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Aula 07 - COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIO

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CURSO ON-LINE – COMÉRCIO EXTERIOR EM EXERCÍCIOS 
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PROFESSOR: RICARDO VALE 
 
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 AULA 07: DEFESA COMERCIAL 
Olá companheiros, tudo bem? Como vão os estudos? Conseguindo 
acompanhar bem o nosso curso? 
Bem, antes de iniciar nossa aula de hoje, eu queria que vocês 
parassem por alguns minutos para que eu lhes contasse uma história que não 
tem nada a ver com comércio internacional. 
Durante um bom tempo da minha vida fui atleta de jiu-jitsu e judô, o 
que me faz até hoje ser verdadeiramente apaixonado por artes marciais. A 
prática de artes marciais vem sempre acompanhada de uma boa dose de 
disciplina e motivação, enrijecendo o caráter do atleta. Ganhar ou perder em 
uma competição são situações opostas, mas que igualmente trazem 
aprendizado. Acredito que a derrota, inclusive, é que traz as maiores lições. 
Ser atleta, participar de competições, enfrentar seu adversário cara-a-cara não 
é algo fácil. Há que se estar preparado e confiante para obter o melhor 
desempenho! Um lutador de artes marciais, pelo simples fato de sê-lo, já é uma 
pessoa diferente, mais aguerrida e mais dedicada. 
Mas de todos os grandes lutadores que vi até hoje, um brasileiro de 
nome Lyoto Machida foi o que mais me impressionou. Lutador de karatê 
nascido na Bahia, mas desde muito novo tendo mudado para Belém, Lyoto é 
atualmente o campeão do torneio de Mixed Martial Arts (também conhecido 
como “vale-tudo”) mais importante do mundo. 
O brasileiro obteve seu cinturão recentemente, vencendo um 
excepcional lutador americano, que nunca havia sido derrotado. Lyoto, também 
invicto, impressiona a todos com sua técnica apurada e contagia os fãs com 
seu carisma e humildade. Diferente de muitos lutadores arrogantes, ele 
respeita seus adversários e é muito ponderado quando fala de si mesmo. 
Após a formidável vitória por nocaute sobre o americano, Lyoto 
Machida falou chorando em entrevista algo que nos faz pensar e nos dá uma 
idéia do quanto ele teve que se superar: 
“Quando eu tinha 15 anos, eu assistia as lutas do Royce Gracie 
(famoso lutador brasileiro) e pensava que um dia eu queria chegar lá. Eu treinei 
minha vida inteira querendo ser um campeão, eu treinei duro sempre. Foram 
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muitas repetições, muitas horas de treino, muito choro. Enquanto meus amigos 
estavam em festas, eu estava treinando, mas hoje eu consegui. Se você tem 
um sonho, vá em frente! É possível, você pode fazer isso!” 
Por esse imenso Brasil afora, existem inúmeras pessoas com talento 
para diversas modalidades esportivas, mas que não chegam a se consagrar 
como grandes campeões, o que pode ser explicado pela deficiente estrutura de 
apoio ao esporte em nossos país. Mas e aqueles que conseguem, será que foi 
por sorte ou porque eram gênios? Eu diria que nenhum dos dois! Na verdade 
chegaram à consagração aqueles que acreditaram no seu sonho, aqueles que 
dedicaram todas suas forças para um objetivo. 
O concurseiro nada mais é do que um atleta em busca de seu sonho 
e ele também é uma pessoa diferente, mais focada, mais dedicada, mais 
sonhadora. A sorte ou o gênio não existem! O que existe é força de vontade e 
abdicação! Não desanime! Se você chegou até aqui, essa é a hora de 
intensificar mais ainda sua preparação. 
O seu sonho pode e vai virar realidade, não depende da ESAF, não 
depende de quando vai sair o edital, não depende de quais matérias vão fazer 
parte da prova! Só depende de você e da sua dedicação! Quando perguntado 
sobre quem foi o seu maior adversário até hoje, o brasileiro Lyoto Machida, 
respondeu que: “O meu maior adversário é vencer todos os dias o cansaço e 
as dores no corpo, isso é realmente difícil!” 
Vamos lá, meus amigos! Superem-se e, acima de tudo, estejam 
comprometidos com seus sonhos. O seu maior desafio é vencer você mesmo! 
Grande abraço a todos e uma boa aula! 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
1-(ACE-2008) - O sistema de defesa comercial brasileiro está organizado 
essencialmente em torno de duas instâncias: o Departamento de Defesa 
Comercial, órgão executivo vinculado à Secretaria de Comércio Exterior 
do MDIC, com competência de propor a abertura e conduzir investigações 
para a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de 
salvaguardas, e de recomendar a aplicação das medidas de defesa 
comercial previstas nos acordos da OMC; a CAMEX, cujas competências 
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incluem a aplicação de medidas provisórias e o encerramento de 
investigação com aplicação de medidas definitivas. 
No âmbito do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio criado em 
1947, foram criadas inúmeras regras tendentes à liberalização comercial, com 
o objetivo claro de quebrar o protecionismo então vigente. 
Uma das formas de protecionismo utilizadas pelos países e que o 
GATT 47 objetivava dar um fim são as práticas desleais de comércio, que por 
sinal perduram até os dias atuais. 
“Mas o que seriam práticas desleais de comércio, Ricardo?” 
Bom, podemos dizer que práticas desleais de comércio são aquelas 
que dificultam ou até impossibilitam a concorrência sobre bases justas. A 
Organização Mundial de Comércio (OMC), através do GATT, condena as 
práticas desleais de comércio que conhecemos por dumping e subsídio. 
Existem hoje, sob a égide da OMC, acordos multilaterais que tratam desses 
temas: o Acordo sobre a Implementação do Artigo VI – também conhecido por 
Acordo Antidumping – e o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias. 
Caro amigo, quando você ouvir falar em práticas desleais de comércio, lembre-
se logo do dumping e do subsídio, entendido? 
Voltando à questão, ela se refere à forma pela qual está organizado 
o sistema de defesa comercial no Brasil. Alguns pontos sobre o sistema de 
defesa comercial nós já até comentamos em aulas anteriores quando tratamos 
das competências dos órgãos intervenientes no comércio exterior brasileiro, 
mas nunca é demais recordar. 
1)O DECOM (Departamento de Defesa Comercial), integrante da SECEX, tem 
competência para propor a abertura de uma investigação contra práticas 
desleais de comércio, bem como para conduzí-las. Ao final das investigações 
para aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas, o 
DECOM PROPÕE ou não a aplicação das mesmas. 
2) O órgão federal responsável atualmente pela APLICAÇÃO dessas medidas 
é a CAMEX. Mais à frente falaremos mais sobre a aplicação dessas medidas, 
que poderão ser provisórias ou definitivas. 
“Ricardo, quando você falou em práticas desleais de comércio você 
só mencionou o dumping e o subsídio! E essa tal de medida de salvaguarda?” 
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Bem lembrado! É o seguinte: práticas desleais são somente o 
dumping e o subsídio, contra os quais são aplicadas medidas antidumping e 
medidas compensatórias. As medidas de salvaguarda não são aplicadas diante 
de uma prática desleal de comércio, mas sim diante de um surto de 
importações que cause ou ameace causar dano à indústria doméstica. 
Entendido isso? 
Continuando, vamos agora analisar um detalhe que pegou muita 
gente no dia da prova. Trata-se da afirmação de que a CAMEX tem 
competência para o encerramento de investigação com aplicação de medidas 
definitivas. Muitos podem pensar: “O DECOM realiza a investigação, então é 
ele que a começa e a encerra.” Ledo engano! O DECOM realmente realiza a 
investigação, mas o encerramento desta necessita da formalização através 
de um ato público. Caso uma investigação seja encerrada com aplicação de 
medida de defesa comercial, a competência do encerramento será da CAMEX, 
que o fará por meio de Resolução.Caso a investigação seja encerrada sem a 
aplicação de medida de defesa comercial, a competência para o encerramento 
será do Secretário de Comércio Exterior, que o fará por meio de Circular 
SECEX. 
Gabarito: CERTO. 
 
2- (ACE-2008) - A característica comum das medidas antidumping e das 
medidas compensatórias é seu caráter seletivo, diferenciando-as, nesse 
sentido, das salvaguardas comerciais, que, por força da razão pela qual 
são acionadas, não discriminam os produtos importados pela 
procedência. 
Vamos aproveitar essa questão para conceituar dumping e subsídio 
e ainda comentar sobre medidas antidumping, compensatórias e de 
salvaguarda. 
O dumping caracteriza-se pela venda de um produto para 
exportação por um preço inferior ao praticado no mercado interno do país 
exportador. O Decreto no 1602/95, que regulamenta as normas que disciplinam 
os procedimentos administrativos relativos à aplicação de medidas 
antidumping, traz em seu art 4º o conceito de dumping: 
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Art. 4º Para os efeitos deste Decreto, considera-se prática de 
dumping a introdução de um bem no mercado doméstico, inclusive 
sob as modalidades de drawback , a preço de exportação inferior ao 
valor normal. 
 
“Ricardo, o que seria esse valor normal?” 
O valor normal é o preço efetivamente praticado para o produto 
similar no mercado interno do país exportador. Portanto, podemos dizer 
que o dumping é a venda de um produto para exportação por um preço inferior 
ao praticado no mercado interno do país exportador, ou ainda, que é a venda 
de um produto para exportação por um preço inferior ao seu valor normal. 
Entendido isso? Vejamos o que diz a respeito o Decreto no 1602/95: 
Art. 5º Considera-se valor normal o preço efetivamente praticado para 
o produto similar nas operações mercantis normais, que o destinem a 
consumo interno no país exportador. 
§ 1º O termo "produto similar" será entendido como produto idêntico, 
igual sob todos os aspectos ao produto que se está examinando, ou, 
na ausência de tal produto, outro produto que, embora não 
exatamente igual sob todos os aspectos, apresente característica 
muito próximas às do produto que se está considerado. 
§ 2º O temo "país exportador" será entendido como país de origem e 
de exportação, exceto na hipótese prevista no art. 10. 
§ 3º Serão normalmente consideradas como em quantidade suficiente 
para a determinação do valor normal as vendas do produto similar 
destinadas ao consumo do mercado interno do país exportador, que 
constituam cinco por cento ou mais das vendas do produto em 
questão ao Brasil, admitindo-se percentual menor quando for 
demonstrado que vendas internas nesse percentual inferior ocorrem, 
ainda assim, em quantidade suficiente que permita comparação 
adequada. 
 
Conceitos importantes trazidos pelo Decreto no 1602/95 são o de 
“produto similar” e o de “país exportador”. Na apuração do valor normal, devem 
ser levados em consideração os preços praticados para o produto similar na 
venda para o mercado interno no país exportador. Quando se fala em “produto 
similar” para fins de apuração de dumping, na verdade, está se referindo a 
produto idêntico sob todos os aspectos ao exportado. Caso não se identifique 
um produto idêntico, consideramos como produto similar aquele que possua 
características bem próximas do produto exportado. 
“Entendi, Ricardo! Então para eu saber se está ou não havendo 
dumping, basta eu comparar o valor normal com o preço de exportação. Se o 
preço de exportação for menor que o valor normal, estará havendo dumping e 
aí já se pode aplicar uma medida antidumping, não é isso?” 
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Calma, amigo concurseiro! Realmente, se o preço de exportação for 
inferior ao valor normal estará havendo dumping. No entanto, nem todo 
dumping é condenável, mas somente aquele que causar ou ameaçar causar 
dano significativo à indústria doméstica ou ainda ameaçar causar o 
retardamento da implantação de uma indústria. Para que seja aplicada uma 
medida antidumping devem existir três elementos: DUMPING, DANO e NEXO 
CAUSAL. Imaginemos, por exemplo, que a China venda ao Brasil óculos de sol 
por R$6,00 e no seu mercado interno o venda por R$ 8,00. Nessa situação é 
notória a ocorrência de dumping. Não podemos afirmar, no entanto, que está 
ocorrendo dano à indústria nacional, já que para isso, deveríamos levar em 
consideração o volume das importações da China, bem como o preço do 
similar nacional. Se o óculos de sol brasileiro custar R$5,00, por exemplo, e a 
China vender a R$6,00 – com dumping – estará havendo dano à indústria 
nacional? Por óbvio que não! 
Falemos agora sobre os subsídios! Considera-se que há concessão 
de subsídio nas hipóteses em que: 
1) Exista, no país exportador, qualquer forma de sustentação de 
renda ou de preços que contribua direta ou indiretamente para aumentar 
exportações ou reduzir importações de qualquer produto. 
2) Exista qualquer contribuição financeira por um governo ou 
órgão público, no interior do território de um país. 
Ressaltamos aqui que a isenção de impostos indiretos ou taxas a 
produtos destinados à exportação não é considerada subsídio. Ao contrário, 
considera-se que ocorre subsídio, quando uma empresa realiza empréstimos a 
custo inferior ao habitualmente ofertado pelo mercado. 
Para que você possa visualizar melhor o que é um subsídio, vamos 
a um exemplo. Suponhamos que uma indústria nos E.U.A tenha como preço de 
exportação de um determinado produto US$8,00 e o governo americano 
resolve subsidiá-la pagando a ela US$2,00 por produto. Nessa situação, o 
preço de exportação dessa indústria passa a ser de US$6,00. Claramente 
percebemos que a ação governamental torna a indústria americana mais 
competitiva, constituindo-se em uma prática desleal de comércio, que causa 
efeitos predatórios à concorrência. 
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O artigo XVI do GATT/94 dispõe sobre os subsídios, motivo pelo 
qual o transcrevemos a seguir: 
Art XVI- Se uma parte contratante concede ou mantém um subsídio, 
incluída toda forma de manutenção dos ingressos cambiais ou dos 
preços, que tenha direta ou indiretamente como efeito aumentar as 
exportações de um produto qualquer deste país ou reduzir as 
importações para seu território, esta parte contratante notificará, por 
escrito, as partes contratantes sobre a importância, a natureza do 
subsídio e os efeitos estimados. 
 
Os subsídios podem ser classificados em três tipos: subsídios 
proibidos, subsídios recorríveis e subsídios irrecorríveis. Sobre isso, alguns 
pontos são importantes levar em consideração: 
1) Todo subsídio que não é proibido é permitido. 
2) Subsídios proibidos são aqueles que estão vinculados, de fato 
ou de direito, ao desempenho exportador. Também são considerados subsídios 
proibidos aqueles que estejam vinculados ao uso preferencial de produtos 
domésticos em detrimento de produtos estrangeiros. 
3) Subsídios recorríveis são subsídios específicos que causem 
efeitos danosos aos interesses de um país. Subsídios específicos são aqueles 
cujo acesso está limitado, de fato ou de direito, a uma ou a um grupo de 
empresas ou indústrias, a setores de produção ou a regiões geográficas. 
4) Subsídios irrecorríveis são aqueles que não são específicos, ou 
seja, têm caráter geral. São ainda irrecorríveis os subsídios específicos 
destinados a apoiar atividades de pesquisa, desenvolvimento regional ou 
assistência para atendimento de exigências ambientais. O Acordo sobre 
Subsídios e Medidas Compensatórias elenca uma série de condições para que 
esses subsídios específicos sejam considerados irrecorríveis.Para fins de 
prova, não acho interessante, no entanto, memorizá-las. Basta que saibamos 
que esses três tipos de subsídios específicos são irrecorríveis: apoio a 
atividades de pesquisa, desenvolvimento regional e assistência para 
atendimento a exigências ambientais. 
5) Os Subsídios irrecorríveis são sempre permitidos. 
“Entendi, Ricardo! Mas me diga uma coisa: quando irá ser aplicada 
então uma medida compensatória?” 
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A aplicação de uma medida compensatória requer que seja 
determinada a ocorrência de subsídio recorrível ou acionável, de dano à 
indústria doméstica e de relação causal entre eles, com base em investigação 
realizada com essa finalidade. 
Bom, agora que já tivemos algumas noções introdutórias sobre 
dumping e subsídio, passemos às medidas de salvaguarda. 
Como já sabemos, os países signatários do GATT acordaram regras 
visando à liberalização do comércio. Dentro dessas regras, destaca-se a 
progressiva redução tarifária. Ocorre que foram estabelecidas também algumas 
regras que se constituem em verdadeiras cláusulas de escape: é o caso das 
medidas de salvaguarda, estabelecidas no artigo XIX do GATT: 
Art XIX – Se, como conseqüência da evolução imprevista das 
circunstâncias e por efeito das obrigações, incluídas aí as 
concessões tarifárias, contraídas por uma parte contratante em 
virtude do presente Acordo, as importações de um produto no 
território desta parte contratante tenham aumentado em tal 
quantidade que causam ou ameaçam causar um dano grave aos 
produtores nacionais de produtos similares ou diretamente 
concorrentes no território, a parte contratante poderá, na medida e no 
tempo necessários para prevenir ou reparar esse dano, suspender 
total ou parcialmente a obrigação contraída com respeito a tal 
produto, ou retirar ou modificar a concessão. 
 
Como se depreende da leitura do artigo XIX, as medidas de 
salvaguarda, distintamente das medidas antidumping e compensatórias, não se 
constituem em instrumentos para coibir práticas desleais de comércio. Elas 
configuram-se sim em medidas de defesa comercial, mas são destinadas a 
fazer frente a um surto de importações que causem ou ameacem causar dano 
grave aos produtores nacionais de produtos similares ou diretamente 
concorrentes. Representa, nesse sentido, um reerguimento de barreiras 
tarifárias anteriormente derrubadas. 
A aplicação de medidas de salvaguarda também é precedida de 
investigação, na qual deverá ser determinada a existência de prejuízo grave ou 
ameaça de prejuízo grave à indústria doméstica e a relação de causalidade 
entre estes e o surto de importações. 
Vamos agora aos comentários da questão, na qual o examinador 
aborda um aspecto interessante que diferencia as medidas antidumping e 
compensatórias das medidas de salvaguarda. As medidas antidumping e 
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compensatórias têm um caráter seletivo. Como exemplo, vamos supor que 
a China esteja vendendo óculos para o Brasil a um valor de R$6,00 e o preço 
praticado no seu mercado interno é de R$8,00. Além disso, o preço do similar 
nacional é R$7,00, o volume das exportações é significativo e o preço nacional 
é um preço justo. Patente está que no caso apresentado há dumping, dano e 
nexo causal, o que leva, após a condução de investigação pelo DECOM , à 
aplicação de uma alíquota antidumping sobre as importações de óculos da 
China. O caráter seletivo da medida anti-dumping implica que se a Suécia, 
Holanda ou qualquer outro país for exportar o mesmo óculos para o 
Brasil, essa exportação não estará sujeita à medida de defesa comercial. 
Tudo isso se aplica também às medidas compensatórias. Entretanto, no que 
tange as medidas de salvaguarda, essa regra não encontra aplicabilidade. Para 
exemplificar, vamos supor que, como conseqüência de uma redução tarifária, 
ocorra no Brasil um surto de importação de óculos que cause ou ameace 
causar dano à indústria nacional. Diante dessa situação, a CAMEX, após 
investigação e proposta do DECOM, aplica uma medida de salvaguarda. O 
caráter não-seletivo desta em razão da procedência fará com que 
qualquer importação de óculos, proveniente de qualquer país, sofra a 
incidência da medida de salvaguarda. 
 A medida de salvaguarda tem ainda uma outra diferença bem 
peculiar em relação à medida antidumping e à medida compensatória. As duas 
últimas têm caráter de barreira não-tarifária, já que constituem sanção de ato 
ilícito, respectivamente contra o dumping e o subsídio. Com isso, ambas ficam 
excluídas da definição de tributo, que não compreende prestações que 
constituam sanção de ato ilícito. 
Já a medida de salvaguarda, como não visa proteger a indústria 
nacional de uma prática desleal de comércio, mas sim fazer frente a um surto 
de importações, consiste numa mera elevação da alíquota do imposto de 
importação. O que ocorre, como já foi dito anteriormente, é um reerguimento de 
barreiras tarifárias que haviam sido derrubadas. Detalhe interessante é que a 
medida de salvaguarda pode também ser utilizada na forma de uma restrição 
quantitativa, com o estabelecimento de cotas de importação. 
Gabarito: CERTO. 
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3- (AFRF-2005) - A medida de salvaguarda, quando aplicada, deve incidir 
tão-somente em relação aos países responsáveis pelo surto de 
importação no país que adota a medida. A esse respeito, segundo o 
Acordo sobre Salvaguardas da OMC, a medida somente pode ser aplicada 
em relação aos países cuja participação no mercado do país importador 
seja igual ou superior a 30% (trinta por cento) em relação ao produto 
investigado. 
A medida de salvaguarda tem um caráter de não seletividade em 
razão da procedência, ou seja, incide sobre as importações do produto objeto 
da medida independentemente de sua origem. Nesse sentido o Acordo sobre 
Salvaguardas da OMC, estabelece em seu artigo II: 
Artigo II -Condições 
1. Um Membro só poderá aplicar uma medida de salvaguarda a 
um produto após haver determinado, de conformidade com as 
disposições enunciadas abaixo, que as importações daquele produto 
em seu território tenham aumentado em quantidades tais, seja em 
termos absolutos, seja em proporção à produção nacional, e ocorram 
em condições tais que causam ou ameaçam causar prejuízo grave ao 
setor nacional que produz bens similares ou diretamente 
concorrentes. 
2. Medidas de salvaguarda serão aplicadas ao produto 
importado independentemente de sua procedência. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
4- (AFRF-2005) - Os pressupostos de aplicação das medidas de 
salvaguarda são: (i) surto de importações, (ii) existência de prejuízo grave 
à indústria nacional e (iii) nexo causal entre o surto de importações e o 
prejuízo grave à indústria nacional. A ameaça de prejuízo grave não é 
suficiente para dar ensejo à aplicação de uma medida de salvaguarda. 
A ameaça de prejuízo grave pode sim dar ensejo à aplicação de 
uma medida de salvaguarda. Os outros pontos da questão estão 
absolutamente corretos. Aproveitemos aqui, então, para detalhar cada um dos 
pressupostos para aplicação das medidas de salvaguarda! Vamos lá! 
 
1)Surto de Importações: 
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Para que seja aplicada uma medida de salvaguarda, o primeiro 
ponto a se verificar é a ocorrência de um surto de importações, que 
caracteriza-se por um aumento, em quantidade, das importações de um 
determinado produto, seja em termos absolutos ou em termos relativos. 
Quando falamos em aumento absoluto das importações, estamos nos referindo 
a uma situação em quea importação de um determinado produto cresceu 
substancialmente em relação a um período anterior. Já quando falamos em 
aumento relativo das importações, queremos nos referir a uma situação em 
que a quantidade de importações de um produto manteve-se constante de um 
período para outro, mas a produção nacional decresceu. Em ambos os casos, 
considera-se como tendo ocorrido um surto de importações. 
A ocorrência do surto de importações tem sua origem em uma 
evolução imprevista das circunstâncias e por efeito das obrigações assumidas. 
“Como assim, Ricardo?” 
Bom, nas Rodadas de Negociação realizadas no âmbito da OMC – 
veremos isso em aulas posteriores – os países outorgam entre si concessões 
tarifárias. Vamos supor, por exemplo, que o Brasil estabeleça como limite 
máximo do I.I incidente sobre têxteis a alíquota de 10%. Essa obrigação 
assumida pelo Brasil, diante de uma evolução imprevista das circunstâncias, 
pode vir a causar um substancial aumento das importações, ou seja, o que 
estamos chamando de surto de importações. 
 
2)Existência de prejuízo grave à indústria nacional: 
O prejuízo grave à indústria nacional não deve ser entendido 
simplesmente como um prejuízo já consumado, mas também como a ameaça 
de prejuízo grave à indústria nacional. 
Entende-se por prejuízo grave a deterioração geral e significativa da 
situação de uma determinada indústria doméstica, e por ameaça de prejuízo 
grave a clara iminência de prejuízo grave, com base em fatos e não apenas em 
alegações ou possibilidades remotas. O art 4º, parágrafo 2º do Acordo sobre 
Salvaguarda estabelece os fatores que deverão ser levados em consideração 
para a determinação de prejuízo grave: 
 
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Artigo IV 
... 
2. (a) No curso da investigação destinada a determinar se o 
aumento das importações tem causado ou ameaçam causar prejuízo 
grave a uma indústria nacional, nos termos do presente Acordo, as 
autoridades competentes avaliarão todos os fatores relevantes de 
caráter objetivo e quantificável que tenham relação com a situação 
daquela indústria, especialmente o ritmo de crescimento das 
importações do produto considerado, bem como seu crescimento em 
volume, em termos absolutos e relativos, a parcela do mercado 
interno absorvida pelas importações em acréscimo, as alterações no 
nível de vendas, a produção, a produtividade, a utilização da 
capacidade, os lucros e perdas e o emprego. 
 
Entende-se por indústria doméstica o conjunto de produtores de 
bens similares ou diretamente concorrentes ao produto importado, ou 
ainda, os produtores nacionais cuja produção total de bens similares ou 
diretamente concorrentes ao produto importado constituam uma parcela 
substancial da produção de tais bens. 
 
3) Nexo causal entre o surto de importações e o prejuízo grave à 
indústria nacional: 
Na investigação para aplicação de medidas de salvaguarda deverá 
ser demonstrado que o prejuízo grave à indústria nacional, ou a ameaça de tal 
prejuízo, é causado pelo aumento das importações do produto em questão. 
Quando outros fatores, que não o aumento das importações, estiverem 
simultaneamente causando prejuízo à indústria nacional, tal prejuízo não 
poderá ser atribuído ao aumento das importações. 
Gabarito: ERRADO. 
 
5- (AFRF-2005) - Como medida de defesa comercial que é, a salvaguarda 
não dá ensejo à compensação comercial para os países que vierem a ser 
prejudicados por sua aplicação. 
Quando é verificada a ocorrência de um surto de importações, 
existência de prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave e o nexo causal, a 
investigação irá concluir pela proposição da aplicação de uma medida de 
salvaguarda. 
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Tão logo se chegue a essa conclusão, o Comitê de Salvaguardas da 
OMC deverá ser notificado acerca da mesma, bem como da disposição de 
realizar consultas prévias à aplicação da medida com qualquer outro país que 
tenha um interesse substancial como exportador do produto em questão. Tais 
consultas representam uma oportunidade para que sejam trocadas opiniões 
entre os países acerca da medida bem como buscar um entendimento sobre 
eventuais compensações a serem dadas, a fim de manter nível equivalente 
de direitos e obrigações assumidas no âmbito das Rodadas de Negociação. 
Esse é o entendimento do artigo VIII do Acordo sobre Salvaguardas: 
Artigo VIII - Nível das Concessões e Outras Obrigações 
1. Todo Membro que se proponha aplicar ou queira prorrogar uma 
medida de salvaguarda procurará, de conformidade com as 
disposições do parágrafo 3 do Artigo 12, manter um nível de 
concessões e de outras obrigações substancialmente 
equivalente ao existente nos termos do GATT 1994 entre tal 
Membro e o Membros exportadores que seriam afetados por tal 
medida. Com o fim de alcançar esse objetivo, os Membros 
interessados poderão chegar a acordo com relação a 
qualquer forma adequada de compensação comercial 
pelos efeitos adversos da medida sobre o seu comércio. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
6- (AFRF-2005) - O surto de importações, para que possa justificar a 
salvaguarda, precisa ser verificado em termos absolutos. Nesse sentido, 
não basta que o aumento significativo das importações se verifique 
apenas em comparação com a produção nacional. 
Conforme já comentamos em questão anterior, o aumento 
significativo das importações que justifica uma medida de salvaguarda poderá 
se dar tanto em termos absolutos como em termos relativos. 
Gabarito:ERRADO. 
 
7- (AFRF-2005) - Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, 
ou caso o preço seja duvidoso segundo os parâmetros da legislação 
aplicável, o preço de exportação do produto investigado pode ser 
construído pela autoridade investigadora para fins de constatação da 
prática do dumping. 
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Conforme comentamos em questão anterior, o dumping 
caracteriza-se pela oferta de um produto no comércio de outro país a 
preço inferior a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do 
produto ser inferior àquele praticado no curso normal das atividades comerciais 
para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador. 
Para verificarmos a ocorrência de dumping precisamos fazer, 
portanto, uma comparação entre o valor normal e o preço de exportação. À 
primeira vista isto pode parecer bem fácil de se proceder, mas há situações em 
que a complexidade aflora. 
 O valor normal é o preço efetivamente praticado para o produto 
similar no mercado do país exportador. Mas e se não houverem vendas do 
produto similar no mercado doméstico do país exportador? E se em razão das 
condições especiais de mercado ou do baixo volume de vendas, não for 
possível comparação adequada? Como determinar nessas situações o valor 
normal? 
Nessas situações, o valor normal será baseado no preço do 
produto similar praticado nas operações de exportação para um terceiro 
país, desde que esse preço seja representativo ou no valor construído no 
país de origem, como tal considerado o custo de produção no país de 
origem acrescido de razoável montante a título de custos administrativos 
e de comercialização, além da margem de lucro. Entendido como se 
determina o valor normal nesses casos excepcionais? Vejamos o que 
determina o artigo II do Acordo Antidumping: 
Artigo II- Determinação de Dumping 
... 
2. Caso inexistam vendas do produto similar no curso normal das 
ações de comércio no mercado doméstico do país exportador ou 
quando, em razão de condições específicas de mercado ou por 
motivo do baixo nível de vendas no mercado doméstico do país 
exportador tais vendas não permitam comparação adequada, a 
margemde dumping será determinada por meio de comparação com 
o preço do produto similar ao ser exportado para um terceiro país 
adequado, desde que esse preço seja representativo ou com o custo 
de produção no país de origem acrescido de razoável montante por 
conta de custos administrativos, comercialização e outros além do 
lucro. 
 
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Tratando agora do preço de exportação, este pode ser entendido 
como o preço efetivamente pago ou a pagar pelo produto exportado ao Brasil, 
livre de impostos ou descontos. Entretanto, há situações em que não é possível 
o cálculo do preço de exportação ou este possa parecer duvidoso em razão de 
acordo compensatório entre o exportador e o importador. Nesse caso, a 
autoridade investigadora, conforme afirma a questão, poderá proceder à 
construção do preço de exportação, nos moldes do art 8º do Decreto no 
1602/95: 
Art. 8º O preço de exportação será o preço efetivamente pago ou a 
pagar pelo produto exportado ao Brasil, livre de impostos, descontos 
e produções efetivamente concedidos e diretamente relacionados 
com as vendas de que se trate. 
Parágrafo único. Nos casos em que não exista preço de 
exportação ou que este pareça duvidoso, por motivo de 
associação ou acordo compensatório entre o exportador e o 
importador ou uma terceira parte, o preço de exportação poderá 
ser construído a partir: 
a) do preço pelo qual os produtos importados foram revendidos pela 
primeira vez a um comprador independente; ou 
b) de uma base razoável, no caso de os produtos não serem 
revendidos a comprador independente, ou não serem revendidos na 
mesma condição em que foram importados. 
 
Apurados o valor normal e o preço de exportação, o próximo passo é 
a comparação dos dois, a qual deverá ser feita sobre bases justas. Assim, 
ambos os valores deverão ser comparados livres de impostos e levando-se em 
consideração as vendas ocorridas em datas as mais próximas possíveis. 
Costuma se dizer que a comparação ocorre no nível ex-fábrica, ou seja, 
descontando todos os gastos incorridos após o produto ter deixado a fábrica. 
A diferença entre o valor normal e o preço de exportação é a 
margem de dumping, ou seja, é o valor que corrige o preço de exportação 
para um nível de concorrência leal. A razão entre a margem de dumping e o 
preço de exportação é a margem de dumping relativa. A aplicação de um 
direito antidumping deverá se basear na margem de dumping relativa. Para 
materializar melhor o nosso entendimento, vamos a um exemplo! 
Suponhamos que a China venda para o Brasil sapatos de couro a 
US$4,00 e pratique no seu mercado interno o preço de US$6,00, os dois 
valores líquidos de impostos. Bom, se o valor normal é US$6,00 e o preço de 
exportação US$4,00, a margem de dumping será de US$2,00. Essa será a 
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margem de dumping absoluta. A margem de dumping relativa será de 
US$2,00/ Preço de Exportação, ou seja, US$2,00/4,00 =0,5 = 50%. 
O direito antidumping poderá ser aplicado na forma de uma alíquota 
ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis, ou pela conjugação de ambas. 
Se a alíquota cobrada for específica, esta será a margem de dumping absoluta. 
Se a alíquota cobrada for ad valorem, esta será a margem de dumping relativa. 
Importante dizermos que se o direito antidumping for ad valorem, este incidirá 
sobre o valor CIF da mercadoria. 
Gabarito: CERTO. 
 
8- (AFRF-2005) - Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado 
pode aplicar uma medida antidumping, respeitando o princípio da não-
seletividade, ou seja, a aplicação da medida deverá atingir todas as 
importações do produto em questão, não importando sua procedência. 
Será aplicada uma medida antidumping quando uma investigação 
concluir pela existência de DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL entre o 
dumping e o dano. Vamos aqui dar um panorama geral sobre o que representa 
esse dano! 
Vamos supor que a China tenha para um determinado produto um 
preço de exportação para o Brasil de US$6,00 e venda no seu mercado interno 
o mesmo produto por US$8,00. Patente está nesse caso a existência de 
dumping. Mas e o dano? Será que está havendo dano à indústria brasileira do 
referido produto? 
Se a indústria doméstica vender a US$5,00 o produto no nosso 
mercado, os preços chineses, por serem superiores, não estarão causando 
dano. Já se a indústria brasileira vender a US$7,00, os preços chineses 
poderão vir a causar dano, mas deveremos ainda analisar qual o volume das 
importações. Se o volume das importações for pequeno, estas não afetarão a 
indústria doméstica e, portanto, não haverá dano. No entanto, se o volume das 
importações for grande o dano será bem provável. 
A análise de dano será procedida pelas autoridades investigadoras, 
as quais irão avaliar a evolução das importações do produto objeto de dumping 
bem como a situação da indústria doméstica, levando-se em consideração, 
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para isso, uma série de indicadores de desempenho dessa indústria. 
Ressaltamos ainda que o dano à indústria doméstica deve ser interpretado em 
sentido amplo, ou seja, o termo dano será entendido como dano material à 
indústria doméstica efetivamente ocorrido, ameaça de dano material a 
essa indústria ou ainda atraso real na implantação da mesma. Guarde isso, 
pois é muito importante! 
Voltando à questão, o erro da mesma está em afirmar que o direito 
antidumping obedece ao princípio da não-seletividade, atingindo todas as 
importações do produto em questão, não importando a procedência. Na 
verdade, o direito antidumping e as medidas compensatórias obedecem ao 
princípio da seletividade, só atingindo as importações provenientes dos países 
que praticam o dumping e o subsídio. Já as medidas de salvaguarda, estas sim 
obedecem ao princípio da não-seletividade, incidindo sobre todas as 
importações do produto, independente da origem. 
Gabarito: ERRADO. 
9- (AFRF 2005) - Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa 
que vende no mercado de outro país abaixo do seu preço de custo. 
A prática do dumping fica caracterizada quando uma empresa vende 
no mercado de outro país abaixo do preço de venda no mercado interno. 
Gabarito: ERRADO. 
 
10- (AFRF 2005) - Para a aplicação da medida antidumping é necessária a 
comprovação do dolo específico, ou seja, do objetivo da empresa 
estrangeira de eliminar ou restringir a ação da concorrência no país 
importador. 
Não há necessidade de que seja comprovado o objetivo da empresa 
estrangeira de eliminar ou restringir a ação da concorrência no país importador. 
Mais uma vez, o que se precisa determinar é a existência de DUMPING, DANO 
e NEXO CAUSAL 
Gabarito: ERRADO. 
 
11- (AFRF-2005) - A aplicação da medida antidumping pode ser feita de 
modo tanto qualitativo, por meio de um direito antidumping ad valorem ou 
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específico, ou de modo quantitativo, ou seja, por meio da definição de 
uma cota que restrinja o ingresso do produto no mercado do país 
importador. 
A aplicação da medida antidumping será feito sempre de modo 
qualitativo, isto é, pela aplicação de uma alíquota antidumping, que poderá ser 
específica, ad valorem ou uma combinação de ambas. Esta afirmação também 
aplica-se às medidas compensatórias, aplicadas quando ocorre o subsídio 
acionável e danoso. 
Já a aplicação de medidas de salvaguarda poderá ocorrer tanto de 
modo qualitativo quanto de modo quantitativo, com estabelecimento de cotas 
para importação. 
Gabarito: ERRADO, 
 
12- (TRF-2006) - A medidade defesa comercial que restringe as 
importações de um determinado produto, cujo surto de importações 
esteja causando dano ou ameaça de dano à indústria doméstica, é 
denominada: 
a) medida antidumping. 
b) medida compensatória. 
c) salvaguarda. 
d) drawback. 
e) cota às importações. 
Conforme já vimos anteriormente, a medida de salvaguarda é uma 
medida de defesa comercial utilizada para fazer frente a um surto de 
importações que esteja causando ou ameace causar dano à indústria 
doméstica. 
A medida de salvaguarda, de forma contrária às medidas 
antidumping e compensatórias, não serve para combater uma prática desleal 
de comércio, mas sim para fazer frente a um surto de importações causado 
pela evolução imprevista das circunstâncias e em razão das obrigações 
assumidas. 
Gabarito: Letra C. 
 
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13- (AFRF-2002.2) - Sobre direitos compensatórios, é correto afirmar-se 
que: 
a) objetivam corrigir danos causados à produção doméstica pelo aumento 
súbito de importações. 
b) são aplicados pelo país importador quando comprovada a prática de 
dumping pelo país exportador e após estimado o dano causado à 
indústria doméstica. 
c) são aplicados pelo país exportador para corrigir danos causados por 
medidas restritivas e outras práticas desleais de comércio impostas pelo 
país importador sempre que caracterizado o dano à produção nacional 
deste último. 
d) associam-se à neutralização de medidas restritivas ao comércio como 
normas sanitárias, barreiras técnicas e regras de origem quando não 
compatíveis com acordos multilaterais. 
e) envolvem a aplicação, pelo país importador, de gravames às 
importações com o propósito de neutralizar efeitos distorcivos sobre o 
comércio decorrentes de medidas de apoio às exportações 
implementadas no país de que procedem e que ferem a normativa 
multilateral. 
Gabarito: Letra E. 
As medidas compensatórias, ou direitos compensatórios, são 
aplicadas quando é determinado em uma investigação a ocorrência de subsídio 
acionável que esteja causando ou ameace causar dano à indústria doméstica e 
ainda, exista nexo causal entre o subsídio e o dano. 
Quando a questão fala em “medidas de apoio às exportações 
implementadas no país de que procedem”, ela está se referindo aos subsídios. 
Lembramos aqui que nem todos os subsídios são proibidos! Os subsídios são 
divididos, conforme o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, em 
proibidos, recorríveis e irrecorríveis. 
As medidas compensatórias têm como objetivo eliminar o dano 
causado à indústria nacional decorrente da importação de produto objeto de 
subsídio concedido, direta ou indiretamente, no país exportador, para a 
fabricação, produção, exportação ou transporte. 
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14- (AFRF-2002.2) - Quando vinculados às exportações, os subsídios 
distorcem as condições de concorrência internacional, o que, de acordo 
com as normas da Organização Mundial de Comércio (OMC), faculta ao 
país afetado adotar medidas restritivas. Tais medidas são denominadas: 
a) medidas anti-dumping 
b) salvaguardas 
c) barreiras não-tarifárias 
d) medidas compensatórias 
e) medidas suspensivas 
Questão bastante tranqüila do concurso de AFRF em 2002! 
Podemos perceber que as questões que tratavam do assunto de defesa 
comercial anteriormente à 2005 eram de um nível bem fácil. 
Gabarito: Letra D. 
 
15- (AFRF-2002.1) - A venda de uma mercadoria no exterior a preços 
inferiores aos normalmente praticados no mercado de origem configura 
prática comercial denominada: 
a) dumping 
b) drawback 
c) direito compensatório 
d) clearance 
e) subsídio 
Mais uma questão tranqüila que não necessita de maiores 
comentários. 
Gabarito: Letra A. 
 
16- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) A abertura de uma investigação de defesa comercial é de competência 
da Secretaria de Comércio Exterior, no entanto a aplicação de medidas 
provisórias ou definitivas é de competência da CAMEX. 
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( ) A competência para o encerramento das investigações sem aplicação 
de medida de defesa comercial é de competência do Secretário de 
Comércio Exterior. 
( ) O direito antidumping é o montante em dinheiro, igual ou superior à 
margem de dumping apurada, que tem o fim exclusivo de neutralizar os 
efeitos danosos das importações a preços de dumping. 
( ) Na análise de dumping, se o produto similar não for objeto de vendas 
no mercado interno do país exportador , pode-se utilizar como valor 
normal exclusivamente o preço de exportação para terceiro país. 
( ) Na análise de dumping deverá ser comparado o preço de exportação 
com o valor normal. O valor normal, por sua vez, é considerado em base 
FOB. 
a)VVFVF 
b)VFFVF 
c)VVVFV 
d)VFVFV 
e) FFVVV 
I) VERDADEIRO. 
A abertura de uma investigação de defesa comercial é de 
competência da Secretaria de Comércio Exterior, podendo esta ser iniciada de 
ofício ou mediante petição feita pela indústria doméstica ou em seu nome. A 
petição de abertura da investigação deverá contar com o apoio de 
produtores cuja produção conjunta constitua mais de 50% da produção 
total do produto similar produzido pela parcela da indústria doméstica 
que manifestou apoio ou rejeição à petição. A petição deverá ser 
indeferida se os produtores que a apóiam responderem por menos de 
25% da produção nacional. 
Outro ponto abordado pela questão é a competência da CAMEX para 
aplicar medidas antidumping provisórias ou definitivas. Até agora nós falamos 
unicamente em direitos antidumping definitivos. No entanto, também são 
cabíveis medidas antidumping provisórias, sendo necessário para isto que: 
1) Seja alcançada uma determinação preliminar positiva de dumping, 
dano e nexo causal. 
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2) As autoridades competentes julguem que a adoção de tais 
medidas é necessária para impedir que ocorra um dano maior à indústria 
durante a investigação. 
3) Tenha decorrido o prazo mínimo de 60 dias a contar da data da 
abertura da investigação. 
4) Tenha sido dada oportunidade às partes interessadas para que se 
manifestem. 
“Ricardo, mas e se ao final da investigação chegar-se à decisão de 
que não houve dumping ou dano?” 
Boa pergunta! Se tiverem sido aplicadas medidas antidumping 
provisórias e ao final da investigação não forem aplicadas medidas 
antidumping definitivas poderá ocorrer uma das três situações: 
1) O valor das medidas antidumping será restituído, caso tenha sido 
recolhido. 
2) O valor das medidas antidumping será devolvido, caso tenha sido 
garantido por depósito. 
3) O valor das medidas antidumping será extinto, no caso de ter sido 
prestada fiança bancária. 
Importante anotarmos que o direito antidumping poderá não ser 
cobrado, sendo prestada garantia a ele equivalente (fiança bancária ou 
depósito). 
“E se a determinação ao final da investigação for pela existência de 
dumping e dano dele decorrente?” 
Bom, novamente teremos três situações possíveis: 
1) O valor do direito aplicado pela decisão final é igual ao direito 
antidumping provisório = as importâncias recolhidas ou garantidas serão 
convertidas em direito definitivo. 
2) O valor do direito aplicado pela decisão final é inferior ao direito 
antidumping provisório = o valor excedente será restituído. 
3) O valor do direito aplicado pela decisão final é superior ao direito 
antidumping provisório =a diferença NÃO será exigida. 
II) VERDADEIRO. O encerramento da investigação quando houver aplicação 
de direito antidumping é de competência da CAMEX, o que será materializado 
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por uma resolução deste órgão. Já o encerramento da investigação sem 
aplicação de medida de defesa comercial é de competência do Secretário de 
Comércio Exterior, que o fará por intermédio de Circular SECEX. 
III) FALSO. O art 45 do Decreto nº 1602/95 define o conceito de direito 
antidumping: 
Art. 45. Para os efeitos deste Decreto, a expressão "direito 
antidumping" significa um montante em dinheiro igual ou inferior à 
margem de dumping apurada, calculado e aplicado, em 
conformidade com este artigo, com o fim exclusivo de neutralizar 
os efeitos danosos das importações objeto de dumping. 
§1º O direito antidumping será calculado mediante§ a aplicação de 
alíquotas ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis, ou pela 
conjugação de ambas. 
 §2º A alíquota ad valorem será aplicada sobre o valor da mercadoria, 
em base CIF, apurado nos termos da legislação pertinente. 
§3º A alíquota específica será fixada em dólares dos Estados Unidos 
da América e convertida em moeda em moeda nacional, nos termos 
da legislação pertinente. 
 
Veja, caro amigo, que o direito antidumping é o montante em dinheiro 
igual ou inferior à margem de dumping apurada e não igual ou superior à 
margem de dumping apurada. A lógica disto é não imputar uma sanção além 
do estritamente necessário ao importador. Nesse sentido, seria totalmente 
desarrazoado que incidisse sobre um produto objeto de defesa comercial um 
direito antidumping superior à margem de dumping apurada. 
IV) VERDADEIRO. Perfeita a alternativa! Trata-se de um daqueles casos em 
que há complicações na apuração do valor normal. Aproveitamos para 
descrever o dispositivo legal que faz essa determinação: 
Art. 6º Caso inexistam vendas do produto similar nas operações 
mercantis normais no mercado interno ou quando, em razão das 
condições especiais de mercado ou do baixo volume de vendas, não 
for possível comparação adequada, o valor normal será baseado: 
I - no preço do produto similar praticado nas operações de 
exportação para um terceiro país, desde que esse preço seja 
representativo; ou 
II - no valor construído no país de origem, como tal considerado o 
custo de produção no país de origem acrescido de razoável montante 
a Título de custos administrativos e de comercialização, além da 
margem de lucro. 
 
V) FALSO. A comparação entre o valor normal e o preço de exportação para 
fins de determinação de dumping deverá ser realizada sobre bases justas, ou 
seja, a comparação deverá ser efetuada ao mesmo nível de comércio, 
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normalmente ex-fábrica, levando-se em consideração as datas as mais 
próximas possíveis. 
Gabarito: Letra A. 
 
17- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) Considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto 
no comércio de outro país a preço inferior a seu valor normal, no caso de 
o preço de exportação do produto ser inferior àquele praticado no curso 
normal das atividades comerciais para o mesmo produto quando 
destinado ao consumo no país exportador. 
( ) Margem de dumping é a diferença entre o valor normal e o preço de 
exportação, devidamente ajustados, vigentes durante o período 
estabelecido para investigações de existência de dumping. 
( ) A margem de dumping será considerada como de minimis quando, 
expressa como um percentual do preço de exportação, for inferior a dois 
por cento. Nesse caso, quando a margem de dumping for inferior ao de 
minimis, não poderá ser aplicado direito antidumping. 
( ) Para que seja aplicado um direito anti-dumping, provisório ou 
definitivo, é necessário que seja determinada a existência de dumping, 
dano e nexo causal entre os dois. 
a) FVFV 
b) VFFV 
c) VVVV 
d) VVFV 
e) FFVV 
I) VERDADEIRO. Perfeita a assertiva! É exatamente o que prescreve o artigo 
II, parágrafo 1º, do Acordo Antidumping: 
Artigo II - Determinação de Dumping: 
1. Para as finalidades do presente Acordo considera-se haver 
prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro 
país a preço inferior a seu valor normal, no caso de o prego de 
exportação do produto ser inferior àquele praticado no curso normal 
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das atividades comerciais para o mesmo produto quando destinado 
ao consumo no país exportador. 
 
II) VERDADEIRO. A diferença entre o valor normal e o preço de exportação 
devidamente ajustados é o que se chama de margem de dumping, mais 
especificamente margem de dumping absoluta. A margem de dumping relativa 
é a razão entre a margem de dumping absoluta e o preço de exportação. 
III) VERDADEIRO. Na situação em que a margem de dumping apurada for 
inferior ao “de minimis”, ou seja, 2%, não poderá ser aplicado direito 
antidumping. Guarde isso, pois é um detalhe bastante importante! 
IV) VERDADEIRO. Tanto na aplicação de direito antidumping provisório quanto 
na aplicação de direito antidumping definitivo é necessária a determinação de 
DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. 
Gabarito: Letra C 
 
18- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for 
superior ao valor do direito provisoriamente recolhido ou garantido por 
depósito, a diferença a maior será exigida do importador. 
( ) O direito anti-dumping poderá não ser cobrado, sendo prestada 
garantia a ele equivalente na forma de fiança bancária ou depósito. 
( ) A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá 
ser feita pela indústria doméstica. Essa petição deverá ser indeferida se 
os produtores que a apóiam responderem por menos de 25% da produção 
nacional. 
( ) Caso o exportador assuma voluntariamente compromissos 
satisfatórios de revisão dos preços ou de cessação das exportações a 
preços de dumping e desde que as autoridades investigadoras se 
convençam de que o compromisso elimina o efeito prejudicial decorrente 
do dumping, poderão ser suspensos os procedimentos, sem 
prosseguimento da investigação. 
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( ) Se o valor do direito anti-dumping aplicado pela decisão final for 
inferior ao valor do direito anti-dumping provisoriamente recolhido ou 
garantido por depósito, essas importâncias não serão restituídas. 
a) FVFFV 
b) FVFVV 
c) FFVVF 
d) VFVFV 
e)FVVVF 
I) FALSO. Se o valor do direito antidumping definitivo for superior ao direito 
antidumping provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, a diferença 
não será exigida do importador. 
“Ricardo, fiquei com uma dúvida! Qual a base de cálculo do direito 
antidumping? 
Bom, em primeiro lugar eu diria que base de cálculo não é o termo 
mais correto, já que base de cálculo é um termo utilizado para tributos. O 
direito antidumping constitui-se em uma sanção de ato ilícito, o que por si só já 
o exclui da definição de tributo. Entendido isso? Tudo bem, então o correto é 
dizer que o direito antidumping, caso a alíquota seja ad valorem, incidirá 
sobre o valor da mercadoria base CIF. 
II) VERDADEIRO. O direito antidumping provisório poderá não ser cobrado do 
importador, desde que este preste uma garantiana forma de depósito ou fiança 
bancária. 
III) VERDADEIRO. A petição de abertura de investigação no caso de dumping 
poderá ser feita pela indústria doméstica ou em seu nome, sendo indeferida 
caso os produtores que a apóiem responderem por menos de 25% da 
produção nacional. 
IV) VERDADEIRO. O compromisso de preços é uma situação sui generis em 
que os procedimentos são suspensos sem prosseguimento da investigação e 
sem aplicação de direitos antidumping definitivos ou provisórios. Entretanto, o 
exportador que pratica dumping deverá assumir o compromisso de praticar um 
preço mínimo em suas vendas e esse compromisso deverá ser satisfatório ás 
autoridades investigadoras, de forma de que estas se convençam de que o 
compromisso elimina o efeito prejudicial decorrente do dumping. 
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V) FALSO. Na situação em que o direito antidumping definitivo for inferior ao 
direito antidumping aplicado provisoriamente, as importâncias recolhidas a 
maior serão restituídas. 
Gabarito: Letra E. 
 
19- (Questão Inédita)- Assinale a alternativa incorreta: 
a) O dano será entendido como dano material a uma indústria doméstica, 
ameaça de dano material a essa indústria ou ainda atraso real na 
implantação da mesma. 
b) A determinação de dano perpassa pela análise de uma série de 
indicadores, devendo ser avaliada a evolução das importações do 
produto objeto de dumping e a situação da indústria doméstica. 
c) Para que seja aplicado um direito anti-dumping deverá ser comprovado 
o dumping, dano e nexo causal. 
d) O Acordo sobre a implementação do art VI do GATT/94 (Acordo Anti-
Dumping) determina que as importações a preço de dumping devem ser a 
única causa do dano sofrido pela indústria doméstica para fins de 
determinação da relação causal. 
e) É obrigatória, antes do início da investigação de dumping, a notificação 
do governo do país exportador da existência de petição devidamente 
instruída. 
a) CERTO. A interpretação do termo dano deverá ser feita em sentido amplo, 
ou seja, ele será entendido como dano material efetivamente ocorrido, ameaça 
de dano material ou atraso real na implantação de uma indústria. 
b) CERTO. Na análise do dano serão levados em consideração indicadores 
econômicos diversos, tais como queda real ou potencial das vendas, dos 
lucros, da produção, da participação no mercado, da produtividade, do retorno 
dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada e outros. 
c) CERTO. Perfeita a assertiva! Lembre-se bem disso: DUMPING, DANO e 
NEXO CAUSAL. 
d) ERRADO. Na análise do nexo causal, deve ser demonstrado que as 
importações a preço de dumping causaram dano à indústria doméstica. Não há 
necessidade, no entanto, de que as importações a preço de dumping sejam a 
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única causa do dano sofrido pela indústria doméstica, já que outros fatores 
podem também tê-lo provocado. 
e) CERTO. O governo do país exportador deve ser notificado acerca da 
existência de petição devidamente instruída antes de ser dado início à 
investigação. 
Gabarito: Letra D. 
 
20- (Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) Os direitos compensatórios, ao contrário dos direitos anti-dumping, 
são aplicados na forma de alíquotas ad valorem ou específicas, fixas ou 
variáveis, ou pela conjugação entre ambas, sobre o valor aduaneiro base 
CIF. 
( ) Segundo o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, a 
isenção de impostos indiretos ou taxas a produtos destinados à 
exportação é considerada subsídio. 
( ) Os subsídios específicos são irrecorríveis. O país que concede um 
subsídio que se enquadre nessa classificação deve notificá-lo como tal à 
OMC, de forma antecipada à sua aplicação, não estando sujeito a medidas 
compensatórias. 
( ) A aplicação de medida compensatória requer que seja determinada e 
existência de subsídio acionável, de dano à indústria doméstica e de 
relação causal entre estes, com base em investigação realizada com essa 
finalidade. 
a) VVFV 
b) FFVF 
c) FFFV 
d) FVFV 
e) VFVF 
I) FALSO. Tanto os direitos compensatórios quanto os direitos antidumping 
serão calculados mediante a aplicação de alíquotas ad valorem ou específicas, 
fixas ou variáveis, ou pela combinação de ambas. Importante dizermos aqui 
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que as medidas compensatórias também poderão, assim como as medidas 
antidumping, ser provisórias ou definitivas. 
II) FALSO. Segundo o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias a 
isenção de impostos indiretos ou taxas a produtos destinados à exportação não 
é considerada subsídio. 
III) FALSO. Os subsídios específicos são recorríveis, também conhecido por 
acionáveis. Os subsídios que não são específicos, estes sim são irrecorríveis. 
Lembramos que um subsídio é considerado específico quando o acesso a este 
for limitado a uma empresa ou a um grupo de empresas ou indústrias, a 
setores de produção, ou a regiões geográficas. Os subsídios específicos são 
recorríveis por provocarem distorções no mercado. Já os subsídios não 
específicos, ou gerais, por serem de acesso amplo, não produzem tais 
distorções, sendo irrecorríveis. 
“Mas Ricardo, existem subsídios específicos que são irrecorríveis, 
não é?” 
Muito bem lembrado! Como regra geral, os subsídios específicos são 
recorríveis. No entanto, existem três situações em que os subsídios específicos 
são irrecorríveis: 
1)Quando destinados a pesquisa e desenvolvimento. 
2)Quando destinados a apoiar o desenvolvimento regional. 
3)Quando destinados a prestar assistência para o cumprimento de 
exigências ambientais. 
IV) VERDADEIRO. Perfeita a assertiva! É necessária a determinação pelas 
autoridades investigadores de três elementos para a aplicação de uma medida 
compensatória: SUBSÍDIO ACIONÁVEL ou RECORRÍVEL, DANO e NEXO 
CAUSAL. 
Gabarito: Letra C. 
 
21-(Questão Inédita)- Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as 
assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a 
opção que contenha a seqüência correta: 
( ) A medida de salvaguarda é uma medida de defesa comercial que tem 
como objetivo aumentar, temporariamente, a proteção a uma indústria 
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doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça de prejuízo 
grave decorrente do aumento, em quantidade, das importações em 
termos absolutos ou em relação à produção nacional, com o intuito de 
permitir que a indústria doméstica possa se ajustar, aumentando a sua 
competitividade. 
( ) As medidas de salvaguarda, ao contrário das medidas compensatórias 
e antidumping não obedecem ao princípio da seletividade, incidindo 
sobre produtos importados independentemente da origem. 
( ) As medidas de salvaguarda serão sempre aplicadas como elevação do 
Imposto de Importação por meio de adicional à Tarifa Externa Comum. A 
alíquota, assim como no caso dos direitos antidumping ou medidas 
compensatórias poderá ser específica ou ad valorem. 
( ) Poderão ser aplicadas, caso haja determinação preliminar da 
existência de prejuízo grave ou de ameaça de prejuízo grave e de 
circunstâncias críticas, onde qualquer demora possa causar dano de 
difícil reparação, medidas de salvaguarda provisórias. 
a) FFVF 
b) FVFV 
c) VFVF 
d) FVVF 
e) VVFV 
I)VERDADEIRO. Muito boa a definição! Chamamos a atenção aqui para o 
caráter temporário das medidas de salvaguarda, que têm o objetivo de 
aumentar aproteção a uma indústria doméstica durante certo período de 
tempo, permitindo que esta se ajuste, aumentando sua competitividade. 
II) VERDADEIRO. As medidas de salvaguarda não obedecem ao princípio da 
seletividade, incidindo sobre produtos importados independente da origem, ao 
contrário das medidas antidumping e medidas compensatórias. A razão disso é 
o objetivo diferente entre essas medidas de defesa comercial. Enquanto as 
medidas antidumping e as medidas compensatórias são medidas de defesa 
comercial que tem por objetivo fazer frente à práticas desleais de comércio, as 
medidas de salvaguarda combatem um surto de importações que causem ou 
ameacem causar dano à indústria doméstica. 
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III) FALSO. As medidas de salvaguarda, além de serem aplicadas sob a forma 
de um adicional ao imposto de importação previsto na Tarifa Externa Comum, 
podem existir também na forma de restrições quantitativas. 
IV) VERDADEIRO. Caso haja determinação preliminar positiva da existência de 
prejuízo grave ou de ameaça de prejuízo grave e de circunstâncias críticas, 
onde qualquer demora possa causar dano de difícil reparação, serão aplicadas 
medidas de salvaguarda provisórias. As medidas de salvaguarda provisórias 
serão aplicadas, exclusivamente, na forma de elevação do imposto de 
importação e terão vigência de até 200 dias. 
Gabarito: Letra E 
 
22- (Questão Inédita)- Assinale a alternativa incorreta: 
a) A petição para aplicação de medidas antidumping poderá ser 
apresentada por terceiro país interessado. 
b) A vigência das medidas antidumping provisórias terão duração não 
superior a 6 meses. 
c) Todo direito antidumping definitivo será extinto no máximo em cinco 
anos após a sua aplicação, ou cinco anos a contar da data da conclusão 
da mais recente revisão, que tenha abrangido dumping e dano dele 
decorrente. Esse prazo poderá, no entanto, ser prorrogado mediante 
requerimento da indústria doméstica. 
d) Em casos excepcionais, o prazo de duração da investigação poderá 
exceder 18 (dezoito) meses. 
e) A medida de salvaguarda terá vigência de 4 anos, já incluídos nesse 
período o prazo em que foi aplicada a medida de salvaguarda provisória. 
a) CERTO. O Acordo Antidumping determina a possibilidade de que seja 
instaurada uma investigação para aplicação de medida antidumping mediante 
petição elaborada por terceiro país, na hipótese em que as exportações a 
preços de dumping estejam causando dano á indústria nacional respectiva no 
terceiro país. 
“Mas Ricardo, como é feita uma investigação dessa natureza?” 
Bom, em primeiro lugar, o Governo do terceiro país deverá oferecer 
toda assistência às autoridades do país importador para que obtenha quaisquer 
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informações adicionais que este último requeira. Em segundo lugar, a análise 
do dano será diferenciada, já que levará em consideração não somente os 
efeitos do dumping em relação às exportações da produção destinadas 
ao pais importador, mas também os seus efeitos em relação à indústria 
do terceiro país. 
b) CERTO. A vigência das medidas antidumping provisórias será limitada a um 
período não - superior a 4 meses. Entretanto, estas poderão ser dilatadas até 6 
meses por decisão da CAMEX. 
c) CERTO. Alternativa bem interessante que merece ser aproveitada! Vamos 
lá! Em primeiro lugar, ela trata do período de duração das medidas 
antidumping, que será, a princípio, de 5 anos a contar da data da sua 
aplicação ou da data da conclusão da sua mais recente revisão. 
“Revisão, o que é isso, Ricardo?” 
A revisão de direitos antidumping é um procedimento que surge a 
partir de pedido de parte interessada ou por iniciativa das autoridades 
governamentais. Para a instauração de procedimento de revisão, deve ter 
decorrido pelo menos um ano da imposição de direitos antidumping definitivos. 
Além disso, devem ser apresentados elementos de prova às autoridades 
investigadoras que justifiquem a revisão, na forma do art.58 do Decreto nº 
1602/95: 
Art. 58. Proceder-se-á a revisão, no todo ou em parte, das decisões 
relativas à aplicação de direito antidumping , a pedido de parte 
interessada ou por iniciativa de órgão ou entidade da Administração 
Pública Federal, ou da SECEX, desde que haja decorrido, no mínimo, 
um ano da imposição de direitos antidumping definitivos e que sejam 
apresentados elementos de prova suficientes de que: 
I - aplicação do direito deixou de ser necessária para neutralizar o 
dumping; 
II - seria improvável que o dano subsistisse ou se reproduzisse caso o 
direito fosse revogado ou alterado; ou 
III - o direito existente não é ou deixou de ser suficiente para 
neutralizar o dumping causador de dano. 
 
Voltando ao que comentávamos anteriormente, a duração dos 
direitos antidumping é de 5 anos a contar da data da sua aplicação ou da 
última revisão. No entanto, esse prazo poderá ser prorrogado, desde que 
demonstrado que a extinção dos direitos levaria muito provavelmente à 
continuação ou retomada do dumping e do dano dele decorrente. 
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d) ERRADO. O prazo para encerramento da investigação para aplicação de 
direitos antidumping é de 12 meses, podendo chegar em casos excepcionais, 
no máximo a 18 meses. 
e) CERTO. A duração de uma medida de salvaguarda é de 4 anos, já incluído 
nesse período o prazo em que foram aplicadas medidas de salvaguarda 
provisórias. 
Gabarito: Letra D 
 
23- (Questão Inédita) - Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para 
as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque 
a opção que contenha a seqüência correta: 
( ) As medidas de salvaguarda serão impostas na ocorrência de um 
surto de importações que cause ou ameace causar dano à indústria 
doméstica de bens similares ou ainda cause retardamento real à sua 
implantação. 
( ) Terceiro país poderá apresentar petição para aplicação de medidas 
compensatórias. 
( ) Considerar-se-á como feita pela indústria doméstica, ou em seu nome, 
a petição que for apoiada por aqueles produtores cuja produção conjunta 
constitua mais de cinqüenta por cento da produção total do produto 
similar produzido por aquela parcela da indústria doméstica que tenha 
expressado apoio ou rejeição à petição. 
( ) Não poderão ser aplicados direitos antidumping quando a margem de 
dumping for inferior ao “de minimis”. 
( ) O dumping social é uma modalidade especial de dumping na qual os 
preços aviltantes são decorrentes do desrespeito aos direitos humanos 
com a utilização de mão-de-obra escrava, infantil ou em condições 
subumanas. 
a) FFVVV 
b) FFFVV 
c) VVVVV 
d) VVFVF 
e) VFVFV 
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I) FALSO. Essa assertiva é bem interessante e eu confesso que pensei que 
você ia errar! É importante que você não confunda o conceito de dano no caso 
de dumping/subsídio e no caso de salvaguardas. Para a aplicação de medidas 
antidumping ou compensatórias, o termo dano será entendido como dano 
material efetivamente ocorrido, ameaça de dano ou retardamento real na 
implantação da indústria doméstica. Já na aplicação de medidas de 
salvaguarda, o conceito de dano não é tão amplo, abrangendo somente o 
dano ou ameaça de dano material à indústria doméstica. Lembre-se: 
retardamento real na implantação de uma indústria só no caso de dumping e 
de subsídio. 
Aproveito aqui para chamar a sua atenção para mais uma diferença 
conceitual, agora no que tange o termo “indústria doméstica”. No caso da 
aplicação de medidas antidumping ou compensatórias, a indústriadoméstica é 
representada pelos produtores nacionais de produtos similares. No caso da 
aplicação de medidas de salvaguarda, quando se fala em indústria doméstica 
refere-se ao produtores nacionais de produtos similares ou diretamente 
competitivos. Perceberam a diferença? 
II) FALSO. Mais uma pegadinha e mais uma diferença entre as medidas de 
defesa comercial! Conforme vimos em questão anterior, terceiro país poderá 
apresentar petição para aplicação de medidas antidumping, lembram-se? No 
entanto, isso só serve para as medidas antidumping, não se aplicando às 
medidas compensatórias ou medidas de salvaguarda. Aliás, seria ilógico 
pensar que algum país poderia peticionar a um outro para que este aplicasse 
medidas de salvaguarda. Isso significaria o mesmo, por exemplo, que a 
Alemanha chegasse para o Brasil e dissesse: “Brasil, estou com muita dó de 
você! Proteja sua indústria com medidas de salvaguarda!” 
III) VERDADEIRO. Perfeita a assertiva! No entanto sobre ela eu lhe devo 
algumas explicações. Quando é feita uma petição à SECEX, os produtores 
domésticos que a expressamente apóiam, ou seja, que assinam a petição, 
devem representar pela menos 25% da produção total do produto similar da 
indústria doméstica, ou então a petição será indeferida. Apresentada a petição 
será verificado o seu grau de apoio pelo restante da indústria doméstica. A 
SECEX irá verificar então junto aos outros produtores nacionais do produto 
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similar se estes apóiam ou não a petição. Agora sim: considerar-se-á como 
feita pela indústria doméstica, ou em seu nome, a petição que for apoiada por 
aqueles produtores cuja produção conjunta constitua mais de cinqüenta por 
cento da produção total do produto similar produzido por aquela parcela da 
indústria doméstica que tenha expressado apoio ou rejeição à petição. Perceba 
que esse apoio é diferente do apoio expresso a que nos referimos 
anteriormente. Apoiaram expressamente aqueles que assinaram a petição 
encaminhada à SECEX. Simplesmente apoiaram, aqueles que 
manifestaram o apoio na pesquisa levada a cabo pela SECEX. 
IV) VERDADEIRO. Quando a margem de dumping relativa for inferior a 2%, ou 
seja, inferior ao “de minimis”, não poderão ser aplicados direitos antidumping. A 
apuração da margem de dumping relativa será feita pela razão entre a margem 
de dumping (valor normal – preço de exportação) e o preço de exportação. 
V) VERDADEIRO. Até agora não tínhamos falado sobre o dumping social, cuja 
definição é exatamente a descrita na assertiva. A China é um país que pratica 
o dumping social, explorando a mão de obra, que praticamente não tem direitos 
trabalhistas assegurados. Essa prática lhe permite cobrar preços 
absurdamente baixos no mercado internacional. O Brasil também já foi 
acusado inúmeras vezes de dumping social, particularmente no que tange o 
comércio de produtos agrícolas. 
Gabarito: Letra A. 
 
 
 
 
LISTA DE QUESTÕES 
 
1-(ACE-2008) - O sistema de defesa comercial brasileiro está organizado 
essencialmente em torno de duas instâncias: o Departamento de Defesa 
Comercial, órgão executivo vinculado à Secretaria de Comércio Exterior do 
MDIC, com competência de propor a abertura e conduzir investigações para a 
aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas, e de 
recomendar a aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos 
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acordos da OMC; a CAMEX, cujas competências incluem a aplicação de 
medidas provisórias e o encerramento de investigação com aplicação de 
medidas definitivas. 
 
2- (ACE-2008) - A característica comum das medidas antidumping e das 
medidas compensatórias é seu caráter seletivo, diferenciando-as, nesse 
sentido, das salvaguardas comerciais, que, por força da razão pela qual são 
acionadas, não discriminam os produtos importados pela procedência. 
 
3- (AFRF-2005) - A medida de salvaguarda, quando aplicada, deve incidir tão-
somente em relação aos países responsáveis pelo surto de importação no país 
que adota a medida. A esse respeito, segundo o Acordo sobre Salvaguardas 
da OMC, a medida somente pode ser aplicada em relação aos países cuja 
participação no mercado do país importador seja igual ou superior a 30% (trinta 
por cento) em relação ao produto investigado. 
 
4- (AFRF-2005) - Os pressupostos de aplicação das medidas de salvaguarda 
são: (i) surto de importações, (ii) existência de prejuízo grave à indústria 
nacional e (iii) nexo causal entre o surto de importações e o prejuízo grave à 
indústria nacional. A ameaça de prejuízo grave não é suficiente para dar ensejo 
à aplicação de uma medida de salvaguarda. 
 
5- (AFRF-2005) - Como medida de defesa comercial que é, a salvaguarda não 
dá ensejo à compensação comercial para os países que vierem a ser 
prejudicados por sua aplicação. 
 
6- (AFRF-2005) - O surto de importações, para que possa justificar a 
salvaguarda, precisa ser verificado em termos absolutos. Nesse sentido, não 
basta que o aumento significativo das importações se verifique apenas em 
comparação com a produção nacional. 
 
7- (AFRF-2005) - Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, ou 
caso o preço seja duvidoso segundo os parâmetros da legislação aplicável, o 
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preço de exportação do produto investigado pode ser construído pela 
autoridade investigadora para fins de constatação da prática do dumping. 
 
8- (AFRF-2005) - Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado 
pode aplicar uma medida antidumping, respeitando o princípio da não-
seletividade, ou seja, a aplicação da medida deverá atingir todas as 
importações do produto em questão, não importando sua procedência. 
 
9- (AFRF 2005) - Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa que 
vende no mercado de outro país abaixo do seu preço de custo. 
 
10- (AFRF 2005) - Para a aplicação da medida antidumping é necessária a 
comprovação do dolo específico, ou seja, do objetivo da empresa estrangeira 
de eliminar ou restringir a ação da concorrência no país importador. 
 
11- (AFRF-2005) - A aplicação da medida antidumping pode ser feita de modo 
tanto qualitativo, por meio de um direito antidumping ad valorem ou específico, 
ou de modo quantitativo, ou seja, por meio da definição de uma cota que 
restrinja o ingresso do produto no mercado do país importador. 
 
12- (TRF-2006) - A medida de defesa comercial que restringe as importações 
de um determinado produto, cujo surto de importações esteja causando dano 
ou ameaça de dano à indústria doméstica, é denominada: 
a) medida antidumping. 
b) medida compensatória. 
c) salvaguarda. 
d) drawback. 
e) cota às importações. 
 
13- (AFRF-2002.2) - Sobre direitos compensatórios é correto afirmar-se que: 
a) objetivam corrigir danos causados à produção doméstica pelo aumento 
súbito de importações. 
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b) são aplicados pelo país importador quando comprovada a prática de 
dumping pelo país exportador e após estimado o dano causado à indústria 
doméstica. 
c) são aplicados pelo país exportador para corrigir danos causados por 
medidas restritivas e outras práticas desleais de comércio impostas pelo país 
importador sempre que caracterizado o dano à produção nacional deste último. 
d) associam-se à neutralização de medidas restritivas ao comércio como 
normas sanitárias, barreiras técnicas e regras de origem quando não 
compatíveis com acordos multilaterais. 
e) envolvem a aplicação, pelo país importador,

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