizações nacionais que estão ligadas a ISO, no Brasil temos a ABNT, a americana ANSI e a europeia ETSI. O padrão de rede local foi proposto pelo grupo de trabalho 802 da IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), que é ligada a ANSI. ESTRUTURAÇÃO POR CAMADAS A tarefa de coordenar a comunicação entre dois hosts distintos é complexa, coordenar os detalhes como detecção e correção de erros de transmissão, roteamento das mensagens deve ser cuidadosamente observados para que esta comunicação ocorra de maneira precisa, segura e livre de erros. Para reduzir a complexidade do projeto, a estrutura da rede é construída em forma de camadas sobrepostas hierarquicamente, cada uma desempenhando um papel específico. Cada camada, fornece serviços e funções para as camadas de níveis superiores, escondendo dessas os detalhes de implementação dos serviços. O acesso aos serviços se dá através da interface da camada. Uma camada de um nível N de uma máquina se comunica com a camada de mesmo nível em outra máquina. As regras que regem essa comunicação são chamadas de protocolo da camada N. 13 Fernanda Souza Fernanda Souza Redes de Computadores I 12 O acesso aos serviços provido por uma camada se faz através de um SAP (service access point). As funções de cada camada são executadas por processos (que podem ser implementados por software ou por hardware) chamados de entidades. Entidades que executam em camadas correspondentes e em máquinas distintas são chamadas de entidades pares. A figura 1.11 ilustra a estrutura de rede em 5 camadas. Figura 1.11 – Estrutura de redes em camadas Fonte: acervo pessoal Nenhum dado é transmitido diretamente da camada N do host A para a camada N do host B. Em vez disso, os dados são passados para a camada imediatamente abaixo, até encontrar o meio físico, sendo assim efetivamente transmitido para o host B. Os dados agora fazem o percurso inverso, sendo transmitidos para as camadas superiores, até chegar a camada de destino. Existe uma diferença entre serviços e protocolos. Essa diferença é descrita por Tanenbaum: “Um serviço é um conjunto de primitivas (operações) que uma camada oferece para a camada acima dela. O serviço define as operações para a camada que está preparada para executar e satisfazer seus usuários, mas ele não tem nada a ver com o modo como essas operações são implementadas. Um serviço diz respeito à interface existente entre duas camadas, que, por sua vez, tem como provedor a camada inferior e como usuário a camada superior. Já o protocolo é um conjunto de regras que controla o formato e o significado dos quadros, pacotes ou mensagens trocados pelas entidades pares contidas em uma camada. As entidades utilizam protocolos com a finalidade de implementar suas definições de serviço. Elas têm a liberdade de trocar seus protocolos, desde que não alterem o serviço visível para seus usuários. Portanto, o serviço e o protocolo são completamente independente.” (TENEBAUM, 2011, s/p.) Para facilitar o entendimento da comunicação através de camadas (e sua eficiência), tomemos o seguinte cenário: dois pesquisadores (um brasileiro e um indiano) trabalham em uma pesquisa, cada um localizado em uma universidade em seu país, e nenhum fala a língua do outro. Construiremos agora uma comunicação através de 3 camadas, na camada mais superior estão os pesquisadores, na inferior um tradutor e na mais baixa um secretário. O protocolo entre da camada 3 é relatórios (informações trocadas entre os cientistas), o da camada 2 será uma língua escolhida de comum acordo entre os dois tradutores, nesse caso o inglês, e temos o fax como protocolo da camada mais baixa (que será o meio de transmissão). O cientista brasileiro escreverá seu relatório em português, enviará para o tradutor, que fará a tradução para o inglês, passará para o secretário que cuidará de transmitir por fax para o outro secretário na Índia. Agora a mensagem percorrerá o sentido inverso atéchegar ao outro cientista. Note que do ponto de vista dos cientistas eles estão se comunicando entre eles, um envia um relatório (em português) e o outro recebe um relatório (em hindu). Não interessando a ambos qual a língua utilizada para a tradução. A mesma coisa se aplica aos tradutores, eles não se preocupam com o método utilizado para a transmissão da mensagem, e sim com a língua utilizada para comunicarem entre eles. Se ao invés de utilizarmos o telefone como meio de transmissão e passarmos a utilizar fax, nada se alterará para o tradutor e o cientista, eles continuarão a fazer o serviço da mesma maneira. Note que modificamos a implementação de uma camada e não precisamos alterar as das outras. O MODELO OSI O modelo de referência OSI é composto por sete camadas (figura 1.12), foi elaborado entre 1978 e 1984 pela ISO. Devemos deixar claro que o RM-OSI por si só não é uma arquitetura de rede, pois não específica os serviços e protocolos de cada camada. Ele descreve a função que cada camada deve desempenhar. Figura 1.12- Camadas do Modelo OSI Fonte: acervo pessoal • A CAMADA FÍSICA A função do nível físico é a transmissão de uma unidade de dados (neste caso um bit) através de um canal de comunicação. O projeto de protocolos dessa camadas deve se preocupar em especificar como representar os bits 0 e 1, a duração e a intensidade do sinal elétrico (ou ótico), o modo de transmissão (simplex, half-duplex ou full duplex), velocidade da transmissão, pinagem dos conectores, ou seja, lida com as características mecânicas e elétricas do meio físico. Não sendo de sua responsabilidade tratar os erros de transmissão. • A CAMADA DE ENLACE O objetivo da camada de enlace é detectar e possivelmente corrigir erros de transmissão que possam ter ocorridos na camada física. A camada de enlace de dados particiona os 14 13 dados a serem enviados em unidades chamadas quadro (frames), que são compostos por uma cadeia de centenas de bytes, delimitados por uma sequência preestabelecida de bits. Outra função dessa camada é tratar a duplicação e chegada de quadros fora de ordem e também evitar que o transmissor envie mais quadros que o receptor possa processar. • A CAMADA DE REDE Essa camada é responsável pelo roteamento de pacotes (unidades de dados dessa camada) entre a de origem e o destino, principalmente quando existir rotas diferentes que conectam os mesmos. A tarefa dessa camada é escolher o melhor caminho entre os dois hosts, evitando congestionamento. Outra tarefa é a contabilização de pacotes transferidos por usuário, para efeito de tarifação. A camada de rede oferece dois tipos de serviços: datagramas (serviço não orientado à conexão) e circuito virtual (orientado à conexão). No serviço por datagramas os pacotes podem não seguir o mesmo caminho entre a origem e destino, a rota que cada um vai seguir é escolhida no momento do envio. No serviço de circuito virtual, é estabelecido antes do envio uma rota prévia que contém todos os nós por onde os pacotes deverão passar, ou seja, estabelecendo um único caminho entre a origem e o destino. • A CAMADA DE TRANSPORTE A função principal dessa camada é controlar o fluxo de informação transmitida e recebida. Ao receber dados da camada superior, quebra-os em unidades menores para ser utilizado pela camada de rede. Para cada conexão de transporte requisitada pela camada superior ela criará uma conexão de rede, caso seja requisitado uma conexão de transporte com alta taxa de transmissão, várias conexões de rede serão criadas. Caso a conexão de rede seja cara de manter, a camada de transporte pode multiplexar várias conexões de transporte em uma conexão de rede. Essa camada oferece dois tipos de serviços: confiável e não confiável. O serviço não confiável é mais rápido, porém não garante a entrega, nem a ordem ou a inexistência de quadros duplicados; por outro lado o serviço confiável oferece todas essa garantias, porém é um serviço mais lento. Essa lentidão se deve ao fato de que a camada de transporte terá que remontar, colocar na ordem e descartar os frames duplicados recebidos da camada de rede. • A CAMADA DE SESSÃO O objetivo dessa camada é sincronizar e organizar a troca de informação entre dois processos de aplicação através de sessões. Os principais serviços oferecidos por essa camada são: controle de diálogo e a sincronização da comunicação. A sincronização da comunicação permite que a transmissão de dados possa ser retomada após uma interrupção na conexão. O controle de diálogos é feito utilizando o mecanismo de token, a entidade que o possuir está autorizada a transmitir, caso a entidade receptora deseje transmitir dados, ele deve requisitar o token ao transmissor. É função da camada de sessão o gerenciamento do token. • A CAMADA DE APRESENTAÇÃO O objetivo dessa camada é fazer transformações adequadas nos dados antes de enviá-los à camada de sessão. Essas transformações podem ser: compactação de dados, criptografia e representação canônica de dados. Arquiteturas diferentes possuem diferentes formas de representar seus dados, por exemplo, a arquitetura Intel no armazenamento de dados utiliza a representação little endian (byte mais significativo a direita), enquanto que os da arquitetura Motorola (PowerPC) utilizam a representação big endian (byte mais significativo a direita). A representação binária do inteiro de 2 bytes do número 6 utilizando o little endian é: 00000000 00000110, enquanto que na big endian é: 01100000 00000000. A função da camada de sessão é transformar o dado a ser transmitido em um formato comum (representação canônica) que possa ser entendido pelos dois lados, independente da arquitetura. No exemplo anterior, se não for feito essa transformação, o número 6 seria entendido pelo outro lado como 1536 (o número binário 000000000 00000110, na representação big endian). • A CAMADA DE APLICAÇÃO Fornece aos processos dos usuários uma interface para acessar os diversos serviços de aplicações. É a camada com o maior número de protocolos, visto que está mais próxima ao usuário. Os serviços mais comuns são: correio eletrônico, transferência de arquivos, login remoto, entre outros. Alguns exemplos de protocolos: NFS (Network File System), o SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), FTP (File Transfer Protocol), SNMP (Simple Network Management Protocol), IMAP (Internet Message Protocol), HTTP (HyperText Transfer Protocol), POP3 (Post Office Protocol), SSH (Secure Shell), etc. A TRANSMISSÃO DE DADOS NO MODELO OSI A figura 1.13 ilustra como uma mensagem do usuário A até o usuário B. A transmissão inicia com o processo do usuário entregando para a camada de aplicação os dados a serem transmitidos. A camada de aplicação dá a esses dados o nome de SDU (Service Data Unit) da camada de aplicação. A camada irá acrescentar a esse SDU um cabeçalho denominado PCI (Protocol Control Information), o conteúdo desse cabeçalho são dados de controle da camada. A esse processo em que a camada adiciona informações aos dados recebidos de outra camada damos o nome de encapsulamento. O resultado dessa junção é chamado de PDU (Protocol Data Unit-Unidade), que é unidade de informação trocada pelas entidades pares. O PDU da camada de aplicação é passado para a camada de apresentação, tornando-se o SDU da camada de apresentação. Novamente é adicionado a esse PDU um outro cabeçalho, criando assim o PDU da camada de apresentação. Esse processo continua até a camada de enlace, que além de adicionar um cabeçalho, adiciona também um fechamento, que contém um FCS (Frame Check Sequence) para a detecção de erro. O PDU da camada de enlace recebe o nome de quadro (frame), que é convertida em bits e transmitida pela camada física. 15 Redes de Computadores I 14 Figura 1.13 – Encapsulamento de dados do modelo OSI Disponível em: <http://www.tcpipguide.com/free/t_ DataEncapsulationProtocolDataUnitsPDUsandServiceDa.htm>. Acesso em:13 jun. 2018. Retomando a aula Vamos rever o que aprendemos até agora? 1 - DEFINIÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Nós aprendemos que para ser considerada uma rede de computadores além de termos um conjunto de computadores interligados entre si trocando informações não pode haver nesse relacionamento a condição de mestre/escravo. Aprendemos também que o surgimento da rede de computadores aconteceu devido ao avanço tecnológico dos computadores, antes os dados estavam consolidados em apenas um local, com o advento do microcomputador esses dados começaram a se espalhar dentro dos mais diversos departamentos da empresa, surgiu a necessidade de um único computador ter acesso a todos esses dados como antigamente. Aliado a isso temos que lembrar que os periféricos eram muito caros naquela época, se existisse uma maneira de compartilhá-los isso representaria grande economia dentro de uma empresa. Foi desse cenário que nasceu as redes de computadores. 2 - COMPONENTES E TECNOLOGIAS ENVOLVIDAS No começo da seção aprendemos que toda rede de computadores possuem três componentes, os computadores, um sistema de comunicação interligando-os fisicamente e um conjunto de software coordenando a comunicação. Aprendemos também que esses componentes são divididos em duas categorias: • COMPONENTES FÍSICOS: como, por exemplo, cabos e placas. • COMPONENTES LÓGICOS: são os programas que coordenam a comunicação entre os componentes lógicos como, por exemplo, a sinalização de bits para o envio através de um meio físico e a detecção e correção de erros que possam acontecer durante a transmissão. Vimos também que não existe uma única maneira de se classificar as redes de computadores, mas existem duas que são mais aceitas relacionadas a distribuição geográfica e a tecnologia utilizada na transmissão de dados. Quanto a distribuição geográfica temos as redes locais (LAN), redes metropolitanas (MAN) e redes de longa distância (WAN). Quanto a tecnologia de transmissão temos redes ponto a ponto e por difusão. Aprendemos também que a transmissão de dados pode ser através de sinais analógicos ou digitais. Também vimos que o sentido da transmissão pode ser simplex, half-duplex ou full-duplex. Entendemos que durante uma transmissão podem ocorrer alguns problemas como, por exemplo, a atenuação, o ruído e o retardo. Conhecemos os principais meios físicos utilizados na transmissão de dados desde o antigo cabo coaxial até as modernas fibras óticas e transmissão por rádio e não deixando de fora o meio físico mais utilizado atualmente que é o par trançado. Observamos as mais diversas topologias existentes em redes de computadores: barra, anel, totalmente conectada, estrela e parcialmente conectada. Não se assustem com a quantidade de termos técnicos, nós retornaremos a esses temas nas próximas aulas quando os estudaremos com mais detalhes. 3 - ARQUITETURAS E MODELO DE REFERÊNCIA. Nesta seção aprendemos que o mercado de redes de computadores era dominado nos anos 70 por 3 empresas, e que os equipamentos desenvolvidos por uma não se comunicava com outra, o chamado sistema fechado. Vimos que no início dos anos 80 surgiu o modelo de referência OSI criado pela organização mundial de padronização ISO. Entendemos que os modelos OSI são divididos em sete camadas, cada uma desempenhando um papel específico para realizar a transmissão de dados de um ponto a outro. Estudamos também como uma camada se comunica com a outra. Vamos relembrar quais são essas sete camadas? A camada física: é a primeira camada do modelo OSI. Seu objetivo é realizar a codificação dos bits em sinais elétricos, luminosos ou de radiofrequência e transmiti-los através de um meio físico. A camada de enlace: a camada física não realiza nenhum controle de erros, cabe a camada de enlace realizar essa tarefa. Ainda são suas tarefas: delimitação de quadros e tratar quadros que chegam fora de ordem ou duplicados. A camada de rede: essa camada tem a função de encontrar o caminho entre dois pontos e ainda tem a função de evitar 16 15 congestionamento na rede. A camada de transporte: o propósito dessa camada é de dar uma qualidade no serviço desempenhado pela camada de rede. A camada de sessão: o objetivo dessa camada é de sincronizar a troca de informações entre dois computadores. A camada de apresentação: a principal função dessa camada é compatibilizar a representação de dados entre computadores de arquiteturas diferentes. Possui ainda as funções de compactação e criptografia de dados. A camada de aplicação: é nessa camada que reside os diversos tipos de serviços que nós humanos utilizamos como, por exemplo, o e-mail, a transferência de arquivos e as páginas web. WIKIPÉDIA, Redes de Computadores. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Redes_de_computadores>. Acesso em: 16 março 2019. WIKIPÉDIA, Modelo de Referência OSI. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Modelo_OSI>. Acesso: em 16 março 2019. Vale a pena ler Vale a pena Minhas anotações 17
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