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Novas Formas Organizacionais

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Eloise Livramento Dellagnelo
Clóvis L. Machado-da-Silva
NOVAS FORMAS 
ORGANIZACIONAIS
onde se encontram as evidências 
empíricas de ruptura com o modelo 
burocrático de organizações?
Contextualização
● Artigo publicado em 2000.
● Para os estudos e para as práticas administrativas nas organizações formais, as duas
últimas décadas representaram um período significativo de discussões, controvérsias e
questionamentos acerca dos paradigmas e dos modelos estabelecidos.
● Estudos organizacionais começaram a se tornar mais pluralísticos em relação aos
temas centrais, aos problemas investigados, aos referenciais teóricos utilizados para a
sua compreensão.
Contextualização
● As discussões sobre as novas formas organizacionais são tratadas através de diferentes
designações, desde as mais amplas (redesenho organizacional, flexibilidade organizacional,
novos paradigmas na administração, pós-modernismo) até as mais específicas (equipes de
trabalho, empowerment, organizações de aprendizagem, redes organizacionais).
● As novas formas organizacionais são visualizadas nas seguintes formas:
a) como representação de uma lógica de ação diferente da instrumental que é típica do
modelo modernista de organização;
b) como simples aperfeiçoamento da abordagem contingencial da administração.
Contextualização
● Esses novos arranjos organizacionais caracterizam-se por:
a) adoção de práticas que representam o questionamento do paradigma de produção em
massa ou do modelo fordista de organização do trabalho;
b) apontam traços de formas organizacionais mais flexíveis, dando ênfase à tomada de
decisão mais frequente, rápida e complexa;
c) a contínua e ampla aquisição de informação dentro e fora do ambiente organizacional;
d) a distribuição de informações mais direcionada;
e) o melhor gerenciamento da aprendizagem organizacional.
Lacuna e
Problema
A perspectiva mais administrativista de estudo das
organizações e a considerada crítica ou pós-
modernista carecem de maior aprofundamento
teórico e empírico, que evidencie efetivamente a
possibilidade de ruptura com o modelo
burocrático.
Não respondem efetivamente se as organizações
consideradas pós-modernas constituem ruptura
qualitativa com a modernidade ou são,
simplesmente, uma versão especificamente histórica
de organizações modernas.
Mesmo os pós-modernistas ou aqueles pertencentes
à teoria crítica destacam a racionalidade como
elemento básico na reconfiguração organizacional,
sem apresentar evidências empíricas.
Objetivo
Investigar se as evidências empíricas sobre novas formas
organizacionais constantes de artigos publicados na área
de estudos organizacionais podem ser consideradas no
embasamento de possível ruptura com o modelo
burocrático de organização, predominante na sociedade
contemporânea.
Periódicos nacionais e estrangeiros (de língua inglesa);
No período de 1995 a 1998.
DELLAGNELO; MACHADO-DA-SILVA, 2000, p. 21
“A perspectiva pós-modernista vem sendo 
caracterizada na literatura organizacional como um 
momento de ruptura, de descontinuidade, ou como 
um momento de redirecionamento nos estudos 
organizacionais.”
Referencial teórico
● Clegg (1990) – Surgimento, a partir da década de 80, de formas organizacionais diferentes que
questionam o modelo burocrático como a maneira mais eficiente para a organização do trabalho.
Apontado também como referência importante na identificação e na análise de
evidências empíricas de formas organizacionais pós-modernas.
Exemplos: estratégia mercadológica orientada para nichos específicos, força de
trabalho multifuncional ou quase artesanal e competência tecnológica baseada em
sistemas flexíveis de manufatura.
● Parker (1992) - A perspectiva epistemológica questiona como se pode compreender o mundo. Na
medida em que é constituído por uma linguagem comum, a resposta seria que somente se pode
conhecê-lo a partir das formas particulares do discurso que nossa linguagem mesmo cria.
Referencial teórico
● Clegg (1990) - Referencial de análise dessas novas formas organizacionais tem como base a
caracterização de determinados imperativos organizacionais.
○ Organizações modernas: caracterizadas pela rigidez, mercado de massa, determinismo
tecnológico, diferenciação e desqualificação nos cargos, por exemplo.
○ Organizações pós-modernas: caracterizadas pela flexibilidade, mercados segmentados,
tecnologias multifuncionais e cargos gerais de-diferenciados.
Referencial teórico
● Tsoukas (1992); Thompson (1993); Alvesson e Deetz (1996) - Criticam carência de estudos
empíricos que possam dar maior suporte às colocações defendidas sobre a perspectiva pós-modernista
de análise organizacional.
○ Tsoukas (1992) argumenta que as evidências até então apresentadas podem ser consideradas
meros exemplos da aplicação da adaptabilidade organizacional, defendida pela teoria
contingencial.
○ Thompson (1993) apresenta crítica às evidências referidas pelos estudiosos do movimento,
considerando a classificação dos modos de racionalidade de Clegg (1990) típico exemplo das
receitas de solução rápida saídas de livros de iluminados da área administrativa. E critica
aspectos mais específicos como, por exemplo, a tendência à concretização de uma sociedade
pós-industrial.
THOMPSON, 1993, p. 190 apud DELLAGNELO; 
MACHADO-DA-SILVA, 2000
“Esta não é a primeira vez que a burocracia foi 
declarada morta, e as evidências não são 
muito melhores nesta ocasião.”
Racionalidade como 
Lógica da Ação 
Organizacional
Para Mouzelis (1969), é a racionalidade que liga todas as características
descritas no modelo ideal weberiano e é ela que dá a lógica e a consistência a
todo o constructo.
Baseados em Kalberg (1980), os autores afirmam que o conceito de
racionalidade tem sido reconhecido como o componente mais importante
do pensamento weberiano.
Tipos de racionalidade, segundo Weber (1991):
a) Racionalidade Prática;
b) Racionalidade Teorética;
c) Racionalidade Substantiva;
d) Racionalidade Formal.
KALBERG, 1980, p. 1158 apud DELLAGNELO; 
MACHADO-DA-SILVA, 2000
“Weber refere-se à dominação burocrática como 
formalmente racional porque nela domina a ação orientada 
para regras e estatutos gerais, intelectualmente analisáveis, 
assim como a seleção dos meios mais adequados para o 
contínuo seguimento deles.”
Para Ramos (1981), Weber é um dos primeiros pensadores a interpretar a lógica
do mercado como requisito funcional próprio de um sistema social
episódico.
De acordo com Ramos (1981), a razão é um conceito fundamental para o
desenvolvimento de qualquer ciência da sociedade e das organizações.
Tipos de racionalidade, abordadas por Serva (1997a, 1997b):
a) Racionalidade Substantiva;
b) Racionalidade Formal.
Metodologia
● Caracteriza-se por ser predominantemente qualitativa, do tipo descritiva-interpretativa.
● Unidade de análise: a organização.
● Universo da pesquisa: todos os artigos encontrados nos periódicos nacionais e estrangeiros (em
inglês) selecionados, que contivessem evidências empíricas de novas formas organizacionais.
25 periódicos estrangeiros;
6 periódicos nacionais.
Metodologia
● Período: Janeiro de 1995 a julho de 1998 foi o período escolhido para análise das publicações sobre
novas formas organizacionais nos periódicos.
● Critérios de delimitação: o provável amadurecimento da temática na área e a viabilidade temporal do
estudo.
● Critérios para a seleção dos artigos: ocorrência de casos concretos de investigação de formas
organizacionais em organizações privadas, industriais e de serviços, uma vez que nesses setores as
discussões de ruptura com o modelo burocrático de organização são bastante provocantes,
principalmente no que tange à racionalidade.
Metodologia
● Categorias básicas de análise: tecnologia, estrutura e cultura organizacional, compostos por
subdimensões, indicadores e classificação. O tipo de racionalidade predominante foi considerado como o
princípio básico norteador de cada uma das referidas dimensões.
○ Tecnologia: Rotineira ou Não-rotineira;
○ Estrutura:Mecânicas ou Orgânicas;
○ Cultura Organizacional: Conservadora ou Inovadora.
Quanto mais rotineira a tecnologia
empregada, mais mecânica a sua estrutura
e mais conservadora a sua cultura, mais
burocrática foi considerada a organização.
De maneira oposta, tecnologia não-
rotineira, estrutura orgânica e cultura
inovadora caracterizaram as organizações
mais flexíveis.
Metodologia
● Referencial de racionalidade: base no referencial oferecido por Serva (1997a).
○ Racionalidade Substantiva: termos da presença predominante de auto-realização,
julgamento ético e valores emancipatórios;
○ Racionalidade Instrumental: presença marcante do cálculo utilitário de consequências, com a
decorrente importância atribuída à maximizacão dos recursos e ao desempenho
organizacional em termos de eficiência e de eficácia.
Análise de Dados
31 periódicos 
analisados
15 periódicos 
apresentaram 
artigos relatando 
experiências 
concretas
4 periódicos 
brasileiros
11 periódicos 
estrangeiros
34 artigos 
analisados
Análise de Dados
● Constância no tratamento do tema, evidenciando forte direcionamento para temas mais
específicos relacionados às mudanças de modelo organizacional.;
● Fraco trabalho reflexivo no que tange às possibilidades de ruptura do modelo organizacional;
● Organizações pertencentes ao setores industrial e de serviços;
● Setores de tecnologia de informação e automobilístico destacam-se com forte ênfase em
práticas flexíveis;
● Organizações de diferentes tamanhos adotam práticas flexíveis de organização do trabalho;
● Organizações de menor porte apresentaram maior flexibilidade.
Tecnologia, Estrutura e 
Cultura Organizacional 
e o seu Potencial de 
Flexibilidade
● Tecnologia organizacional: propensão à relativa flexibilidade por parte das organizações.
Maior extensão de aspectos como modo de produção (pequenos lotes e unitário), arranjo
físico (grupo), meios de transformação (multipropósito) e repertório de produção
(operacional);
● Potencial de flexibilidade tecnológica: entre médio e alto, proporcionando capacidade
de manobra operacional ou flexibilidade operacional também considerável;
● Dimensão estrutural: diferentes direções nas subdimensões examinadas, identificando
tendência de média a baixa flexibilidade estrutural ou capacidade de manobra adaptativa;
● Forma organizacional: estruturas achatadas como o ponto mais forte, característico de
estruturas mais flexíveis. Forma divisional de estruturação (por produto, serviço ou mercado
alvo) e a alta funcionalização;
● Sistema de planejamento e controle e os processos de regulação vigentes: tendência
ao baixo potencial de flexibilidade estrutural. Poucas evidências de planejamento do tipo
rudimentar. Abordagem centralizadora e a perspectiva de garantia de previsibilidade.
● Processos de regulação: a especialização das tarefas, a regulação do comportamento e a
regulação de ajustes mútuos classificam-se entre baixo e alto potencial de flexibilidade
estrutural. Há variabilidade nas tarefas, representando certo grau de autonomia e
intercambialidade. A padronização e a formalização estão presentes em muitos casos e o
treinamento profissional também é enfatizado. Os ajustes mútuos parecem estar fortemente
relacionados com o caráter formal da organização. A tomada de decisão continua sendo
fortemente regulada quanto à delegação e compartilhada quanto à distribuição de
informações;
● Potencial de flexibilidade da cultura das organizações: características predominantes
de elementos conservadores, com alguns traços intermediários em direção à maior
flexibilização;
● Formação de identidade: presença de fortes valores compartilhados;
● Tipo de liderança: intermediário (entre conservador e inovador), com destaque ao estilo
do tipo consultivo e participativo;
● Abordagem do planejamento: adaptativa, do tipo mixed scanning;
● Perspectiva gerencial: entre rotineira e heurística;
● Orientação externa: tendência à maior flexibilização, com ênfase no longo prazo e na
abertura para contatos externos;
● Atitude de planejamento: entre a inatividade e a proatividade. Cultura organizacional
medianamente conservadora.
Racionalidade como 
Princípio Orientador da 
Lógica da Ação 
Organizacional
DELLAGNELO; MACHADO-DA-SILVA, 2000, p. 29.
“O tipo de racionalidade predominante na 
prática das organizações constitui o princípio 
orientador de sua lógica de ação.”
● A racionalidade foi considerada pela presença de elementos que pudessem explicar
ou justificar as escolhas nas práticas organizacionais, enquanto modelo organizacional
como um todo, nas dimensões operacionais de tecnologia, estrutura e cultura.
● Duas alternativas para o conceito de racionalidade foram consideradas:
a) ações orientadas por valores substantivos, inerentes à razão substantiva, própria dos
seres humanos, independentemente da economia de mercado; e
b) ações orientadas pela racionalidade formal, em que o cálculo utilitário de
consequências no estabelecimento de relações meio-fim constitui o princípio
norteador, à luz da presença dominante da economia de mercado.
A partir disso, nos estudos analisados, foi verificada como racionalidade fortemente
presente aquela típica do cálculo utilitário de consequências das ações
organizacionais. Sendo constatada a predominância do argumento da pressão do
ambiente, levando as organizações à procura de soluções para a sua sobrevivência em
contexto competitivo.
● Apontamentos feitos a partir dos artigos analisados:
a) Considerações instrumentais que justificam as escolhas específicas de práticas em
direção à maior flexibilidade organizacional;
b) Algumas evidências de racionalidade não-instrumental entre os casos examinados;
c) Alguns casos foram destacados para efeito de ilustração dos argumentos mais
frequentemente encontrados na literatura organizacional em relação à
predominância da racionalidade instrumental;
d) Evidenciado o cálculo utilitário de consequências, considerado próprio da
racionalidade formal, para justificar práticas de flexibilização do trabalho;
e) Ênfase nos clientes como exemplo marcante de racionalidade formal;
f) Argumentos instrumentais que justificam a prática do trabalho em grupo também
são evidenciados;
g) As alianças caracterizam-se como outro aspecto marcante dentro dos novos
modelos organizacionais;
h) Evidenciada racionalidade substantiva em organizações analisadas pelos artigos,
embora não seja descrita nos artigos como isso efetivamente acontece na prática.
Considerações 
Finais
● Os casos apresentados na literatura especializada ainda representam evidências muito
tênues quanto à possível ruptura com o modelo burocrático de organização;
● Ocorrência da flexibilização em aspectos relativos à tecnologia utilizada pelas
organizações;
● As evidências de maior potencial de flexibilidade propiciaram tratamento mais
adequado para a identificação da racionalidade subjacente a essas práticas;
● Não ofereceu evidências empíricas sobre a possibilidade de ocorrência de ruptura com
o modelo burocrático de organizações;
● As principais correntes pós-modernas revelam a emergência de diferentes
racionalidades no contexto organizacional;
● Outras correntes buscam resgatar o conceito weberiano de racionalidade substantiva,
visualizam práticas organizacionais apoiadas nessa lógica de ação.
Referência
DELLAGNELO, Eloise Livramento; MACHADO-DA-SILVA, Clóvis L. Novas Formas 
Organizacionais: onde se encontram as evidências empíricas de ruptura com o modelo 
burocrático de organizações? Organizações & Sociedade, Salvador, v. 7, n. 19, 
Setembro/Dezembro, 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/osoc/v7n19/02.pdf. 
Acesso em: 16 set. 2020.

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