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Linfadenite Caseosa

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Linfadenite Caseosa
Epidemiologia 
- Doença crônica, debilitante e infectocontagiosa em ovinos e 
caprinos; 
- Possuem distribuição cosmopolita; 
- Em criação de ovinocaprinocultura, é umas das causas de 
maior prejuízo; 
- Ocorre com maior incidência no Nordeste, onde se concentra 
um dos maiores planteis do Brasil; 
- Na região Nordeste se concentra 89,9% dos caprinos, e 
39,9% dos ovinos do país; 
- A doença ocorre em todo o mundo e é uma infecção 
endêmica importante nas regiões onde há grandes criações de 
ovelhas e cabras; 
- É principalmente uma infecção de ovelhas e cabras, mas 
doença esporádica também ocorre em equinos e bovinos, no 
búfalo d’água, ruminantes silvestres, primatas, porcos e aves; 
- Linfadenite regional raramente é manifestada no homem; 
Etiologia 
- Causada por uma bactéria chamada Corynebacterium 
pseudotuberculosis; 
- É um bastonete Gram-positivo pequeno, e um parasita 
intracelular facultativo; 
- É encontrada no solo e em estrume contaminado com 
exsudato purulento; 
- Há dois biotipos: 
* Grupo Nitrato-negativo – Infecta ovelhas e cabras; 
* Grupo Nitrato-positivo – Infecta equinos; 
- Possui cepas que produzem uma exotoxina antagonicamente 
similar com atividade enzimática (fosfolipase D) que parece ser 
leucotóxica, podendo lesar as células endoteliais e disseminar-
se do local inicial de infecção para linfonodos regionais e órgãos 
viscerais; 
- A composição química de suas paredes celulares (conteúdo 
lipídico elevado) capacita o microrganismo a resistir à morte por 
meio dos fagócitos e a manter a infecção crônica. 
Sinais Clínicos 
- A LC apresenta-se sob duas formas – Forma cutânea 
externa, caracterizada por linfadenopatia unilateral ou bilateral; 
Forma visceral interna, com abscessos nos linfonodos internos 
e nas vísceras; 
- Os abscessos aparecem espontaneamente e aumentam com 
a idade; 
- Abscessos superficiais aumentam lentamente e podem 
romper-se, liberando pus infeccioso; 
- Em ovelhas de pastagem, ocorrem muitos abscessos 
superficiais nas regiões pré-escapular e pré-femoral, 
provavelmente com transmissão ocorrendo no momento da 
tosa; 
- Os animais não apresentam nenhuma característica óbvia da 
doença, a não ser a localização do abscesso que interfere nas 
funções de respiração ou deglutição; 
- Outras manifestações incluem broncopneumonia caseosa, 
artrite, aborto, abscedações do SNC e escrotal e mastite; 
- Em ovelhas, o abscesso frequentemente apresenta uma 
aparência de “rodela de cebola” laminada, descrita em corte 
transversal, com camadas fibrosas concêntricas separadas 
por exsudato caseoso espessado. 
- Em caprinos, o exsudato geralmente é mole e pastoso; 
- Há 3 níveis de perdas: 
* Nível 1 – Ocorre diminuição da produtividade – nessa fase, 
há um abscesso localizado que interfere nas funções normais 
do animal; 
- Abscesso Mandibular ou parotídeo – torna dolorido o ato 
mastigatório e de regurgitação; 
@Biaaz Med Vet 
- Abscesso Supra mamário – prejudica a amamentação das 
crias; 
* Nível 2 – Forma interna ou visceral – Ocasiona debilitação 
dos animais e a disseminação de abscessos no organismo, 
levando a: problemas reprodutivos, a condenação das carcaças 
e a morte do animal. 
- Condição debilitante – Thin Ewe Syndrome (Síndrome da 
ovelha magra) – afeta ovelhas adultas e muito comum na 
forma visceral da doença. 
- Essa linfadenite generalizada associada com perda de peso, 
resulta em morbidade e deficiência reprodutiva dos 
animais. 
* Nível 3 – Desvalorização das peles – Um só abscesso pode 
ocasionar a perda de 40% do valor da pele do caprino e do 
ovino; 
Transmissão 
- A infecção pode ocorrer após penetração do microrganismo 
através da pele intacta ou das membranas mucosas; 
- Em muitos casos, é provável iniciar-se por contaminação das 
feridas na pele superficial com material purulento dos 
abscessos rotos de outras ovelhas e cabras; 
- Abscessos pulmonares e superficiais rotos são as frentes 
primárias de contaminação ambiental; 
- Tonéis de banho, tosa e equipamento de alimentação e 
manuseio contaminados são responsáveis pela disseminação do 
microrganismo. 
- O pus contém grande número de bactérias que podem 
sobreviver durante meses no feno, raspadeira e no solo. 
- A doença é comumente introduzida em um rebanho pela 
entrada de um portador saudável provindo de um rebanho 
infectado ou através do contato nos pastos. 
- No Nordeste, acredita-se que a grande fonte de 
contaminação de caprinos advém do tipo de vegetação – 
caatinga – uma vez que esta é caracterizada por pequenas 
árvores contendo espinhos que podem causar ferimentos 
superficiais na pele dos caprinos; 
- O organismo infectante é capaz de sobreviver e persistir no 
meio ambiente por um longo período de tempo, constituindo-se 
numa constante fonte de infecção; 
- Ele é capaz de sobreviver por um longo período no solo e em 
materiais diversos; 
- Outras formas de transmissão: marcação, castração, 
vacinação, brigas entre os animais, compra de animais 
infectados e em estado subclínico. 
Diagnóstico 
- O diagnóstico geralmente pode se basear em sinais clínicos e 
história do rebanho; 
- Para diagnóstico definitivo, um aspirado de abscesso deve ser 
submetido a exame bacteriológico; 
- C. pseudotuberculosis pode ser facilmente isolada, embora 
possa ser recuperada em culturas mistas com outros 
microrganismos piogênicos; 
- O diagnóstico ainda poderá ser feito mediante a observação 
da presença do abscesso superficial; 
- O diagnóstico laboratorial deve ser feito através de exame 
bacteriológico do material caseoso para isolamento e 
confirmação do agente; 
- Já o diagnóstico de animais acometidos, sem apresentarem 
sintomatologia, é feito através de testes sorológicos existentes; 
- A maioria dos testes de diagnóstico detectam anticorpos 
contra a exotoxina do C. pseudotuberculosis; 
- Estes testes incluem: aglutinação indireta, hemoaglutinação, 
teste de inibição de antihemolisina, testes de neutralização em 
pele de coelho, teste de imunodifusão, teste de inibição de 
hemólise e ELISA; 
Tratamento 
- Geralmente não se tentam o tratamento da LAC, embora o 
microrganismo seja suscetível à penicilina; 
- A formação de abscessos limita a penetração e eficácia dos 
antibióticos; 
- O tratamento profilático e terapêutico não eliminará a C. 
pseudotuberculosis de rebanhos ou indivíduos infectados; 
- Os abscessos recorrem após drenagem ou tentativa de 
excisão cirúrgica; 
Profilaxia e Controle 
- A prevenção é baseada na transmissão reduzida do 
microrganismo a partir de animais infectados a suscetíveis; 
- Animais definhados e aqueles com abscessos recorrentes 
devem ser separados; 
- Quando são muito importantes para serem separados, 
aqueles com desenvolvimento de abscessos devem ser isolados 
e estes abscessos lancetados e lavados com solução de iodo; 
- Animais jovens devem ser criados isolados dos mais velhos e 
dos animais infectados, pois os fômites podem transmitir a 
doença; 
- Animais mais velhos e com abscessos devem ser tosados por 
último, e os equipamentos desinfectados todas as vezes que 
forem contaminados com o exsudato drenado; 
- Ferimentos cutâneos devem ser tratados topicamente e 
suturados se necessário; 
- É difícil a erradicação pois os métodos diagnósticos não 
detectam todos os animais infectados num rebanho; 
- A palpação de linfonodos externos não detecta portadores 
subclinicamente infectados e inaparentes, incluindo aqueles com 
abscessos internos; 
- A vacina bacteriana-toscóide natural está comercialmente 
disponível, porém a documentação de sua eficácia neste campo 
é limitada.

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