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Aula 02 - COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIO

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CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS 
P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: RICARDO VALE 
 
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1
AULA 02: CONTROLE ADUANEIRO 
 
Olá concurseiros, mais uma vez nos encontramos aqui para tratar de 
um assunto muito interessante para aqueles que um dia pretendem se tornar 
Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil. Falaremos hoje sobre o controle 
aduaneiro, basicamente descrito no Regulamento Aduaneiro – Decreto nº 
6759/2009. 
Esse assunto não foi pedido no edital da prova de AFRF no ano de 
2005, contudo é importante lembrarmos que nunca se sabe com certeza se ele 
poderá voltar a ser ou não objeto de cobrança no próximo concurso. 
O controle aduaneiro, como já explicamos na aula 00, quando 
abordamos os principais órgãos intervenientes no comércio exterior brasileiro, é 
de competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Por isso, caros 
amigos, prestemos bastante atenção na aula de hoje. 
O controle aduaneiro está definido no Brasil no Decreto nº 6759/2009 – 
Novo Regulamento Aduaneiro - e em outras normas específicas. Sobre esse 
Decreto, é interessante ressaltar que consiste em um ato normativo elaborado 
pelo Presidente da República, no exercício do seu poder regulamentar, tendo 
status infra-legal. No entanto, ele se constitui em uma grande compilação de 
normas tratando do comércio exterior brasileiro, de modo que é um documento 
essencial para todos aqueles que trabalham com essa matéria no seu dia-a-dia. 
O escopo do Regulamento Aduaneiro está bem definido no seu artigo 
1º, em que ele retrata bem sua finalidade: 
Art. 1o A administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o 
controle e a tributação das operações de comércio exterior serão exercidos 
em conformidade com o disposto neste Decreto. 
 
Como se pode verificar, o âmbito de aplicação do Decreto nº 6759/2009 
é bastante amplo, indo desde a administração das atividades aduaneiras até a 
tributação no comércio exterior. Quando ele fala em controle, não quer referir-se 
somente ao controle aduaneiro, mas também ao administrativo e cambial. 
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Embora o Regulamento Aduaneiro consista, como falamos 
anteriormente, na principal compilação de normas sobre o comércio exterior 
brasileiro, se houver conflito entre este e uma lei, deverá prevalecer a lei, tendo 
em vista o status infra-legal deste, que não se constitui em norma primária 
propriamente dita. 
Na elaboração do Regulamento Aduaneiro, podemos observar que 
foram incorporadas disposições de uma série de leis que tratam sobre alguns 
aspectos do comércio exterior. Como exemplo, citamos a Lei nº 8032/90, que 
estabelece isenções do imposto de importação e IPI. As normas desta lei estão 
reproduzidas no Regulamento Aduaneiro. 
Por tudo isso, havemos de concordar que o Regulamento Aduaneiro se 
presta a um importante papel de unificação de normas tratando de comércio 
exterior no Brasil. Quanto à sua divisão, o Regulamento Aduaneiro está subdivido 
em 7 (sete) “livros”: 
Livro I: Jurisdição Aduaneira e do Controle Aduaneiro de veículos 
Livro II: Dos Impostos de Importação e de Exportação 
Livro III: Dos Demais Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria 
Livro IV: Dos Regimes Aduaneiros Especiais e dos aplicados em áreas 
especiais. 
Livro V: Do Controle Aduaneiro de Mercadorias 
Livro VI: Das Infrações e Penalidades 
Livro VII: Do Crédito Tributário, do Processo Fiscal e do Controle 
Administrativo específico. 
O Decreto nº 6759/2009- Novo Regulamento Aduaneiro- possui nada 
mais nada menos do que 820 artigos! É, é muita coisa mesmo... Por isso, nós 
separamos somente o que é mais importante para a prova. Nesta aula trataremos 
de assuntos atinentes ao Livro I e Livro V, que versam mais especificamente do 
controle aduaneiro. Em aulas futuras falaremos da tributação e dos regimes 
aduaneiros especiais – Livro II, III e IV. Sobre os outros dois capítulos, não são 
muito cobrados em prova. Então, vocês podem deixar para estudá-los quando 
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estiverem fazendo o Curso de Formação da RFB, combinado? Então vamos logo 
para nossas questões! 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
1-(AFRF 2002.1) - Despacho aduaneiro de importação é o procedimento 
fiscal mediante o qual se processa: 
a) o desembaraço aduaneiro de mercadoria procedente do exterior e entrada 
no território aduaneiro a título definitivo. 
b) o desembaraço aduaneiro de mercadoria procedente do exterior, quando 
esta é destinada ao consumo interno. 
c) a conferência-documental aduaneira de mercadoria procedente do exterior 
e que tenha entrado no território aduaneiro a título definitivo ou temporário. 
d) a conferência-documental aduaneira de mercadoria procedente do 
exterior e que tenha entrado no território aduaneiro a titulo temporário. 
e) o desembaraço aduaneiro de mercadoria procedente do exterior, seja ela 
importada a título definitivo ou temporário. 
Uma operação de comércio exterior brasileira passa por três tipos de 
controle: controle administrativo, aduaneiro e cambial. O controle aduaneiro é a 
fase do procedimento de importação ou exportação em que a Aduana verifica e 
atesta ou não a regularidade da operação. O objetivo do controle aduaneiro não 
se resume à arrecadação tributária. Longe disso, o controle aduaneiro tem uma 
finalidade extrafiscal, em que o bem juridicamente tutelado é a segurança da 
sociedade ou do Estado. Assim, ele não se presta somente a verificar a entrada e 
saída de mercadorias do país, mas também a circulação de veículos e pessoas. 
Ele se presta a verificar a licitude da mercadoria que está entrando no país. 
Logicamente, quando há a circulação de mercadorias entre as 
fronteiras de países, há a incidência tributária. No entanto, esta não é o ponto 
central do controle aduaneiro. Existem certas situações em que há isenção ou 
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ainda suspensão de impostos na importação. Mesmo tais operações estão 
sujeitas ao controle aduaneiro. 
Quando as mercadorias chegam ao país e são devidamente 
armazenadas, elas passam a estar disponíveis para que seja procedido o 
despacho aduaneiro de importação, que inicia com o registro da D.I (Declaração 
de Importação) no SISCOMEX. O despacho aduaneiro de importação é o 
procedimento pelo qual a Receita Federal do Brasil irá atestar a regularidade da 
importação com vistas a que se proceda à entrada da mercadoria no país. No 
registro da D.I, o importador irá prestar uma série de informações, as quais serão 
cotejadas pela Receita Federal do Brasil. 
Podemos entender o despacho aduaneiro como um processo 
administrativo, compondo-se, portanto, de uma seqüência de atos administrativos, 
cujo objetivo final é o desembaraço aduaneiro da mercadoria. 
Art. 542. Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é 
verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à 
mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação 
específica. 
Art. 543. Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título 
definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação, 
deverá ser submetida a despacho de importação, que será realizado com 
base em declaração apresentada à unidade aduaneira sob cujo controle 
estiver a mercadoria 
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às mercadorias 
reimportadas e às referidas nos incisos I a V do art. 70. 
 
Conforme nos afirma o art. 543 do Novo Regulamento Aduaneiro, todas 
as mercadorias procedentes do exterior, sujeitas ou não ao pagamento do imposto 
de importação, deverão ser submetidas a despacho de importação. O controleaduaneiro ocorre, portanto, por meio desse procedimento administrativo que é o 
despacho aduaneiro. 
a)ERRADO. A assertiva está errada porque ela é restritiva ao afirmar que o 
despacho aduaneiro de mercadoria é procedimento fiscal por meio do qual se 
processa o despacho aduaneiro de mercadoria que entra no território aduaneiro a 
título definitivo. Na verdade, o despacho aduaneiro também é realizado em 
relação a mercadorias que adentram o país sem o caráter de definitividade. 
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b)ERRADO. O despacho aduaneiro de mercadorias não se processa somente em 
relação a mercadorias que serão consumidas no interior do país. Independente se 
a mercadoria é um bem de consumo ou um bem de capital, esta sofrerá o controle 
aduaneiro, materializado pelo despacho de importação. 
c)ERRADO. O despacho aduaneiro é uma seqüência de atos administrativos 
muito mais complexa do que somente a conferência documental de mercadoria 
procedente do exterior. 
d) ERRADO. A assertiva apresenta dois erros. O primeiro deles quando afirma 
que o despacho aduaneiro consiste simplesmente na conferência documental. O 
segundo quando afirma que somente as mercadorias que entram a título 
temporário no país sofrerão esse procedimento fiscal. 
e) CERTO. Perfeita a assertiva! O despacho aduaneiro de importação é 
procedimento fiscal que independe de a mercadoria estar entrando a título 
definitivo ou temporário ou ainda, acrescentando, independe se a mercadoria é 
objeto de um contrato de compra e venda ou doação. Em todos os casos ele 
ocorrerá. 
Gabarito: Letra E 
 
2- (AFRF 2002.1) - Estão dispensadas de despacho aduaneiro de importação: 
a) mercadorias que tendo sido exportadas em regime de consignação 
retornem ao País. 
b) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País para 
efeitos de reparo ou restauração. 
c) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País por motivo 
de guerra ou calamidade pública. 
d) malas diplomáticas, sempre que contenham sinais exteriores visíveis que 
indiquem seu caráter e que sejam entregues a pessoa formalmente 
credenciada por Missão Diplomática. 
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e) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País por 
fatores alheios à vontade do exportador, devidamente comprovados por 
laudo pericial firmado por autoridade competente. 
Na questão anterior afirmamos que todas as mercadorias estão sujeitas 
ao controle aduaneiro, ou seja, todas sofrem o procedimento fiscal de despacho 
aduaneiro. Entretanto, excetua-se dessa regra a mala diplomática, que está 
dispensada do controle aduaneiro e, por analogia, a mala consular. Essa exceção 
origina-se de um acordo internacional e está explicitada no art. 547 do 
Regulamento Aduaneiro, Decreto nº 6759/2009: 
Art. 547. Está dispensada de despacho de importação a entrada, no 
País, de mala diplomática, assim considerada a que contenha tão-
somente documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial 
§ 1o A mala diplomática deverá conter sinais exteriores visíveis que 
indiquem seu caráter e ser entregue a pessoa formalmente credenciada 
pela Missão Diplomática. 
§ 2o Aplica-se o disposto neste artigo à mala consular. 
 
Gabarito: Letra D. 
 
3-(AFRF-2002.2)- Considerando que o regime especial de drawback em uma 
de suas modalidades é suspensivo de tributação, identifique nas opções 
abaixo aquela que corresponde ao despacho aduaneiro a ele aplicável na 
importação. 
a) Despacho de admissão ao regime (DA). 
b) Despacho de trânsito aduaneiro conjugado com despacho de admissão 
(DTA/DA). 
c) Despacho antecipado de importação em drawback (DAI-DRAWBACK). 
d) Ato concessório do drawback (AC). 
e) Despacho de importação para consumo. 
Amigo concurseiro, o despacho aduaneiro de importação apresenta-se 
em três modalidades diferenciadas: despacho para consumo, despacho para 
admissão e despacho para internação, conforme estabelecido no art 2º da IN SRF 
no 680/2006: 
Art. 2o- O despacho aduaneiro de importação compreende: 
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I - despacho para consumo, inclusive da mercadoria: 
a) ingressada no País com o benefício de drawback; 
b) destinada à ZFM, à Amazônia Ocidental ou a ALC; 
c) contida em remessa postal internacional ou expressa ou, ainda, 
conduzida por viajante, se aplicado o regime de importação comum; e 
d) admitida em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas 
especiais, na forma do disposto no inciso II, que venha a ser submetida 
ao regime comum de importação; e 
II - despacho para admissão em regime aduaneiro especial ou aplicado 
em áreas especiais, de mercadoria que ingresse no País nessa condição. 
. 
As mercadorias despachadas para consumo são aquelas 
submetidas ao regime de importação comum ou, de maneira simplificada, 
importadas a título definitivo. Interessante lembrarmos que as mercadorias 
submetidas ao regime aduaneiro especial de drawback também são 
despachadas para consumo. Guarde isso! As bancas examinadoras gostam 
dessa assertiva! Aliás, era essa a chave da nossa questão: saber que as 
mercadorias submetidas ao regime de drawback sofrem despacho para consumo. 
Como se pode verificar, o drawback se apresenta aí como uma grande 
exceção, já que as mercadorias submetidas a regimes aduaneiros especiais ou 
aplicados em áreas especiais sofrem o chamado despacho para admissão. 
Agora observe caro amigo, o que estabelece o art 2º, inciso I, alínea d! 
O que ele quer dizer é que se uma mercadoria foi submetida a despacho de 
admissão em um regime aduaneiro especial e depois deixa esse status, entrando 
no país com o ânimo de definitividade, esta sofrerá o despacho para consumo. Se, 
por exemplo, uma determinada mercadoria sofreu despacho para admissão no 
regime de entreposto aduaneiro - ela adentrou o território aduaneiro e permanece 
em um recinto alfandegado em consignação- e depois esta é adquirida, ela sofrerá 
um novo despacho aduaneiro, desta vez um despacho para consumo. 
“Ricardo, mas e o despacho para internação? Onde ele entra nisso 
tudo?” 
Boa pergunta! Se em linhas gerais as mercadorias que são importadas 
a título definitivo estão sujeitas a despacho para consumo e as mercadorias 
submetidas a regimes aduaneiros especiais e aplicados em áreas especiais estão 
sujeitas a despacho para admissão, onde entra o despacho para internação? É o 
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seguinte: as mercadorias que entram na Zona Franca de Manaus ou Áreas de 
Livre Comércio gozam de benefícios fiscais na importação. Nesse caso diz-se que 
a mercadoria está submetida a um regime aduaneiro aplicado em áreas especiais. 
No momento em que esta entra no país pela ZFM, sofre despacho para admissão. 
No entanto, quando uma mercadoria sai da ZFM destinada a outro lugar do país 
esta sofre fiscalização, no que se procede ao despacho para internação. 
“Ah, entendi, Ricardo! Mas me diga uma coisa: por que quando as 
mercadorias saem da ZFM ou de Áreas de Livre Comércio elas sofrem o 
despacho para internação?” 
Mais uma excelente pergunta! Quando o legislador brasileiro previu que 
as mercadorias que adentrassem a ZFM ou as Áreas de Livre Comércio obteriam 
benefícios fiscais na importação, ele o fez com o intuito de desenvolver aquela 
região, e não para que um industrial de outra região brasileira adquirisse esta 
mercadoria por intermédio de uma triangulação comercial. Assim, ao dispor sobre 
a necessidade do despacho para internação, o legislador pátrio visou coibir o 
famigerado “jeitinho brasileiro”. 
Gabarito: Letra E.4- (AFRF-2003)- Assinale a opção correta. 
a) O importador pode verificar as mercadorias recebidas do exterior, 
previamente ao início da conferência aduaneira, para dirimir dúvidas quanto 
à sua perfeita identificação, na presença da autoridade aduaneira e do 
representante do depositário. 
b) A verificação da mercadoria compreende o exame documental e a 
conferência física e será realizada por Auditor-Fiscal ou por Técnico da 
Receita Federal, sob supervisão do AFRF. 
c) A conferência aduaneira é feita de acordo com a seleção da declaração de 
importação para os canais verde (desembaraço automático) ou vermelho 
(verificação pela fiscalização), sendo feito exame de valor no canal cinza. 
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d) Havendo indícios de fraude na importação, o despacho será interrompido 
e a declaração encaminhada ao setor incumbido das consultas e registros 
no RADAR (Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos 
Intervenientes Aduaneiros). 
e) A verificação prévia da mercadoria efetuada a pedido do importador, 
realizada sob acompanhamento da fiscalização aduaneira, não dispensa a 
verificação física por ocasião do despacho aduaneiro. 
. 
 A IN SRF no 680/2006 descreve passo a passo todas as fases do 
despacho aduaneiro de importação, as quais passaremos a comentar uma por 
uma a partir de agora. 
1- Registro da D.I e respectiva parametrização. 
2- Instrução da Declaração com os documentos 
pertinentes. 
3- Distribuição para conferência aduaneira. 
4- Conferência Aduaneira 
5- Desembaraço Aduaneiro 
 
O registro da D.I no SISCOMEX marca o início do despacho aduaneiro 
de importação, consistindo na sua numeração pela Receita Federal do Brasil. 
Como veremos em aulas futuras, o fato gerador do imposto de importação 
considera-se realizado justamente no momento em que a D.I é registrada no 
SISCOMEX. Este é chamado de fato gerador temporal do I.I, momento em que se 
realiza o cálculo do imposto de importação. 
“Mas em que implica o registro da D.I marcar o início do despacho 
aduaneiro de importação?” 
Excelente questão! Para respondermos essa pergunta vamos entrar na 
seara do Direito Tributário. Vejamos o que dispõe o Código Tributário Nacional em 
seu art. 138: 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da 
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e 
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dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela 
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de 
apuração. 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada 
após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de 
fiscalização, relacionados com a infração. 
 
Sobre o artigo acima transcrito, podemos dizer que se o contribuinte 
tiver cometido alguma infração à legislação tributária e vier espontaneamente a 
denunciá-la, acompanhando essa atitude do pagamento do tributo devido, antes 
de iniciado qualquer procedimento de fiscalização, sua responsabilidade será 
excluída. Esse procedimento de fiscalização será considerado iniciado, no caso do 
despacho aduaneiro de importação, com o registro da D.I no SISCOMEX. A partir 
daí, não será considerada espontânea qualquer denúncia efetuada pelo sujeito 
passivo do imposto de importação e ele será responsabilizado pela infração. 
Concluindo, o registro da Declaração de Importação tem o condão de excluir 
o benefício da espontaneidade, porque iniciado nesse momento o 
procedimento de fiscalização. 
Outro efeito provocado pelo registro da Declaração de Importação é o 
de recolher os tributos devidos na operação de importação. Com a modernização 
tecnológica dos meios de comunicação, no exato momento em que o importador 
registra a D.I, o valor dos tributos devidos já é debitado em sua conta-corrente. 
 Resumindo, o registro da D.I pelo importador no SISCOMEX tem três 
efeitos principais: 
1- O registro da D.I é considerado o momento da ocorrência do 
fato gerador do I.I para fins de cálculo. 
Art. 73. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato 
gerador: 
I - na data do registro da declaração de importação de mercadoria 
submetida a despacho para consumo. ( Decreto nº 6759/2009) 
 
2- O registro da D.I exclui o benefício da espontaneidade. 
3- O valor dos tributos devidos na operação é automaticamente 
debitado da conta-corrente do importador. 
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Art. 11. O pagamento dos tributos e contribuições federais devidos na 
importação de mercadorias, bem assim dos demais valores exigidos em 
decorrência da aplicação de direitos antidumping, compensatórios ou de 
salvaguarda, será efetuado no ato do registro da respectiva DI ou da sua 
retificação, se efetuada no curso do despacho aduaneiro, por meio de 
Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) eletrônico, 
mediante débito automático em conta-corrente bancária, em agência 
habilitada de banco integrante da rede arrecadadora de receitas federais. 
(IN SRF 680/2006) 
 
O registro da Declaração de Importação somente poderá ser efetivado 
se atendidas certas exigências da legislação, relacionadas no art.15 da IN SRF 
680/2006: 
Art. 15. O registro da DI caracteriza o início do despacho aduaneiro de 
importação, e somente será efetivado: 
I - se verificada a regularidade cadastral do importador; 
II - após o licenciamento da operação de importação, quando exigível, e a 
verificação do atendimento às normas cambiais, conforme estabelecido 
pelos órgãos e agências da administração pública federal competentes; 
III - após a chegada da carga, exceto na modalidade de registro 
antecipado da DI, previsto no art. 17; 
IV - após a confirmação pelo banco da aceitação do débito relativo aos 
tributos, contribuições e direitos devidos, inclusive da Taxa de Utilização 
do Siscomex; 
V - se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro. 
§ 1o Entende-se por irregularidade impeditiva do registro da declaração 
aquela decorrente da omissão de dado obrigatório ou o seu fornecimento 
com erro, bem assim a que decorra de impossibilidade legal absoluta. 
§ 2o Considera-se não chegada a carga que, no Mantra, esteja em 
situação que impeça a vinculação da DI ao conhecimento de carga 
correspondente. (IN SRF 680/2006) 
 
Chamamos a atenção para os incisos II e III do art.15 acima transcrito. 
Segundo estes, para que seja registrada a D.I, será necessário que já tenha 
sido procedido o licenciamento da importação e ainda que a carga tenha 
chegado ao país e já esteja armazenada. 
Como se pode ver, o SISCOMEX faz uma série de verificações prévias 
ao registro da D.I. Ao importador também é permitido verificar a carga, após sua 
chegada ao país e antes do registro da D.I. 
“Ricardo, pra quê o importador vai querer ver a carga antes do registro 
da D.I? Qual a vantagem dele fazer tal procedimento?” 
Amigo concurseiro, imagine que o importador comprou batatas e a 
carga que chegou é de feijão! O que será que você, futuro AFRFB, vai fazer? 
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“Eu não sei muito bem não, mas acho que essa é uma infração e ele 
será multado.” 
É isso mesmo, o importador será multado! É lógico que eu exagerei – 
falando de batatas e feijão - para que você entendesse melhor, mas se o 
importador houver classificado erroneamente a mercadoria quanto à NCM 
(Nomenclatura Comum do MERCOSUL), ele estará cometendo uma infração 
punida com multa de 1% sobre o valor aduaneiro. Assim, ele poderá requerer, 
previamente ao registro da D.I, a verificação das mercadorias efetivamenterecebidas do exterior a fim de retirar dúvidas porventura existentes. 
Importante ressaltar que essa verificação poderá ser realizada com o 
acompanhamento pela fiscalização aduaneira. Este acompanhamento pela 
autoridade aduaneira não dispensa a verificação física que porventura venha 
a ser realizada em fase posterior do despacho aduaneiro, mais 
especificamente na conferência aduaneira. Vejamos o que diz a letra da IN 
SRF 680/2006: 
Art. 10. O importador poderá requerer, previamente ao registro da DI, a 
verificação das mercadorias efetivamente recebidas do exterior, para 
dirimir dúvidas quanto ao tratamento tributário ou aduaneiro, inclusive no 
que se refere à sua perfeita identificação com vistas à classificação fiscal 
e à descrição detalhada. 
§ 1o O requerimento deverá ser instruído com o conhecimento de carga 
correspondente e dirigido ao chefe do setor responsável pelo despacho 
aduaneiro, o qual poderá ainda decidir pela necessidade de 
acompanhamento do ato pela fiscalização aduaneira. 
§ 2º A verificação da mercadoria pelo importador nos termos deste artigo, 
ainda que realizada sob acompanhamento da fiscalização aduaneira, não 
dispensa a verificação física pela autoridade aduaneira, por ocasião do 
despacho de importação, se for o caso. 
 
Amigo concurseiro, hoje você já me fez várias perguntas, agora é minha 
vez. Você acha que a Receita Federal do Brasil confere nos mínimos detalhes 
todas as importações brasileiras? Será que este órgão faz a conferência 
documental e física de todas as importações? 
A resposta para as duas perguntas é não. Eu sabia que você ia acertar. 
Seria muito difícil, praticamente impossível, que se verificasse todas as 
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importações. Seriam necessários muito mais AFRFB, o que seria bom para os 
concurseiros, mas... Vamos então à explicação! 
Após o registro da D.I no SISCOMEX, esta é parametrizada. A 
parametrização da D.I se refere ao grau de profundidade em que a mesma será 
analisada pela Receita Federal do Brasil. São quatro os “canais” para os quais 
pode ser direcionada uma D.I: verde, amarelo, vermelho e cinza. 
Art. 21. Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e 
selecionada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira: 
I - verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da 
mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da 
mercadoria; 
II - amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo 
constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, 
dispensada a verificação da mercadoria; 
III - vermelho, pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após 
a realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e 
IV - cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da 
mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle 
aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que 
se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em 
norma específica. 
 
Quando a D.I é direcionada para o canal verde, o importador já pode 
abrir o champagne e começar a comemorar. O desembaraço é automático e a 
operação fica dispensada do exame documental e da verificação física. 
No canal amarelo, o AFRFB fará somente uma conferência documental 
da D.I. Essa situação é típica de situações em que se necessita verificar se uma 
entidade beneficente que pleiteia uma isenção realmente faz jus a esta ou então 
verificar se uma operação está instruída com um certificado de origem. 
No canal vermelho, a conferência será documental e física e no canal 
cinza serão aplicados procedimentos especiais de fiscalização. O canal cinza é 
típico de operações em que haja indícios de fraude. 
A seleção do canal para o qual será direcionada a D.I vai depender de 
uma série de fatores, tais como a regularidade fiscal e habitualidade do 
importador; natureza, volume ou valor da importação; valor dos impostos 
incidentes ou que incidiriam na importação; origem, procedência e destinação da 
mercadoria; tratamento tributário; características da mercadoria; capacidade 
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operacional e econômico-financeira do importador; e ocorrências verificadas em 
outras operações realizadas pelo importador. 
Outro aspecto interessante com relação à parametrização da D.I é que, 
mesmo que esta tenha sido direcionada para o canal verde, se houverem 
indícios de irregularidade na importação, a Receita Federal do Brasil poderá 
submeter a mercadoria à conferência física ou documental. 
Registrada a D.I, o importador deverá apresentar à RFB todos os 
documentos necessários para que proceda ao despacho aduaneiro. Os 
documentos-base a serem apresentados são o conhecimento de carga, a fatura 
comercial e o romaneio de carga, além de outros específicos à importação. 
Chegamos agora à fase central do despacho aduaneiro de importação: 
a conferência aduaneira procedida por um Auditor Fiscal da Receita Federal do 
Brasil. Esta divide-se em três etapas: exame documental, verificação da 
mercadoria e aplicação de procedimento especial de despacho aduaneiro. 
A conferência aduaneira tem por objetivo apurar a regularidade da 
importação. Nesse momento, o AFRFB efetivamente analisa a operação de 
importação que está sendo efetuada. 
O nível de profundidade da conferência aduaneira será determinado 
pelo canal para o qual foi direcionada a D.I. Se ela tiver sido direcionada, por 
exemplo, para o canal vermelho, será necessário proceder-se ao exame 
documental e físico da mercadoria. Lembramos mais uma vez que se a D.I tiver 
sido direcionada para o canal verde, a autoridade aduaneira poderá agravar o 
nível de verificação. O que não poderá em momento algum acontecer é a 
suavização de um procedimento de verificação. Vamos supor que uma D.I tenha 
sido direcionada para o canal vermelho e esteja sujeita, portanto, ao exame 
documental e físico. A autoridade aduaneira não poderá, nessa situação, 
determinar que a operação se submeterá somente ao exame documental. 
Entendido isso aí? Resumindo: agravar pode, suavizar jamais. 
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No exame documental, a Receita Federal do Brasil verifica se os dados 
constantes da fatura comercial, conhecimento de carga e outros documentos 
pertinentes são os mesmos que constam da Declaração de Importação. 
Art. 25. O exame documental das declarações selecionadas para 
conferência nos termos do art. 21 consiste no procedimento fiscal 
destinado a verificar: 
I - a integridade dos documentos apresentados; 
II - a exatidão e correspondência das informações prestadas na 
declaração em relação àquelas constantes dos documentos que a 
instruem, inclusive no que se refere à origem e ao valor aduaneiro da 
mercadoria; 
III - o cumprimento dos requisitos de ordem legal ou regulamentar 
correspondentes aos regimes aduaneiros e de tributação solicitados; 
IV - o mérito de benefício fiscal pleiteado; e 
V - a descrição da mercadoria na declaração, com vistas a verificar se 
estão presentes os elementos necessários à confirmação de sua correta 
classificação fiscal. 
Parágrafo único. Na hipótese de descrição incompleta da mercadoria na 
DI, que exija verificação física para sua perfeita identificação, com vistas 
a confirmar a correção da classificação fiscal ou da origem declarada, o 
AFRF responsável pelo exame poderá condicionar a conclusão da etapa 
à verificação da mercadoria. (IN SRF 680/2006) 
 
A verificação física da mercadoria é procedimento fiscal que ocorre 
posteriormente ao exame documental para confirmar se os dados relacionados 
documentalmente são compatíveis com o que seapresenta na prática. A 
verificação física será realizada exclusivamente por AFRFB ou por ATRFB sob a 
supervisão de AFRFB responsável pelo procedimento fiscal. Todo esse 
procedimento de verificação deve ser realizado na presença do importador ou de 
seu representante. Este deverá comparecer ao recinto em que se encontra a 
mercadoria a ser verificada, na data e horário previstos, conforme a regra de 
agendamento ou escalonamento estabelecida. 
Art. 29. A verificação física é o procedimento fiscal destinado a identificar 
e quantificar a mercadoria submetida a despacho aduaneiro, a obter 
elementos para confirmar sua classificação fiscal, origem e seu estado de 
novo ou usado, bem assim para verificar sua adequação às normas 
técnicas aplicáveis. 
§ 1o O importador prestará à fiscalização aduaneira as informações e a 
assistência necessárias à identificação da mercadoria. 
§ 2o A fiscalização aduaneira, caso entenda necessário, poderá solicitar a 
assistência técnica para a identificação e quantificação da mercadoria. 
 
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A conferência aduaneira pode implicar ainda na aplicação de 
procedimento especial de controle aduaneiro. Estão submetidas a esse tratamento 
as Declarações de Importação direcionadas para o canal cinza, as quais 
normalmente são aquelas em que há elementos indiciários de fraude. 
Concluída a conferência aduaneira, passamos ao desembaraço 
aduaneiro, que é a fase final do despacho aduaneiro de importação, 
caracterizando-se por ser o ato administrativo que atesta a regularidade da 
operação de importação. 
Muitas vezes, em questões de provas, as bancas tentam confundir os 
candidatos trocando o uso de termos semelhantes. É comum a confusão ser feita 
entre conferência aduaneira e desembaraço aduaneiro. A seguir listamos algumas 
diferenças: 
1- O desembaraço aduaneiro atesta a regularidade da importação; a 
conferência aduaneira apura a regularidade da importação. 
2- O desembaraço aduaneiro é ato posterior à conferência aduaneira. 
Concluída esta, a mercadoria será imediatamente desembaraçada. 
3- A conferência aduaneira pode abranger a inspeção documental, 
verificação física e aplicação de procedimentos especiais de controle aduaneiro; 
no desembaraço aduaneiro o procedimento é simples: o AFRFB acessa o 
SISCOMEX e atesta a regularidade da operação. 
Ufa! Achei que eu não ia parar de falar mais! Vamos agora comentar 
cada um dos itens da questão. 
a)ERRADO. Realmente o importador poderá verificar a mercadoria recebida do 
exterior antes mesmo da conferência aduaneira. Essa verificação, conforme já 
comentamos anteriormente, pode ocorrer com o acompanhamento da autoridade 
aduaneira. No entanto, este acompanhamento pela autoridade aduaneira não é 
obrigatório, dependendo de decisão do chefe do responsável pelo despacho 
aduaneiro. Não há na legislação qualquer previsão para que o representante do 
depositário acompanhe essa verificação anterior à conferência aduaneira. 
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b)ERRADO. Na conferência aduaneira, a verificação poderá ocorrer em três níveis 
diferenciados: exame documental, verificação física e aplicação de procedimento 
especial de despacho aduaneiro. A questão está errada porque restringe a 
verificação da mercadoria a dois procedimentos- exame documental e verificação 
física- esquecendo-se da possibilidade de aplicação de procedimento especial de 
despacho aduaneiro. 
c)ERRADO. A assertiva está incompleta porque se esquece que existe também o 
canal amarelo, em que há o exame documental. Destacamos aqui a alusão que o 
examinador faz ao canal cinza, afirmando que neste há exame de valor. 
Realmente, um dos motivos que pode levar uma mercadoria a ser direcionada 
para o canal cinza é a dificuldade de se determinar o seu valor aduaneiro. 
d)ERRADO. Se houver indícios de fraude em uma importação esta será 
direcionada para o canal cinza e aplicado procedimento especial de despacho 
aduaneiro. 
e) CERTO. Como dissemos anteriormente, é permitido que o importador verifique 
a mercadoria anteriormente à conferência aduaneira. Essa verificação poderá ser 
efetuada com o acompanhamento fiscal e, de forma alguma, dispensa a 
verificação física por ocasião do despacho aduaneiro. 
Gabarito: Letra E 
 
5- (AFRF-2002.1)- Assinale a opção correta. 
a) Avaria - Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuízo que venha a sofrer 
o veículo transportador, em razão de sinistro. 
b) Avaria - Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuízo que venha a sofrer 
o expedidor da carga, por desídia ou negligência. 
c) Avaria - Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuízo que decorra, 
exclusivamente, de "força maior". 
d) Avaria - Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuízo que venha a sofrer 
o transitário internacional em razão de acidentes ou sinistros, ainda que 
provocados por terceiro subcontratado. 
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e) Avaria - Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuízo que venha a sofrer 
a mercadoria ou o seu envoltório, independentemente de quem lhe der 
causa. 
A letra E descreve exatamente o conceito de avaria. Como se pode 
perceber, esta é um prejuízo que sofre a mercadoria e que independe de quem a 
ela deu causa. 
“Ricardo, mas que questão mais conceitual! Será que isso é mesmo 
importante?” 
Concordo com você que esta é uma questão muito conceitual e que 
não deve se repetir. No entanto, eu a coloquei aqui para que pudesse introduzir 
um assunto de fundamental importância: a vistoria aduaneira. 
Vou começar aqui então com algumas perguntas! O que acontece se a 
mercadoria que está sendo importada sofrer uma avaria ou for extraviada? Será 
que haverá cobrança de tributos? 
É isso mesmo, ainda que a mercadoria importada tenha sofrido 
avaria ou tiver sido extraviada, incidirão os tributos na operação 
normalmente, como se nada tivesse ocorrido. 
“Ricardo, mas não é injusto que o importador pague imposto referente a 
uma mercadoria extraviada ou danificada?” 
Calma amigo, não é ele quem irá pagar esses tributos! A Receita 
Federal do Brasil irá cobrar os tributos daquele que foi o responsável pela falta ou 
avaria: o depositário ou o transportador. 
A vistoria aduaneira é justamente o procedimento pelo qual se apura a 
responsabilidade pela falta ou avaria de mercadoria. Vejamos o que nos descreve 
o Decreto nº 6759/2009: 
Art. 650. A vistoria aduaneira destina-se a verificar a ocorrência de 
avaria ou de extravio de mercadoria estrangeira entrada no território 
aduaneiro, a identificar o responsável e a apurar o crédito tributário dele 
exigível. 
§ 1o A vistoria será realizada a pedido, ou de ofício, sempre que a 
autoridade aduaneira tiver conhecimento de fato que a justifique, 
devendo seu resultado ser consubstanciado no termo de vistoria. 
 
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“Mas Ricardo, como a Receita Federal do Brasil vai descobrir quem foi 
o responsável pela avaria ou extravio da mercadoria?” 
Simples! Quando o transportador chega ao país, ele irá repassar a 
carga ao depositário. Qualquer ocorrência com a carga deverá, portanto, ser 
registrada pelo depositário. Vamos supor, por exemplo, que no recebimento da 
carga o depositário verifique que algumas mercadorias encontram-se avariadas. 
Ele registra a ocorrência em termo próprio, o que irá comprovar que quando 
recebeu a carga ela já estava defeituosa. A responsabilidade será nesse caso do 
transportador. Se ao contrário, o depositário não registrar nenhuma ocorrência e 
depois for verificado que a mercadoria está avariada, a responsabilidadeserá a 
ele transferida. 
Art. 652. Cabe ao depositário, logo após a descarga de volume avariado, 
ou a constatação de extravio, registrar a ocorrência em termo próprio, 
disponibilizado para manifestação do transportador, na forma e no prazo 
estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
 
A Receita Federal do Brasil, encerrado o procedimento de vistoria 
aduaneira, irá lavrar uma notificação de lançamento sobre aquele que foi 
considerado responsável – o transportador ou o depositário. 
O importador poderá dispensar a realização da vistoria aduaneira, 
assumindo, no entanto, a responsabilidade pelo pagamento do imposto de 
importação. (Art 655 – Decreto nº 6759/2009) 
Assistirão à vistoria aduaneira, em data e hora fixada pela autoridade 
aduaneira, o importador, o depositário e o transportador. Outra pessoa que possua 
legítimo interesse também poderá acompanhar a vistoria aduaneira. (Art. 656- 
Decreto nº 6759/2009). 
Gabarito: Letra E. 
 
6-(AFTN 1998) – Sobre a fatura comercial, emitida por compra e venda 
internacional, é correto afirmar-se que: 
a) tem força contratual e é documento, em regra, obrigatório para instrução 
do despacho aduaneiro, possuindo valor para fins de tributação. 
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b) tem força contratual, e embora não componha o processo de despacho 
aduaneiro, dela se extraem elementos para tributação. 
c) compõe o processo de despacho aduaneiro para fins exclusivos de 
controle administrativo. 
d) não possui valor para fins de controle e não instrui o processo de 
despacho aduaneiro. 
e) dela não se extraem elementos para fins de tributação, por não se tratar 
de documento equivalente a um contrato comercial. 
Os documentos-base que devem instruir a declaração de importação 
são a fatura comercial, o conhecimento de carga e o romaneio de carga. 
A fatura comercial, como o próprio nome já nos ajuda a deduzir, 
descreve os principais aspectos comerciais da operação. O art. 557 do Novo 
Regulamento Aduaneiro discrimina quais dados deverá possui a referida fatura: 
Art. 557. A fatura comercial deverá conter as seguintes indicações: 
I - nome e endereço, completos, do exportador; 
II - nome e endereço, completos, do importador e, se for caso, do 
adquirente ou do encomendante predeterminado; 
III - especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do 
Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, 
acompanhada de tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade 
aduaneira, contendo as denominações próprias e comerciais, com a 
indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita identificação; 
IV - marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes; 
V - quantidade e espécie dos volumes; 
VI - peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria 
com todos os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios; 
VII - peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e 
qualquer envoltório; 
VIII - país de origem, como tal entendido aquele onde houver sido 
produzida a mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação 
substancial; 
IX - país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi 
adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país 
de origem da mercadoria ou de seus insumos; 
X - país de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a 
mercadoria no momento de sua aquisição; 
XI - preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o 
montante e a natureza das reduções e dos descontos concedidos; 
XII - custo de transporte a que se refere o inciso I do art. 77 e demais 
despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura; 
XIII - condições e moeda de pagamento; e 
XIV - termo da condição de venda (INCOTERM). 
Parágrafo único. As emendas, ressalvas ou entrelinhas feitas na fatura 
deverão ser autenticadas pelo exportador. 
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21
 
No fluxo de uma importação brasileira, antes de qualquer coisa, o que 
ocorre é um contato preliminar entre o importador brasileiro e o fornecedor 
estrangeiro. Nesse primeiro contato, ambos estão na fase da negociação e 
verificam como podem atender melhor suas vontades. Ao final dessas 
negociações, o exportador emite um documento de nome Fatura Proforma 
Invoice,, que nada mais é do que a fatura comercial. Caso a importador com ela 
concorde mediante a aposição de sua assinatura, ela terá o efeito de vincular as 
partes, ou seja, ela terá efeito contratual. 
Da fatura comercial serão retirados dados a serem utilizados no 
processo de importação. Quando o importador registra a L.I no SISCOMEX ele 
deverá preenchê-la com os dados integrantes da fatura comercial. Da mesma 
maneira acontece com a Declaração de Importação. O AFRFB responsável pela 
conferência aduaneira irá, então, comparar os dados comerciais da D.I com os 
existentes na fatura comercial. Essa proposição nos leva a crer que a fatura 
comercial tem valores para fins de tributação. 
“Ricardo, então a fatura comercial é elemento obrigatório do processo 
de instrução do despacho aduaneiro?” 
Boa pergunta! Em regra, a fatura comercial é obrigatória em um 
despacho aduaneiro. Entretanto, esta poderá ser substituída pelo 
conhecimento de carga aéreo, desde que este possua os dados do valor da 
mercadoria, da espécie e quantidade, que são os dados principais de uma 
fatura comercial. 
Gabarito: Letra A. 
 
7- (AFTN-1998)- O despacho aduaneiro de importação é procedimento fiscal 
ao qual está/ estão sujeita(s): 
a)apenas as mercadorias que venham a ser redestinadas para outro regime 
aduaneiro. 
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b) apenas a mercadoria que, após submetida a despacho aduaneiro de 
exportação, retorne ao País. 
c) apenas as mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus, à Amazônia 
Ocidental e à Área de Livre Comércio. 
d) todas as mercadorias que ingressem no país, importadas a título 
definitivo ou não. 
e) apenas as mercadorias importadas a título definitivo. 
Como já vimos anteriormente, o despacho aduaneiro de importação é 
aplicável a todas as mercadorias que ingressem no país, independente se esta 
entrada é ou não decorrente de um contrato de compra e venda ou ainda se a 
mercadoria está sendo importada a título definitivo ou temporário 
Gabarito: Letra D. 
 
8- (TRF-2002.2)- A jurisdição dos serviços aduaneiros, exercida atualmente, 
compreende: 
a) os portos, os aeroportos e os pontos de fronteira. 
b) a zona primária e a zona secundária. 
c) a Zona Franca de Manaus, as Zonas de Processamento das Exportações e 
o restante do território nacional. 
d) os enclaves e os exclaves aduaneiros. 
e) os recintos alfandegados situados nas zonas de vigilância aduaneira. 
 
Em seu artigo 2º, o Regulamento Aduaneiro estabelece que “o território 
aduaneiro compreende todo o território nacional”. Esta afirmação é importante e 
pode ser entendida da seguinte forma: já que o território aduaneiro compreende 
todo o território nacional, as normas da legislação aduaneira aplicam-se 
igualmente em todos os lugares do país. O artigo 3º é enfático nesse sentido, ao 
determinar que a jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o 
território nacional. 
Art. 2o O território aduaneiro compreende todo o território nacional. 
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Art. 3o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o 
território aduaneiro e abrange: 
I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela 
autoridade aduaneira local: 
a) a área terrestre ou aquática,contínua ou descontínua, nos portos 
alfandegados; 
b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e 
c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; 
e 
II - a zona secundária, que compreende a parte restante do território 
aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo. 
§ 1o Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento de 
exportação, referidas no art. 534, constituem zona primária. 
 
O território aduaneiro pode ser dividido em duas áreas diferenciadas: a 
Zona Primária e a Zona Secundária. A Zona Primária caracteriza-se por ser o 
ponto pelo qual entram e saem do Brasil os veículos e mercadorias procedentes 
ou destinados ao exterior. Assim, uma mercadoria que esteja sendo importada 
para o Brasil, deverá entrar pela zona primária. Da mesma forma, se um 
determinado produto estiver sendo exportado, ele deverá sair do país por um 
porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. 
Art. 5o Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados 
por ato declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles 
possam, sob controle aduaneiro: 
I - estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele 
destinados; 
II - ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou 
passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; e 
III - embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior 
ou a ele destinados. 
... 
Art. 8o Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira 
alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias 
procedentes do exterior ou a ele destinadas. 
 
É importante ressaltarmos que existem portos e aeroportos que operam 
somente em viagens domésticas e que não são alfandegados. Somente portos e 
aeroportos alfandegados podem, entretanto, operar com viagens internacionais. 
Da mesma forma, existem pontos da faixa de fronteira em que não se permite o 
tráfego de pessoas e mercadorias. A circulação de mercadorias, pessoas e 
veículos deverá ocorrer sempre por pontos alfandegados, ou seja, aeroportos, 
portos e pontos de fronteira onde haja a presença de repartição alfandegária. 
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24
Quanto à Zona Secundária, o Regulamento Aduaneiro determina que 
ela compreende o restante do território aduaneiro, excluída a zona primária. Existe 
a possibilidade de que pontos localizados na zona secundária também sejam 
alfandegados, para que nele possa se proceder ao despacho aduaneiro. São os 
chamados portos secos. Os portos secos são pontos alfandegados na zona 
secundária, onde se pode proceder ao controle aduaneiro de mercadorias na 
importação e exportação, bem como operações de movimentação e 
armazenagem de mercadorias. 
Art. 11. Portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais 
são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho 
aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. 
§ 1o Os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de 
portos e aeroportos alfandegados. 
§ 2o Os portos secos poderão ser autorizados a operar com carga de 
importação, de exportação ou ambas, tendo em vista as necessidades e 
condições locais. 
 
Após esses comentários fica fácil notar que a resposta de questão é a 
letra B, pois: 
1) A jurisdição dos serviços aduaneiros abrange todo o território 
nacional. 
2) A zona primária abrange os portos, aeroportos e pontos de fronteira 
alfandegados. 
3) A zona secundária abrange todo o território nacional, com exceção 
da zona primária. 
4) Território nacional= zona primária + zona secundária. 
5) A jurisdição dos serviços aduaneiros abrange a zona primária e a 
zona secundária, ou seja, todo o território nacional. 
Gabarito: Letra B. 
 
9- (TRF-2002.2)- Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V 
para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a opção que 
contenha a seqüência correta. 
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25
( ) Nas zonas de vigilância aduaneira demarcadas na faixa de fronteira 
terrestre é proibida a presença ou circulação de mercadorias, animais e 
veículos em viagem internacional. 
( ) As operações de despacho aduaneiro nos portos, aeroportos e pontos de 
fronteira alfandegados a título permanente serão efetuados nos horários, 
locais e condições determinados pela autoridade aduaneira. 
( ) A busca aduaneira, para prevenir ou reprimir a ocorrência de extravios ou 
de acréscimos de volumes ou de mercadorias, deve ser precedida da 
lavratura do termo de entrada do veículo e da comunicação ao responsável, 
que poderá ser verbal. 
a) V, V, V 
b) V, F, V 
c) F, V, V 
d) F, F, F 
e) F, V, F 
. 
I- FALSO. Além da zona primária e zona secundária, o Regulamento 
Aduaneiro fala ainda sobre as zonas de vigilância aduaneira, que são porções 
demarcadas do território aduaneiro onde há restrições especiais quanto à 
permanência e circulação de pessoas, mercadorias e veículos. A delimitação do 
espaço territorial sujeito à vigilância aduaneira será de competência do Ministro da 
Fazenda. 
Art. 4o O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla 
marítima ou na faixa de fronteira, zonas de vigilância aduaneira, nas 
quais a permanência de mercadorias ou a sua circulação e a de veículos, 
pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais, proibições e 
restrições que forem estabelecidas. 
§ 1o O ato que demarcar a zona de vigilância aduaneira poderá: 
I - ser geral em relação à orla marítima ou à faixa de fronteira, ou 
específico em relação a determinados segmentos delas; 
II - estabelecer medidas específicas para determinado local; e 
III - ter vigência temporária. 
§ 2o Na orla marítima, a demarcação da zona de vigilância aduaneira 
levará em conta, além de outras circunstâncias de interesse fiscal, a 
existência de portos ou ancoradouros naturais, propícios à realização de 
operações clandestinas de carga e descarga de mercadorias. 
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26
§ 3o Compreende-se na zona de vigilância aduaneira a totalidade do 
Município atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele 
fique fora da área demarcada 
 
A demarcação de zonas de vigilância aduaneira tem por objetivo 
prevenir e reprimir a ocorrência de operações clandestinas. Nas zonas de 
vigilância aduaneira, a alfândega exerce poderes especiais em virtude dos quais 
aplica ou pode aplicar medidas especiais de controle aduaneiro. Ao contrário do 
que diz a questão, não há proibição à circulação de mercadorias, animais ou 
veículos, mas tão somente a aplicação de algumas restrições especiais. 
II- VERDADEIRO. A autoridade aduaneira é que determina os horários, 
locais e condições em que serão efetuadas as operações de despacho aduaneiro. 
III- FALSO. A Receita Federal do Brasil poderá realizar busca em 
qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação 
aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das informações 
constantes do manifesto de carga. Tal procedimento poderá ocorrer desde que 
precedido de comunicação, que poderá ser verbal ou escrita. Se algum volume em 
específico despertar a desconfiança da autoridade aduaneira, este poderá ser 
aberto para a devida verificação, sendo necessário para isso a lavratura de termo 
de verificação. Não há necessidade, no entanto, ao contrário do que diz a 
assertiva, de que já tenha sido formalizada a entrada do veículo no território 
aduaneiro para que seja procedida a busca. Esta poderá ocorrer a qualquer 
tempo, caracterizando-se por ser uma atividade eminentemente discricionária da 
autoridade aduaneira. Vejamos o que nos traz o RegulamentoAduaneiro acerca 
da busca em veículos. 
Art. 34. A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer 
veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação 
aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das informações 
referidas no art. 31. 
§ 1o A busca a que se refere o caput será precedida de comunicação, 
verbal ou por escrito, ao responsável pelo veículo. 
§ 2o A Secretaria da Receita Federal do Brasil disporá sobre os casos 
excepcionais em que será realizada a visita a embarcações, prevista no 
art. 32 da Lei no 5.025, de 10 de junho de 1966 
Art. 35. A autoridade aduaneira poderá determinar a colocação de lacres 
nos compartimentos que contenham os volumes ou as mercadorias a que 
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se refere o § 1o do art. 31 e na situação de que trata o § 1o do art. 37, 
podendo adotar outras medidas de controle fiscal. 
Art. 36. Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade 
aduaneira poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de 
carga, para a devida verificação, lavrando-se termo. 
 
Gabarito: Letra E 
 
10-(TTN-1997) – A conferência final do manifesto em confronto com os 
registros de descarga da mercadoria dos veículos transportadores feita pela 
fiscalização aduaneira tem por finalidade: 
a) verificar as divergências porventura existentes e intimar o importador a 
pagar as multas correspondentes. 
b) constatar a falta ou o acréscimo de volume ou mercadoria entradas no 
território aduaneiro e a adoção do procedimento fiscal adequado contra o 
transportador. 
c) verificar se do manifesto constam todos os conhecimentos de carga, 
confrontando-se as quantidades de volumes registradas e os respectivos 
pesos brutos com os totais constantes do manifesto. 
d) após a descarga do veículo transportador verificar se todos os 
conhecimentos de carga estão arrolados no manifesto para confronto com 
os despachos aduaneiros correspondentes. 
e) proceder às averbações no manifesto das diferenças encontradas após a 
descarga, entre os dados constantes dos conhecimentos de carga e os 
dados constantes das folhas de controle de carga para efeito de apurar a 
responsabilidade pela diferença de tributos. 
 
Essa questão, assim como a anterior, diz respeito ao controle aduaneiro 
de veículos. Em primeiro lugar, ao chegar ao país, o transportador deverá prestar 
à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela 
estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a 
chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. Após a prestação 
dessas informações e a efetiva chegada do veículo ao país, será emitido o 
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respectivo termo de entrada, que tem o condão de formalizar o ingresso do veículo 
no país. 
As informações prestadas pelo importador são basicamente as 
constantes do manifesto de carga e são registradas por este no MANTRA. 
“Ih, não entendi nada Ricardo! Não sei o que é manifesto de carga nem 
MANTRA!” 
Ah, sim, me esqueci de explicar isso! Quando o exportador estrangeiro 
formaliza o contrato de frete com o transportador, ele o faz por meio do 
conhecimento de carga. O conhecimento de carga, que é um título de crédito, tem 
justamente esse intuito: formalizar o contrato de frete e servir como prova de 
posse ou propriedade da mercadoria. Entendido isso? 
Continuando, então! Como conclusão do que apresentamos acima, 
temos que cada conhecimento de carga está atrelado a um contrato de frete. 
Agora me responda o seguinte: será que um transportador pode, em uma só 
viagem, transportar mercadorias referentes a mais de um contrato de frete? 
Muito bom, concurseiro! É isso mesmo! O transportador pode 
transportar em um só carregamento mercadorias referentes a mais de um contrato 
de frete. Nesse caso, como temos vários contratos de frete, teremos também 
vários conhecimentos de carga. A reunião de todos esses conhecimentos de 
carga estará consolidada em um documento chamado de manifesto de 
carga. 
Nova pergunta: poderá o transportador, na mesma viagem, trazer vários 
manifestos de carga? 
Sim, ele poderá. Os manifestos de carga são individualizados por local 
de origem – local de destino. Assim, em um porto no exterior, se houver carga 
para ser entregue no Porto de Paranaguá e no Porto do Rio de Janeiro, teremos 
dois manifestos de carga a serem preenchidos. Um será referente ao trecho 
exterior- Porto de Paranaguá e outro referente ao trecho exterior- Porto do Rio de 
Janeiro. 
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Detalhe interessante é que a não-apresentação de manifesto ou 
declaração de efeito equivalente, em relação a qualquer ponto de escala no 
exterior, será considerada declaração negativa de carga. Entende-se então 
que não há carga para ser recebida naquele local. Transcrevemos abaixo alguns 
artigos do Regulamento Aduaneiro que tratam especificamente do manifesto de 
carga e conhecimento de carga. 
Art. 41. A mercadoria procedente do exterior, transportada por qualquer 
via, será registrada em manifesto de carga ou em outras declarações de 
efeito equivalente 
Art. 42. O responsável pelo veículo apresentará à autoridade aduaneira, 
na forma e no momento estabelecidos em ato normativo da Secretaria da 
Receita Federal do Brasil, o manifesto de carga, com cópia dos 
conhecimentos correspondentes, e a lista de sobressalentes e provisões 
de bordo. 
§ 1o Se for o caso, o responsável pelo veículo apresentará, em 
complemento aos documentos a que se refere o caput, relação das 
unidades de carga vazias existentes a bordo, declaração de acréscimo 
de volume ou mercadoria em relação ao manifesto e outras declarações 
ou documentos de seu interesse. 
§ 2o O conhecimento de carga deverá identificar a unidade de carga em 
que a mercadoria por ele amparada esteja contida. 
Art. 43. Para cada ponto de descarga no território aduaneiro, o veículo 
deverá trazer tantos manifestos quantos forem os locais, no exterior, em 
que tiver recebido carga. 
Parágrafo único. A não-apresentação de manifesto ou declaração de 
efeito equivalente, em relação a qualquer ponto de escala no exterior, 
será considerada declaração negativa de carga. 
 
“Ricardo, você ainda não falou sobre o que é o MANTRA!” 
O MANTRA – Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito 
e do Armazenamento - constitui parte integrante do SISCOMEX, sendo o meio 
pelo qual se processa o controle de cargas aéreas procedentes do exterior e de 
cargas em trânsito pelo território aduaneiro. O que ocorre é o seguinte: quando 
chega uma mercadoria em um aeroporto, o transportador deverá prestar 
informações sobre a mesma à Receita Federal do Brasil. Ele o faz através desse 
sistema MANTRA, que permite a localização física da carga. 
A localização física da carga é possível através da atribuição de um 
número a cada conhecimento de carga. Isso permite que a Receita Federal do 
Brasil, o transportador, o importador ou a INFRAERO possa ter acesso a qual a 
situação atual da mercadoria. Ele permite, por exemplo, que o importador saiba 
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que a mercadoria já chegou no país e encontra-se armazenada. Entendido para 
que serve o MANTRA? 
Fazendo um rápido parênteses, a RFB, por meio da IN SRF no 
797/2007, criou o SISCARGA, que trata-se de procedimento informatizado de 
controle das embarcações, de suas cargas e unidades de carga(contêineres) 
procedentes ou destinadas ao exterior, nos portos alfandegados. Então temos o 
MANTRA controlando as cargas aéreas e o SISCARGA controlandoas cargas 
marítimas, entendido? 
Continuando, após terem sido prestadas as informações acerca das 
mercadorias no MANTRA e formalizada a entrada do veículo, será procedida a 
descarga das mesmas. 
Art. 63. A mercadoria descarregada de veículo procedente do exterior 
será registrada pelo transportador, ou seu representante, e pelo 
depositário, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da 
Receita Federal do Brasil. 
 
As mercadorias descarregadas serão registradas em documento 
conhecido por registro de descarga. Os registros de descarga são assinados 
pelo transportador e pelo depositário, em que confirmam a transferência de 
custódia da mercadoria. A finalidade do registro de descarga é justamente esta: 
relacionar as mercadorias que foram entregues pelo transportador ao fiel 
depositário das mesmas, função exercida nos aeroportos pela INFRAERO. 
O próximo passo é a conferência pela RFB se todas as cargas previstas 
no manifesto de carga efetivamente chegaram ao país. Esse procedimento é 
conhecido como conferência final de manifesto e consiste na comparação 
entre o manifesto de carga e os registros de descarga. No manifesto de carga 
constam todos os volumes incluídos nos conhecimentos de carga e nos registros 
de descarga constam os volumes efetivamente descarregados. Da comparação 
entre os dois, a Receita Federal do Brasil poderá verificar uma descarga maior ou 
menor do que a originalmente prevista. Vejamos o que está disposto no 
Regulamento Aduaneiro acerca do objetivo da conferência final de manifesto: 
Art. 658. A conferência final do manifesto de carga destina-se a 
constatar extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria 
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entrada no território aduaneiro, mediante confronto do manifesto 
com os registros de descarga. 
 
A Receita Federal do Brasil apura na conferência final de manifesto se 
há divergências entre os volumes constantes do manifesto de carga e os 
constantes nos registros de descarga. Se houver tais divergências, para maior ou 
menor, caberão penalidades ao transportador. Vejamos as situações em que há 
responsabilidade imputada ao transportador: 
Art. 661. Para efeitos fiscais, é responsável o transportador quando 
houver: 
I - substituição de mercadoria após o embarque; 
II - extravio de mercadoria em volume descarregado com indício de 
violação; 
III - avaria visível por fora do volume descarregado; 
IV - divergência, para menos, de peso ou dimensão do volume em 
relação ao declarado no manifesto, no conhecimento de carga ou em 
documento de efeito equivalente, ou ainda, se for o caso, aos 
documentos que instruíram o despacho para trânsito aduaneiro; 
V - extravio ou avaria fraudulenta constatada na descarga; e 
VI - extravio, constatado na descarga, de volume ou de mercadoria a 
granel, manifestados. 
Parágrafo único. Constatado, na conferência final do manifesto de 
carga, extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria, inclusive 
a granel, serão exigidos do transportador os tributos e multas 
cabíveis. 
 
Cabe aqui ressaltar que o manifesto de carga é preenchido com os 
dados constantes do conhecimento de carga emitidos. Nos conhecimentos de 
carga não constam informações acerca da natureza da mercadoria que está 
sendo transportada, mas somente uma relação de volumes. Quando é celebrado 
um contrato de frete internacional, o transportador não fica abrindo os volumes 
para verificar o que existe dentro. O seu interesse irá se restringir ao peso da 
mercadoria. 
Assim, a conferência final de manifesto é realizada baseando-se em 
uma comparação de volumes previstos nos conhecimentos de carga e 
efetivamente existentes quando da descarga. A letra B é perfeita ao descrever a 
finalidade da conferência final de manifesto: constatar a falta ou o acréscimo de 
volume ou mercadoria entradas no território aduaneiro e a adoção do 
procedimento fiscal adequado contra o transportador. 
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Gabarito: Letra B. 
 
11- (TTN-1997)- A vistoria aduaneira é o procedimento pelo qual a autoridade 
aduaneira: 
a) verifica a mercadoria, identifica o importador, determina seu valor e 
classificação, e constata o cumprimento de todas as obrigações fiscais e 
outras, exigíveis em razão da importação. 
b) processa o desembaraço aduaneiro de mercadoria procedente do exterior, 
seja ela importada a título definitivo ou não, após verificar o recolhimento 
pelo importador de todos os tributos exigíveis na operação. 
c) após o desembaraço aduaneiro, reexamina o despacho aduaneiro, com a 
finalidade de verificar a regularidade da importação quanto aos aspectos 
fiscais e outros, inclusive o cabimento do benefício fiscal aplicado. 
d) verifica todas as dependências e instalações dos armazéns e recintos 
destinados a depósito e guarda de mercadoria estrangeira quanto à 
segurança fiscal para o fim de seu alfandegamento. 
e) verifica a ocorrência de avaria ou falta de mercadoria estrangeira entrada 
no território aduaneiro, identifica o responsável e apura o crédito tributário 
dele exigível. 
. 
a) ERRADO. Essa alternativa descreve o conceito de despacho aduaneiro. 
b) ERRADO. Aqui o examinador colocou o conceito de conferência aduaneira. 
c) ERRADO. O conceito aqui descrito pelo examinador é o de revisão aduaneira. 
Como não falamos nada até agora sobre esse procedimento, vamos aos 
comentários! 
 Revisão aduaneira é, segundo a letra do Decreto nº 6759/2009, o ato 
pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do 
pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da 
aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo 
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importador na declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de 
exportação. 
Como nós já vimos anteriormente e nos aprofundaremos ainda mais em 
aula posterior, o imposto de importação é debitado automaticamente da conta 
corrente do importador quando este registra a D.I, sendo, portanto, um tributo 
lançado por homologação. 
Segundo o CTN, se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 
cinco anos a contar da data da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo 
sem que a Fazenda Pública tenha se manifestado, considera-se homologado o 
lançamento e definitivamente extinto o crédito. 
A revisão aduaneira representa justamente a possibilidade que a 
Fazenda Pública tem de realizar uma conferência da regularidade do pagamento 
dos impostos, podendo realizar inclusive lançamentos suplementares. 
Art. 638. Revisão aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o 
desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e 
dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de 
benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador 
na declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de 
exportação 
§ 1o Para a constituição do crédito tributário, apurado na revisão, a 
autoridade aduaneira deverá observar os prazos referidos nos arts. 752 e 
753. 
§ 2o A revisão aduaneira deverá estar concluída no prazo de cinco anos, 
contados da data: 
I - do registro da declaração de importação correspondente (Decreto-Lei 
no 37, de 1966, art. 54, com a redação dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 
1988, art. 2o); e 
II - do registro de exportação 
 
d) ERRADO. O que o examinador descreveu aqui não tem nada a ver com vistoria 
aduaneira. 
e) CERTO. A vistoria aduaneira é, ressaltando mais uma vez para que você não 
se esqueça, procedimento tendente a verificar a ocorrência de avaria ou falta de 
mercadoria estrangeira entrada no território aduaneiro, identificar o responsável e 
apuraro crédito tributário dele exigível. 
Gabarito: Letra E 
 
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12- (AFTN/1998)- Caracteriza o início do despacho aduaneiro de importação 
o: 
a) licenciamento da importação 
b) pagamento dos impostos incidentes na importação, comprovado pelo 
SISCOMEX por meio de DARF eletrônico. 
c) apresentação das mercadorias ao Fisco para efeito da conferência 
aduaneira. 
d) registro da declaração de importação. 
e) registro dos volumes no sistema MANTRA por ocasião do depósito 
aduaneiro das mercadorias. 
O início do despacho aduaneiro de importação tem como marco 
temporal o registro da declaração de importação no SISCOMEX. 
Gabarito: LETRA D. 
 
13- (TRF 2002.1)- Identifique a razão que leva o legislador aduaneiro a 
"alfandegar" determinados portos, aeroportos ou pontos da fronteira 
terrestre, fixando os locais servidos por repartições aduaneiras onde 
possam: 
a) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; 
ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de 
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, 
desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele 
destinados. 
b) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; 
ser efetuadas operações de descarga e pesagem de mercadorias 
procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou 
transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados. 
c) estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior; ser efetuadas 
operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias 
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procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou 
transitar procedentes do exterior ou a ele destinados. 
d) estacionar ou transitar veículos destinados ao exterior; ser efetuadas 
operações de carga, ou passagem de mercadorias destinados ao exterior; 
embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a 
ele destinados. 
e) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; 
ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de 
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; desembarcar ou 
transitar viajantes procedentes do exterior. 
 
A alternativa da letra A é a reprodução literal do art. 5o do Regulamento 
Aduaneiro, abaixo transcrito: 
Art. 5o Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados 
por ato declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles 
possam, sob controle aduaneiro: 
I - estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele 
destinados; 
II - ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou 
passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; e 
III - embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior 
ou a ele destinados. 
 
Importante que saibamos que a entrada ou saída de veículo procedente 
do exterior ou a ele destinado somente poderá ocorrer por porto, aeroporto ou 
ponto de fronteira alfandegado. 
 “Ricardo, você falou aí em recintos alfandegados. Mas como ocorre 
esse processo de alfandegamento?” 
O alfandegamento deverá ocorrer por ato declaratório de autoridade 
competente e poderá incidir sobre portos, aeroportos, pontos de fronteira e 
inclusive sobre recintos localizados na zona secundária. O alfandegamento é 
condição sine qua non para que possa ocorrer a circulação internacional de 
pessoas, mercadorias e veículos no porto, aeroporto ou ponto de fronteira. 
Conforme explicita o próprio Regulamento Aduaneiro- Decreto nº 6759/2009, 
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somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá 
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele 
destinadas. 
 
Art. 8o Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira 
alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias 
procedentes do exterior ou a ele destinadas. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica à importação e à 
exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por 
dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle 
estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
Art. 9o Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade 
aduaneira competente, na zona primária ou na zona secundária, a fim de 
que neles possam ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, 
armazenagem e despacho aduaneiro de: 
I - mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive 
sob regime aduaneiro especial; 
II - bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados; e 
III - remessas postais internacionais. 
Parágrafo único. Poderão ainda ser alfandegados, em zona primária, 
recintos destinados à instalação de lojas francas. 
 
Como vemos da análise do texto acima, existem recintos alfandegados 
na zona primária e na zona secundária. Os recintos alfandegados na zona 
secundária são os chamados portos secos, que são áreas no interior do país em 
que podem ocorrer operações de movimentação, armazenagem e despacho 
aduaneiro de mercadorias sobre controle aduaneiro. 
Os portos secos são instalados com a finalidade de aproximar o 
despacho aduaneiro do importador ou do exportador. Vamos exemplificar para 
que você entenda melhor! 
Imagine que você é gerente de uma montadora de automóveis que 
funciona em Caruaru, cidade localizada no interior do maravilhoso estado de 
Pernambuco! Bom, você precisa importar determinadas peças, a fim de incorporá-
las ao processo produtivo. Você então celebra um contrato internacional de 
compra dessas peças e estas chegam pelo Porto de Suape, localizado em Recife. 
Aí você terá que se deslocar para Recife para proceder ao despacho aduaneiro ou 
então contratar um despachante aduaneiro que o faça para você. Não seria mais 
fácil se o despacho aduaneiro fosse realizado em Caruaru? Com certeza seria! 
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Logo, se existisse um porto seco em Caruaru isso seria de todo agradável. 
Entretanto, para a instalação de uma instalação alfandegada na zona secundária é 
necessário que se verifique se há uma demanda razoável para que isso ocorra. Se 
houver, será instaurado um processo de licitação com o objetivo que os serviços 
prestados no porto seco sejam prestados em regime de concessão ou permissão. 
 
Art. 12. As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias 
sob controle aduaneiro, bem como a prestação de serviços conexos, em 
porto seco, sujeitam-se ao regime de concessão ou de permissão. 
Parágrafo único. A execução das operações e a prestação dos serviços 
referidos no caput serão efetivadas mediante o regime de permissão, 
salvo quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado 
em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de 
concessão precedida da execução de obra pública. 
 
“Tá bom Ricardo, entendi o que você disse! Você explicou o porquê do 
alfandegamento em recintos na zona primária e na zona secundária. Mas eu tinha 
te perguntado sobre o processo de alfandegamento!” 
Calma, aluno! Vamos com calma, seguindo a ordem! 
Primeiro, como eu já disse em relação aos portos secos, é aberto um 
processo licitatório para que os serviços prestados nos recintos alfandegados o 
sejam mediante regime de concessão ou permissão. Essa regra aplica-se tanto 
aos recintos alfandegados na zona primária quanto aos portos secos. O serviço 
prestado nesses recintos é similar ao que a INFRAERO presta

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