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Resumo do artigo: Conhecimento e práticas científicas na esfera pública: antropologia, gênero e sexualidade
Texto de Sérgio Carrara, Isadora Lins França e Júlio Assis Simões
Com o processo de redemocratização do Brasil, iniciado em meados da década de 1970, populações tipicamente estudadas pelo campo da Antropologia começaram a ganhar visibilidade, de forma que o engajamento político se consolidou como uma marca da antropologia. Um pouco mais tarde foi criado pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) o Comitê de Gênero e Sexualidade, como uma resposta ao cenário político vigente, onde observa-se um crescente reconhecimento das demandas e reivindicações feitas por movimentos feministas e LGBT. Assim, expandiu-se o campo de estudos antropológicos. Entretanto, os membros de tais movimentos, os sujeitos políticos, trabalhados pela antropologia, começaram a ser atacados e os próprios estudos desenvolvidos por antropólogos e antropólogas junto a eles no campo do gênero e da sexualidade, foram sendo contestados e deslegitimados. O Comitê de Gênero e Sexualidade da ABA, através de notas, relatórios e cartas, reagiu aos crescentes ataques relacionados a gênero e sexualidade que ocorreram tanto na esfera midiática quanto no poder legislativo. Nos últimos anos, esses pronunciamentos giram em torno de questões como a violência contra mulher, e contra a comunidade LGBT, além da defesa de direitos sexuais e reprodutivos. Ao mesmo tempo que os debates sobre gênero e sexualidade fazem parte da antropologia também geram como efeito os “pânicos morais” devido historicamente serem questões carregadas de medos e anseios pessoais e sociais. Assistimos o aumento desses pânicos ao analisar a conjuntura atual do país a cerca dessas questões, as pressões não se mantem apenas no meio público social, mas com as redes sociais foram facilmente difundidas ideias errôneas carregadas de preconceito e aversão a cerca de gênero e sexualidade, o que obviamente acabou refletindo na esfera política. Isso, acarretou em uma série de problemas como o surgimento de projetos e ideias como a “Escola sem Partido” e a “ideologia de gênero”, que se mostraram um retrocesso para os antropólogos, assim como, para os grupos afetados pela disseminação dos pânicos morais. Contudo, essas ideias não passaram de estratégias para os conservadores e religiosos, defensores da heteronormatividade e hierarquia dos gêneros, acusarem as ciências sociais e humanas e faze-las desacreditadas.

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