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Aula 04 - COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIO

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CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS 
P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: RICARDO VALE 
 
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AULA 04: LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA E REGIMES 
ADUANEIROS ESPECIAIS 
 
E aí pessoal, tudo bem? Começamos aqui mais uma aula de 
comércio internacional, hoje tratando especificamente da legislação tributária 
que permeia o comércio exterior brasileiro. 
Este assunto é bastante específico e conta com certos detalhes que 
vão exigir muito de sua atenção. Vocês, como futuros AFRFB precisarão, e 
muito, estar familiarizados com a legislação aduaneira, particularmente com 
seus aspectos tributários. 
Durante a aula falaremos do imposto de importação, imposto de 
exportação, IPI, ICMS e ainda do Adicional ao Frete para Renovação da 
Marinha Mercante – tributos incidentes sobre as operações de comércio 
exterior brasileiro. Depois de tecermos comentários sobre os principais 
aspectos desses tributos, falaremos dos regimes aduaneiros especiais e dos 
regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais. 
Como você pode ver, este é um assunto que está em muito 
envolvido com o Direito Tributário. Vez por outra, conceitos desse ramo do 
direito serão apresentados nesta aula. 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
1- (AFRF 2002.2) - O imposto de importação tem como elementos que o 
caracterizam, na essência: 
a) o lançamento por declaração; o valor da fatura como base de cálculo; 
tem por finalidade o incremento da arrecadação federal. 
b) alíquota ad valorem; lançamento misto; o preço normal da mercadoria 
no comércio internacional como base de cálculo. 
c) incidência inclusive sobre as mercadorias objeto de contrabando; a 
base de cálculo, para as mercadorias vendidas em leilão, é o valor da 
arrematação; lançamento de ofício. 
d) as alíquotas previstas em acordos internacionais sempre prevalecem 
sobre as alíquotas da Tarifa Externa Comum; é contribuinte, além do 
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importador, o adquirente, em licitação de mercadoria estrangeira; o 
depositário de mercadoria sob sua custódia é contribuinte relativamente à 
mercadoria cuja falta for apurada pela autoridade aduaneira. 
e) lançamento por homologação; decai após 5 (cinco) anos da data do 
registro da declaração de Importação no SISCOMEX; o valor de transação 
previsto no Acordo de Valoração Aduaneira não é aplicável quando a 
alíquota for específica. 
No âmbito da legislação tributária aplicável às operações de 
comércio exterior, o imposto de importação é o que apresenta maiores detalhes 
que merecem comentário. Aproveitemos essa questão para darmos uma visão 
geral do imposto de importação. 
O imposto de importação está previsto no art 153, inciso I da CF/88 
e tem caráter nitidamente extrafiscal, já que seu principal objetivo não é 
satisfazer a sanha arrecadadora do Estado. Logicamente, a incidência do 
imposto de importação sobre a entrada de mercadorias no país arrecada 
recursos para os cofres públicos. No entanto, não é esse o seu principal 
objetivo. 
O imposto de importação tem como principal objetivo servir como 
mecanismo de controle sobre as importações, podendo ser utilizado como 
mecanismo de proteção a um determinado setor sensível da indústria nacional 
ou que esteja sofrendo dificuldades face à concorrência de produtos 
estrangeiros. 
Justamente devido a essa finalidade extrafiscal do imposto de 
importação, é que ele foi expressamente dispensado pelo legislador 
constituinte da obediência aos princípios da anterioridade, noventena e da 
legalidade estrita quanto à alteração de alíquotas. 
“Peraí, como assim Ricardo? Dispensado da anterioridade, 
noventena e da legalidade estrita?” 
Calma, concurseiro! Me explico! A anterioridade é o princípio 
constitucional do sistema tributário que veda que os entes federativos cobrem 
tributos no mesmo exercício financeiro da lei que os houver instituído ou 
aumentado. A noventena, por sua vez, exige um interstício mínimo de 90 dias 
entre a lei que institui ou aumenta um tributo e a cobrança pelo respectivo ente 
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federativo. Já o princípio da legalidade estrita quanto à alteração de alíquotas, 
determina que qualquer alteração destas, deverá ser realizado por meio de lei. 
Recordaram aí os princípios? 
Bom, o imposto de importação não precisa obedecer a nenhum 
deles. Assim, a alteração de alíquotas poderá ser feita por decreto. Da mesma 
forma, se houver um aumento de alíquotas, este já poderá ser imediatamente 
aplicado e o imposto cobrado pelo seu novo valor. 
Na aula 00, vimos que uma das atribuições da CAMEX era a de fixar 
a alíquota do imposto de importação. Quanto a isso, algumas explicações se 
fazem necessárias. O Brasil, como vocês sabem, integra o MERCOSUL, o qual 
se caracteriza por ser uma união aduaneira. Aí eu lhes pergunto: qual a 
principal característica de uma união aduaneira? 
A união aduaneira caracteriza-se por possuir uma liberação do 
trânsito de mercadorias dentro do bloco e ainda por possuir uma política 
comercial unificada em relação a terceiros países. Quando falamos em 
política comercial unificada em relação a terceiros países, queremos dizer que 
as alíquotas do imposto de importação que os países da união aduaneira 
cobram para mercadorias provenientes de países não-integrantes do bloco é a 
mesma. 
Assim, se o café é tributado com a alíquota de 3% pelo Brasil, 
também o será pela Argentina, Uruguai e Paraguai, certo? Numa união 
aduaneira, quem você acha que vai determinar as alíquotas do I.I então? Cada 
país terá total liberdade para isso? 
Com certeza não! As alíquotas do I.I serão determinadas pelo órgão 
decisório do bloco. No MERCOSUL acontece exatamente dessa maneira e as 
alíquotas do I.I estão consubstanciadas na TEC (Tarifa Externa Comum). O 
que a CAMEX faz é internalizar as decisões do MERCOSUL no que diz 
respeito a modificações da TEC. Cabe ressaltar aqui que o MERCOSUL ainda 
é uma união aduaneira imperfeita, convivendo com as famosas Listas de 
Exceção à TEC. Cada país pode incluir nessa lista um determinado número de 
produtos em que tem liberdade para fixar as alíquotas do I.I para terceiros 
países. Falaremos mais sobre o MERCOSUL na aula sobre integração 
regional. 
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O fato gerador do imposto de importação está definido pelo art.19 do 
Código Tributário Nacional: 
Art 19 – O imposto, de competência da União, sobre a importação de 
produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no 
território aduaneiro. 
 
O Regulamento Aduaneiro, em concordância com o CTN, afirma, por 
sua vez, que o fato gerador do imposto de importação é a entrada de 
mercadoria estrangeira no território aduaneiro. 
Agora olhem que interessante: o fato gerador do I.I ocorre 
simplesmente quando uma mercadoria estrangeira entra em nosso território, ou 
seja, não há necessidade de que ela seja objeto de um contrato de compra e 
venda internacional. Vamos imaginar, por exemplo, que uma determinada 
escultura esteja entrando no país para uma exposição e depois vá retornar ao 
exterior. Não há qualquer contrato de compra e venda, mas será que está 
ocorrendo o fato gerador do imposto de importação? Sim, está ocorrendo o fato 
gerador do I.I. Esta obra de arte, que está vindo para uma exposição e depois 
retornará ao exterior, será submetida ao regime aduaneiro especial de 
admissão temporária e o imposto de importação ficará suspenso. Mas quanto a 
isso, deixemos para páginas futuras! 
Um detalhe interessante e que mormente gera dúvidas entre os 
concurseiros é acerca da modalidade de lançamento do imposto de 
importação. Já vi muita gente por aí dizendoque seria lançamento por 
declaração. Isso está completamente ERRADO. O lançamento do imposto de 
importação é feito por homologação, entendido? O importador, ao registrar a 
D.I, já tem automaticamente debitado em sua conta corrente os valores dos 
tributos incidentes na operação, incluindo aí o I.I. Posteriormente a RFB irá 
proceder a conferência e, se for o caso, homologar o lançamento. No entanto, 
o lançamento do imposto de importação também poderá ser de ofício, desde 
que a RFB tenha detectado durante a conferência aduaneira ou mesmo após o 
desembaraço da mercadoria insuficiência de recolhimento de tributos. 
“Ricardo, e com relação à base de cálculo do imposto de 
importação? Como ela é determinada?” 
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Boa pergunta, eu já ia me esquecendo! A base de cálculo do 
imposto de importação será o valor aduaneiro apurado segundo as regras do 
Acordo de Valoração Aduaneira (veremos em aulas futuras sobre esse acordo) 
se a alíquota for ad valorem. Se a alíquota for específica, o valor aduaneiro não 
poderá ser a base de cálculo, mas esta será a quantidade de mercadoria 
expressa na unidade de medida específica. Querem um exemplo? 
Vamos supor que uma determinada mercadoria tem a alíquota 
específica de R$1,00/unidade. Se forem importadas 1000 unidades, a base de 
cálculo será justamente essa quantidade. Vejam que nessa situação não se 
leva em consideração em momento algum o valor da transação. 
Analisemos agora cada uma das alternativas: 
a)ERRADO. Corrigindo os três erros: o lançamento é por homologação, a base 
de cálculo é o valor aduaneiro e o incremento da arrecadação federal não é a 
principal finalidade do I.I. 
b)ERRADO. A alíquota do I.I pode ser ad valorem ou específica, o lançamento 
é por homologação e a base de cálculo é o valor aduaneiro. 
c) ERRADO. Não há mais a previsão de que em um leilão a base de cálculo é 
o valor da arrematação. O lançamento é por homologação. 
d) ERRADO. A alíquota prevista nos acordos internacionais somente 
prevalecerá em relação à TEC se resultar em situação mais favorável ao 
contribuinte. Quanto a isso, cabe ressaltarmos que existem produtos em que as 
alíquotas consolidadas pelo Brasil junto à OMC são inferiores à TEC, devendo 
nestas situações prevalecer – são as chamadas perfurações da TEC. 
e) CERTO. Perfeita a assertiva! 
Gabarito: Letra E. 
 
2-(ACE-2008) No cálculo do valor do imposto de importação, consideram-
se a aplicação da alíquota definida na tarifa externa do MERCOSUL para a 
mercadoria em questão e o valor aduaneiro desta segundo os critérios 
previstos no acordo sobre valoração aduaneira, firmado no âmbito da 
OMC. 
A alíquota a ser considerada, via de regra, é a alíquota prevista na 
Tarifa Externa Comum do MERCOSUL e a base de cálculo será o valor 
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aduaneiro da mercadoria. Em aulas posteriores veremos como apurar o valor 
aduaneiro. Entretanto, já adiantando, o primeiro método de valoração 
aduaneiro é o valor da transação ajustado. Assim, são acrescidos também ao 
valor da transação o valor do frete, seguro e da descarga no território nacional. 
Gabarito: CERTO. 
3- (AFRF-2002.2) – A importação de mercadoria estrangeira idêntica, em 
igual quantidade e valor, e que se destine à reposição de outra 
anteriormente importada que se tenha revelado, após o despacho 
aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, desde 
que satisfeitas as condições estabelecidas pelo Ministro da Fazenda, 
configura relativamente ao imposto de importação uma hipótese de: 
a) isenção condicionada. 
b) regime suspensivo até o implemento das condições. 
c) não-incidência. 
d) reimportação com não ocorrência do fato gerador. 
e) isenção de natureza objetiva. 
O Regulamento Aduaneiro, Decreto no 6759/2009, especifica as 
situações em que não há incidência do imposto de importação: 
Art. 71. O imposto não incide sobre: 
I – mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos 
documentos de transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou 
comprovado de expedição, e que for redestinada ou devolvida para o 
exterior; 
II – mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, 
e que se destine a reposição de outra anteriormente importada 
que se tenha revelado, após o desembaraço aduaneiro, 
defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, desde 
que observada a regulamentação editada pelo Ministério da 
Fazenda; 
III – mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de 
perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha 
sido consumida ou revendida; 
IV – mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do 
registro da declaração de importação, observada a regulamentação 
editada pelo Ministério da Fazenda; 
V – embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de 
empresa brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, 
que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma 
empresa nacional de origem; 
VI – mercadoria estrangeira avariada ou que se revele imprestável 
para os fins a que se destinava, desde que seja destruída sob 
controle aduaneiro, antes do desembaraço aduaneiro, sem ônus para 
a Fazenda Nacional; e 
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VII – mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, 
acidentalmente destruída. 
 
É interessante que tenhamos uma boa noção dos casos em que não 
há incidência do imposto de importação. A situação descrita na questão é 
justamente a definida no inciso II acima transcrito e diz respeito à substituição 
de mercadoria importada com defeito. Imagine uma situação em que um 
hospital importou alguns aparelhos de raio-X e um deles apresentou defeito. 
Este será enviado ao exterior e será importado um novo aparelho de raio-X, 
sobre o qual não incidirá o imposto de importação. 
Gabarito: Letra C. 
 
4-(ACE-2008) O drawback é a modalidade de regime aduaneiro especial 
que se aplica às mercadorias que ingressam no território do país por 
tempo determinado e que são destinadas à realização de eventos 
artísticos, científicos e culturais, envolvendo, em tal caso, a suspensão 
total dos tributos exigíveis. 
Essa questão trata de regimes aduaneiros especiais. Quando uma 
mercadoria entra no país ela se submete a um de três regimes aduaneiros 
possíveis: comum, especial ou aplicado em áreas especiais. 
O regime de importação comum abrange as mercadorias que 
entram no país a título definitivo. Elas estão sendo despachadas para 
consumo e ocorre a incidência tributária, sendo o crédito tributário 
imediatamente exigível, salvo se a operação estiver sujeita a isenção ou 
imunidade. 
Os regimes aduaneiros especiais, por sua vez, abrangem as 
mercadorias que entram no país com a exigibilidade dos tributos suspensa. O 
crédito tributário fica suspenso devido a uma característica especial da 
operação realizada. São inúmeros os Regimes Aduaneiros Especiais em vigor 
na legislação brasileira, sendo os mesmos discriminados no Decreto nº 
6759/2009, Novo Regulamento Aduaneiro. Neste tipo de regime, as 
mercadorias sofrem despacho para admissão, com exceção do drawback, 
que sofre despacho para consumo. 
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“Ricardo, você pode dar um exemplo da aplicação de um regime 
aduaneiro especial a uma situação em concreto?” 
Suponha que você é um executivo de uma multinacional e recebeu o 
encargo de gerenciar uma exposição de automóveis na cidade de São Paulo. 
Para isso, você deverá trazer automóveis importados da matriz de sua 
empresa localizada no Japão.Esses automóveis ficarão por um tempo no país 
e depois retornarão ao país de origem. Será que os tributos serão exigidos pela 
Receita Federal do Brasil nesta operação? Não, a importação dos automóveis 
será feita sob a égide do regime aduaneiro especial de admissão temporária. 
Dessa forma, eles terão sua entrada admitida no país com a suspensão da 
exigibilidade dos tributos. No entanto, essa entrada estará vinculada a uma 
posterior saída, ou seja, os bens só permanecerão no país por um determinado 
período de tempo. Entendido esse exemplo? 
“Entendi, Ricardo! Agora falta você explicar o que são regimes 
aduaneiros aplicados em áreas especiais.” 
Ah sim, bem lembrado! Os regimes aduaneiros aplicados em áreas 
especiais são regimes existentes em certas áreas específicas do país, como, 
por exemplo, a Zona Franca de Manaus, a Amazônia Ocidental e as Áreas de 
Livre Comércio. Com o intuito de promover o desenvolvimento econômico 
destas parcelas do território nacional, o governo federal concede benefícios 
fiscais aos produtos importados por empresas nelas localizadas. Entendeu 
isso? Mais à frente nos aprofundaremos um pouco mais. 
Resumindo então, concurseiro: 
1) Existem três regimes aduaneiros a que uma mercadoria pode se 
submeter quando de sua entrada no Brasil: regime aduaneiro comum, 
regime aduaneiro especial e regime aduaneiro aplicado em áreas 
especiais. 
2) O regime de importação comum ampara a importação de 
mercadorias que entram com o ânimo de definitividade no país, sendo 
despachadas para consumo. 
3) Nos regimes aduaneiros especiais a exigibilidade do crédito 
tributário fica suspensa, sendo o despacho a que se submetem o despacho 
para admissão. 
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4) Os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais são 
aplicados em regiões específicas do território nacional como a Zona Franca de 
Manaus, Amazônia Ocidental e Áreas de Livre Comércio como forma de 
incentivar seu desenvolvimento econômico. Na entrada de mercadorias 
importadas nestas regiões, o despacho pode ser para consumo ou para 
admissão. No entanto, quando mercadorias saem destas áreas com destino a 
outro lugar do território nacional,o despacho a que se submetem é o despacho 
para internação. 
Feita essa rápida introdução acerca dos regimes aduaneiros 
especiais, passemos ao exame da questão. Esta argumenta que o drawback “é 
a modalidade de regime aduaneiro especial que se aplica às mercadorias que 
ingressam no território do país por tempo determinado e que são destinadas à 
realização de eventos artísticos, científicos e culturais, envolvendo, em tal 
caso, a suspensão total dos tributos exigíveis.” 
Analisando o enunciado, percebemos que ele está totalmente 
equivocado. O drawback é, na verdade, um regime aduaneiro especial que 
caracteriza-se por não serem cobrados os tributos incidentes sobre as 
importações de matérias-primas que serão usadas no processo produtivo 
de um produto que será posteriormente exportado. Representa ele, 
portanto, um grande incentivo às exportações brasileiras, reduzindo a 
tributação suportada pelos fabricantes nacionais. O drawback é administrado 
pela SECEX e não é considerado benefício fiscal, estando, portanto, 
dispensado do exame de similaridade (mais à frente falaremos sobre esse 
procedimento!). 
O drawback pode ser concedido na modalidade suspensão, 
isenção ou restituição. 
A modalidade mais utilizada é o drawback suspensão. Neste, o 
interessado apresenta ao DECEX um plano de exportação. Nesse plano de 
exportação, o interessado demonstra a correlação entre a quantidade de 
matéria-prima a ser importada com suspensão e a quantidade de mercadorias 
a serem exportadas. O DECEX passa, então, à análise da viabilidade da 
operação e defere ou não o pleito. O deferimento por parte deste órgão é 
materializado através do Ato Concessório. Assim, o beneficiário do regime 
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assume o compromisso de exportar no prazo máximo de um ano, podendo 
este prazo ser prorrogado uma única vez por igual período. 
 “Ricardo, entendi o que você falou aí sobre o drawback suspensão! 
Mas e o drawback isenção e restituição, qual a diferença deles para a 
modalidade de suspensão? 
Calma, aluno! Eu já vou explicar. Vamos supor que eu importe uma 
determinada quantia de matéria-prima e recolha na sua integralidade os 
tributos incidentes na operação. Posteriormente, eu utilizo essa matéria-prima 
na fabricação de um produto que é exportado. Nessa situação, eu já não 
poderia ter utilizado o drawback? Poderia, mas não o fiz! Então, na minha 
próxima importação, posso utilizar o drawback isenção, ou seja, eu não irei 
recolher os tributos, pois estarei isento destes. Logicamente, a quantidade de 
matéria-prima isenta na próxima importação deverá ser compatível com os 
produtos exportados. Se a empresa não tiver interesse em adquirir novamente 
a mercadoria, ela poderá optar pela restituição dos tributos – drawback 
restituição. Quem concede o drawback suspensão e isenção é o DECEX; já o 
drawback restituição é de competência da RFB. 
Gabarito: ERRADO. 
 
5-(ACE-2008)-Os regimes aduaneiros são classificados como comum e 
especiais. Os regimes aduaneiros especiais distinguem-se do regime 
aduaneiro comum por contemplarem, sob formas diversas, a entrada e a 
saída de mercadorias do território nacional com isenção ou suspensão 
dos direitos aduaneiros aplicáveis. 
Os regimes aduaneiros podem ser classificados em comum, 
especiais e aplicados em áreas especiais. 
Gabarito: ERRADO. 
 
6- (ACE-2008)-Implantadas com o objetivo de promover o 
desenvolvimento conjunto mediante a integração econômica de países, 
as áreas de livre comércio, como categoria de regime aduaneiro atípico, 
consistem de espaços transfronteiriços em que é permitida a livre 
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circulação de bens e de serviços, mediante a remoção de obstáculos 
tarifários e não-tarifários. 
Em primeiro lugar, é importante aqui dizermos que não existe mais o 
termo regime aduaneiro atípico. Hoje em dia os regimes aduaneiros, conforme 
a legislação brasileira, podem ser: comum, especiais e aplicados em áreas 
especiais. 
Esse, entretanto, não era o cerne da questão, que na verdade foi 
uma grande puxada de tapete no concurseiro. Quando se utiliza a expressão 
“área de livre comércio”, podemos entendê-la sob duas óticas diferentes. A 
primeira delas diz respeito a áreas de livre comércio enquanto forma de 
integração regional e a segunda se refere a áreas de livre comércio enquanto 
regime aduaneiro especial. 
A questão faz uma grande confusão com relação a essas duas 
acepções da expressão. Ela diz que enquanto regime aduaneiro atípico (vamos 
entender isso como regime aduaneiro aplicado em áreas especiais) as áreas 
de livre comércio promovem o desenvolvimento conjunto mediante a integração 
econômica entre países. Isso está completamente errado! Se o examinador 
dissesse que enquanto forma de integração regional, as áreas de livre 
comércio promovem o desenvolvimento conjunto mediante a integração 
econômica entre países, aí sim a questão estaria correta! Entendido isso? 
Gabarito: ERRADO. 
 
7- (ACE-2008) -As zonas de processamento de exportação (ZPEs), como 
instrumentos de desenvolvimento regional e forma de regime aduaneiro 
atípico, diferenciam-se das áreas de livre comércio pelo fato de que há a 
exigência de que os bens produzidos naquelas sejam necessariamente 
destinados à exportação. 
 As Zonas de Processamento de Exportação caracterizam-se como 
áreas de livre comércio de importação e de exportação, destinadas à instalação 
de empresas voltadaspara a produção de bens a serem comercializados no 
exterior, objetivando a redução de desequilíbrios regionais, o fortalecimento do 
balanço de pagamentos e a promoção da difusão tecnológica e do 
desenvolvimento econômico e social do País. 
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 No entanto, como contrapartida da fruição de benefícios fiscais, 
somente pode se instalar em Zona de Processamento de Exportações – ZPE – 
a pessoa jurídica que assuma o compromisso de auferir e manter, por ano-
calendário, receita bruta decorrente de exportações de bens e serviços de no 
mínimo 80% de sua receita bruta total. Vejamos o que diz o Regulamento 
Aduaneiro quanto a esta exigência: 
 
Art. 535. As importações efetuadas por empresa autorizada a operar 
em zonas de processamento de exportação serão efetuadas com 
suspensão do pagamento do imposto de importação, do imposto 
sobre produtos industrializados, da COFINS-Importação, da 
contribuição para o PIS/PASEP-Importação e do adicional ao frete 
para renovação da marinha mercante. 
... 
 
Art. 536. Somente poderá instalar-se em zona de processamento de 
exportação a pessoa jurídica que assuma o compromisso de auferir e 
manter, por ano-calendário, receita bruta decorrente de exportação 
para o exterior de, no mínimo, oitenta por cento de sua receita bruta 
total de venda de bens e serviços. 
 
Contrariando então o que diz o enunciado da questão, não há a 
exigência de que os produtos produzidos em uma ZPE sejam necessariamente 
destinados à exportação. Entretanto, podemos dizer que boa parte dos 
produtos produzidos em uma ZPE serão destinados ao exterior, já que 
somente poderá se instalar nesse tipo de região, empresa que assumir o 
compromisso de auferir e manter, por ano , receita bruta decorrente de 
exportação para o exterior de, no mínimo, 80% de sua receita bruta total 
decorrente de venda de bens e serviços. 
Gabarito: ERRADO. 
 
8- (ACE-2008) A Zona Franca de Manaus usufrui de tratamento tributário 
diferenciado, particularmente no tocante à importação de insumos 
destinados à industrialização, os quais, quando procedentes do exterior, 
são isentos do imposto de importação e, quando provenientes do 
mercado interno, são isentos do ICMS. 
A Zona Franca de Manaus foi criada em 1967 e caracteriza-se por 
ser uma área do território nacional que goza de benefícios fiscais outorgados 
pelo Governo federal no intuito de promover o desenvolvimento daquela região. 
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Assim, a Zona Franca de Manaus, conforme afirma a questão, usufrui de 
tratamento tributário favorável. Mas como é esse tratamento tributário 
favorável? 
Na importação de bens e mercadorias para a ZFM há isenção do 
imposto de importação e do imposto sobre produtos industrializados. Na 
exportação também ocorre a isenção tributária em relação ao imposto de 
exportação. 
A venda de bens para a ZFM provenientes de qualquer outra parte 
do território nacional é considerada como se exportação fosse, não havendo 
cobrança dos tributos federais (IPI, PIS/PASEP, COFINS). 
Por fim, quando uma mercadoria é vendida da ZFM para o restante 
do território nacional, há o recolhimento tributário na internação. Entretanto, 
também há benefícios fiscais na internação. O imposto de importação será 
recolhido somente em relação aos insumos estrangeiros, mediante a aplicação 
de um coeficiente de redução. Além disso, haverá isenção do IPI na internação, 
mesmo que sejam usados insumos estrangeiros. 
O erro da questão está em falar sobre isenção de ICMS sobre os 
bens destinados à ZFM provenientes do mercado interno. Na venda de bens 
provenientes do mercado interno para a ZFM, não há cobrança somente dos 
tributos federais (IPI, PIS/PASEP e COFINS), não havendo qualquer 
disposição acerca do ICMS. 
Gabarito: ERRADO 
 
9- (ACE-2008) - A exportação em consignação é uma modalidade especial 
de exportação em que mercadorias são enviadas ao exterior para fins de 
promoção comercial, devendo ser efetuado seu retorno no prazo de 180 
dias, sem qualquer incidência tributária, no caso de não terem sofrido 
modificação ou de não ter ocorrido sua venda. 
A exportação em consignação não é um regime aduaneiro especial 
propriamente dito, mas sim um regime administrativo concedido pela SECEX. 
A exportação em consignação implica na obrigação de o exportador 
comprovar dentro do prazo de até 720 dias, contados da data do embarque, 
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o ingresso de moeda estrangeira pela venda de mercadoria no exterior ou o 
retorno da mercadoria. 
A exportação em consignação assemelha-se bastante à exportação 
temporária, mas esta última consiste em regime aduaneiro especial concedido 
pela RFB. O regime de exportação temporária é o que permite a saída do País 
com suspensão do imposto de importação, de mercadoria nacional ou 
nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo 
estado em que foi exportada. Vamos supor que será realizada uma exposição 
no exterior e determinados quadros brasileiros farão parte da mesma. A 
importação destes quadros não será definitiva, eles permanecerão no exterior 
somente pelo tempo necessário à exposição. Assim, eles sairão do país com 
suspensão do imposto de exportação, ao amparo do regime aduaneiro especial 
de exportação temporária. 
Gabarito: ERRADO. 
 
10- (ACE-2008) - No atual regime tributário brasileiro, as exportações 
diretas e indiretas estão isentas do IPI e da contribuição para o 
financiamento da seguridade social (COFINS) e sobre elas também não 
incide o ICMS.. 
Questão interessante que o CESPE, erroneamente, havia 
considerada CERTA antes dos recursos. O art 153, parágrafo 3º, inciso III da 
CF/88 afirma que não incidirá o IPI sobre os produtos industrializados 
destinados ao exterior. O art 155, parágrafo 2º, inciso X, alínea a da CF/88 
afirma que o ICMS não incidirá sobre as operações que destinem mercadorias 
para o exterior. Por fim, o art 149, parágrafo 2º , inciso I determina que as 
contribuições sociais, dentre as quais se inclui a COFINS, não incidirão sobre 
as receitas decorrentes de exportação. 
“Peraí, Ricardo, mas é exatamente isso que a questão está 
dizendo!” 
Aí é que você se engana! Sempre que a Constituição Federal está 
definindo hipóteses de não-incidência, ela na verdade está instituindo 
imunidades tributárias e não isenções, como o examinador está dizendo. 
Gabarito: ERRADO 
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11- (AFRF-2002.2) - Considerando que o regime especial de drawback em 
uma de suas modalidades é suspensivo de tributação, identifique nas 
opções abaixo aquela que corresponde ao despacho aduaneiro a ele 
aplicável na importação. 
a) Despacho de admissão ao regime (DA). 
b) Despacho de trânsito aduaneiro conjugado com despacho de admissão 
(DTA/DA). 
c) Despacho antecipado de importação em drawback (DAI-DRAWBACK). 
d) Ato concessório do drawback (AC). 
e) Despacho de importação para consumo (DI). 
Os regimes aduaneiros especiais, via de regra, conforme já vimos na 
aula sobre controle aduaneiro, sofrem despacho para admissão. A exceção a 
esta regra é o drawback, já que uma mercadoria importada ao amparo deste 
regime irá sofrer despacho para consumo. 
Gabarito: Letra E 
 
12- (AFRF-2002.2) - Determinada mercadoria, acondicionada em um 
contêiner estrangeiro, chega ao Porto de Santos procedente da Zona 
Franca de Colônia (Uruguai), para ser destinada a um porto seco em 
Campinas (SP) em regime de entreposto aduaneiro, em consignação. O 
regime aduaneiro aplicável à mercadoria eao contêiner pela autoridade 
aduaneira no Porto de Santos será o de 
a) trânsito aduaneiro para a mercadoria e para o contêiner. 
b) trânsito aduaneiro para o contêiner e admissão temporária para a 
mercadoria até a chegada no porto seco 
c) admissão temporária para o contêiner e trânsito aduaneiro para a 
mercadoria. 
d) entreposto aduaneiro para a mercadoria e trânsito aduaneiro para o 
contêiner. 
e) entreposto aduaneiro para a mercadoria e admissão temporária para o 
contêiner. 
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Essa questão é por demais interessante, já que envolve três regimes 
aduaneiros especiais: admissão temporária, trânsito aduaneiro e entreposto 
aduaneiro. 
A admissão temporária é um regime aduaneiro especial que permite 
a importação, com suspensão do imposto de importação, de bens que devam 
permanecer no país por um tempo determinado, devendo posteriormente 
retornar ao exterior. A situação apresentada na questão exemplifica bem a 
admissão temporária. O contêiner estrangeiro não irá permanecer 
indefinidamente no Brasil. Sua função é exclusivamente a de servir de 
receptáculo de transporte para a mercadoria estrangeira, que esta sim, irá 
permanecer no País. Devido a esse caráter temporário da presença do 
contêiner no Brasil, ele se submeterá ao regime aduaneiro especial de 
admissão temporária. Um outro exemplo clássico de admissão temporária é a 
importação de obras de arte destinadas a uma exposição. Como o prazo de 
permanência das mesmas é só o de duração da referida exposição, elas são 
submetidas ao regime de admissão temporária, ficando suspensa a 
exigibilidade do crédito tributário. 
O trânsito aduaneiro, por sua vez, apresenta-se em diversas 
modalidades: trânsito de importação, trânsito de exportação, trânsito interno e 
trânsito internacional. No trânsito de importação, a mercadoria entra pela zona 
primária, mas o despacho aduaneiro irá ocorrer na zona secundária. É 
exatamente o que a questão nos traz: um trânsito de importação. Uma 
mercadoria proveniente do exterior chega ao Porto de Santos- zona primária- e 
tem como destino um porto seco em Campinas, onde permanecerá no regime 
de entreposto aduaneiro. O trânsito de importação será, portanto, o regime 
aduaneiro a que estará submetida a mercadoria durante o percurso entre o 
Porto de Santos e o porto seco em Campinas. Entendido isso? Ok, então 
vamos continuar falando um pouco mais sobre o trânsito aduaneiro! 
Outra modalidade de trânsito aduaneiro é o trânsito de exportação. 
O trânsito de exportação é um regime aduaneiro aplicável quando uma 
mercadoria sofre despacho para exportação na zona secundária – o que pode 
acontecer em um porto seco ou no próprio estabelecimento do exportador. 
Sofrendo esse despacho na zona secundária, a mercadoria irá seguir para a 
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zona primária, de onde será destinada ao exterior. Durante o percurso entre o 
despacho de exportação ocorrido no porto seco ou no estabelecimento do 
exportador e a zona primária a mercadoria estará submetida ao regime de 
trânsito aduaneiro. 
No trânsito interno, a mercadoria é transportada de um porto seco 
para outro porto seco no interior do mesmo país. Por último, no trânsito 
internacional, uma mercadoria chega ao País proveniente do exterior e destina-
se novamente ao exterior, só estando de passagem pelo território nacional. 
“Ricardo, faltou falar do entreposto aduaneiro!” 
Bem lembrado! A questão fala que a mercadoria está vindo do 
exterior e destina-se a um porto seco localizado em Campinas, onde será 
submetida ao regime de entreposto aduaneiro. O regime de entreposto 
aduaneiro existe tanto na importação quanto na exportação. Na importação, ele 
nada mais é do que a entrada de mercadorias em consignação. Vamos supor, 
por exemplo, que uma empresa estrangeira queira agilizar a distribuição de 
seus equipamentos no Brasil, de modo a ter uma vantagem em relação às 
outras. Para isso, ela pode manter aqui em nosso País mercadorias 
armazenadas em recintos alfandegados, importadas em consignação por um 
de seus agentes de venda. Se a indústria nacional necessitar de uma 
reposição de estoque ou de uma peça em caráter emergencial, a mercadoria 
não precisará vir do exterior para isso, pois ela já se encontra no País. 
Entendido isso? 
Pois é, quando a mercadoria é importada sob o regime de 
entreposto aduaneiro, a exigibilidade do crédito tributário é suspensa até que 
ela seja submetida ao despacho para consumo. Aproveitando para relacionar 
com a legislação do I.I, o adquirente de mercadoria entrepostada é contribuinte 
do Imposto de Importação. 
Como eu já disse anteriormente, o entreposto aduaneiro também 
poderá ser utilizado na exportação. Acredito que não é necessário ficar aqui 
detalhando, já que o raciocínio é o mesmo aplicado na importação. 
Bom, voltando à questão, o contêiner será então submetido ao 
regime de admissão temporária durante a sua estada no Brasil, já que depois 
ele deverá retornar ao navio, do qual é considerado parte integrante (sabiam 
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disso?). A mercadoria será submetida ao regime de trânsito aduaneiro até o 
porto seco de Campinas, onde será verificada pela RFB o cumprimento do 
regime através do exame documental , verificação do veículo e da integridade 
da carga. Haverá a partir daí, de acordo com a questão, uma mudança de 
regime de trânsito aduaneiro para entreposto aduaneiro. A mercadoria ficará 
consignada e com a exigibilidade do crédito tributário suspenso até que seja 
procedido o despacho para consumo. 
Gabarito: Letra C. 
 
13- (AFRF-2002.2) - Os regimes aduaneiros especiais típicos se 
diferenciam do regime aduaneiro geral ou comum, caracterizam- se por 
serem em regra regimes econômicos ou suspensivos, enfatizam a 
geração de divisas e de empregos, são aplicados em regra às 
mercadorias não nacionalizadas, e sua admissão ao regime não se 
processa através de um despacho aduaneiro de importação para 
consumo, exceto, neste caso, o regime de 
a) drawback. 
b) entreposto industrial. 
c) entreposto aduaneiro. 
d) admissão temporária com pagamento proporcional dos tributos. 
e) admissão temporária para aperfeiçoamento ativo. 
Mais uma questão que relaciona o drawback ao despacho para 
consumo. Percebem como é recorrente esse assunto? 
Gabarito: Letra A. 
 
14- (AFRF-2002.2) - No regime aduaneiro especial de admissão temporária 
a) os impostos e penalidades pecuniárias previstos para a hipótese de 
descumprimento das normas que disciplinam o regime serão 
consubstanciados em Termo de Responsabilidade. 
b) a parcela dos impostos devida na importação, suspensa em 
decorrência da aplicação do regime será garantida em Termo de 
Responsabilidade cuja exigência será objeto de procedimento fiscal 
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administrativo em que se assegure o contraditório e ampla defesa, no 
caso de inadimplência do beneficiário do regime. 
c) a parcela das penalidades pecuniárias e de outros acréscimos legais 
devida pelo descumprimento das condições do regime será, após 
quantificada, objeto de execução administrativa juntamente com os 
impostos devidos constantes do Termo de Responsabilidade, se não 
houver recolhimento nos 30 (trinta) dias subseqüentes à ciência da 
notificação fiscal. 
d) a parcela dos impostos devida na importação, suspensa em 
decorrência da aplicação do regime, será consubstanciada em Termo de 
Responsabilidade, garantido por fiança ou seguro aduaneiro, que, no 
caso de descumprimento das condições do regime concedido,será 
encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição na 
Dívida Ativa se não comprovado o pagamento no prazo estabelecido e a 
parcela relativa às penalidades pecuniárias e ajuste de cálculo de tributos 
devidos será exigida através da lavratura do auto de infração 
regularmente notificado ao contribuinte. 
e) a parcela relativa às penalidades pecuniárias decorrentes do 
descumprimento da obrigação tributária principal cuja alíquota prevista 
para o bem objeto do regime figurar na Tarifa Externa Comum igual a 
“zero” será calculada aplicando-se o percentual correspondente ao 
produto de maior alíquota da posição respectiva na TEC e encaminhada à 
Procuradoria da Fazenda Nacional para o fim de cobrança judicial do 
título, no caso de inadimplemento do regime. 
Quando é concedido o regime de admissão temporária, a 
exigibilidade do crédito tributário fica suspensa durante o período em que for 
determinado para sua permanência no país. No entanto, os tributos incidentes 
na operação ficam consubstanciados em um Termo de Responsabilidade. Veja 
bem que eu falei em tributos e não em juros ou multa, mesmo porque quando é 
assinado o Termo de Responsabilidade espera-se que o beneficiário cumpra 
as condições do regime concedido. 
O Termo de Responsabilidade é um título representativo de direito 
líquido e certo da Fazenda Nacional em relação às obrigações fiscais nele 
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contidas. É o compromisso que o beneficiário do regime assume perante a 
RFB de cumprir as condições que lhe são impostas. Em regra, na admissão 
temporária exige-se a apresentação de garantia, que poderá ser na forma de 
seguro aduaneiro, fiança ou depósito. 
No caso de descumprimento do regime, o importador é intimado 
para, em 10 dias, justificá-lo. A partir daí, a RFB decide se continua ou não com 
a execução e o processo irá depender se houve ou não a anterior prestação de 
garantia. 
Caso não tenha ocorrido prestação de garantia, o beneficiário do 
regime deverá efetuar o recolhimento dos tributos suspensos em até 30 dias ou 
então o Termo de Responsabilidade será encaminhado à Procuradoria da 
Fazenda Nacional para inscrição em dívida ativa. Caso tenha sido prestada 
garantias, esta será exigida. Bom, vamos às alternativas! 
a) ERRADO. Os impostos suspensos sem dúvida ficam consubstanciados no 
Termo de Responsabilidade. No entanto, as penalidades pecuniárias referentes 
ao descumprimento do regime serão exigidas mediante lançamento em auto de 
infração. 
b) ERRADO. O Termo de Responsabilidade é assinado pelo beneficiário do 
regime, constituindo-se em direito líquido e certo da Fazenda Nacional em 
relação às obrigações fiscais nele contidas. 
c) ERRADO. Caso o beneficiário que inadimpliu o regime não recolha os 
impostos suspensos no prazo de 30 dias, o Termo de Responsabilidade será 
encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em dívida 
ativa e cobrança judicial. Ou seja, após os 30 dias, a execução não será 
administrativa, mas sim judicial. 
d) CERTO. Enunciado bem grande com várias afirmações corretas: 
1- A parcela dos impostos suspensa fica consubstanciada no Termo de 
Responsabilidade. 
2- O Termo de Responsabilidade poderá ser assegurado por meio de garantia 
na forma de fiança ou seguro aduaneiro. 
3- Findo o prazo de 30 dias para recolhimento dos tributos suspensos, o Termo 
de Responsabilidade é encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional para 
inscrição em dívida ativa. 
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4- A parcela das penalidades pecuniárias e ajuste de tributos devidos será 
exigida mediante auto de infração regularmente notificado ao contribuinte. 
e) ERRADO. Vejamos o que dispõe o Regulamento Aduaneiro sobre a multa 
cobrada em caso de descumprimento do regime de admissão temporária: 
Art. 709. Aplica-se a multa de dez por cento sobre o valor aduaneiro, 
no caso de descumprimento de condições, requisitos ou prazos 
estabelecidos para aplicação do regime aduaneiro especial de 
admissão temporária ou de admissão temporária para 
aperfeiçoamento ativo 
 
Gabarito: Letra D 
 
15- (AFRF-2002.2) - O preço normal determinado legalmente para 
apuração da base de cálculo do imposto de exportação corresponde 
a) ao preço da mercadoria, ou seu similar fixado periodicamente pelo 
Conselho Monetário Nacional em pauta de valor mínimo vigente ao tempo 
da exportação. 
b) ao valor externo da mercadoria, identificado como o preço com que a 
mesma ou similar é normalmente oferecida à venda no mercado 
atacadista do país, somado às despesas para sua colocação no ponto de 
saída (porto, aeroporto ou fronteira terrestre), deduzidos, quando for o 
caso, os impostos exigíveis para consumo interno e recuperáveis pela 
exportação. 
c) ao preço que a mercadoria, ou seu similar, alcançaria ao tempo da 
exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no 
mercado internacional, observadas as normas baixadas pela Câmara de 
Comércio Exterior. 
d) ao valor de transação, ou seja, o preço efetivamente pago ou a ser 
pago pelo comprador no exterior. 
e) ao preço nunca inferior a um preço de referência fixado pela Secretaria 
de Comércio Exterior para a mercadoria a ser exportada sendo o 
parâmetro utilizado para sua aceitação no SISCOMEX. 
 
Eu coloquei essa questão aqui para que você veja que a base de 
cálculo do imposto de exportação não é a mesma do imposto de importação. A 
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base de cálculo do I.I é o valor aduaneiro apurado conforme o Acordo de 
Valoração Aduaneira, que veremos em aula posterior. Já a base de cálculo do 
imposto de exportação é o preço que a mercadoria ou seu similar 
alcançaria ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre 
concorrência no mercado internacional, conforme disposto no Regulamento 
Aduaneiro: 
Art. 214. A base de cálculo do imposto é o preço normal que a 
mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em 
uma venda em condições de livre concorrência no mercado 
internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de 
Comércio Exterior. 
 
Detalhe interessante sobre o imposto de exportação é que o 
Regulamento Aduaneiro determina que sua alíquota será de 30%, não 
podendo ser superior a 150%. No entanto, a CAMEX tem plena liberdade para 
alteração dessas alíquotas. Na prática, hoje em dia, praticamente todos os 
produtos, com algumas exceções, têm alíquota zero do imposto de exportação. 
Gabarito: LETRA C. 
 
16- (AFRF-2002.2) - Sobre uma mercadoria que foi reimportada é correto 
afirmar que: 
a) tendo sido importada pelo país A, foi exportada para um outro país, que 
não o de origem da mercadoria, sem ter sofrido qualquer transformação. 
b) tendo sido produzida no país A, foi exportada ao país B, tendo, em 
seguida, sido importada deste por um terceiro país. 
c) tendo sido produzida no país A, foi exportada ao país B, onde sofreu 
transformação. 
d) tendo sido importada pelo país A, nele sofreu transformação e foi, em 
seguida, exportada para um segundo país. 
e) tendo sido produzida no país A, foi exportada para o país B onde 
sofreu transformação, após o que retornou ao país de origem. 
A reimportação caracteriza-se pela importação de uma mercadoria 
que havia sido anteriormente exportada a título temporário. A letra E descreve 
perfeitamente uma reimportação, já que a mercadoria é fabricada em um país, 
sendo exportada para outro com a finalidade de sofrer uma transformação. A 
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mercadoria, em momento algum, se desnacionalizou, já que sua situaçãono 
outro país seria somente temporária. Ela só estava ali para sofrer uma 
transformação, após o que retorna ao país de origem. 
Gabarito: Letra E. 
 
17- (AFRF-2002.1) - A entrada no território aduaneiro de bens objeto de 
arrendamento mercantil de caráter financeiro contratado com entidades 
arrendadoras domiciliadas no exterior, não se confunde com o regime de 
admissão temporária e se sujeitará a todas as normas legais que regem a 
importação. Em face do enunciado, assinale a opção correta. 
a) É proibida importação de bens objeto de arrendamento mercantil de 
caráter financeiro. 
b) Importações de arrendamento mercantil de caráter financeiro não são 
admissões temporárias e devem ser tratadas como importações comuns. 
c) A regra não se aplica aos arrendamentos mercantis de caráter 
financeiro e sim a operações de factoring. 
d) O arrendamento mercantil de caráter financeiro não se enquadra na 
regra por não estar, ali, expressamente citado. 
e) O leasing não se confunde com o arrendamento mercantil de caráter 
financeiro e, portanto, não se enquadra na regra. 
Há uma grande diferença entre o leasing financeiro e o leasing 
operacional. O leasing financeiro representa um contrato de aluguel de um bem 
por um determinado período de tempo, sendo que ao final deste há a opção de 
prorrogar o prazo, devolver o bem ou comprá-lo pagando um valor residual. No 
Brasil, essa modalidade de leasing é muito utilizada e o que se faz usualmente 
é dissolver o valor residual para a compra nas parcelas referentes ao aluguel. 
Assim, desde o momento da contratação do leasing financeiro, já se opta pela 
opção de compra ao final. Na prática, portanto, o leasing financeiro não 
representa, de acordo com os costumes comerciais brasileiros, um contrato de 
aluguel, mas sim um financiamento com intermediação de uma instituição 
financeira. 
O leasing operacional, por sua vez, representa um contrato de 
aluguel de um bem por um determinado período de tempo, sendo que ao final 
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deste há a opção de prorrogar o prazo ou devolver o bem. Ele é realizado sem 
intermediação de instituição financeira. 
Visto tudo isso, pode-se notar que o leasing financeiro não se pode 
confundir com a admissão temporária, já que quando se faz a opção por essa 
modalidade de leasing, o que se quer , na maioria das vezes, não é alugar o 
bem por um período determinado. O que se quer é comprá-lo, ou seja, ele 
entra com ânimo de definitividade, sendo tratado, portanto, como uma 
importação comum. 
Já no leasing operacional, como não há a opção de compra ao final 
do contrato, admite-se que seja concedida a admissão temporária. 
Gabarito: Letra B. 
 
18- (AFRF 2002.1) - É concedida isenção do imposto de importação 
incidente sobre objetos de arte, constantes das posições 9701, 9702, 9703 
e 9706 do Capítulo 97 da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias 
(NBM/SH) - atualmente a Nomenclatura Comum do MERCOSUL - e 
recebidos, em doação, por museus instituídos e mantidos pelo poder 
público e outras entidades culturais, reconhecidas como de utilidade 
pública. (Lei 8.961/94, art.1º). Em face do enunciado, assinale a opção 
correta. 
a) A isenção concedida tem um caráter exclusivamente objetivo já que 
direcionada aos objetos de arte citados na norma. 
b) A isenção concedida tem um caráter exclusivamente subjetivo já que 
direcionada aos museus mantidos pelo poder público e outras entidades 
culturais de utilidade pública. 
c) A isenção concedida tem, cumulativamente, um caráter objetivo e 
subjetivo, condicionada, ainda, a não cobertura cambial. 
d) A isenção concedida pode ser, por interpretação extensiva, estendida a 
outros objetos de arte. 
e) A isenção concedida suspende a exigência de crédito tributário. 
As isenções do imposto de importação podem ter caráter objetivo ou 
subjetivo, sendo que não é difícil perceber quando se trata de uma ou de outra. 
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As isenções subjetivas são aquelas que estão vinculadas à 
qualidade do importador. Como exemplo de isenção subjetiva, podemos citar 
a isenção às importações realizadas por instituições educacionais e de 
assistência social. 
As isenções objetivas, por sua vez, são aquelas que estão 
vinculadas à destinação dos bens. Como exemplo de isenção objetiva, 
podemos citar a isenção do imposto de importação concedida aos bens 
importados por instituições científicas e tecnológicas, desde que destinados às 
suas pesquisas 
Na questão, vemos claramente que a isenção é concedida em 
virtude da natureza dos bens – isenção objetiva - e, ainda, em virtude da 
qualidade do importador. Ela ainda está condicionada a inexistência de 
cobertura cambial, já que em uma doação não há fechamento de contrato de 
câmbio. 
Gabarito: Letra C. 
 
19- (Questão Inédita) – Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para 
as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque 
a opção que contenha a seqüência correta: 
( ) Para efeito de cálculo do imposto de importação, sempre considera-se 
ocorrido o fato gerador do imposto de importação na data do vencimento 
do prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado 
( ) São contribuintes do imposto de importação: o importador, o 
destinatário de remessa postal internacional e o adquirente de mercadoria 
entrepostada. 
( ) O depositário incumbido da custódia de mercadoria de terceiros sob 
controle aduaneiro nos armazéns da zona primária ou secundária é 
solidariamente responsável com o importador em relação à mercadoria 
beneficiada com isenção ou redução do imposto de importação vinculada 
à qualidade do importador. 
( ) Quando uma operação de importação tiver sido objeto de isenção 
subjetiva e posteriormente, houver a transferência ou cessão de uso dos 
bens, há a necessidade de prévio recolhimento tributário. 
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( ) A responsabilidade tributária pelas faltas ou extravios de volumes ou 
de mercadorias importadas pode ser do transportador ou do depositário, 
conforme normas contidas nos contratos de transporte internacional e 
de armazenagem de carga. 
a) FVFVF 
b) FVVVF 
c) FFFVV 
d) VFVFV 
e) VVFVV 
I)FALSO. Vejamos o que diz o Regulamento Aduaneiro acerca da data da 
ocorrência do fato gerador do imposto de importação: 
Art. 73. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o 
fato gerador: 
I - na data do registro da declaração de importação de mercadoria 
submetida a despacho para consumo; 
II - no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando 
se tratar de: 
a) bens contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao 
regime de importação comum; 
b) bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou 
desacompanhada; 
c) mercadoria constante de manifesto ou de outras declarações de 
efeito equivalente, cujo extravio ou avaria tenha sido apurado pela 
autoridade aduaneira; ou 
d) mercadoria estrangeira que não haja sido objeto de declaração de 
importação, na hipótese em que tenha sido consumida ou revendida, 
ou não seja localizada; ou 
III - na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria 
em recinto alfandegado, se iniciado o respectivo despacho aduaneiro 
antes de aplicada a pena de perdimento da mercadoria, na hipótese a 
que se refere o inciso XXI do art. 689. 
Parágrafo único. O disposto no inciso I aplica-se, inclusive, no caso 
de despacho para consumo de mercadoria sob regime suspensivo de 
tributação, e de mercadoria contida em remessa postal internacional 
ou conduzida por viajante, sujeita ao regime de importação comum. 
 
Como se percebe, são três os elementos temporais do fato gerador 
do impostode importação: 
- Data do registro da Declaração de Importação. 
- Data do Lançamento. 
- Data do vencimento. 
Calma, aluno! Guarde somente isso por enquanto! Data do registro 
da D.I, data do lançamento e data do vencimento. Vemos ver quando 
aplicamos cada uma. 
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1-Data do Registro da D.I: 
A data do registro da Declaração de Importação é considerada como 
o momento da ocorrência do fato gerador do I.I quando a mercadoria 
proveniente do exterior é submetida a despacho para consumo. Nós já vimos 
na aula sobre o controle aduaneiro que quando uma mercadoria é importada 
no regime de importação comum, ela é despachada para consumo. 
2- Data do Lançamento: 
A data do lançamento será considerada como a data da ocorrência 
do fato gerador do I.I quando houver incidência deste imposto e não for 
registrada uma D.I. São quatro as situações: 
-Bens contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao 
regime de importação comum. Uma remessa postal internacional pode ser 
submetida ao regime de tributação simplificada ou ao regime de importação 
comum. O regime de tributação simplificada aplica-se a mercadoria de até 
US$3000,00 e que não seja bebida alcoólica, nem produto de tabacaria, 
incidindo neste caso a alíquota de 60% sobre o valor aduaneiro. O regime de 
importação comum será aplicado quando o valor da mercadoria for superior a 
US$3000,00 ou for bebida alcoólica ou produto de tabacaria. No regime de 
tributação simplificada não há registro de D.I, logo o momento da ocorrência do 
fato gerador é considerado na data do lançamento do crédito tributário. No 
regime de importação comum há registro de D.I, sendo este considerado o 
momento de ocorrência do fato gerador. Um detalhe ainda sobre remessas 
postais internacionais! Se o destinatário e o remetente forem pessoas físicas e 
o valor da mercadoria for inferior a US$50,00 a operação estará isenta. 
-Bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada 
ou desacompanhada. A bagagem de viajantes está sujeita a quatro tipos de 
tratamentos: isenção, regime de tributação especial, regime de tributação 
comum e perdimento. No regime de tributação especial não há registro de D.I, 
logo, o momento da ocorrência do fato gerador do I.I será a data do 
lançamento. 
“Mas Ricardo, quando se aplica cada um dos regimes?” 
A bagagem acompanhada está isenta relativamente a livros, folhetos 
e periódicos; roupas e outros artigos de vestuário e higiene para uso exclusivo 
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do viajante; e em relação a outros bens devem ser observados os limites de 
US$500,00 quando o ingresso do viajante for via aérea ou marítima e 
US$300,00 quando o ingresso for por via terrestre ou lacustre. 
O regime de tributação especial aplica-se quando o valor desses 
outros bens exceder o limite da isenção. A alíquota cobrada nesse caso é 50% 
sobre o valor que exceder o limite de isenção. 
O regime de tributação comum aplica-se quando na mala do viajante 
houver bens destinados a revenda, o que motiva o registro de uma D.I. Nesse 
caso, o momento da ocorrência do fato gerador do I.I será o registro da D.I. 
O perdimento ocorre quando uma mercadoria é apreendida pela 
RFB. Nesse caso não há incidência do I.I. 
- Mercadoria constante de manifesto ou de outras declarações 
de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria tenha sido apurado pela 
autoridade aduaneira. Na aula sobre controle aduaneiro, nós vimos que se 
uma mercadoria é extraviada ou sofre avaria, a RFB procede à vistoria 
aduaneira com vistas a apurar se a responsabilidade foi do transportador ou do 
depositário. Nesse caso, a data do lançamento dos tributos sobre o 
responsável será considerada a data da ocorrência do fato gerador. 
- Mercadoria estrangeira que não haja sido objeto de declaração 
de importação, na hipótese em que tenha sido consumida ou revendida, 
ou não seja localizada. Esta é uma situação em que uma mercadoria foi 
objeto da pena de perdimento, mas não foi encontrada, tendo sido consumida 
ou revendida. Nessa situação incide o I.I, que é calculado levando-se em 
consideração a data do lançamento. 
3- Data do Vencimento: 
Considera-se ocorrido o fato gerador do I.I na data do vencimento do 
prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado somente se já 
tiver sido iniciado o despacho aduaneiro antes da aplicação da pena de 
perdimento. Como já vimos anteriormente, uma mercadoria não pode ficar mais 
de 90 dias em recinto alfandegado de zona primária ou mais de 45 dias em 
recinto alfandegado de zona secundária sem que seja procedido o despacho 
aduaneiro. Se ultrapassados esses prazos inicia-se o processo para aplicação 
da pena de perdimento. Se iniciado o despacho aduaneiro, antes da aplicação 
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da pena de perdimento, nesses casos, o momento da ocorrência do fato 
gerador reputa-se à data do vencimento do prazo de permanência em recinto 
alfandegado. 
Voltando à questão, percebemos que o seu erro está em afirmar que 
para efeito de cálculo do imposto de importação, sempre considera-se ocorrido 
o fato gerador do imposto de importação na data do vencimento do prazo de 
permanência da mercadoria em recinto alfandegado. O correto seria dizer que 
somente se considera ocorrido na data de vencimento do prazo de 
permanência em recinto alfandegado se iniciado o despacho aduaneiro antes 
da aplicação da pena de perdimento. Se ocorrer a pena de perdimento, não há, 
via de regra, incidência do imposto de importação. 
II)VERDADEIRO. Essa afirmativa é bastante importante também no âmbito da 
legislação do I.I. Ela define perfeitamente quais são os contribuintes do imposto 
de importação: o importador, o destinatário de remessa postal internacional e o 
adquirente de mercadoria entrepostada. Guarde isso! Com relação a esse 
último, só quero aqui ressaltar que a mercadoria entrepostada é aquela que se 
encontra em entreposto aduaneiro com a exigibilidade dos tributos suspensa. O 
adquirente dessa mercadoria irá proceder ao despacho para consumo e será, 
portanto, o contribuinte do I.I. 
III)FALSO. O depositário não é responsável solidário, mas sim responsável 
pelo I.I referente à mercadoria que esteja sob a sua guarda. Também é 
responsável pelo I.I o transportador no que se refere à mercadoria que estiver 
transportando. Basta aqui nos lembrarmos do procedimento de vistoria 
aduaneira, que visa apurar de qual dos dois é responsabilidade por uma falta 
ou avaria ocorrida. Vejamos o que prescreve o Regulamento Aduaneiro: 
Art. 105. É responsável pelo imposto: 
I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente do 
exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; 
II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da 
custódia de mercadoria sob controle aduaneiro ; ou 
III - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. 
 
 IV) VERDADEIRO. Se uma isenção foi concedida em caráter subjetivo, 
significa que esta foi concedida em razão da qualidade do importador. Se essa 
mercadoria, que foi isenta, está sendo destinada ou cedida a outra pessoa, 
realmente deverá ocorrer o prévio recolhimento tributário. Vamos supor que um 
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equipamento médico seja importado por um hospital público com isenção 
tributária. Se este equipamento for então ser vendido a uma clínica médica com 
fins lucrativos, haverá necessidade de que, antes de realizada a transferência, 
ocorra o recolhimento tributário devido. O adquirente ou cessionáriodessa 
mercadoria beneficiada com isenção será responsável solidário pelo crédito 
tributário. A seguir vejamos também outros casos de responsabilidade 
solidária: 
Art. 106. É responsável solidário: 
I - o adquirente ou o cessionário de mercadoria beneficiada com 
isenção ou redução do imposto; 
II - o representante, no País, do transportador estrangeiro.; 
III - o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso 
de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de 
pessoa jurídica importadora; 
IV - o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de 
procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora ; 
V - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer 
subcontratado para a realização do transporte multimodal ; 
VI - o beneficiário de regime aduaneiro suspensivo destinado à 
industrialização para exportação, no caso de admissão de mercadoria 
no regime por outro beneficiário, mediante sua anuência, com vistas à 
execução de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado; e 
VII - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. 
 
V)FALSA. A responsabilidade pelo imposto de importação devido em virtude de 
falta ou extravio de mercadoria pode ser do transportador ou do depositário, em 
conformidade com as normas da legislação tributária, que determina que essa 
apuração ocorra por meio de processo de vistoria aduaneira. 
Gabarito: Letra A. 
 
20- (Questão Inédita)- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Considera-se não estrangeira a mercadoria que retorne ao País 
devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição. 
b) Como regra geral, o imposto de importação não incide sobre 
mercadoria estrangeira objeto da perna de perdimento. 
c) O imposto de importação não incide sobre mercadoria estrangeira 
idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine à reposição de 
outra anteriormente importada e que se tenha revelado, após o 
desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se 
destinava. 
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d) Não constitui fato gerador do imposto de importação a entrada de 
mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação temporária. 
e) O imposto de importação não incide sobre mercadoria estrangeira que 
tenha sido objeto de apreensão na zona secundária. 
Essa questão traz à tona assuntos importantes acerca da legislação 
do imposto de importação: a não incidência, mercadoria não-estrangeira e a 
não ocorrência do fato gerador. 
O art.69 do Regulamento Aduaneiro determina que o imposto de 
importação incide sobre mercadoria estrangeira. O art. 70 estabelece, por sua 
vez, que considera-se estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada 
exportada que retorne ao País e abre algumas exceções que são as situações 
em que a mercadoria é considerada como não-estrangeira: 
 
Art. 70. Considera-se estrangeira, para fins de incidência do imposto, 
a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao 
País, salvo se: 
I - enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; 
II - devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para 
substituição; 
III - por motivo de modificações na sistemática de importação por parte 
do país importador; 
IV - por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou 
V - por outros fatores alheios à vontade do exportador. 
 
O inciso I refere-se a uma exportação em consignação, em que a 
mercadoria é enviada em consignação, não sendo vendida dentro do prazo. A 
exportação em consignação, como vimos anteriormente, é um regime 
administrativo concedido pela SECEX. No retorno da mercadoria, se este 
ocorrer não incidirá o imposto de importação pelo fato de ela não ser 
considerada estrangeira. 
O inciso II refere-se a mercadoria brasileira que é exportada, mas é 
devolvida por apresentar defeito técnico. O inciso III e IV descrevem 
circunstâncias que fogem à capacidade de previsão do exportador – fatores 
alheios à vontade deste. Aliás, o inciso V prevê justamente isso: que 
mercadorias que retornem ao país por fatores alheios à vontade do exportador 
são consideradas não-estrangeira. 
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Cuidado, amigo concurseiro, para não confundir não-estrangeira 
com não incidência! Como um resumo, poderíamos dizer que mercadoria não-
estrangeira é aquela que retorna ao país por fatores alheios à vontade do 
exportador. Vejamos agora o que caracteriza a não-incidência! 
O art. 71 do Regulamento Aduaneiro determina os casos de não-
incidência do imposto de importação. 
Art. 71. O imposto não incide sobre: 
I - mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos 
documentos de transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou 
comprovado de expedição, e que for redestinada ou devolvida para o 
exterior; 
II - mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e 
que se destine a reposição de outra anteriormente importada que se 
tenha revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou 
imprestável para o fim a que se destinava, desde que observada a 
regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda; 
III - mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de 
perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha 
sido consumida ou revendida 
IV - mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro 
da declaração de importação, observada a regulamentação editada 
pelo Ministério da Fazenda; 
V - embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de 
empresa brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, 
que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma 
empresa nacional de origem 
VI - mercadoria estrangeira avariada ou que se revele imprestável 
para os fins a que se destinava, desde que seja destruída sob 
controle aduaneiro, antes do desembaraço aduaneiro, sem ônus para 
a Fazenda Nacional, e 
VII - mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, 
acidentalmente destruída. 
 
Chamo aqui a atenção para o inciso II, que determina a não 
incidência do imposto de importação sobre mercadorias que se destinem à 
substituição de mercadoria importada que tenha se revelado, após o 
desembaraço aduaneiro, imprestável para o fim a que se destinava. Esse caso 
do inciso II é bastante importante e muitas vezes é confundido com a hipótese 
do inciso II do art.70, que determina que a mercadoria que retorne ao País por 
ter apresentado defeito técnico não é considerada estrangeira. 
Para efeito de discernir uma da outra, vamos aqui aos nossos 
exemplos. Se uma empresa brasileira importa 1000 unidades de um 
determinado brinquedo e, após o desembaraço, verifica que 300 apresentam 
defeito, ela pode solicitar a quem lhe vendeu essas mercadorias que estas 
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sejam substituídas. A empresa providenciará a devolução das mercadorias 
defeituosas. Sobre os brinquedos que vierem para a substituição, não 
incidirá o imposto de importação. 
Agora, se uma empresa brasileira exportar calçados para os E.U.A e 
chegando lá for detectado defeito técnico nos mesmos e estes tiverem que ser 
devolvidos, sobre eles não incidirá o importação de importação pelo fato de 
serem considerados mercadoria não-estrangeira. Perceba que, nesse caso, 
os calçados estão retornando ao País, ao contrário da primeira situação em 
que não há retorno ao Brasil, já que a mercadoria sobre a qual o imposto não 
irá incidir nunca esteve em nosso território. Ficou claro agora? Bastante 
cuidado então para saber diferenciar uma situação da outra na hora da prova. 
a) CERTO. A mercadoria que retorne ao País devolvida por motivo de defeito 
técnico é considerada não-estrangeira.Para guardar bem, lembre-se de que 
quando uma mercadoria retorna ao País por fatores alheios à vontade do 
exportador, ela será considerada não-estrangeira. 
b) CERTO. A regra geral é, conforme o art. 71, inciso III, a não-incidência do 
imposto de importação sobre mercadoria estrangeira sobre a qual seja aplicada 
a pena de perdimento. A exceção a essa regra refere-se à situação em que é 
aplicada a pena de perdimento, mas a mercadoria é consumida, revendida ou 
não encontrada. Nessa situação irá ocorrer a incidência do imposto de 
importação, sendo inclusive considerado ocorrido o fato gerador na data do 
lançamento do crédito tributário. 
c) CERTO. O imposto de importação não incide sobre mercadoria estrangeira 
que se destine à reposição de mercadoria que tenha se revelado, após o 
desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se 
destinava 
d) CERTO. Existem duas situações em que não se considera ocorrido o fato 
gerador do imposto de importação. A primeira delas diz respeito à entrada no 
território aduaneiro de mercadoria que tenha sido submetida ao regime 
aduaneiro de exportação temporária. A exportação temporária, conforme vimos 
anteriormente, caracteriza-se pela saída de mercadoria do nosso território a 
título temporário. Como sua saída não revestiu-se do caráter de definitividade, 
não podemos considerar que ela foi desnacionalizada. A segunda situação diz 
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respeito ao pescado capturado fora das águas territoriais do país desde que 
observadas as normas da atividade pesqueira. Vejamos o que nos diz o 
Regulamento Aduaneiro: 
Art. 74. Não constitui fato gerador do imposto a entrada no território 
aduaneiro: 
I - do pescado capturado fora das águas territoriais do País, por 
empresa localizada no seu território, desde que satisfeitas as 
exigências que regulam a atividade pesqueira; e 
II - de mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação 
temporária, ainda que descumprido o regime. 
 
e) ERRADO. Numa situação em que a mercadoria é encontrada e apreendida 
na zona secundária, será aplicada a pena de perdimento, mas incidirá o 
imposto de importação. Essa situação encontra-se justamente dentro de uma 
exceção, já que se aplicada a pena de perdimento, como regra geral, não 
incidirá o I.I. 
Gabarito: Letra E. 
 
21- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) O ex-tarifário é um benefício fiscal que consiste na redução da 
alíquota do imposto de importação incidente sobre bens de capital, 
informática e telecomunicações que não tenham similar nacional. Se, 
durante o prazo de vigência do ex-tarifário, a indústria nacional passar a 
produzir um produto abrangido pelo benefício, este será automaticamente 
cancelado, bastando que seja realizada comunicação formal à CAMEX. 
( ) O exame de similaridade é realizado pela SECEX nas situações em 
que há o pleito de benefício fiscal pelo importador. Existem certas 
situações em que é dispensado o exame de similaridade, como por 
exemplo, partes e peças importados pelo usuário, na quantidade 
necessária e destinados, exclusivamente, ao reparo ou manutenção de 
equipamento de procedência estrangeira em funcionamento no País. 
( ) No exame de similaridade efetuado são levados em consideração três 
requisitos: qualidade, preço e prazo de entrega. Na comparação de 
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preços entre o produto estrangeiro e o produto nacional, ambos são 
considerados líquidos de impostos. 
( ) O fato gerador do imposto sobre produtos industrializados, na 
importação, é o registro da declaração de importação. 
a) VVFF 
b) VVVF 
c) FVVF 
d) FVFF 
e) FFFV 
 
a) FALSO. Em primeiro lugar, o ex-tarifário não é considerado benefício fiscal, 
mas sim instrumento de política aduaneira. Conforme diz a questão, ele 
consiste numa redução do imposto de importação incidente sobre bens de 
informática, telecomunicações e bens de capital que não tenham similar 
nacional que é concedida pelo período de até dois anos. A definição de ex-
tarifários cabe à CAMEX e tem origem em pleito da indústria nacional. 
Importante ressaltar que, devido ao caráter objetivo da redução promovida pelo 
ex-tarifário, qualquer importador pode beneficiar-se deste após sua concessão 
e não somente quem o pleiteou. 
“Ricardo, mas por que o ex-tarifário não é considerado benefício 
fiscal?” 
Boa pergunta! Ocorre que, conforme veremos a seguir, sempre que 
é solicitado um benefício fiscal deve ser realizado pela SECEX o exame de 
similaridade, que tem como objetivo verificar se a indústria nacional produz 
equipamento similar ao importado. Se existir equipamento similar nacional, o 
benefício fiscal não será concedido, pois deverá ser dada preferência à 
indústria nacional. No ex- tarifário também há o exame de similaridade, no 
entanto, este ocorre uma única vez, logo após o pleito da indústria nacional. 
Depois de concedido o ex-tarifário, este irá perdurar por todo o período de 
vigência, mesmo que nesse ínterim a indústria nacional inicie a produção de 
equipamento similar. Por tudo isso é que não se considera o ex-tarifário um 
benefício fiscal. 
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Voltando à questão, outro erro da mesma está justamente em 
afirmar que o ex-tarifário será cancelado se durante sua vigência passar a ser 
fabricado produto similar pela indústria nacional. 
b) VERDADEIRO. O exame de similaridade é de competência da SECEX e 
ocorre sempre que é pleiteado um benefício fiscal pelo importador. O instituto 
jurídico da similaridade tem como finalidade dar preferência à indústria nacional 
diante de produto similar ao estrangeiro. A apuração de similaridade ocorrerá 
baseada em três critérios definidos pelo art. 190 do Regulamento Aduaneiro: 
preço, prazo de entrega e qualidade. Vejamos o que dispõe o referido 
normativo: 
Art. 190. Considera-se similar ao estrangeiro o produto nacional em 
condições de substituir o importado, observadas as seguintes normas 
básicas: 
I - qualidade equivalente e especificações adequadas ao fim a que se 
destine; 
II - preço não superior ao custo de importação, em moeda nacional, 
da mercadoria estrangeira, calculado o custo com base no preço 
Cost, Insurance and Freight - CIF, acrescido dos tributos que incidem 
sobre a importação e de outros encargos de efeito equivalente; e 
III - prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo de 
mercadoria. 
 
Para que a comparação de preços a que se refere o art. 190 seja 
realizada em bases justas, deverão ser acrescidos ao valor do produto 
estrangeiro o valor dos impostos incidentes na operação (I.I, IPI, ICMS, 
PIS/PASEP, COFINS e ICMS), bem como o valor do frete e seguro 
internacionais. 
c) FALSO. Realmente, no exame de similaridade são levados em consideração 
três requisitos: preço, prazo de entrega e qualidade. No entanto, para que a 
apuração de preços seja efetuada sobre bases justas, devem ser 
acrescentados ao valor dos produtos o valor dos tributos incidentes. 
d) FALSO. O imposto sobre produtos industrializados é outro imposto que 
incide em uma importação, sendo seu fato gerador considerado o 
desembaraço aduaneiro da mercadoria importada. 
Gabarito: Letra D. 
 
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22- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a

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