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PATOLOGIA PERIAPICAL PERICEMENTITE APICAL AGUDA (PAA) · Também conhecida como Periodontite Apical Aguda. É uma infecção de origem odontogênica localizada no ligamento periodontal apical, que repercute com dor intensa quando o dente em questão é tocado · Classificação: · Traumática: o dente vital sofre uma lesão traumática que lesiona o ligamento periodontal. Pode ocorrer uma pericementite traumática quando, durante o tratamento endodôntico, ocorre uma sobreinstrumentação (ação indevida do dentista. Iatrogenia: flare up). Um exemplo disso é quando fazemos restauração e o dente fica alto · Química: substâncias que chegaram à região apical através do canal radicular durante o preparo mecânico. Dente sem vitalidade. Causada por iatrogenia. Dente pode ficar um pouco sensível ao toque · Infecciosa ou microbiana: é a mais comum. Bactérias da necrose pulpar se alojam nos tecidos periapicais adjacentes ao forame apical. Também pode ser causada pelo profissional, por inadequada neutralização. Por isso, fazemos a o preparo na ordem coroa-ápice. · Características clínicas: dor intensa, mas suportável; evolução rápida; provocada; localizada; passageira; sensibilidade à percussão; mobilidade; sensação de dente crescido (extrusão súbita); não dói à palpação (não tem alteração da mucosa periapical) · Características radiográficas: a única característica é o espessamento do ligamento periodontal, mas pode ser que não tenha · Diagnóstico diferencial: · Abcesso Periapical Agudo (APA): sendo que este nunca vai ter vitalidade e a sua dor é espontânea (porém exacerbada com o teste de percussão, porque o dente está igualmente extrusionado). Na APA, a mucosa pode estar alterada e a infecção disseminada. · Tratamento: Independente da origem, o canal deverá ser irrigado abundantemente com soro fisiológico (30mL, no mínimo) e o curativo deverá ser feito com Otosporim gotejado dentro do conduto (tubete). Tratamento sistêmico. Em todos os casos, aliviar a oclusão do dente (procedimento comum em todas as pericementites). O Otosporim deve ser injetado por um tubete de anestesia porque ele só funciona por contato · Traumática: ajuste oclusal. Se for sobreinstrumentação, fazer tratamento da região apical. · Química: remoção da substância irritante através de tratamento da região apical. · Infecciosa: limpeza ou preparo biomecânico do canal e curativo ABCESSO PERIAPICAL AGUDO (APA) · Ocorre necrose da polpa gerando uma infecção odontogênica de alta virulência e evolução rápida. A coleção purulenta presente no interior do canal que vai se alojar no tecido ósseo adjacente ao forame apical. · Características clínicas · Fase inicial: dor intensa e insuportável; espontânea; contínua; localizada; sensibilidade à percussão e extrusão súbita; mobilidade; pode haver alteração da mucosa periapical (sinal de dor à palpação); linfonodos infartados; febre. · Fase em evolução: semelhante à fase inicial, porém com dor menos intensa (porque conseguiu passar a lâmina dura do osso); edema generalizado na área agredida (não se restringe apenas ao dente causador), sem ponto de flutuação; a coleção purulenta atravessou a lâmina dura e encontra-se subperiostal; inchaço firme e duro. · Fase evoluída: semelhante à fase inicial, porém com dor menos intensa; edema generalizado na área agredida (não se restringe apenas ao dente causador), com ponto de flutuação; a coleção purulenta atravessou o periósteo e encontra-se submucoso; inchaço “flutuante” avermelhado com ponto de drenagem amarelado. · Resumo: na fase clínica, é intraóssea. Mucosa periapical normal, mobilidade, extrusão e dor à percussão. Na fase de tecidos moles, há infecção disseminada causando edema (inflamação) · Celulite facial (flegmão): aumento de volume, dor à palpação, avermelhamento dos tecidos · Submucoso/subcutâneo: pode ser maduro (amarelado e flutuante), ou imaturo (avermelhado e duro) · Diagnóstico diferencial: · PAI: vitalidade, localização da dor, sem dor a percussão · PAA: dor somente provocado · Lesões crônicas reagudizadas · Tratamento: sempre indicar tríade da medicação (antibiótico, anti-inflamatório e analgésico). No anti-inflamatório, receitar diclofenaco de sódio/potássio 50mg e Tylex (analgésico) 30 mg (codeína) · Tratamento local: abertura do dente para drenagem intracanal (caso haja possibilidade por causa do trismo) e neutralização com tricresol; drenagem intra e extraoral. Depois da drenagem, assim que for possível, fazer o procedimento endo ou exodôntico · Características radiográficas: PODE apresentar espessamento do ligamento periodontal ou não ABCESSO PERIAPICAL CRÔNICO (APC) · Ocorre necrose da polpa gerando infecção de baixa virulência e evolução lenta. Lesão crônica onde o hospedeiro e a agressão estão em equilíbrio. É uma coleção purulenta localizada na região apical de um dente necrosado (sem a presença de dor) · Características clínicas: dor somente provocada e suportável; passageira; sem mobilidade; sem extrusão súbita; mucosa normal em cor, continuidade e volume, porém pode apresentar fístula; escurecimento da coroa. · Características radiográficas: área radiolúcida periapical de tamanho variável, com forma irregular e limites imprecisos. A lâmina dura na região apical apresenta-se rompida. Aspecto esfumaçado. · Evolução: · Agressão < Resistência = GRANULOMA · Agressão = Resistência = FÍSTULA INTERMITENTE · Agressão >Resistência = AGUDIZAÇÃO · Diagnóstico diferencial: Não tem sintomas, por isso o diagnóstico diferencial se dá por imagem · Granuloma Periapical: contorno mais bem definido · Cisto periapical: região central bem radiolúcida, linha de osteogênese reacional, diâmetro · Displasia Fibrosa Periapical: radiopaca, localização · Tratamento: tratamento endodôntico radical e acompanhamento clínico e radiográfico (proservação). Se houver presença de fístula e esta não desaparecer após o término do tratamento, ela poderá estar epitelizada. Nestes casos, cureta-se a fístula para que ela possa cicatrizar. GRANULOMA · É a proliferação de tecido de granulação na região periapical de um dente com necrose pulpar. É a evolução de um abcesso crônico, onde a resistência do hospedeiro foi maior que a agressão (processo inverso do ocorrido para formar um abcesso fênix). Evolução lenta · Características clínicas: idem as de um abcesso crônico – ASSINTOMÁTICO. · Caraterísticas radiográficas: lesão radiolúcida de limites bem definidos (pode-se ver onde começa o osso sadio), com linha radiopaca (osteogênese reacional), não marcante e descontínua. Lesão pequena, de aproximadamente 5 mm de diâmetro · Tratamento: endodontia convencional, retratamento ou cirurgia paraendodôntica. Controle clínico e radiográfico, não importando o tipo de tratamento realizado. Pode ter regressão da lesão após retratamento · Diagnóstico diferencial: · Abcesso Periapical Crônico: limites imprecisos · Cisto Periapical: diâmetro, radiolucidez central, osteogênese reacional bem definida. · Displasia Fibrosa Periapical: radiopaca, localização · Alteração pulpar que não teve nenhuma das pulpites e que acabou necrosando, formando um abcesso crônico, fazendo com que o nosso corpo formasse um granuloma CISTO PERIAPICAL · É uma lesão aderida à região periapical de um dente despolpado, originada pela estimulação das células epiteliais remanescentes localizadas no periápice. É uma proliferação do epitélio contido no granuloma. O que irá determinar isso é os restos epiteliais de Malassez no ligamento periodontal dos dentes. · Características clínicas: são mais comuns na maxila; assintomáticos; podem agudizar; dependendo do tamanho, pode causar deslocamento dentário · Características radiográficas: área radiolúcida arredondada ou ovalada; osteogênese reacional (linha esclerótica radiopaca, contínua e bem definida); radiolucidez central bem nítida · Tamanhos: · Pequeno: 10 a 20 mm. Apresenta-se totalmente intraósseo. Não causa deslocamento dental e a mucosa está normal · Médio: 20 a 30 mm. Podem ocorrer manifestações clínicas, como expansão da cortical óssea (aumento de volume na região apicaldo dente), podendo haver deslocamento; consistência de óssea a crepitação papirácea (lâmina óssea fraturada com líquido no interior) · Grande: mais de 30 mm. Variadas consistências à palpação; não há mais osso entre os tecidos (alteração de cor da mucosa, onde ela fica mais transparente) · Tratamento: idem ao tratamento de outras lesões periapicais e acompanhamento clínico e radiográfico. Se não houver regressão, fazer cirurgia periapical. · Diagnóstico diferencial: abcessos crônicos, granulomas e displasia fibrosa periapical DISPLASIA CEMENTÁRIA PERIAPICAL · Radiolúcida ou de radiopacidade mista. Originada de células do ligamento periodontal principalmente em indivíduos de meia idade (40 anos), porém mais comum em mulheres negras; mais comum na região de incisivos inferiores que se encontram vitais e assintomáticos. Não se trata, somente se acompanha. Dentes vitais. LESÕES CRÔNICAS REAGUDIZADAS (Abcesso periapical Crônico Reagudizado) · Abcesso Fênix. É o abcesso que possui as características clínicas do abcesso agudo e a imagem radiográfica do abcesso crônico. Era um abcesso crônico, onde a agressão tornou-se maior que a resistência do hospedeiro (ou por aumento da virulência dos microrganismos ou por queda de resistência sistêmica). Tratamento idêntico ao APA. Evolução rápida · Tanto o granuloma como o cisto também podem passar de um estado crônico para agudo. Neste caso, teremos um granuloma ou um cisto agudizado, que também podem ser chamados de Abcedados ou Fênix
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