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Centro Universitário Vila Velha – UVV Direito Processual Civil III – Prof. Daniel R. Hertel Questões para pesquisa Marcella Cora Carvalho – Turma D7MB 1) Discorra sobre as fases evolutivas do direito processual. Resposta: O direito processual passou por 3 fases evolutivas, quais sejam: fase sincrética, fase autonomista/científica/conceitual e fase instrumental. Na fase sincrética, o direito processual e o direito material eram misturados. Já na fase autonomista/científica/conceitual os estudos sobre direito processual avançaram e foi separado do direito material, ou seja, ganharam autonomia e surgiram as grandes codificações. Por fim, na fase instrumental o processo é visto como mero instrumento para realizar o direito material, está é a que vigora atualmente. 2) Explique no que consiste o princípio da instrumentalidade substancial das formas. Cite exemplo de sua aplicação. Resposta: O princípio da instrumentalidade das formas, previsto nos artigos 154 e 244 do CPC, versa que mesmo que o ato seja realizado fora da forma prescrita em lei, se ele atingiu o objetivo, esse ato será válido, sem que se declare sua nulidade. Exemplo: pessoa que deixou de juntar documento de hipossuficiência. (LFG (Brasil). Entenda o Princípio da Instrumentalidade das Formas. LFG, Brasil, v. único, 2017. Disponível em: https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/entenda-o-principio-da- instrumentalidade-das-formas. Acesso em: 25 mar. 2020). 3) Explique no que consiste uma execução impossível e uma execução imprópria. Resposta: A execução impossível, com base no pensamento de Gledson Marques de Campos (p. 301, 2005) considera-se uma execução específica que não pôde ser realizada e o que é devido acaba transformado no equivalente em dinheiro, sendo assim, a obrigação específica envolvida nela passaria a ser https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/entenda-o-principio-da-instrumentalidade-das-formas https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/entenda-o-principio-da-instrumentalidade-das-formas uma obrigação genérica (pagar quantia). Já a execução imprópria é a desenvolvida por órgãos oficiais não integrantes do Judiciário para inscrever atos em registro público em cumprimento à decisão judicial, pois se trata de providência destinada a dar publicidade ao ato que se registra. 4) Cite quais são os foros competentes para execução civil da sentença penal condenatória com trânsito em julgado. Resposta: Os foros competentes para execução civil da sentença penal condenatória com trânsito em julgado são: foro do domicílio do réu, foro do domicílio do autor e foro do local do fato. 5) Distinguir schuld e haftung. Resposta: O schuld significa o débito em si, a dívida. Já o Haftung, consiste na responsabilização, ou seja, é a responsabilidade e a consequência pelo não cumprimento do schuld. (FILHO, Ronaldo Paulino. Teoria geral dos direitos das obrigações. Migalhas, [s. l.], 2018. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/279450/teoria-geral-dos-direitos-das- obrigacoes. Acesso em: 25 mar. 2020). 6) Explique no consistem a exceptio non adimpleti contractus e a exceptio non rite adimpleti contractus. Resposta: A excepitio non adimplenti contractus consiste no meio de defesa do réu que foi demandado por inadimplemento. O inadimplente tem que ser por conta do outro. Já a exeptio non rite adimplenti contractus é a exceção que tem qualquer das partes do contrato bilateral, para se recusar a adimplir, se não lhe incumbia prestar primeiro, até que o figurante contra quem se opôs, por ter prestado insatisfatoriamente, satisfatoriamente preste. 7) Diferenciar a execução ilegal da execução injusta. Resposta: A execução ilegal é aquela que carece de fundamento, podendo ser interrompida ao juiz através de cognição exauriente da matéria a ela vinculada. Já execução injusta consiste no procedimento de execução iniciado e efetivado https://www.migalhas.com.br/depeso/279450/teoria-geral-dos-direitos-das-obrigacoes https://www.migalhas.com.br/depeso/279450/teoria-geral-dos-direitos-das-obrigacoes por ordem do suposto credor que tem, ao final do processo, decisão definitiva contra sua pretensão. 8) Explique no que consiste a objeção de pré-executividade. Resposta: A objeção de pré-executividade é o nome da petição simples usada para alegar as nulidades do processo de execução. 9) A decisão interlocutória liminar constitui título executivo? Explique. Resposta: Sim, de acordo com o artigo 515 do CPC desde que a sentença, acórdão ou decisão interlocutória reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia, constituirá título executivo judicial, pois, no processo contemporâneo, o que efetivamente importa é o conteúdo. 10) Explique no que consiste a condenação aparente. Resposta: A condenação aparente é aquela que não possui eficácia suficiente para realizar a execução forçada. 11) Diferencie prescrição de decadência na concepção de Agnelo Amorim Filho. Resposta: Para Agnelo Amorim Filho existem três regras que permite identificar as ações sujeitas a prescrição ou a decadência. Quais seja: (a) sujeitam-se à prescrição todas as ações condenatórias, e somente elas; (b) sujeitam-se à decadência as ações constitutivas que têm prazo especial de exercício fixado em lei; (c) são perpétuas todas as ações declaratórias e as ações constitutivas que não têm prazo especial de exercício fixado em lei. 12) Explique no que consiste o efeito repositivo do recurso. Resposta: O efeito repositivo consiste na possibilidade do juiz se retratar após a interposição do recurso. Este efeito pode ocorrer em todos os agravos, em recurso especial ou extraordinário e em apelação nas seguintes hipóteses: indeferimento da petição inicial, julgamento de incompetência liminar e apelação contra sentença terminativa. 13) Disserte sobre cinco princípios processuais previstos no novo CPC. Resposta: 1) Princípio do devido processo legal: obriga que se respeitem as garantias processuais e as exigências necessárias para a obtenção de uma sentença justa e célere. 2) Princípio da isonomia: é a necessidade de dar as partes tratamento igualitário em relação ao exercício de seus direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais. 3) Princípio do contraditório: exige que se dê ciência ao réu da existência do processo e, às partes, dos atos que nele são praticados. As partes têm o direito de ser ouvidas e de expor ao julgamento sua argumentação. 4) Princípio do juiz natural: impede que as partes possam escolher, a seu critério, o julgador que irá apreciar a sua pretensão. Não há escolho do juiz de acordo com o arbítrio e a vontade das partes. A causa deve ser apreciada por órgão judicial que já existia no momento do litígio e que tenha sua competência preestabelecida pela Constituição Federal e por lei. 5) Princípio do duplo grau de jurisdição: possibilidade de que as decisões judiciais venham a ser analisadas por um outro órgão assegura que estas, quando equivocadas, sejam revistas, o que imbui o juiz de maior responsabilidade. 14) A autonomia do processo cautelar foi preservada no novo Código de Processo Civil? Explique. Resposta: Não, pois, de acordo com o STJ, o novo código aboliu o processo cautelar, mas nada impede que o juiz conceda medidas cautelares por meio da tutela provisória. 15) Há necessidade de consentimento do executado para desistir da ação de execução no novo CPC? Reposta: Depende. Sem embargos do devedor, não precisa da concordância do executado. Com embargos do devedor, se são exclusivamente sobre questões processuais não precisa de consentimento. Entretanto se com embargos do devedor tiver mérito, precisa da concordância. 16) A ausência de pressuposto processual ou condiçãoda ação poderá acarretar a imediata extinção da execução no novo CPC? Explique. Resposta: Não, pois o juiz determinará a emenda da exordial, no prazo de 15 dias úteis, prevista no artigo 801 do CPC. 17) O acórdão proferido por Tribunal Marítimo é título executivo judicial no NCPC? Resposta: Não. Apesar de constar no Inciso III do artigo 516, o acórdão proferido por Tribunal Marítimo não é título executivo judicial por não estar no rol do artigo 515 do CPC. No Novo Código de Processo Civil, o Acórdão estava presente no inciso X do artigo 515, entretanto foi vetado pela presidenta Dilma Rousseff sob a alegação de que “ao atribuir natureza de título executivo judicial às decisões do Tribunal Marítimo, o controle de suas decisões poderia ser afastado do Poder Judiciário, possibilitando a interpretação de que tal colegiado administrativo passaria a dispor de natureza judicial”.
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