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Sistema Vestibular/ Nervo Vestibular/ Lesões

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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
TUTORIA 9 – PROBLEMA 7 
 
OBJETIVOS 
1. DESCREVER A ANATOMIA DO SISTEMA VESTIBULAR (MACRO E MICRO) 
2. DESCREVER A NEUROFISIOLOGIA DO SISTEMA VESTIBULAR. 
3. DESCREVER AS PATOLOGIAS VESTIBULARES. 
4. EXPLICAR AS MANOBRAS DE DIX-HALLPIKE, EPLEY, HINTS TO INFARTC E A PROVA CALÓRICA. 
5. DIFERENCIAR SÍNDROMES VESTIBULARES PERIFÉRICAS E CENTRAIS/INCLUINDO NISTAGMO. 
6. DIFERENCIAR VERTIGEM DE TONTURA. 
7. DESCREVER OS REFLEXOS VESTIBULARES. 
OBS: ENTENDER SOBRE O SINAL DE ROMBERG POSTIVO E NEGATIVO. 
DESCREVER A ANATOMIA DO SISTEMA VESTIBULAR (MACRO E MICRO) 
O aparelho vestibular, também conhecido como 
sistema vestibular, é composto por um grupo de 
órgãos localizados no ouvido interno. Embutida na 
parte petrosa do osso temporal, é formado pelo 
labirinto ósseo e labirinto membranáceo. 
 
 LABIRINTO ÓSSEO: 
 Cóclea, vestíbulo e canais semicirculares; 
 Vestíbulo do labirinto ósseo contém o 
utrículo e o sáculo e partes do labirinto 
vestibular 
 Canais semicirculares (anterior, posterior e 
lateral), com suas ampolas ósseas; 
 LABIRINTO MEMBRANÁCEO: 
 Contém a endolinfa 
 Dividido em labirinto vestibular (utrículo e 
sáculo) e labirinto coclear (ducto coclear) e 
formado também por 3 ductos 
semicirculares; 
 As máculas são áreas especializadas de 
epitélio sensitivo. As células ciliadas da 
mácula são inervadas por fibras da divisão 
vestibular do nervo vestibulococlear; 
 Cada ducto semicircular tem uma ampola 
que contém uma área sensitiva, a crista 
ampular, que são sensores para registrar o 
movimento da endolinfa na ampola de 
correntes da movimentação da cabeça. 
 
FUNÇÕES DO LABIRINTO VESTIBULAR: 
1) Transformar as forças provocadas pela 
aceleração da cabeça e da gravidade em um sinal 
biológico. 
2) Informar os centros nervosos sobre a 
velocidade da cabeça e sua posição no espaço. 
3) Iniciar alguns reflexos necessários para a 
estabilização do olhar, da cabeça e do corpo. 
Todas essas funções são importantes para o 
equilíbrio (capacidade de manter a postura apesar 
de circunstâncias adversas). 
Além do aparelho vestibular periférico, o 
equilíbrio é também determinado pelos olhos, 
com sua percepção das relações espaciais, pelos 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
interoceptores (músculos, tendões, articulações, 
vísceras, ...) e pelos exteroceptores da pele. 
ANATOMIA DO VESTÍBULO E DOS CANAIS 
SEMICIRCULARES 
 VESTÍBULO MEMBRANOSO: O vestíbulo é 
uma pequena cavidade colocada entre a 
cóclea e os canais semicirculares. 
 É composto por duas vesículas, também 
chamados de órgãos otolíticos: 
o UTRÍCULO: é maior e ocupa a parte 
superior do vestíbulo 
o SÁCULO: é inferior e menor 
Uma pequena área de revestimento do utrículo e 
do sáculo se diferencia em órgão sensorial, a 
MÁCULA. A mácula do utrículo é chamada 
LÁPILUS, e a do sáculo, RÁGATA. 
 LÁPILUS: fica na superfície inferior do utrículo, 
quase horizontal; 
 Desempenha um papel importante na 
determinação da orientação da cabeça 
quando a pessoa está ereta. 
 RÁGATA: está localizada no plano vertical. 
 É importante para o equilíbrio quando a 
pessoa está em decúbito. 
 
 As máculas apresentam células ciliadas 
sensoriais intercaladas por células de 
sustentação. Cada mácula é recoberta por 
uma camada gelatinosa, na qual estão 
mergulhados os otólitos, formações de 
carbonato de cálcio. As milhares de células 
ciliadas projetam cílios para dentro da camada 
gelatinosa. O peso dos otólitos inclinará os 
cílios em direção a força da gravidade. 
 O sáculo é ligado ao ducto coclear pelo 
CANALÍCULO DE HENSEN. 
 Do utrículo e do sáculo originam-se ductos que 
vão se unir para formar o DUCTO 
ENDOLINFÁTICO. Este atravessa o aqueduto 
vestibular (um estreito canal ósseo) e termina 
no SACO ENDOLINFÁTICO, uma pequena 
dilatação em fundo cego recoberta por Dura-
máter. 
 O saco endolinfático tem duas funções: 
o Equilibrar a pressão entre sistema 
vestibular e sistema nervoso central 
o Absorver endolinfa. 
LÍQUIDOS DO LABIRINTO 
 A ENDOLILINFA é incolor, semelhante aos 
líquidos intracelulares: 
 (rica em K+, 120 a 150 mmol/l, e pobre em 
Na+, 1 a 2 mmol/l, além de possuir glicose e 
proteínas) e, 
 Preenche o labirinto membranoso. 
 Sua secreção é feita em algumas regiões do 
epitélio labiríntico, especialmente na estria 
vascular, com possível controle hormonal. 
 A PERILINFA localiza-se entre o labirinto 
membranoso e o ósseo; 
 Com função de amortecer as vibrações ósseas. 
 Sua composição é semelhante à do líquido 
extracelular, sendo o Na+ o principal cátion e 
Cl- o principal ânion. 
CANAIS SEMICIRCULARES 
 Os canais semicirculares são três de cada lado, 
denominados de: 
o SUPERIOR OU ANTERIOR; 
o LATERAL OU HORIZONTAL; 
o POSTERIOR OU FRONTAL; 
 Estão dispostos em ângulo reto uns em relação 
ao outro, de modo que representam todos os 
três planos do espaço. 
 Cada canal tem uma extremidade dilatada 
chamada de ampola e uma extremidade não 
ampolar. 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
 As extremidades não ampolares dos canais 
posterior e superior se unem antes de 
chegarem no vestíbulo, onde se abrem em um 
orifício comum. Os canais laterais fazem um 
ângulo de 30° com o plano horizontal, quando 
a cabeça está na posição ortostática. Sua 
ampola localiza-se na porção anterior do 
canal. Ambos os canais laterais estão no 
mesmo plano horizontal, formando um par 
funcional. 
 O canal posterior e superiores estão em um 
plano vertical, formando um ângulo de 
aproximadamente 45º com o plano sagital. O 
canal superior de um lado faz par funcional 
com o canal posterior do lado oposto. 
 O epitélio dos canais semicirculares se 
diferencia em órgãos sensoriais, denominados 
CRISTAS AMPOLARES. As cristas ocupam um 
terço do diâmetro das ampolas, e são 
formadas por um pequeno conjunto de células 
de sustentação e células ciliadas altamente 
diferenciadas. 
 A crista é recoberta pela CÚPULA, uma 
estrutura gelatinosa composta por 
mucopolissacarídeos, que se estende à parede 
oposta da ampola e atua como um meio 
elástico que pode ser deformado pelo 
movimento da endolinfa. 
 A célula ciliada é o elemento receptor do 
labirinto vestibular. Esta célula é pré-sináptica 
ao nervo vestibular, composto de neurônios 
bipolares, cujos corpos celulares localizam-se 
no Gânglio de Scarpa. Cada neurônio bipolar 
envia um processo periférico (pré-ganglionar) 
para uma ou mais células ciliadas, e um 
processo central para as estruturas do tronco 
encefálico. 
 As células ciliadas tanto da crista ampolar 
quanto da mácula podem ser de dois tipos: 
o TIPO I: de formato arredondado e envolto 
por várias terminações nervosas; 
o TIPO II: de formato cilíndrico e com uma 
única terminação nervosa. 
 Na superfície apical das células ciliadas, tanto 
tipo I quanto tipo II, estão os cílios. Para cada 
célula ciliada existe um cílio diferente dos 
outros, o CINOCÍLIO, que é único, emerge do 
corpo da célula e se coloca na periferia do tufo 
de ESTEREOCÍLIOS. Os estereocílios variam de 
tamanho. Aqueles juntos ao cinocílio são 
maiores, e diminuem de comprimento a 
medida que dele se afastam. Os cílios das 
células ciliadas nas cristas dos canais 
semicirculares são paralelos aos eixos dos 
canais, estando o cinocílio sempre na mesma 
extremidade de cada célula. 
DESCREVER A NEUROFISIOLOGIA DO SISTEMA VESTIBULAR. 
 O sistema vestibular detecta a posição e o 
movimento da cabeça no espaço pela 
integração das informações dos receptores 
periféricos localizados no ouvido interno. 
 As células sensórias do labirinto posterior 
transformam energia mecânica que resulta 
dos movimentos ciliares em sinal biológico. 
 
 Existem 2 tipos de equilíbrio: estático e 
dinâmico; 
 Sistema vestibular = sáculo, utrículo e ductos 
semicirculares; 
 
 
 
ÓRGÃOS OTOLÍTICOS:SÁCULO E 
UTRÍCULO 
 Cada um tem uma mácula, perpendiculares 
entre si, que atuam no EQUILÍBRIO ESTÁTICO. 
São formadas por células ciliadas e células de 
sustentação; 
 As células de sustentação provavelmente 
produzem a membrana de estatocônios. Essa 
membrana e os estatocônios tracionam os 
feixes pilosos quando ocorre movimentação 
da cabeça; 
 Funcionando como receptores que liberam 
neurotransmissores de maneira mais rápida 
ou mais lenta, as células ciliadas fazem sinapse 
com neurônios sensitivos de 1ª ordem 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
referentes ao nervo vestibular e neurônios 
motores que regulam sua sensibilidade. 
DUCTOS SEMICIRCULARES 
 Atuam no EQUILÍBRIO DINÂMICO e são 
perpendiculares entre si; 
 Na ampola, encontra-se a chamada “crista”, 
que possui células ciliadas e de sustentação e 
é recoberta pela cúpula, um material 
gelatinoso; 
 A cúpula se move durante o movimento e 
traciona os cílios, mas a endolinfa, que não 
está vinculada, fica para trás; 
 À medida que as células ciliadas em 
movimento arrastam a endolinfa estacionária, 
os feixes pilosos se curvam. Essa curvatura 
produz os potenciais receptores, que passam 
ao nervo vestibular. 
VIAS DO EQUILÍBRIO 
 Liberação de neurotransmissor 
sensitivos (corpos nos gânglios vestibulares), 
juntos formam o nervo vestibular; 
 A maioria desses axônios faz sinapse com 
neurônios sensitivos nos núcleos vestibulares, 
o principal meio de integração para o 
equilíbrio, no bulbo e na ponte. Os núcleos 
vestibulares também recebem influxos dos 
olhos e dos receptores somáticos, 
especialmente proprioceptores nos músculos 
do pescoço que indicam a posição da cabeça. 
Os axônios restantes entram no cerebelo por 
meio dos pedúnculos cerebelares inferiores. 
 Os núcleos vestibulares integram informação 
proveniente dos receptores vestibulares, 
visuais e somáticos e, em seguida, enviam 
comandos para: (1) os núcleos dos nervos 
cranianos - nervos oculomotor (III), troclear 
(IV) e abducente (VI) - que controlam os 
movimentos conjugados dos olhos com 
aqueles da cabeça para ajudar a manter o foco 
no campo visual; (2) os núcleos dos nervos 
acessórios (XI), ajudando a controlar os 
movimentos da cabeça e do pescoço o que 
auxiliam na manutenção do equilíbrio; (3) o 
trato vestibulospinal, que conduz impulsos 
para baixo, ao longo da medula espinal, para 
manter o tônus muscular nos músculos 
esqueléticos, ajudando a manter o equilíbrio; 
e (4) o núcleo ventral posterior no tálamo e, 
em seguida, para a área vestibular no lobo 
parietal do córtex cerebral (que e parte da área 
somatossensorial primaria) para nos 
proporcionar percepção consciente da posição 
e movimentos da cabeça. 
NERVO VESTIBULAR 
 
O nervo vestibular possui dois ramos: 
1) Ramo superior; proveniente do utrículo e dos 
ductos semicirculares superior e lateral. 
2) Ramo inferior; proveniente do sáculo e do 
ducto semicircular posterior. 
 
 Ambos esses ramos possuem seus corpos 
celulares no Gânglio de Scarpa, próximo ao 
meato acústico interno. Cada gânglio de 
Scarpa possui aproximadamente 20mil células 
bipolares: os axônios periféricos, pequenos, 
inervam as células ciliadas e os centrais, muito 
maiores, terminam no tronco cerebral. 
 Ambos os axônios e corpos celulares dos 
neurônios no Gânglio de Scarpa são 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
mielinizados, uma vez que o potencial de ação 
se propaga diretamente através do corpo 
celular bipolar a partir dos ramos periféricos 
para os centrais. 
 O nervo vestibular se une ao nervo coclear 
para formar o nervo vestíbulococlear. Este, 
exclusivamente sensitivo, atravessa o meato 
acústico interno, juntamente com os nervos 
facial e o intermédio. Após deixar o meato, o 
nervo vestíbulococlear penetra na ponte, em 
uma região chamada ângulo ponto-cerebelar. 
As fibras sensitivas seguem em direção aos 
núcleos vestibulares da ponte. 
NÚCLEOS VESTIBULARES: 
 As fibras provenientes do ramo vestibular do 
VII par craniano projetam-se principalmente 
sobre os núcleos vestibulares principais 
ipsilaterais. 
 Os núcleos vestibulares localizam-se no 
assoalho do IV ventrículo, na junção da ponte 
com a parte superior do bulbo. São em número 
de quatro, ou seja, núcleos vestibulares 
lateral, mediais, superior e inferior. 
1) NÚCLEO VESTIBULAR LATERAL OU DEITERS: 
participa do controle da postura. 
Pode ser dividido em duas zonas conforme as suas 
aferências 
- Porção Rostroventral: recebe aferências do 
utrículo, sáculo e canal semicircular superior. 
- Porção Dorsocaudal: aferências não labirínticas 
provenientes do cerebelo e da medula espinhal. 
2) NÚCLEO SUPERIOR OU BECHTEREW: recebe 
aferências ampolares. 
3) NÚCLEO MEDIAL OU SCHWALBE OU 
TRIANGULAR: recebe aferências ampolares e em 
menor quantidade utriculares. 
Os núcleos superiores e mediais recebem fibras 
predominantemente dos canais semicirculares. Os 
neurônios do núcleo medial são 
predominantemente excitatórios, enquanto 
aqueles do núcleo superior são 
predominantemente inibitórios. Eles mandam 
fibras através do fascículo longitudinal medial para 
centro oculomotor e para medula espinhal. 
4) NÚCLEO DESCENDENTE OU INFERIOR OU 
ROLLER: é responsável pela integração entre 
labirinto vestibular, cerebelo, formação reticular, 
medula espinhal e núcleos vestibulares 
contralateral. Recebe aferências dos canais 
semicirculares, utrículo, sáculo e verme cerebelar. 
VIAS VESTIBULARES CENTRAIS: 
-VIAS COMISSURAIS: unem os núcleos homólogos 
e simétricos bilateralmente. Pode-se considerar 
que este sistema comissural é inibidor dos canais 
semicirculares e excitatório dos órgãos otolíticos, 
de modo geral. As relações comissurais 
incrementam a sensibilidade dos neurônios 
vestibulares aos movimentos da cabeça. Estas 
conexões ocorrem principalmente a partir dos 
núcleos superior e medial, conectados as vias 
vestibuloculares, estando diretamente implicadas 
no controle labiríntico cruzado do arco reflexo 
vestibulocular e na combinação dos movimentos 
oculares. 
-VIAS VESTIBULOESPINAIS: são divididas em 3 
fascículos. 
FASCÍCULO VESTIBULOESPINAL LATERAL: tem 
origem principal a partir do Núcleo Lateral 
(Deiters), com pequena contribuição de fibras do 
Núcleo Descendente, transportando informações 
utriculares e saculares. Distribui-se 
ipsilateralmente a todos os níveis medulares, com 
algumas fibras chegando à região lombossacral. 
Este fascículo exerce efeitos facilitadores sobre os 
motoneurônios alpha e gamma dos músculos 
extensores ipsilaterais, influenciando a 
musculatura axial e distal e inibição dos músculos 
flexores ipsilaterais. 
FASCÍCULO VESTIBULOESPINAL MEDIAL: origina-
se nos Núcleos Medial e Descendente com 
pequena contribuição do Lateral. É bilateral e seus 
neurônios terminam a nível cervical. Controla 
exclusivamente a musculatura axial, com 
influências facilitadoras ou inibidoras sobre os 
motoneurônios dos músculos cervicais. A 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
estimulação dos canais semicirculares de um lado 
leva à inibição ipsi e excitação contralateral da 
musculatura flexora axial. 
FASCÍCULO VESTIBULOESPINAL CAUDAL: origem 
no pólo caudal dos Núcleos Medial e Descendente 
e do Grupo Celular f, estendendo-se até a região 
lombar. Suas propriedades funcionais ainda não 
foram definidas. 
-VIAS VESTIBULOCULARES: o Fascículo 
Longitudinal Medial envia fibras para os núcleos 
dos nervos oculares (Núcleo Abducente VI; Núcleo 
Troclear IV; Núcleo Oculomotor III). Algumas fibras 
terminarão no Núcleo Intersticial de Cajal, que é 
um núcleo oculomotor acessório, constituindo um 
conjunto de fibras correspondente à projeção 
vestibulomesencefálica. 
DESCREVER AS PATOLOGIAS VESTIBULARES 
VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA 
BENIGNA (VPPB) 
 
 A VPPB ocorre quando é assumida determinada 
posição cefálica. Geralmente,está associada com 
lesões vestibulares periféricas, mas também pode 
ser decorrente de uma doença central (do tronco 
cerebral ou cerebelar). 
PATOGÊNESE 
A causa mais frequente identificada é o 
traumatismo de crânio, mas na maioria das vezes 
nenhuma causa pode ser determinada. 
Acredita-se que a base fisiopatológica da vertigem 
posicional paroxística benigna seja a 
CANALOLITÍASE – a estimulação do canal 
semicircular por partículas em suspensão 
flutuando na endolinfa. 
Então os cristais de carbonato de cálcio 
normalmente localizados no sáculo e utrículo, 
esse material deslocado mais comumente 
estimula células ciliadas no canal semicircular 
posterior (e raramente no canal semicircular 
superior), criando a ilusão de movimento. 
ACHADOS CLÍNICOS 
Os sintomas da VPPB são: 
 Curtos episódios de vertigem, onde as 
pessoas sentem como se elas, ou o seu 
redor, estivessem se movendo ou girando; 
 Náusea e/ou vômito; 
A VPPB pode ser assustadora e desconfortável, 
mas é geralmente inócua e desaparece por si 
mesma ou com exercícios simples. 
A vertigem é desencadeada quando a cabeça da 
pessoa se move, como quando a pessoa rola na 
cama ou se curva para pegar algo. Cada episódio 
de vertigem dura apenas poucos segundos ou 
minutos. As pessoas podem ter muitos episódios 
em poucos dias ou semanas, após os quais os 
episódios gradualmente diminuem por si mesmos. 
A vertigem pode ser acompanhada de náuseas, 
vômitos e nistagmo. Não ocorre perda de audição, 
nem zumbidos nos ouvidos (acufenos). 
Embora os sintomas não sejam perigosos, eles 
podem levar a quedas ou outros acidentes, se um 
episódio ocorrer enquanto uma pessoa está em 
uma situação possivelmente não segura, como ao 
dirigir um carro. 
TRATAMENTO 
A base do tratamento na maioria dos casos de 
vertigem posicional paroxística benigna de origem 
periférica é o emprego de manobras de 
reposicionamento(Epley), que utiliza a força da 
gravidade para mover os restos endolinfáticos 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
para fora do canal semicircular e para dentro do 
vestíbulo, onde podem ser reabsorvidos. 
DOENÇA DE MÉNIÈRE 
 
Também conhecida como hidropsia endolinfalica, 
resulta da distensão do compartimento da 
endolinfa. 
VÁRIAS CAUSAS: 
 Distúrbios autoimunes 
 Vasculas 
 Processos inflamatórios 
 Traumas 
 Causas hormonais 
 Sífilis 
 
 
 
 
NISTAGMO 
 O nistagmo é um movimento característico 
dos olhos, rítmico, mas não pendular, 
composto por uma fase lenta (em 
determinada direção) e outra rápida (na 
direção oposta) em sucessão rítmica e 
alternada. 
 O componente lento é o movimento ativo de 
origem vestibular, enquanto o rápido é o 
movimento passivo de retorno do globo ocular 
à posição primitiva. 
 A direção do componente rápido indica a 
direção do nistagmo. 
 O nistagmo pode surgir espontaneamente ou 
ser produzido por estímulos visuais, posturais, 
rotatórios ou térmicos. 
 A presença e as características do nistagmo de 
posicionamento podem ser pesquisadas na 
manobra de Dix-Hallpike. 
 O nistagmo pode ser horizontal, vertical e 
rotatório. 
EXPLICAR AS MANOBRAS DE DIX-HALLPIKE, EPLEY, HINTS TO INFARTC E A PROVA CALÓRICA
MANOBRA DE DIX E HALLPIKE 
 
Antes de realizar a manobra, a pessoa deve ser 
informada de que pode apresentar vertigem 
durante o exame. 
Para realizar a manobra, coloca-se a pessoa 
sentada na mesa de exame e gira-se a cabeça 45° 
para direita, deita-se a pessoa rapidamente 
colocando a cabeça 30° abaixo do nível da mesa 
com a cabeça mantida para a direita. Se a vertigem 
ou o nistagmo não forem induzidos, realiza-se a 
manobra com a cabeça virada para a esquerda. Os 
sintomas da vertigem posicional paroxística 
benigna geralmente são desencadeados pela 
manobra de Dix-Hallpike. Essa manobra tem alto 
valor preditivo (83%); entretanto, quando ela é 
negativa, não descarta completamente a doença 
(valor preditivo negativo de 52%) 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
RESUMIDO: 
A) A pessoa, sentada sobre a maca, gira a cabeça a 
45° para o lado a ser avaliado; 
B) com a ajuda do examinador, a pessoa assume 
rapidamente a posição de decúbito dorsal com a 
cabeça pendente, mantendo a posição da cabeça 
a 45° para o lado; 
C) o examinador observa, então, os olhos da 
pessoa à procura do nistagmo de posicionamento. 
MANOBRA DE EPLEY 
 
TESTE CALÓRICO 
Distúrbios das vias vestibulococleares podem ser 
detectados por teste calórico. Esse teste deve ser 
precedido por exame otoscópico cuidadoso e não 
deve ser realizado quando a membrana timpânica 
estiver perfurada. O paciente é colocado na 
posição supina, com a cabeça elevada em 30o para 
o posicionamento do canal semicircular lateral 
superficialmente situado em uma posição vertical. 
Cada orelha é irrigada com água fria (33oC) ou 
quente (44oC), aguardando pelo menos cinco 
minutos entre os testes de cada orelha. 
A água quente tende a produzir menos 
desconforto que a água fria. 
1. No paciente normal e acordado, a estimulação 
calórica com água fria produz nistagmo, com a 
fase lenta batendo para o lado da orelha irrigada e 
a fase rápida batendo para longe da orelha 
irrigada. A irrigação com água quente produz 
umaresposta oposta. 
2. Em pacientes com disfunção labiríntica 
unilateral, disfunção do nervo vestibulococlear 
(VIII) ou disfunção do núcleo vestibular, a 
irrigação do lado afetado não causa nistagmo ou 
provoca um nistagmo de início retardado ou com 
duração mais curta que no lado normal. 
PROVA DE ROMBERG 
Equilíbrio estático: Prova de Romberg; 
Solicita-se que a pessoa permaneça em pé, com os 
pés juntos, os braços estendidos ao longo do 
corpo e com olhos abertos e depois fechados, 
durante 1 minuto. 
Em caso de lesão vestibular recente, não 
compensada, o corpo inclina-se com tendência à 
queda para o lado do labirinto paralisado. Se a 
lesão for bilateral, o indivíduo inclina-se para um 
lado e para o outro, tendo de separar os pés para 
alargar sua base de sustentação. 
A queda para frente ou para trás é indicativa de 
lesão do vérmis cerebelar. 
DIFERENCIAR SÍNDROMES VESTIBULARES PERIFÉRICAS E CENTRAIS/INCLUINDO 
NISTAGMO. 
SÍNDROMES VESTIBULARES PERIFÉRICAS 
 Acometem o sistema vestibular periférico 
 Canais semicirculares 
 Utrículo 
 Sáculo 
 Nervo vestibular 
 
 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
SÍNTOMAS 
 Apresenta-se geralmente em crises agudas, há 
alterações de equilíbrio, porém conseguem 
caminhar, já em contrastes com pacientes 
centrais que mal conseguem se manter de pé 
durante a crise. 
 Vertigem (rotatória), Manifestações auditivas 
(hipoacusias, zumbidos, plenitude aural, 
intolerância a ruídos) 
DURAÇÃO DAS CRISES 
 Minutos A Horas: Doença de Ménière 
 Segundos: Vertigem Posicional Paroxística 
Benigna (VPPB) 
 Dias A Semanas: Neuronite Vestibular 
CAUSAS 
 Doenças sistêmicas como hipertensão e 
diabetes, reumatismos. 
 Utilização de drogas ototóxicas, como 
alguns antibióticos, antiflamatórios que 
alteram as funções do ouvido; 
 Barotrauma: Alterações bruscas da 
pressão barométrica, como no mergulho e 
nos aviões; 
 Hábitos: excessos de doces, cafeína, 
tabagismo, álcool ou drogas; 
 Aterosclerose; 
 Traumas sonoros. 
 
PRINCIPAIS SÍNDROMES PERIFÉRICAS 
 Doença De Ménière 
 Vertigem Posicional Paroxística Benigna 
(Vppb) 
 Neuronite Vestibular 
 Labirintopatias Metabólicas 
SÍNDROMES VESTIBULARES CENTRAIS 
 Lesões nas estruturas vestibulares do SNC 
 (Núcleos vias e inter-relações) 
Vertigem de origem central apresenta quadro 
insidioso e lento, podendo ser alterada. 
No sistema nervoso central, a instabilidade é mais 
intensa, sendo os pacientes incapazes de manter-
se em pé ou caminhar durante a fase aguda; 
Nistagmo - oscilações repetidas e involuntária 
rítmicas de um ou ambos os olhos em algum em 
todas as posições de mirada. 
CAUSAS DE SÍNDROMESVESTIBULARES 
CENTRAIS 
VASCULAR 
 Tronco cerebelar 
 Mal formações 
 Hemorragias 
 Doenças desmielinizantes 
TUMORES DO ÂNGULO PONTO-CEREBELAR 
 Tumor do tronco cerebelar 
 Epilepsia focal 
 Crise do lombo temporal 
 Doenças degenerativas 
 Arnold Chiari 
CAUSAS SISTÊMICAS 
 Drogas 
 Pré-sincope 
 Doenças infecciosas 
 Lesões na cabeça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
DIFERENCIAR VERTIGEM DE TONTURA 
VERTIGEM 
Vertigem é a ilusão de movimento do corpo ou do 
ambiente. Ela pode estar associada com outros 
sintomas, como impulsão (a sensação de que o 
corpo está sendo arremessado ou puxado no 
espaço), osciloscopia (uma ilusão visual de 
movimento para trás e para a frente), náusea, 
vômitos ou marcha atáxica. 
A vertigem deve ser distinguida da tontura não 
vertiginosa, que inclui sensações de 
atordoamento, fraqueza e tontura não associadas 
com uma ilusão de movimento. Diferentes da 
vertigem, essas sensações são produzidas por 
condições que privam o cérebro de sangue, 
oxigênio ou glicose (p. ex., estimulação vagal 
excessiva, hipotensão ortostática, arritmia 
cardíaca, isquemia miocárdica, hipoxia ou 
hipoglicemia) e podem culminar em perda da 
consciência (síncope). 
O primeiro passo no diagnóstico diferencial da 
vertigem é localizar o processo patológico às vias 
vestibulares periféricas ou centrais. Certas 
características da vertigem, incluindo a presença 
de quaisquer anormalidades associadas, podem 
ajudar a diferenciar entre causas centrais e 
periféricas. 
VERTIGEM CENTRAL X VERTIGEM 
PERIFÉRICA 
 
 
VERTIGEM PERIFÉRICA 
Lesões vestibulares periféricas afetam o labirinto 
da orelha interna ou a divisão vestibular do nervo 
vestibulococlear (VIII). 
A vertigem causada por lesões periféricas tende a 
ser: intermitente, durar curtos períodos e produzir 
menos desconforto que a vertigem de origem 
central. 
Nistagmo (oscilações rítmicas dos globos 
oculares) sempre está presente na vertigem 
periférica; ele geralmente é unidirecional e nunca 
vertical. 
Lesões periféricas comumente produzem 
sintomas adicionais de disfunção da orelha interna 
ou do nervo vestibulococlear (VIII), como perda 
auditiva e zumbido (a ilusão de escutar um som 
inexistente, como uma campainha na orelha). 
VERTIGEM CENTRAL 
A vertigem originada no sistema nervoso central 
costuma resultar de lesões que afetam os núcleos 
vestibulares do tronco cerebral ou suas conexões; 
raramente, a vertigem pode ser produzida por 
uma lesão cerebral cortical, como quando ocorre 
como sintoma de crises parciais complexas. 
A vertigem central pode ocorrer com ou sem 
nistagmo; na presença de nistagmo, este pode ser 
vertical, unidirecional ou multidirecional e pode 
ter caráter diferente nos dois olhos. (Nistagmo 
vertical é uma oscilação no plano vertical; 
nistagmo produzido pelo olhar para cima ou para 
baixo não se encontra, necessariamente, no plano 
vertical.) 
Vertigem por lesões cerebrais pode ser 
acompanhada de sinais intrínsecos do tronco 
cerebral ou sinais cerebelares, como déficits 
motores ou sensoriais, hiper-reflexia, respostas 
extensoras plantares, disartria ou ataxia de 
membros. 
 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
TONTURA 
Tontura é um termo impreciso, usado, muitas 
vezes, por pacientes para descrever várias 
sensações relacionadas, incluindo desmaios (uma 
sensação de síncope iminente), visão turva, 
sensação de desequilíbrio ou instabilidade, 
sensação de flutuação ou cabeça vazia e sensação 
de tontura. 
DESCREVER OS REFLEXOS VESTIBULARES 
REFLEXOS ENVOLVIDOS NA 
ESTABILIZAÇÃO DA CABEÇA NO ESPAÇO 
O estímulo dos receptores labirínticos 
desencadeia diversas respostas estereotipadas da 
cabeça e dos segmentos corporais: 
Reflexos de direcionamento: originado nos órgãos 
maculares, detectam a posição da cabeça em 
relação à gravidade. Reflexos de equilíbrio 
estático: origem macular. Corrigem a posição da 
cabeça durante as mudanças de sua posição 
fundamental em relação ao corpo, garantindo o 
ajuste do tônus da musculatura de sustentação 
cervical e dos membros, tendendo a manter a 
cabeça em posição horizontal, evitando quedas. 
Reflexos de equilíbrio dinâmico: mantêm a 
sustentação cervical e corporal durante as 
mudanças súbitas de orientação no espaço, ou 
durante os deslocamentos corporais (equilíbrio 
cinético). 
REFLEXOS VESTIBULOESPINAIS 
Reflexos vestibulares atuam no pescoço (Reflexo 
Vestibulocervical) e nos membros (Reflexo 
Vestibuloespinal) evocados por informações 
sensoriais a partir dos órgãos otolíticos e dos 
canais semicirculares. Estes órgãos informam o 
cérebro sobre a direção da gravidade e a 
aceleração produzida durante movimentos da 
cabeça nos planos horizontal e sagital. 
Estes reflexos são primariamente estáticos e 
deflagrados por posicionamento da cabeça em 
diferentes orientações em relação à gravidade. O 
Reflexo Vestibulocervical contrapõe movimentos 
da cabeça, mantendo-a estável. De modo geral, 
estes reflexos provocam deslocamento 
compensatório do segmento cefálico em sentido 
oposto ao da rotação do corpo. 
O Reflexo Vestibuloespinal contrai e relaxa 
músculos dos membros, realizando pó exemplo, 
preparativos durante uma queda, com objetivo de 
redução do impacto. 
REFLEXOS VESTIBULOCULARES (RVO OU VOR) 
Consiste em produzir um movimento 
compensatório ocular no sentido oposto da 
movimentação da cabeça, cujo objetivo é manter 
uma visão adequada do campo visual durante os 
deslocamentos da cabeça. Pode ser originado em 
qualquer um dos canais semicirculares, 
produzindo o reflexo Vestíbulocular angular 
(aVOR) ou nos órgãos otolíticos, produzindo o 
reflexo Vestíbulocular Linear (lVOR). 
São observados durante a rotação da cabeça, 
quando geram movimentos compensatórios dos 
olhos compostos por um deslocamento lento na 
direção oposta à da rotação da cabeça (Fase lenta 
ou vestibular) e movimentos sacádicos no sentido 
da rotação (Fase rápida ou central – 
compensação). O conjunto destes movimentos 
compõe o nistagmo vestibular. Vale ressaltar que 
a fase rápida dá a denominação do nistagmo, pois 
é mais facilmente visualizada. 
Uma forma simples para verificar a importância 
desse reflexo é tentando ler este texto enquanto 
se movimenta o papel em um pequeno ângulo, 
poucas vezes por segundo. A leitura se torna 
impossível, pois os reflexos de perseguição ocular 
são muito lentos para garantir uma estabilidade 
visual satisfatória.

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