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PATOLOGIA PULPAR INERVAÇÃO PULPAR · Axônio Trigeminal penetra na raiz através do forame apical, sofre pouca ramificação na polpa radicular e se ramifica profundamente na polpa coronária apresentando-se como terminações nervosas livres. Seus neurônios sensoriais aferentes dividem-se principalmente em fibras delta-A (mielinizadas) e fibras do tipo C (amielinizdas) · Tipos de fibras nervosas: · Fibras A Alfa: Recoberta por uma camada espessa de mielina. Conduzem informações relacionadas com a propriocepção (sensação relacionada com os músculos). Estímulos: térmicos, alterações químicas (açúcar), preparos cavitários, cáries, desestabilizam o fluido intertubular presente nos túbulos dentinários. Ocorre movimentação dos odontoblastos que por estarem em íntimo contato com as fibras, deformam mecanicamente. O receptor ou terminação nervosa livre transformará essa energia mecânica em elétrica para que haja transmissão do impulso nervoso. · Fibras A Beta: Recoberta por uma camada de espessura intermediária de mielina. Conduzem informações relacionadas com o tato. · Fibras A Delta: Recoberta por uma fina camada de mielina. Conduzem informações relacionadas com dor e temperatura. Transmissão do pulso é saltatória (por serem mielinizadas). Nos dentes, localizam-se na porção mais periférica da polpa, junto a camada odontoblástica. Determinam dores de origem dentinária ou pulpagias hiper-reativas · Fibras do tipo C: Sem camada de mielina. Conduzem informações relacionadas a dor e temperatura e reação inflamatória. São mais delgadas. Nos dentes, localizam-se na porção mais interna (miolo) da polpa. São extremamente resistentes e os últimos tecidos a sofrerem necrose. Quando a lesão tecidual desencadeia reação inflamatória, há liberação de mediadores químicos e vasodilatação, aumentando a pressão em um tecido circundado por estruturas duras, o que gera a compressão dos tecidos pulpares · Inflamação: o processo de reparo começa na fase inicial do processo inflamatório, porém só irá ser concluído após a neutralização do agente agressor. Este reparo pode ser regenerativo ou cicatricial (fibrose) · Reação inflamatória: Marginação (contato com a parede do vaso) → adesão (adere a parede endotelial) → migração (deixa a corrente sanguínea) → quimiotaxia (ir em direção ao alvo) → opsonização (reconhecer e atacar o alvo) → fagocitose (engolir o alvo) → degradação ou morte (destruição do alvo) · Pulpite: é uma inflamação que se estabelece quando o organismo sente que a polpa é agredida. Tem causas biológicas, químicas e físicas PULPITE AGUDA · Dor aguda e intensa. A cavidade está fechada. Reação inflamatória rápida. PULPITE CRÔNICA · Não há dor ou é moderada e provocada (não dói porque tem para onde se expandir). A cavidade está aberta. Reação inflamatória lenta · Geralmente acontece em crianças por ter um sistema imunológico mais forte PULPITE AGUDA REVERSÍVEL (PAR) · Também conhecida como Hiperemia Pulpar e Pulpite Focal Reversível ou Pulpite Serosa · A polpa apresenta hiperemia (dilatação dos vasos sanguíneos) e, consequentemente, edema · Características da dor: intensa, provocada, passageira e localizada (o paciente sabe qual dente está doendo) · Características do dente: presença de cárie, restauração recente, retração gengival. O dente é vital, sem mobilidade, sem extrusão, sem dor à palpação e à percussão. · Teste térmico: dói e passa rápido · Diagnóstico diferencial: PARD (teste térmico x dor paroxística) · Tratamento: somente dentinário(fibras A delta). Remover causa e proteger a polpa. · Suportável ou insuportável é subjetivo, por isso não levar em consideração. Somente considerar a intensidade quando estiver em dúvida com a patologia (como a reversibilidade duvidosa) · Diagnóstico diferencial: a de reversibilidade duvidosa dói com estímulo e começa a acontecer sozinha PULPITE AGUDA DE REVERSIBILIDADE DUVIDOSA (PARD) · Características da dor: intensa; provocada/espontânea; localizada · Características do dente: idem PAR · Teste térmico: dói e passa lentamente · Diagnóstico diferencial: PAR (dor somente provocada) · Dor paroxística: sinal patognomônico da PARD. Dor intensa, em forma de “fisgada” que aparece e desaparece espontaneamente · Tratamento: dentinário/pulpar. Idem PAR, pode necessitar de proteção ou capeamento pulpar. Dor de origem dentinária (fibra A delta), mas já com certo quadro inflamatório (fibra tipo C) PULPITE AGUDA IRREVERSÍVEL (PAI) · É a dor de dente clássica.Estímulo das fibras do tipo C · Características da dor: · Fase intermediária: provocada, aguda, localizada e persistente, podendo ou não ser aliviada com analgésicos · Fase avançada: intensa, contínua, pulsátil, espontânea, difusa (não se sabe a origem, dói tudo). Alivia com o frio, aumenta com o calor e piora quando o paciente se deita. Analgésicos não são eficazes · Características do dente: ampla cavidade de cárie ou restauração muito profunda; vitalidade pulpar; sem mobilidade; sem extrusão; sem deslocamento; não apresenta dor a percussão · Gelo ou água gelada alivia a dor (vasoconstrição da reação inflamatória) · A reação inflamatória produz microabcessos, podendo gerar pus · Diagnóstico diferencial: Abcesso Periapical Agudo (APA), só que este não apresenta vitalidade pulpar, a dor é localizada, há mobilidade e extrusão súbita; Abcesso Periapical Crônico reagudizado (APC) este é idêntico ao APA, exceto pelo fato de apresentar imagem radiográfica (abcesso dói tudo igual, mas não é difuso) · Tratamento: pulpectomia (rizogênese completa) e pulpotomia (rizogênese incompleta). Tratamento radical (somente comprometimento das fibras do tipo C). Curativo: Otosporin PULPITE CRÔNICA ULCERADA · Dente com ampla exposição pulpar, onde a polpa encontra-se ulcerada sangrante. Ocorre um processo inflamatório crônico (presença de linfócitos, plasmócitos, macrófagos e fibroblastos), com formação de tecido de granulação (neoformação vascular e proliferação de fibroblastos). É uma agressão extrínseca de baixa virulência e longa duração, mais comumente encontrada em molares decíduos e primeiros molares permanentes. · Características da dor: inexistente ou moderada; principalmente por pressão; sempre passageira · Características do dente: cárie profunda ou dente traumatizado; vitalidade pulpar; sem extrusão; sem sensibilidade à percussão · Diagnóstico diferencial: nada se confunde com a pulpite crônica ulcerada. · Tratamento: idem PAI · Reposta ao teste térmico igual ao dente hígido PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA (PCU) · É uma evolução da pulpite crônica ulcerada, onde a polpa extrapola o limite da câmara pulpar, devido à uma proliferação da reação de granulação. Presença de pólipo pulpar, que é um tecido hiperplásico de consistência mole, cor rósea, sensível à exploração e de sangramento fácil e abundante · Características da dor: inexistente ou moderada, principalmente por pressão; sempre passageira · Características do dente: cárie profunda ou dente traumatizado , vitalidade pulpar, sem extrusão, sem sensibilidade à percussão. Presença de pólipo pulpar · Tratamento: idem PAI · Diagnóstico diferencial: através do pólipo pulpar · Pólipo Gengival: tecido hiperplásico originário da gengiva adjacente ao dente destruído, que se prolifera e invade a cavidade cariosa. Inserção gengival · Pólipo periodontal: tecido de granulação originário do tecido periodontal interradicular, que se prolifera e invade a cavidade cariosa. Inserção periodontal. Geralmente começa na interproximal CONSIDERAÇÕES FINAIS · Necrose não é uma patologia, mas sim uma condição, porém é um diagnóstico · Testes de diagnóstico: · Percussão: vertical: a dor é no periodonto sempre e tem origem endodôntica. Origem pulpar. Horizontal: é dor no periodonto, mas com origem periodontal · Térmico
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