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1 História A Revolução Industrial Objetivo Você aprenderá sobre a implementação de máquinas no processo produtivo, movimento conhecido como Revolução Industrial, e suas consequências para a sociedade. Se liga Para esta aula é bom estar ligado no conteúdo de Revoluções Inglesas e de Mercantilismo. Curiosidade Apesar de parecer óbvio, pouco se fala da relação entre a Revolução Industrial e o surgimento da Indústria da Moda . O primeiro setor a investir em máquinas foi o têxtil, e sua expansão ao longo do século XVIII e XIX levou ao surgimento do “denim”. Você já ouviu falar dele? O denim é o tecido com o qual são feitas as calças jeans. Aliás, você sabe como surgiu a calça jeans e por quê? Cola aqui! Teoria O advento de novas tecnologias no setor produtivo revolucionou o modo de produção, as relações comercias e as relações de trabalho, devido a uma nova dinâmica. Para compreender os fatores que levaram a essa nova realidade econômica, política e cultural, é preciso remontar o contexto que permitiu que o antigo sistema – capitalismo comercial – fosse superado. As bases para a construção da chamada primeira fase do capitalismo – capitalismo comercial ou mercantilista – foram firmadas já na mudança da Idade Média para a Idade Moderna, com o despontar do reavivamento do comércio e das cidades, o surgimento da burguesia, a formação dos antigos Estados Nacionais e a expansão marítima. A conquista de novos territórios propiciou a formação de um conjunto de práticas, chamadas de mercantilistas, que foram, em geral, estruturadas de forma a explorar as novas terras, extraindo o máximo de riquezas possível, enquanto as Monarquias Nacionais europeias investiam em manufaturas dentro do seu próprio território, monopolizando assim a prática comercial. A acumulação primitiva de capital, que foi um fator essencial para a Revoluçao Industrial, contou com a importante participação do tráfico negreiro, devido à alta rentabilidade do mesmo. Utilizada em larga escala nas colônias, a escravização de africanos foi uma das principais fontes de arrecadação tanto para o velho continente quanto para aqueles que se mudaram para o novo mundo. Assim como a escravidão se tornou uma importante mão de obra do novo sistema, o crescimento e fortalecimento do trabalho livre e assalariado no continente europeu também ocorreu de forma simultânea, com o aumento do comércio e das cidades, substituindo gradualmente o trabalho servil, que era comum no https://webinsider.com.br/a-historia-do-jeans/ 2 História mundo feudal. O surgimento das manufaturas – espaços onde artesãos produziam em série e de forma padronizada – também auxiliou na mudança das relações de trabalho, uma vez que os trabalhadores deixam de ser donos do seu meio de produção para venderem a sua força de trabalho. E assim, o sistema capitalista comercial se manteve durante séculos: explorando suas colônias, acumulando metais preciosos, no exclusivismo da produção agrícola, no comércio e na manutenção de uma ordem que favorecia a nobreza e o clero, enquanto a burguesia ascendia cada vez mais ao ganhar poder econômico. Foi dentro desse contexto que importantes acontecimentos políticos e econômicos apontaram para o esgotamento do capitalismo comercial, que cada vez mais se encontrava em contradição. Outro fator essencial para o desenvolvimento do capitalismo industrial foi o surgimento do Iluminismo no século XVII e XVIII, movimento de caráter cultural, intelectual e filosófico, que expandiu os ideais burgueses, a razão e a ideia de progresso baseado na ciência. A expansão das ideias de liberdade política e econômica, além da igualdade jurídica, foram demandas que surgiram em um mundo que não estava mais dando conta do crescimento da burguesia e da manutenção de uma sociedade baseada em privilégios nobiliárquicos, na prática mercantilista e no forte controle do Estado sobre as relações comerciais. Revolução Industrial As Revoluções Inglesas transformaram a Inglaterra em uma potência comercial, devido à diminuição do poder do rei e ao aumento da participação da burguesia nas decisões políticas através do parlamento. Como consequência da ascensão da burguesia ao poder, ocorre um crescimento comercial, proporcionado pela abertura na política econômica, que beneficiava diretamente a classe burguesa, que agora possuía legitimidade política para fazer com que seus interesses fossem atendidos. Pega a visão: Não se esqueça de que a História não acontece de modo separado, então uma das formas que a Inglaterra utilizou para acumular capital foi o Tratado de Methuen com Portugal, popularmente conhecido como o Tratado de Panos e Vinhos, no inÍcio do século XVIII. O tratado estabelecia que os tecidos ingleses entrariam em territórios portugueses por taxas mais baixas e, em contrapartida, os portugueses teriam o mesmo privilégio para os seus vinhos. Contudo, na prática, o tratado representou o endividamento da coroa portuguesa com os ingleses. Consegue adivinhar o que vai ser usado para pagar esses débitos? Sim, ele mesmo, o ouro explorado no Brasil colônia. Ou seja, nós literalmente financiamos as primeiras brusinhas feitas à máquina da História hahaha Assim, a Lei de Cercamentos (Enclosure Acts) iniciada no século XVI, e atualizada ao longo dos séculos por outros monarcas ingleses, ganhou consistência no século XVIII, quando as terras utilizadas de forma comunitária pelos camponeses foram privatizadas. Sem ter uma forma de sustento e sem emprego, esses camponeses migraram para as cidades, a fim de tentar melhorar suas condições de vida. Ao chegar nas cidades, não havia emprego suficiente para todo esse contingente populacional, o que criou um batalhão de mão de obra disponível para a Revolução Industrial. A fabricação têxtil foi um dos principais setores de investimento dos ingleses, que, a princípio, utilizavam a lã de carneiro, mas que passaram a utilizar o algodão que era plantado na sua colônia na América, devido ao seu baixo custo. Com um mercado cada vez maior, a produção inglesa se expandiu, assim como os 3 História investimentos na melhoria do processo produtivo, fazendo surgir tecnologias que foram empregadas dentro das manufaturas, que gradativamente foram se transformando em indústrias. Munidos de um estoque de ferro e de carvão mineral, a descoberta da máquina a vapor foi uma importante invenção que impulsionou gradativamente a substituição da mão de obra humana pela utilização das máquinas. Desenvolvida por James Watt em 1769, foi aperfeiçoada e adaptada, gerando uma série de outras tecnologias que facilitaram a produção industrial em larga escala. Como foi exposto, a Inglaterra criou um ambiente propício para a Revolução Industrial, que, a princípio, se concentrou apenas no país, ficando conhecida como a Primeira Fase da Revolução Industrial, mas que posteriormente se difundiu para outros países como Japão, França, Estados Unidos e a Prússia (futura Alemanha) A expansão de novas fases do capitalismo modificou as relações e ambições dos países ao redor do mundo. Se no primeiro momento a Inglaterra e o carvão foram os protagonistas de uma revolução que mudou os costumes, a divisão social do trabalho, o consumo, as relações entre os países etc., novas tecnologias e modelos de produção surgiram posteriormente, a fim de dar conta de uma demanda cada vez maior de inovação e tecnologia de ponta. O surgimento do proletariado e as relações trabalhistas A Revolução Industrial também deu palco para o surgimento de uma nova classe social, o proletariado. Embora o consumo tenha aumentado com a mão de obra assalariada, a maior parte do lucro proveniente da industrialização se concentrou nas mãos dos donos dos meios de produção. Para manter seu estoque de mão de obra, a Inglaterra, por exemplo, prendia por vadiagem os operários queabandonassem seus postos de trabalho, proibindo também a mendicância, além de encaminhar os moradores de rua e os desassistidos para o trabalho compulsório. Ondas de reivindicação atingiram o país através de greves, quebra de maquinários e proposições políticas, o que deixava claro que os burgueses e os proletariados estavam em lados opostos. Ainda no século XVIII, não havia direitos ou legislações que regulamentassem as relações entre patrões e operários, assim, a indústria não oferecia condições de trabalho satisfatórias. As jornadas costumavam passar de doze horas por dia, os salários eram baixíssimos (mais baixos ainda para mulheres e crianças) e havia crianças em idade escolar na linha de produção, deixando os operários em condições miseráveis nas periferias das cidades industriais. Assim, tendo em vista a extrema precariedade nessa fase da Revolução Industrial, grupos de operários passaram a se organizar em associações e sindicatos, inicialmente conhecidos como Trade Unions, para reivindicar seus interesses e organizar ações para pressionar o patronato a melhorar suas condições de trabalho e remuneração (as táticas eram mais comumente as de protestos e greves). Alguns movimentos tomaram ações mais diretas contra os abusos dos patrões, como o ludismo, movimento inglês muito comum entre 1811 a 1812, inspirado pelo operário Ned Ludd, que quebrava as máquinas das indústrias, contra a substituição da mão de obra humana. O movimento atingiu seu auge quando, em 1812, o condado de York processou sessenta e quatro pessoas por destruírem uma fábrica na região (com treze condenações à morte e duas deportações para as colônias). O movimento perdeu força com a organização dos sindicatos. 4 História Ainda nos movimentos de luta e reivindicações desse período, destaca-se também a resistência mais legalista, marcada, sobretudo, pelo cartismo, de 1830. Nesse caso, Feargus O’Connor e William Lovett lideraram o movimento, que lutava pelo sufrágio universal masculino, por melhores salários e condições de trabalho e a representação operária no parlamento. Estes organizaram uma marcha em 1848, que, mesmo não tendo atingido as expectativas de adesão, ganhou apoio no parlamento. Contudo, o movimento enfraqueceu antes da conquista do voto e da representação parlamentar dos operários, mas ainda sim estes conseguiram impor outras reivindicações, como a lei de proteção infantil, em 1832, a lei de imprensa, em 1836, a reforma do código penal, em 1837, a suspensão da Lei dos Cereais, a lei permitindo as associações políticas e a jornada de trabalho de 10 horas. A interdisciplinaridade de que gostamos, @biologia, @sociologia e @geografia, corre aqui! 5 História Exercícios de fixação 1. A Revolução Industrial deu inicio a uma nova fase do capitalismo, uma vez que o mercantilismo dava sinal de esgotamento. Contudo, é inegável a importância dessa primeira fase para o acúmulo de capitais através do(a) a) da venda de indulgências b) tráfico negreiro c) da negliência salutar d) comércio de couro 2. A união entre os trabalhadores na luta por melhores condições de trabalho se deu de diversas formas, dentre elas, através da formação das Trade Unions, que se transformaram nos a) organização mundial do trabalho b) parlamentares c) manufaturas d) sindicatos 3. Aponte os fatores que justificam o pionerismo inglês na Primeira Revolução Industrial. 4. Com o emprego de máquinas na produção, nasceu uma nova fase do capitalismo, que superou a que chamamos de a) Capitalismo comercial b) Capitalismo industrial c) Capitalismo monopolista d) Capitalismo selvagem 5. Sem um batalhão de mão de obra disponível, a revolução teria encontrado um impasse importante, uma vez que a escravidão não casava com a necessidade de criar uma massa de consumidores. Nesse quesito, a Inglaterra saiu em vantagem devido ao processo de a) êxodo urbano b) pformação da burguesia c) revolução proletariada d) êxodo rural 6 História Exercícios de vestibulares 1. (Unicid 2015) Enquanto a Revolução Francesa realizava suas grandes experiências sobre um vulcão, a Inglaterra iniciava as suas no terreno da indústria. No fim do século XVIII este país foi assaltado por admiráveis descobrimentos destinados a mudar a face da terra e a acrescentar de uma maneira completamente inesperada o poder dos autores desses descobrimentos. (Jerome Blanqui apud Letícia Bicalho Canêdo. A Revolução Industrial, 2001.) O pioneirismo inglês no processo apresentado deveu-se a algumas condições. Entre essas, é correto reconhecer a) a mão de obra disponível, como decorrência dos cercamentos. b) as leis de proteção aos trabalhadores e aos sindicatos. c) o reforço do absolutismo monárquico, que centralizou o poder nas mãos do rei. d) o reestabelecimento do sistema de produção doméstico. e) as trocas tecnológicas realizadas com a Índia e parte da China. 2. (USS 2017) Aos trabalhadores resta o que repugna à classe proprietária. Nas grandes cidades da Inglaterra, pode-se ter de tudo e da melhor qualidade, mas a preços proibitivos e o operário, que deve sobreviver com poucos recursos, não pode pagá-los. (...) Em geral, as batatas que adquire são de má qualidade, os legumes estão murchos, o queijo envelhecido é mau, o toucinho é rançoso e a carne é ressequida, magra, muitas vezes de animais doentes e até mesmo em decomposição. (...) Nessas circunstâncias, a carne vendida aos operários é intragável; porém, uma vez comprada, é consumida. Adaptado de ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010. No texto, são descritas as condições de venda de alimentos para trabalhadores na Inglaterra do século XIX. Na perspectiva dos comerciantes, tais práticas tinham como objetivo econômico: a) evitar a fiscalização b) sonegar os impostos c) consolidar o mercado d) aumentar a lucratividade e) evitar desperdícios 7 História 3. (UEA 2015) A Revolução Industrial na Inglaterra, a Independência dos Estados Unidos da América e a Revolução Francesa, fenômenos históricos ocorridos na segunda metade do século XVIII, transformaram profundamente a história da Europa e da América, à medida que abalaram as bases do Antigo Regime, compostas pelo a) mercantilismo, colonialismo e absolutismo monárquico. b) capitalismo monopolista, imperialismo e parlamentarismo. c) sistema de fábricas, presidencialismo e regime constitucional. d) trabalho operário, pacto federativo e governo republicano. e) livre-cambismo, pensamento iluminista e estado democrático. 4. (UNINOVE 2014) De fato, a Revolução Industrial não foi um episódio com um princípio e um fim. Não tem sentido perguntar quando se “completou”, pois sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma desde então. Ela ainda prossegue. (Eric Hobsbawn. A era das revoluções, 2008.) O texto afirma que os efeitos da Revolução Industrial não se limitaram ao momento em que ela ocorreu. É correto afirmar que o principal efeito mencionado em tal excerto é a) a organização da produção em ciclos econômicos de duração previamente determinada. b) a aceleração das transformações relacionadas aos processos de produção. c) o surgimento de uma aliança política e social entre a burguesia e o proletariado. d) a manutenção da dependência econômica por parte dos países não industrializados. e) a internacionalização da economia britânica, até então isolada da Europa continental. 5. (Enem 2019) Dificilmente passa-se uma noite sem que algum sitiante tenha seu celeiro ou sua pilha de cereais destruídos pelo fogo. Vários trabalhadores não diretamente envolvidos nos ataques pareciam apoiá-los, como se vê neste depoimento ao The Times: “deixaqueimar, pena que não foi a casa”; “podemos nos aquecer agora”; “nós só queríamos algumas batatas; há um fogo ótimo para cozinhá-las”. HOBSBAWM, E.; RUDÉ, G. Capitão Swing. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado). A revolta descrita no texto, ocorrida na Inglaterra no século XIX, foi uma reação ao seguinte processo socioespacial: a) Restrição da propriedade privada. b) Expropriação das terras comunais. c) Imposição da estatização fundiária. d) Redução da produção monocultora. e) Proibição das atividades artesanais. 8 História 6. (UFPR 2020) Estou tentando resgatar o pobre tecelão de malhas, o meeiro luddita, o tecelão do “obsoleto” tear manual, o artesão “utópico” e mesmo o iludido seguidor de Joanna Southcott, dos imensos ares superiores de condescendência da posteridade. Seus ofícios e tradições podiam estar desaparecendo. Sua hostilidade frente ao novo industrialismo podia ser retrógrada. Seus ideais comunitários podiam ser fantasiosos. Suas conspirações insurrecionais podiam ser temerárias. Mas eles viveram nesses tempos de aguda perturbação social, e nós não. Suas aspirações eram válidas nos termos de sua própria experiência. (E. P. Thompson. A formação da classe operária inglesa. V.1(4. ed.). São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 13.) Com base no trecho acima, assinale a alternativa correta. a) O novo industrialismo substituiu as técnicas tradicionais de trabalho e os modos de vida dos camponeses, evidenciando o progresso das técnicas da manufatura fabril. b) Os trabalhadores ingleses já estavam agrupados em partidos políticos antes mesmo do surgimento da industrialização, demonstrando uma organização que seguia cada ofício de trabalho, como o alfaiate, o artesão e o tecelão. c) Os trabalhadores que viveram antes da era da industrialização tiveram sua memória utilizada como símbolo de resistência dos movimentos operários posteriores. d) A história que a classe operária inglesa contou sobre a industrialização não leva em consideração o crescimento econômico do período, nem o papel de liderança assumido pelos empresários industriais. e) As hostilidades dos trabalhadores ingleses às novas técnicas industriais informam o modo como os indivíduos foram afetados pelo surgimento da industrialização. 7. (Unit AL 2019) A consolidação da sociedade capitalista, enquanto sociedade neoliberal, passou, ao longo do processo histórico de construção das bases produtivas, por diversas fases. O início da sociedade capitalista, na transição do feudalismo para a sociedade burguesa, a organização se dava de maneira comercial, tinha-se o que conhecíamos por capitalismo mercantil – período da acumulação primitiva que se estendeu do século XVI a meados do século XVIII. Após este primeiro momento, o capitalismo entra em sua fase concorrencial – meados do século XVIII até o último terço do século XIX –, marcado pela livre concorrência e pelo capital industrial, período chamado de laissez-faire. (CAPITALISMO. 2018). A Revolução Industrial contribuiu decisivamente para a consolidação do sistema capitalista no século XVIII, ao a) reduzir a criminalidade urbana, com a utilização da mão de obra infantil nas fábricas, retirando-a da marginalidade. b) estabelecer a separação entre o trabalhador e os meios de produção, iniciada pelo movimento dos cercamentos dos campos. c) garantir um amplo mercado consumidor, através da política britânica de adoção do sistema mercantilista ibérico. d) defender uma política protecionista, evitando a concorrência entre as indústrias nacionais. e) ampliar e conceder direitos sociais e trabalhistas para o operariado, ampliando a produtividade industrial. 9 História 8. (Facisa 2014) Observe a imagem a seguir: Os ludistas eram também chamados de “Quebradores de Máquinas”, pois se caracterizavam pela invasão das fábricas destruindo os equipamentos existentes como uma forma de protesto contra a situação dos empregados no ambiente de trabalho. Disponível em http://www.portaleducacao.com.br/gestao-e-lideranca/artigos/45840/o-ludismo-e-o-cartismo- revolucao-industrial Acesso em 22.abril.2014 O Movimento Ludista ocorreu na Inglaterra em detrimento da: a) A instabilidade profissional, provocada pela substituição da mão de obra pelo maquinário elétrico. b) Inexistência de equipamentos de segurança, já que vários operários eram mutilados durante o manuseio do maquinário. c) Curta jornada de trabalho, ocasionando baixos salários aos trabalhadores. d) Mecanização do trabalho proporcionado pelo advento da Revolução industrial. e) Falta de higienização no interior das fabricas, contribuindo para a disseminação de doenças entre os trabalhadores. http://www.portaleducacao.com.br/gestao-e-lideranca/artigos/45840/o-ludismo-e-o-cartismo-revolucao-industrial http://www.portaleducacao.com.br/gestao-e-lideranca/artigos/45840/o-ludismo-e-o-cartismo-revolucao-industrial 10 História 9. (Enem 2009) A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos. THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguin Books, 1979 (adaptado). Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque a) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. b) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. c) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. d) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. e) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas. 10. (Enem PPL 2010) O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente. HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977. No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que: a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego. b) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários. c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para os operários. d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais. e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em favor dos direitos trabalhistas. Sua específica é humanas e quer continuar treinando esse conteúdo? Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios. https://dex.descomplica.com.br/enem/historia/exercicios-revolucao-industrial11 História Gabaritos Exercícios de fixação 1. B O tráfico negreiro, que ocorreu ao longo dos séculos XVI e XIX, foi uma das grandes fontes de acumulação de capital dos países europeus e contribuiu para a eclosão da Revoção Industrial. 2. D As Trade Unions foram organizações de proletariados, que deram origem aos sindicatos, criadas para reivindicar seus interesses e organizar ações para pressionar o patronato a melhorar suas condições de trabalho e remuneração. 3. Consolidação política da burguesia / abundância em matérias-primas como carvão e ferro / acumulação primita de capital através do comércio (especiamente com a promulgação dos Atos de Navegação) / a grande produção artesanal de tecidos que já existia no país / Lei dos Cercamentos. 4. A Durante a transição da Idade Média para Idade Moderna, houve a formação e consolidação do capitalismo comercial, popularmente conhecido como mercantilismo. Com o advento de máquinas na produção e a formação de indústrias, teve inicio o capitalismo industrial. 5. D Sem ter uma forma de sustento e sem emprego, os camponeses ingleses migraram para as cidades a fim de tentar melhorar suas condições de vida, devido à Lei de Cerceamento, que passou a ser fortemente aplicada no século XVIII. Ao chegar nas cidades, não havia emprego suficiente para todo esse contingente populacional, o que criou um batalhão de mão de obra disponível para a Revolução Industrial Exercícios de vestibulares 1. A A lei de cercamentos dos campos foi essencial para criar uma mão de obra disponível para a Revolução Industrial, que empregou os camponeses que foram expulsos das terras em que residiam e migraram para as cidades. 2. D É inegavel que, após a Revolução Industrial, o nível de consumo aumentou absurdamente na Inglaterra, e, em grande parte, esses consumidores eram os próprios proletariados. Mas como apontado pelo texto, esse consumo estava ligado às sobras da burguesia, que mirava no lucro. 3. A Influenciado pelo advento do movimento iluminista e pelas diversas revoluções de caratér liberal, o século XVIII foi um momento de ruptura com o Antigo Regime e com suas bases, que eram ligadas ao 12 História absolutismo, ao mercantilismo e ao colonialismo. Mas cuidado, porque essa nova fase criou uma nova forma de dominação, o neocolonialismo. 4. B Apesar de falarmos em fases da Revolução Industrial, é importante compreender que não ocorreram vários movimentos que desencadearam cada uma dessas fases, a divisão existe porque em determinados momentos a tecnologia, a matéria-prima e os modos de produção de determinada fase superaram os da outra. Um dos efeitos da industrialização é a rapida aceleração e modificação da produção. 5. B O processo de desenvolvimento industrial na Inglaterra se deu inicialmente com a indústria têxtil. Para fornecimento de matéria-prima (lã), intensificou-se o processo de cercamento dos campos, que expropriava as terras comunais para que fossem destinadas à criação de ovelhas. Esse processo gerou revoltas, como a citada no texto. 6. E A introdução de máquinas no processo produtivo também foi algo estranho para o trabalhador que estava acostumado a viver da terra ou ser dono do seu prórpio meio de produção. A Revolução Industrial alterou completamente as relações trabalhistas e a relação do proletariado com o meio de produção. 7. B Se antes os camponeses e artesãos eram donos do seu meio de produção, a partir da Revolução Industrial esses homens foram separados desses meios, que passaram a concentrar-se nas mãos da burguesia, e passaram a vender a sua força de trabalho. 8. D O movimento Ludista acreditava que as máquinas eram o principal inimigo dos operários, porém, existem autores que defendem que esses “quebradores de máquinas” tinham a consciência da importância do maquinário para o burguês e que utilizavam isso como forma de barganhar por melhores condições de trabalho e salário. 9. D A questão aponta para o processo de substituição dos modelos produtivos que antes da revolução se baseavam na agricultura de subsistência e no artesanato; posteriomente, esse modo de sobrevivência esteve ligado à venda da força de trabalho, com a implantação das manufaturas. 10. B O trecho aponta a luta dos proletariados, devido à péssima qualidade de vida e à intensa exploração da sua mão de obra. Compreende-se que a melhoria reivindicada estava ligada à necessidade de mudança do sistema capitalista, uma vez que a exploração seria algo inerente ao sistema.
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