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apostila C Eng Clin 1

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COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 1 
 
 
Competências da 
Engenharia Clínica I 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 2 
Competências da Engenharia Clínica I 
 
 
Unidade I: Programas de Treinamento de Pessoal Hospitalar 
 
1.1 Treinamento Contra Incêndio 
Os custos gerados com acidentes envolvendo funcionários e pacientes no ambiente 
hospitalar estão compatíveis com os investimentos feitos nas áreas de aquisição, 
treinamento e uso de tecnologias? 
 
Conceitos Fundamentais 
Fogo é a oxidação rápida, autossustentada por meio de uma reação exotérmica de 
uma substância combustível com um oxidante, acompanhada de emissão de 
intensidade variada de calor, luz e fumaça (COTÉ et al., 2002). 
Para que o fogo exista, é necessária a presença simultânea de quatro elementos: 
combustível, comburente (normalmente o oxigênio), calor e reação em cadeia. 
 
Extinção do Incêndio 
A extinção do incêndio se dá por uma ação para romper o tetraedro do fogo. 
Eliminando-se qualquer um dos quatro elementos essenciais para a manutenção do 
fogo, interrompe-se o processo de combustão e, consequentemente, o incêndio. 
 
 
 
Assim, pode-se eliminar, afastar ou bloquear o combustível (isolamento), embora isso 
nem sempre seja possível. Pode-se reduzir, eliminar ou afastar o comburente 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 3 
(oxigênio), por abafamento ou pela sua substituição por outro gás não comburente 
(inerte). 
 
Pode-se eliminar o calor pelo resfriamento no ponto em que ocorre a queima ou 
combustão ou, ainda, pode-se interromper a reação em cadeia. 
 
Define-se incêndio como sendo o fogo disseminando-se de forma descontrolada no 
tempo e no espaço (ISO 8421-1), causando danos e prejuízos à vida, ao patrimônio e 
ao meio ambiente. 
 
A fumaça desenvolvida no incêndio minimiza o entendimento da sinalização de 
segurança, provoca lacrimejamento, tosse e sufocação. Debilita a movimentação das 
pessoas e gera pânico, dificultando muito o acesso às rotas de fuga. 
Classes de incêndio 
 
 
Incêndio/ 
Agente 
extintor 
Água Pó BC Pó ABC CO2 Halogenados Espuma 
mecânica 
Classe A Eficiente Não Eficiente Pouco 
eficiente 
Pouco 
eficiente 
Eficiente 
Classe B Não Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente 
Classe C Não Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente Não 
Método 
de 
extinção 
Resfriamento Quebra a 
reação 
em 
cadeia 
Quebra a 
reação 
em 
cadeia 
Abafamento Abafamento Abafamento 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 4 
Utilização dos Extintores 
 
 
Fases do Incêndio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 5 
Medidas de Proteção Contra Incêndios 
 
Sistemas de Detecção de Incêndio 
São aquelas acionadas somente por ocasião do incêndio e compreendem sistemas 
fixos de detecção, de alarme, de extinção com ação manual (extintores e hidrantes), 
de supressão com ação automática, registros, dampers corta-fogo e fumaça com 
acionamento eletromecânico e dispositivos de intertravamento para bloqueio de fontes 
de energia elétrica do sistema de condicionamento de ar e ventilação e das fontes de 
energia elétrica e combustível. 
 
1.2 Riscos Biológicos 
Os riscos biológicos, no âmbito das Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde 
no Trabalho ‒ NR ‒, incluem-se no conjunto dos riscos ambientais, junto aos riscos 
físicos e químicos, conforme pode ser observado pela transcrição do item 9.1.5 da 
Norma Regulamentadora 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA): 
 
Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, 
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função 
de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são 
capazes de causar danos à saúde do trabalhador. 
 
O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental do processo que 
servirá de base para decisões quanto às ações de prevenção, eliminação ou controle 
desses riscos. Reconhecer o risco significa identificar, no ambiente de trabalho, fatores 
ou situações com potencial de dano à saúde do trabalhador ou, em outras palavras, 
se existe a possibilidade desse dano. 
 
NR 32 ‒ Segurança Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde 
 
 
Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes 
básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 6 
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de 
promoção e assistência à saúde em geral. 
Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer 
edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as 
ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em 
qualquer nível de complexidade. 
 
Riscos biológicos: para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a 
probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. 
 
A exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença desses agentes no 
ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas categorias de exposição: 
 
1. Exposição derivada da atividade laboral que implique utilização ou manipulação do 
agente biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. É conhecida também 
como exposição com intenção deliberada. 
 
Nesses casos, na maioria das vezes, a presença do agente já está estabelecida e 
determinada. O reconhecimento dos riscos será relativamente simples, pois as 
características do agente são conhecidas e os procedimentos de manipulação estão 
bem determinados, assim como os riscos de exposição. Na área de saúde, alguns 
exemplos poderiam ser: atividades de pesquisa ou desenvolvimento que envolvam a 
manipulação direta de agentes biológicos, atividades realizadas em laboratórios de 
diagnóstico microbiológico, atividades relacionadas com a biotecnologia 
(desenvolvimento de antibióticos, enzimas e vacinas, entre outros). 
 
2. Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique manipulação 
direta deliberada do agente biológico como objeto principal do trabalho. Nesses casos 
a exposição é considerada não deliberada. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 7 
Alguns exemplos de atividades: atendimento em saúde, laboratórios clínicos (com 
exceção do setor de microbiologia), consultórios médicos e odontológicos, limpeza e 
lavanderia em serviços de saúde. A diferenciação desses dois tipos de exposição é 
importante porque condiciona o método de análise dos riscos e, consequentemente, 
as medidas de proteção a serem adotadas. 
 
1.3 Uso de Equipamentos 
 
Equipamentos de Proteção Individual 
 
Contra Riscos Biológicos 
 Respeito às Regras Gerais de Segurança e ainda a realização das medidas de 
proteção individual. 
 Uso do avental, luvas descartáveis, máscara e óculos de proteção e demais 
equipamentos de proteção individual (EPI) necessários. 
 Utilização da capela de fluxo laminar corretamente, mantendo-a limpa após o 
uso. 
 Usar luvas quando as atividades a serem desenvolvidas exigirem contato com 
fluidos corpóreos (soro, plasma, urina, ou sangue total). 
 Usar protetor facial, como óculos de segurança, principalmente quando houver 
possibilidade de espirros de fluidos. 
 Usar vestimentas de proteção, como aventais, quando o risco biológico for 
reconhecido. 
 Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada. 
 Minimizar a formação de aerossóis durante as manipulações laboratoriais. 
 Evitar o contatodas mãos com a face. 
 
O desenvolvimento de um programa de treinamento exaustivo a respeito do uso de 
equipamentos médicos é uma das principais intenções de um programa de segurança 
em hospitais. Graças às mudanças que vêm ocorrendo na esfera judicial, em face do 
avanço tecnológico e de acidentes, responsabilidades adicionais estão sendo impostas 
para médicos e enfermeiros. 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 8 
Um treinamento com o objetivo de reconhecer as condições dos equipamentos, a 
necessidade de reparos e os sinais que demonstrem possibilidade de falhas deve ser 
recomendado para esses agentes da área da saúde. 
 
Uma vez tendo disponibilidade de materiais para consulta e o número cada vez maior 
de problemas de segurança reais, relacionados com a falta de Treinamento e 
Engenharia Clínica e SESMT, um programa para treinamento de usuários de 
equipamentos médicos pode ser elaborado de forma eficaz para reduzir os riscos 
existentes do ambiente hospitalar. 
 
1.4 Sistemas da Qualidade 
Como a saúde foi uma das últimas organizações sociais a adotar os modelos de 
qualidade, sua utilização iniciou-se timidamente na área administrativa. Um dos fatores 
que vem contribuindo para superar essa situação é a disputa de mercado entre as 
instituições hospitalares. 
 
A partir do ano 2000, alterando o paradigma anterior, observa-se nos hospitais da 
região central de São Paulo mudança no padrão de atendimento e na prestação de 
serviços. Hoje se enfatiza a qualidade na assistência à saúde dentro de um mercado 
competitivo. 
 
Qualidade: é um fenômeno continuado de aprimoramento que estabelece 
progressivamente os padrões, resultado dos estudos de séries históricas na mesma 
organização ou de comparação com outras organizações semelhantes, em busca do 
defeito zero. 
 
É também um processo essencialmente cultural e, desse modo, envolve motivação, 
compromisso e educação dos participantes da entidade, que são assim estimulados a 
uma participação de longo prazo no desenvolvimento progressivo dos processos, 
padrões e dos produtos da entidade. 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 9 
Sistema de Gestão: Requisitos Mínimos 
 
 Identificar os processos e sua aplicação para a organização. 
 Determinar a sequência e a interação dos processos. 
 Determinar critérios e métodos para operação e controle. 
 Assegurar a disponibilidade de recursos e informação. 
 Monitorar, medir e analisar esses processos. 
 Implementar ações para atingir os resultados planejados. 
 Manter a eficácia1 desses processos. 
 
1Eficácia: medida dos resultados, quando utilizada em situações ideais ou 
experimentais. 
 
 
Sistema de Gestão: Requisitos de Documentação 
 
 Declarações da política da qualidade. 
 Manual da qualidade. 
 Controle de documentos. 
 Controle de registros. 
 
 
Sistema de gestão: Recursos humanos 
 
 Competência necessária para a execução dos trabalhos. 
 Treinamentos para atingir a competência. 
 Assegurar a consciência quanto à pertinência e à importância de sua atividade 
no Sistema de Qualidade. 
 Manter registros. 
 
 
 
Organização Nacional de Acreditação 
 
A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é uma organização privada, sem fins 
lucrativos e de interesse coletivo, que tem como principais objetivos à implantação e 
implementação nacional de um processo permanente de melhoria da qualidade da 
assistência à saúde, estimulando todos os serviços de saúde a atingirem padrões mais 
elevados de qualidade, dentro do Processo de Acreditação. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 10 
Itens que compõem a avaliação detalhada para conceder a acreditação: 
 
1. Acesso e continuidade do cuidado. 
2. Direitos dos pacientes e familiares. 
3. Avaliação do paciente. 
4. Cuidados ao paciente. 
5. Educação dos pacientes e familiares. 
6. Melhoria da qualidade e segurança do paciente. 
7. Prevenção e controle de infecções. 
8. Governo, liderança e direção. 
9. Gerenciamento do ambiente hospitalar e segurança. 
10. Educação e qualificação de profissionais. 
11. Gerenciamento da informação 
 
Avaliação: a fase de avaliação e visita é composta por dois grandes momentos: a 
pré-visita e a visita propriamente dita. Na pré-visita, o hospital prepara-se para o 
processo com a divulgação interna e distribuição do Manual aos funcionários. 
 
Visita: a visita somente ocorrerá após a solicitação formal voluntária do hospital, à 
Instituição Acreditadora. A duração da visita dos avaliadores é variável em função do 
porte e da complexidade do hospital. Na visita, todos os setores e as unidades são 
avaliados dentro de uma programação definida junto aos responsáveis do Hospital. 
 
Estudo de Caso: LABORATÓRIO CLÍNICO 
Serviço responsável pela coleta, processamento e resultados de exames 
complementares, de acordo com o grau de complexidade da instituição, para fins de 
diagnóstico e tratamento. 
 
Divido em três níveis em função da complexidade: 
 
 Nível 1:o Responsável Técnico do Laboratório tem habilitação específica e 
supervisiona a execução das atividades; conta com profissionais habilitados de 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 11 
plantão, ativo ou a distância, nas 24 horas; tem estrutura para processar as 
análises conforme modelo assistencial e complexidade do serviço. 
 
 Nível 2: o Laboratório dispõe de manual(is) de normas, rotinas e procedimentos 
documentado(s), atualizado(s) e disponível(is), bem como protocolos clínicos e 
estatísticas básicas; possui programa de educação e treinamento continuado, 
voltado para a melhoria de processos e para a prevenção de acidentes; 
evidências de integração com os outros serviços da organização. 
 
 Nível 3: o serviço possui sistema de aferição da satisfação dos clientes (internos 
e externos); integra o programa institucional da qualidade e produtividade com 
evidências de ciclos de melhoria e está vinculado a um programa externo de 
controle da qualidade; dispõe de sistema de informação com dados, taxas e 
indicadores que permitem a avaliação do serviço e a comparação com 
referenciais adequados. 
 
Relatório e Certificado 
O relatório é elaborado pelos avaliadores para o hospital e para a gerência da 
instituição acreditadora com um parecer final dos avaliadores (de consenso) sobre a 
indicação para a acreditação e em que nível. 
 
O certificado é emitido pela instituição acreditadora e tem a validade de 2 anos para 
“Acreditado” e “Acreditado pleno”. 
 
Unidade II: Informatização Hospitalar 
 
2.1 Sistemas de Diagnóstico 
Sistema de Informação em Saúde é “um conjunto de componentes que atuam de 
forma integrada por meio de mecanismos de coleta, processamento, análise e 
transmissão da informação necessária e oportuna para implementar processos de 
decisões no Sistema de Saúde. Seu propósito é selecionar dados pertinentes e 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 12 
transformá-los em informações para aqueles que planejam, financiam, proveem e 
avaliam os serviços de saúde” segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 
 
A finalidade é registrar todos os atendimentos provenientes de internações 
hospitalares que foram financiadas pelo Sistema Único de saúde (SUS) e, a partir desse 
processamento, gerar relatórios para que os gestores possam fazer os pagamentos 
dos estabelecimentos de saúde. 
 
Recebe mensalmente uma base de dados de todas as internações autorizadas 
(aprovadas ou não para pagamento) para que possam ser repassados às Secretarias 
de Saúde os valores de produção de média e alta complexidades. 
 
2.2 Prontuário Eletrônico 
Conformea Resolução CFM 1638/2002, prontuário eletrônico é o conjunto de 
informações assistenciais, oriundas de atendimentos de saúde, em diferentes âmbitos 
(ambulatorial ou internação), registradas de forma eletrônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 13 
Sistema Único de Saúde 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 14 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 15 
2.3 Sistemas de Administração Hospitalar 
 
Sistema de Informação Hospitalar (SIH) 
 
Sistemas Administrativos: 
 Recursos Humanos 
 Recursos Financeiros 
 Recursos Materiais 
 Recursos Jurídicos 
 Sistemas Clínicos 
 Sistema de Administração a Recursos e Serviços no Paciente 
 Agendamento Admissão Internação Pronto-Socorro Controle Cirúrgico 
 Laboratório Clínico PACS1 Prontuário Eletrônico 
 Sistema de Apoio Prática Médica 
 Prescrição Eletrônica 
 Suporte à Decisão 
 
1PACS: Picture Archiving and Communication System 
 
Unidade III: Segurança Hospitalar e Aspectos Ocupacionais 
 
3.1 Conceito e Segurança 
 
Conceito: utiliza-se de conhecimentos científicos necessários para proporcionar de 
forma integrada, proteção, conforto, bem-estar e eficácia nas atividades desenvolvidas 
em diversas áreas. 
 
No caso dos ambientes de saúde, a sua atuação tem como objetivo melhorar a 
adaptação de insumos, ferramentas, equipamentos, estações de trabalho, processo de 
trabalho e a ambiência aos trabalhadores, buscando segurança, produção, conforto e 
saúde, contribuindo assim para a promoção da qualidade de vida. 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 16 
Nota-se que os laboratórios e os hospitais são estruturas prestadoras de serviços em 
saúde e, portanto, estão constantemente envolvidos em manejo de riscos. Este é 
estabelecido para evitar e reduzir ao mínimo as possibilidades de acidentes ou práticas 
de alto risco que potencialmente podem causar dano tanto aos funcionários como aos 
pacientes. 
 
Assim, o manejo de risco deve garantir não somente um ambiente de trabalho seguro, 
mas também condições adequadas para que os pacientes possam submeter-se aos 
procedimentos clínicos mais avançados e obter diagnósticos confiáveis. 
 
Segurança: pode ser definida como um conjunto de ações voltadas para prevenção, 
minimização ou eliminação de riscos inerentes a essas atividades e que podem 
comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos 
trabalhos desenvolvidos. 
 
A rotina do Laboratório de Microbiologia envolve exposição tanto com material clínico 
e reagentes químicos com potenciais agentes patogênicos concentrados em meio de 
cultura. Assim, profissionais da área de saúde e outros trabalhadores que exercem 
suas atividades em laboratórios, estão sob risco de desenvolver doença por exposição 
a agentes infecciosos, produtos químicos tóxicos e inflamáveis, entre outros. 
 
A inspeção de saúde e segurança nos ambientes de trabalho pode ser conceituada 
como o procedimento técnico por meio do qual se realiza a verificação física nos 
ambientes laborais, buscando-se identificar e quantificar os fatores de risco para os 
trabalhadores ali existentes, com o objetivo de implantar e manter as medidas 
preventivas necessárias. 
 
Nesta apostila, aborda-se exclusivamente a inspeção de Saúde e Segurança do 
Trabalho (SST) realizada por inspetores do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), 
que tem características de polícia administrativa. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 17 
3.2 Tipos de Risco 
O ambiente hospitalar, por sua complexidade, expõe seus trabalhadores a um elevado 
número de riscos ocupacionais, tanto da área de atendimento aos pacientes/clientes 
como de todas aquelas de apoio desses serviços de atenção à saúde, que predispõem 
os trabalhadores à ocorrência de acidentes de diversas naturezas. 
 
Os riscos nas unidades hospitalares são decorrentes, de maneira especial, da 
assistência direta prestada pelos profissionais de saúde a pacientes em diversos graus 
de gravidade. Tais riscos se originam de atividades insalubres, podendo desencadear 
o aparecimento de doenças e acidentes de trabalho. 
 
Conceito de risco ambiental: risco ambiental é aquele que pode trazer ou ocasionar 
danos à saúde ou à integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em 
função de sua: 
 
 Natureza: essência física, química ou biológica (contato com fungos e bactérias 
pode ser prejudicial à saúde). 
 
 Concentração: grau de presença do elemento (excesso de gás carbônico gera 
problemas respiratórios). 
 
 Intensidade: capacidade de causar efeitos (temperaturas baixas e altas 
produzem danos). 
 
 Exposição: submissão do trabalhador às suas consequências (radiação ionizante 
gera prejuízo à saúde). 
 
Os Riscos Ambientais são: 
 
 Riscos físicos: são representados por fatores ou agentes existentes no ambiente 
de trabalho que podem afetar a saúde dos trabalhadores. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 18 
 Riscos químicos: são identificados pelo grande número de substâncias que 
podem contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade física 
e mental dos trabalhadores. 
 
 Riscos biológicos: estão associados ao contato do homem com vírus, bactérias, 
fungos, protozoários, parasitas, bacilos e outras espécies de microrganismos. 
 
 Ergonômicos: estão ligados à execução de tarefas, à organização e às relações 
de trabalho, totalmente relacionados com a forma com que a jornada de 
trabalho é realizada. 
 
Trata-se de riscos que podem interferir nas características psicofisiológicas do 
trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. Como exemplos podem ser 
citados os traumatismos de coluna dos profissionais da enfermagem ao realizar o 
translado de pacientes de determinado lugar pra outro. 
 
 Acidentes ou mecânicos: são muito diversificados e estão presentes no arranjo 
físico inadequado. 
 
 
Mapa de Risco ‒ Exemplo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 19 
Acidentes e Equipamentos de Proteção Individual 
 
Os acidentes mais comuns na área hospitalar estão nos setores de enfermagem e 
limpeza, na maioria dos casos causados por materiais perfurocortantes como agulhas, 
navalhas, bisturis e vidros. Há também transmissões de doenças por esses materiais 
e contato com fluidos corpóreos, além de infecções causadas por microrganismos. 
Os acidentes ocasionados por picada de agulhas são responsáveis por 80% a 90% das 
transmissões de doenças infecciosas entre trabalhadores de saúde. 
 
Outro setor do estabelecimento hospitalar que oferece grandes riscos é a sala de raios-
X, local onde o profissional está exposto à radiação ionizante. Para todos os setores 
do ambiente hospitalar, além da capacitação para determinada função, o profissional 
deve receber EPI, como luvas, aventais ou capotes, botas, gorros e óculos. 
 
O profissional na área de radiologia recebe aventais e óculos com equivalência de 
chumbo, pois esse material apresenta densidade maior e isola a radiação a que o 
profissional estará exposto. Outro fator importante para esse profissional é a 
permanência no local. O Plano de Proteção Radialógica (PPR) visa, dentre outras 
coisas, manter a carga de radiação o mais baixo possível. A radiação é medida por 
dosímetro. É importante manter cabelos presos, e não é permitido o uso de adornos 
como pulseiras, anéis e brincos e evitar comer e beber em local impróprio.3.3 Prevenção 
É preciso estar constantemente alerta para os riscos de acidentes em qualquer local 
do hospital, comunicando à supervisão qualquer eventualidade, prática ou condição 
insegura. 
 
A prevenção de acidentes de trabalho deve ser uma preocupação manifestada tanto 
pelos profissionais quanto pelas instituições hospitalares. Os profissionais devem ser 
conscientes quanto à necessidade de conhecer e empregar adequadamente as normas 
de biossegurança e exigir segurança no ambiente hospitalar aos seus empregadores 
para o exercício assistencial com menor risco para a sua saúde ocupacional. Isso é de 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 20 
fundamental importância, uma vez que os profissionais de saúde se opõem à utilização 
de EPI, subestimando o risco de se infectarem. 
 
O Ministério da Saúde recomenda, em caso de exposição percutânea ou cutânea, a 
lavagem exaustiva com água e sabão ou solução antisséptica. No caso de exposição 
em mucosas, é recomendada a lavagem exaustiva com água ou solução fisiológica. A 
fim de que se possa reduzir o número de acidentes dessa natureza, é necessária a 
atuação expressiva e eficiente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH 
‒ programa de trabalho dos profissionais da saúde cujo objetivo é a redução da 
exposição aos diversos agentes infecciosos) e do SESMT nos locais de maior 
ocorrência. Para tanto, é necessário que se proceda ao reconhecimento de todas as 
áreas hospitalares, bem como à epidemiologia do tipo de acidente em cada instituição. 
 
Assim como os equipamentos de proteção são importantes para prevenir acidentes e 
doenças ocupacionais, a vacinação contra hepatites B e C é uma maneira de 
prevenção. 
 
Prevenção Contra Riscos Biológicos 
 
 Usar luvas quando as atividades a serem desenvolvidas exigirem contato com 
fluidos corpóreos (soro, plasma, urina, ou sangue total). 
 
 Usar protetor facial, como óculos de segurança, principalmente quando houver 
possibilidade de espirros de fluidos. 
 
 Usar vestimentas de proteção, como aventais, quando o risco biológico for 
reconhecido. 
 
 Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada. 
 
 Minimizar a formação de aerossóis durante as manipulações laboratoriais. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 21 
 Evitar o contato das mãos com a face. 
 
Ações que Ajudam a Evitar Acidentes no Trabalho 
 
 Promover treinamentos e palestras com vistas a conscientizar o trabalhador 
sobre os riscos envolvidos no desempenho de suas atividades. 
 
 Observar falhas na ergonomia do ambiente de trabalho, tais como cadeiras 
malposicionadas, mesas muito altas ou baixas, iluminação fraca etc. 
 
 Valorizar o uso do EPI 
 
3.4 Segurança Mecânica 
Vários estudos têm demonstrado os acidentes de natureza mecânica que ocorrem com 
pacientes (escorregões e quedas quando tentam fazer uso de sanitários e durante o 
banho), quando se movimentam em macas cujo centro de gravidade foi 
inadequadamente dimensionado e mesmo com funcionários que, na tentativa de 
movimentar ou posicionar pacientes, passam a sofrer de problemas na coluna 
vertebral. 
 
Um deles mostra que, nos Estados Unidos 10% das ações legais que representaram 
custos para os hospitais, durante um período de 3 anos (1975 a 1978), envolveram 
quedas (55). Outro estudo mostrou que, de 875 reivindicações por parte de pacientes, 
durante um período de 4,5 anos, 20% foram devidas a quedas e escorregões (56). Há 
ainda os casos de crianças lesionadas por ficarem presas às grades de berços (57, 58) 
ou sofrerem quedas de incubadoras (59). 
 
Outros casos descrevem quedas de monitores fisiológicos sobre pacientes acamados, 
lesões associadas a procedimentos de anestesia, como dentes e cordas vocais 
lesionados durante a intubação de pacientes (60). 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 22 
Outro estudo realizado pela Fundação de Gerenciamento de Risco das Instituições 
Médicas Harvard (Risk Management Foundation of the Harvard Medical Institutions), 
durante um período de 9 anos, mostrou que, de 29 reinvindicações de pacientes, 
aproximadamente 7% (2) dos casos envolviam lesões de natureza mecânica 
relacionadas com equipamentos. 
 
Um dos casos estava associado à quebra de um cabo de sustentação de um 
intensificador de imagens, o qual, ao cair, provocou fratura da pelve do paciente. No 
outro caso, o paciente teve o dedo fraturado quando foi atingido pela parte móvel da 
mesa de raios-X (61). 
 
3.5 Segurança de Laboratório Clínico 
As normas regulamentadoras de saúde e segurança no trabalho Em decorrência das 
mudanças ocorridas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) com a sanção da Lei 
6.514/1977, em 8 de junho de 1978, é aprovada pelo ministro do Trabalho a Portaria 
MTb 3.214 (BRASIL, 1978), composta de 28 Normas Regulamentadoras, conhecidas 
como NR – uma delas revogada em 2008 –, que vêm tendo a redação modificada 
periodicamente, visando atender ao que recomendam as convenções da Organização 
Internacional do Trabalho OIT. 
 
As revisões permanentes buscam adequar as exigências legais às mudanças ocorridas 
no mundo do trabalho, principalmente no que se refere aos novos riscos ocupacionais 
e às medidas de controle, e são realizadas pelo próprio MTE, inclusive, por delegação 
de competência pela Secretaria de Inspeção do Trabalho. As NR estão, em grande 
parte, baseadas em normas semelhantes existentes em países economicamente mais 
desenvolvidos. As NR da Portaria 3.214/1978 são as seguintes (redação atual): 
 
• NR-1 – Disposições Gerais. 
• NR-2 – Inspeção Prévia. 
• NR-3 – Embargo ou Interdição. 
• NR-4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho – SESMT. 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 23 
• NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa. 
• NR-6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI. 
• NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. 
• NR-8 – Edificações. 
• NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA. 
• NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 
• NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. 
• NR-12 – Máquinas e Equipamentos. 
• NR-13 – Caldeiras e Vasos de Pressão. 
• NR-14 – Fornos. 
• NR-15 – Atividades e Operações Insalubres. 
• NR-16 – Atividades e Operações Perigosas. 
• NR-17 – Ergonomia. 
• NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. 
• NR-19 – Explosivos. 
• NR-20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis. 
• NR-21 – Trabalho a Céu Aberto. 
• NR-22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. 
• NR-23 – Proteção Contra Incêndios. 
• NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho. 
• NR-25 – Resíduos Industriais. 
• NR-26 – Sinalização de Segurança. 
• NR-27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do 
Trabalho (revogada pela Portaria MTE 262, de 29 de maio de 2008). 
• NR-28 – Fiscalização e Penalidades. 
 
 Classificação dos Laboratórios Segundo o Nível de Biossegurança: 
 
Nível 1 de Biossegurança (NB-1) ou Proteção Básica (P1) 
As práticas, o equipamento de segurança e o projeto das instalações são apropriados 
para o treinamento educacional secundário ou para o treinamento de técnicos, e de 
professores de técnicas laboratoriais. 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 24 
 
É adequado ao trabalho que envolva agente com o menor grau de risco para o pessoal 
do laboratório e para o meio ambiente. Bacillus subtilis, Naegleria gruberi, o vírus da 
hepatitecanina infecciosa e organismos livres sob as Diretrizes do National Institutes 
of Health (NIH) de DNA Recombinantes são exemplos de microrganismos que 
preenchem todos esses requisitos descritos antes. Muitos agentes que geralmente não 
estão associados a processos patológicos em homens são, entretanto, patógenos 
oportunos e podem causar uma infecção em jovens, idosos e indivíduos 
imunossuprimidos ou imunodeprimidos. 
 
As cepas de vacina que tenham passado por múltiplas passagens in vivo não deverão 
ser consideradas não virulentas simplesmente por serem cepas de vacinas. O 
laboratório, nesse caso, não está separado das demais dependências do edifício. O 
trabalho é conduzido, em geral, em bancada. Os equipamentos de contenção 
específicos não são exigidos. O pessoal de laboratório deverá ter treinamento 
específico nos procedimentos realizados no laboratório e deverão ser supervisionados 
por cientista com treinamento em microbiologia ou ciência correlata. 
 
Nível 2 de Biossegurança (NB-2) ou (P2) 
As práticas, os equipamentos, a planta e a construção das instalações são aplicáveis 
aos laboratórios clínicos, de diagnóstico, laboratórios escolas e outros laboratórios 
onde o trabalho é realizado com um maior espectro de agentes nativos de risco 
moderado presentes na comunidade e que estejam associados a uma patologia 
humana de gravidade variável. 
 
Com boas técnicas de microbiologia, esses agentes podem ser usados de maneira 
segura em atividades conduzidas sobre uma bancada aberta, uma vez que o potencial 
para a produção de borrifos e aerossóis é baixo. O vírus da hepatite B, o HIV, a 
Salmonella e o Toxoplasma spp. são exemplos de microrganismos designados para 
esse nível de contenção. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 25 
O Nível de Biossegurança 2 é adequado para qualquer trabalho que envolva sangue 
humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células humanas primárias em que a 
presença de um agente infeccioso pode ser desconhecido: 
 
(1) O pessoal de laboratório deve ter treinamento técnico específico no manejo de 
agentes patogênicos e devem ser supervisionados por cientistas componentes; 
(2) O acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais; 
(3) Determinados procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de 
aerossóis infecciosos devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica ou 
outro equipamento de contenção física. 
 
Nível 3 de Biossegurança (NB-3) ou (P3) 
É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção 
onde o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias ou potencialmente 
fatais como resultado de exposição por inalação. 
 
A equipe laboratorial deve possuir treinamento específico no manejo de Mod II ‒ 20 
agentes patogênicos e potencialmente letais devendo ser supervisionados por 
competentes cientistas que possuam vasta experiência com esses agentes. Todos os 
procedimentos que envolverem a manipulação de material infeccioso deverão ser 
conduzidos dentro de cabines de segurança biológica ou outro sistema de contenção 
física. 
 
Os manipuladores devem usar roupas de proteção individual. O laboratório deverá ter 
instalações compatíveis para o NB-3. Para alguns casos, quando não existirem as 
condições específicas para o NB-3, particularmente em instalações laboratoriais sem 
área de acesso específica, com ambientes selados ou fluxo de ar unidirecional, as 
atividades de rotina e operações repetitivas poderão ser realizadas em laboratório com 
instalações NB-2, desde que acrescidas das práticas recomendadas para NB-3 e do 
uso de equipamentos de contenção para NB-3. Cabe ao pesquisador principal a decisão 
de implementar essas modificações, comunicando-as a CIBio e CTNBio. 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 26 
Nível 4 de Biossegurança (NB-4) ou (P4) 
As práticas, o equipamento de segurança, o planejamento e a construção das 
dependências são aplicáveis para laboratórios clínicos, de diagnósticos, laboratório-
escola, de pesquisa ou de produções. Nesses locais realiza-se o trabalho com agentes 
nativos ou exóticos com um potencial de transmissão por via respiratória e que podem 
causar infecções sérias e potencialmente fatais. 
 
Mycobacterium tuberculosis, o vírus da encefalite de St. Louis e Coxiella burnetii são 
exemplos de microrganismos determinados para esse nível. Os riscos primários 
causados aos trabalhadores que lidam com esses agentes incluem a autoinoculação, 
a ingestão e a exposição aos aerossóis infecciosos. Poucos são os laboratórios no 
mundo que possuem instalações compatíveis com nível 4 de biossegurança. 
 
3.6 Segurança Elétrica 
 
Choque Elétrico 
Ocorre quando duas partes do corpo entram em contato com condutores elétricos 
fazendo com que a corrente elétrica circule entre essas partes. 
 
 
 Efeito Biológicos 
 
 Desconforto (sensação de formigamento). 
 Contração muscular involuntária. 
 Queimadura pela elevada corrente elétrica. 
 Parada cardíaca ou fibrilação ventricular. 
 
A gravidade do efeito está diretamente relacionada com a quantidade de corrente 
elétrica que passa pelo corpo humano: 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Analisador de segurança elétrica 
 
Sua função é verificar as condições de segurança elétrica de aparelhos médicos. 
Analisa a segurança de equipamentos cujo consumo de corrente elétrica não seja 
superior a 10 Ampéres. Devem estar de acordo com as seguintes normas 
internacionais: IEC 601.1 e VDE 751.1. 
 
Como resultado dos testes, o equipamento deve fornecer: medição de corrente de 
fuga, consumo, todos valores de tensão de alimentação, continuidade da eletricidade 
para terra, resistência de isolação. Há ainda equipamentos, comercialmente viáveis, 
que incluem sinais de eletrocardiograma e ondas de arritmia, que podem ser utilizados 
em conjunto com monitores. 
 
 Queimadura 
 
Lesão mais comumente relacionada com o choque elétrico, ocorre quando um fio com 
eletricidade é tocado acidentalmente. 
 
 Ações Básicas 
 
 Somente profissionais qualificados e habilitados devem realizar serviços em 
fontes energizadas. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 28 
 Sinalizar o local com placa e avisos de não ligar enquanto o serviço estiver 
sendo executado. 
 
 Evitar trabalhar sozinho, porque, caso ocorra queda ou choque elétrico, não 
haverá ninguém para socorrer. 
 
 Utilizar sempre ferramentas e EPI adequados ao serviço a ser realizado. 
 
 
3.7 Aterramento 
Todos os recintos para fins médicos devem possuir um condutor de aterramento para 
proteção (identificado pela cor verde ou verde-amarela) conectado de forma 
permanente nas tomadas, sendo que a tensão de contato convencional é limitada a 
25 V em corrente alternada. Esse condutor deve ser comum a todas as partes 
condutivas expostas. 
 
Próximo ao ponto de origem da instalação (serviço secundário do transformador) deve 
existir uma ligação equipotencial principal, com uma barra de aterramento principal, 
sendo que devem ser feitas conexões por meio de condutores de ligação para as 
seguintes partes: 
 
 Condutores de proteção de para-raios; 
 Aterramento do sistema de distribuição de energia elétrica; 
 Sistema de aquecimento central; 
 Partes condutivas dos encanamentos de água, gás e esgoto; 
 Estrutura metálica do edifício, se aplicável. 
 
Cada recinto para fins médicos ou conjunto de salas médicas deve possuir sua própria 
barra de distribuição do condutor de proteção localizada no quadro dedistribuição de 
energia. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 29 
A impedância entre tal barramento e cada terminal de terra nas tomadas não deve 
ultrapassar 0,2 ohm. A área de secção transversal dos condutores de proteção é 
determinada pela tabela adiante. 
 
Em certas condições pode ser necessário dispor o condutor de proteção separado dos 
condutores de fase a fim de evitar problemas de medição ao se registrarem 
biopotências. 
 
 
ÁREA DA SECÇÃO TRANSVERSAL DO 
CONDUTOR FASES (mm²) 
MÍNIMA ÁREA DE SECÇÃO TRANSVERSAL 
DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO 
CORRESPONDENTE (mm²) 
S < 16 S 
16 < S < 35 16 
S > 35 S/2 
 
 
 
3.8 Prevenção do Fogo, Ergonomia 
 
Prevenção do fogo: Com o objetivo de reduzir o risco de incêndios em ambientes 
assistenciais de saúde, cujas consequências podem ser desastrosas por envolver uma 
população diversificada e nem sempre instruídas quanto ao combate ao fogo, são 
necessárias medidas para reduzir a probabilidade dessa ocorrência, tais como: 
 
Não fume em locais proibidos. Além do motivo relacionado com a saúde, a proibição 
pode estar associada a algum produto inflamável existente no local. 
 
Conserve os combustíveis e inflamáveis em recipientes próprios, fechados, em ordem 
e devidamente rotulados, dentro dos limites permitidos para cada local. 
 
Não obstrua nem mude de lugar os aparelhos de combate a incêndio (extintores). 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 30 
Se usar um extintor ou descarregá-lo acidentalmente ou verificar que algum extintor 
está com o lacre rompido, comunique o fato imediatamente a um membro da Brigada 
de Incêndio ou ao Técnico de Segurança do Trabalho responsável pela área. Não 
rompa o lacre dos extintores, a não ser para usá-los. 
 
Ergonomia: Está ligada a execução de tarefas, organização e relações de trabalho, 
ligadas totalmente a forma em que a jornada de trabalho é realizada. 
 
A ergonomia, como trabalho preventivo, faz grande diferença em termos de qualidade 
de vida dos empregados. Quando se encaram os desafios existentes na forma de 
realizar o trabalho, buscando e corrigindo as situações causadoras de afastamento, de 
dor, de desconforto, de dificuldade e de fadiga excessiva, a qualidade de vida dos 
trabalhadores é consideravelmente melhorada, doenças são evitadas e, 
consequentemente, a produtividade aumenta. 
 
 
3.9 Segurança Biológica 
 Riscos biológicos nem sempre são visíveis. 
 
Doenças contagiosas e perigosas: 
 
 Mycobacterium tuberculosis. 
 Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). 
 Norovírus. 
 Influenza 
 
Forma de proteção: máscaras, luvas e outros EPI. 
 
Precauções: 
Os ambientes hospitalares são considerados inerentemente contaminados, portanto 
convém evitar: 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 31 
 Comer ou beber. 
 Fumar. 
 Aplicar cosmético ou batom. 
 Contato com olhos e boca. 
 Usar telefone celular. 
 
 
 
3.10 Segurança Radiológica 
A proteção radioativa ou a proteção da saúde contra as radiações ionizantes é um 
ramo da segurança do trabalho. Por motivos históricos adiantou-se em relação a outros 
ramos, desenvolvendo um conjunto de objetivos, princípios, critérios e conceitos. 
Essas ideias, convenientemente articuladas e ordenadas, podem denominar-se 
“Filosofia da Proteção Radiológica”. 
 
Tais ideias constituem o fundamento da disciplina, sobre as quais se elaboram métodos 
efetivos de proteção contra radiação, com os quais se analisam e resolvem os 
diferentes problemas práticos. Historicamente, os motivos que serviram de base 
surgiram da necessidade de ajustar um marco conceitual de que certos riscos não 
podem ser eliminados completamente de algumas atividades humanas. 
 
Esses riscos apareceram pela primeira vez com a própria radiação ionizante. 
Atualmente, eles estão bastante determinados. Consistem na possível aparição de 
tumores malignos em algumas pessoas irradiadas e com consequências hereditárias a 
seus descendentes. 
 
A radioproteção trata da proteção dos indivíduos, de sua descendência e do conjunto 
da humanidade. Sem dúvida, permite que se realizem atividades sem a exposição a 
radiações. Os efeitos prejudiciais derivados da radioatividade são classificados em: 
somáticos ‒ aqueles que afetam ao próprio indivíduo que se expôs à radiação e 
hereditários ‒ aqueles que afetam também seus descendentes. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 32 
Desse modo, o objetivo da radioproteção deve ser assegurar que os níveis de radiação 
no ambiente de trabalho sejam aceitáveis, portanto, isentos de riscos à saúde das 
pessoas. 
 
 Proteção contra raios-X e raios gama 
 
Os raios-X e gama são encontrados com frequência no ambiente hospitalar. Embora 
sejam distintos em sua geração, ambos têm as mesmas propriedades físicas e devem 
ser tratados do mesmo modo. 
 
 Controle do tempo de exposição e distância de irradiação 
 
Os principais métodos de proteção contra radiação consistem em reduzir o tempo de 
exposição, aumentar a distância entre a fonte de radiação e os pontos de riscos e a 
utilização de uma blindagem da fonte com material protetor. 
 
A dose absorvida é inversamente proporcional ao quadrado da distância da pessoa à 
fonte de radiação. Por esse motivo, mesmo que a fonte seja de baixa intensidade, 
pode haver taxa de absorção extremamente elevada na superfície das fontes de raios-
X ou gama. 
 
 
3.11 Estrutura Administrativa Hospitalar 
 
As organizações hospitalares são consideradas organizações complexas tanto quanto 
à sua estrutura como quanto às relações sociais de trabalho (Gonçalves, 1998; 2002). 
Nesse contexto o executivo possui atribuições importantes que podem auxiliar sua 
sobrevivência e sucesso. 
 
O ambiente hospitalar hospeda hoje desde tecnologias muito simples até os complexos 
e sofisticados métodos computadorizados de diagnóstico e tratamento. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 33 
Tais tecnologias incluem a aplicação de conhecimentos gerados continuamente, a 
prestação de serviços de atendimento ao doente, a utilização de equipamentos 
mecânicos e eletrônicos, procedimentos, métodos e processos inovadores para a 
organização das diferentes atividades humanas em busca da recuperação da saúde. 
Visto que a definição de tecnologia em saúde é bem abrangente, segundo a ANVISA. 
 
 Administração 
 
Unidade que responde pelo gerenciamento dos recursos financeiros, materiais e 
humanos da Instituição. 
 
O hospital deve ser administrado segundo critérios absolutamente racionais, 
essencialmente fundamentados nos pressupostos que caracterizam a moderna 
administração empresarial. 
 
Devido ao volume de conhecimentos gerados na área da saúde e voltados 
principalmente para diagnóstico e tratamento das doenças, a tecnologia utilizada nos 
hospitais encontra-se em um movimento contínuo de inovação, exigindo uma 
permanente preocupação dos responsáveis pelos serviços, na busca da 
competitividade, objetivando a superação dos padrões assistenciais vigentes. 
 
 
 Requisitos 
 
 Profissional habilitado ou com capacitação compatível. 
 
 Serviço de pessoal com todos os registros dos funcionários e suas habilitações 
específicas. 
 
 Processos de aquisição, distribuição e controle dos insumos e recursos materiais 
duráveis, bem como registros, manejo e gerenciamento de bens. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 34 
 Processos de administração dos recursos financeiros, cobrança e controle 
orçamentário geral. 
 
 Instalações físicas e processoscompatíveis com a capacidade instalada e os 
serviços oferecidos. 
 
Dentro do MTE, as ações de segurança e saúde no trabalho estão particularmente 
afeitas à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), um dos seus órgãos específicos 
singulares, como pode ser observado na figura adiante, embora outras secretarias 
possam, subsidiariamente, ter algum papel nessa área. A SIT tem, entre outras, as 
atribuições descritas a seguir. 
 
1. Formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, inclusive do trabalho 
portuário, priorizando o estabelecimento de políticas de combate ao trabalho forçado, 
infantil, e a todas as formas de trabalho degradante. 
 
2. Formular e propor as diretrizes e normas de atuação da área de segurança e saúde 
do trabalhador. 
 
3. Propor ações, no âmbito do Ministério, que visem à otimização de sistemas de 
cooperação mútua, intercâmbio de informações e estabelecimento de ações integradas 
entre as fiscalizações federais. 
 
4. Promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua 
competência, propondo o seu aperfeiçoamento. 
 
5. Acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções 
ratificados pelo governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à 
OIT, nos assuntos de sua área de competência. 
 
6. Baixar normas relacionadas com a sua área de competência. 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA CLÍNICA I 35 
A SIT tem duas divisões. Ao Departamento de Inspeção do Trabalho (DEFIT) compete 
subsidiar a SIT, planejar, supervisionar e coordenar as ações da secretaria na área 
trabalhista geral (vínculo empregatício, jornadas de trabalho, intervalos intra e 
interjornadas, pagamento de salários, concessão de férias, descanso semanal, 
recolhimento ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço etc.). 
 
O Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) tem atribuições similares, 
embora na área de segurança e saúde no trabalho (serviços de segurança das 
empresas, controle médico ocupacional, equipamentos de proteção individual e 
coletiva, fatores de risco presentes nos ambientes de trabalho, condições sanitárias 
nos locais de trabalho etc.). 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
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maio de 1998. Brasília, 1998. 
 
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FREITAS, Irai Borges de; LOPES, Sarita Oliveira Ferreira. Perspectiva do uso da 
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