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A gramática.

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A gramática, que não era uma disciplina autônoma, assumiu na escola uma vida própria, desgarrada de suas origens, e concentrada apenas na sentença, na palavra e no som, obscurecendo-se sua argumentação e empobrecendo-se seu alcance.
Nenhum lingüista sério, brasileiro ou estrangeiro, jamais disse ou escreveu que os estudantes usuários de variedades lingüísticas mais distantes das normas urbanas de prestígio deveriam permanecer ali, fechados em sua comunidade, em sua cultura em sua língua. O que esses profissionais vêm tentando fazer as pessoas entenderem é que defender uma coisa não significa automaticamente combater a outra. Defender o respeito à variedade lingüística dos estudantes não significa que não cabe à escola introduzi-los ao mundo da cultura letrada e aos discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é preciso repetir isso a todo momento. Não é preciso ensinar a nenhum brasileiro a dizer “isso é pra mim tomar?”, porque essa regra gramatical já faz parte da língua materna de 99% dos nossos compatriotas. O que é preciso ensinar é a forma “isso é para eu tomar?”.
Muitos professores, alertados em debates e conferências ou pela leitura de bons textos científicos, já não recorrem tão exclusivamente à gramática normativa como única fonte de expiração para os fenômenos lingüísticos. Por outro lado, sentem falta de outros instrumentos didáticos que possam, se não substituir, ao menos complementar criticamente os compêndios gramaticais tradicionais.
O ensino tradicional, em vez de incentivar o uso das habilidades lingüísticas do indivíduo, deixando-o livremente para somente depois corrigir sua fala ou sua escrita, age exatamente ao contrário: interrompe o fluxo natural da expressão e da comunicação com a atitude corretiva e muitas vezes punitiva, cuja conseqüência inevitável é a criação de um sentimento de incapacidade, de incompetência.
O brasileiro parece estar com as prioridades invertidas [...] os gastos com educação são relativamente baixos tanto nas classes mais baixas, quanto entre famílias com renda superior. “As famílias dizem que não têm dinheiro para a educação, mas gastam o equivalente a três livros por mês em cigarros. É um caso típico de inversão de prioridades”.
Infelizmente nos deparamos com uma sociedade consumista e com os valores deixados de lado. O corre corre da vida tem feito com que os valores e princípios estejam ficando pra trás. Uma sociedade globalizada, o mundo da era da informática, a escola está perdendo a sua essência para um mundo cheio de modernidade. Por isso é visto que o ensino a leitura e aprendizagem está defasada, as pessoas estão sem tempo de ler e se dedicar aos estudos, o mundo as cobra cada vez mas modernidade. Vemos uma infância, adolescência e juventude envolvida nesse mundo informatizado, onde tudo é muito prático, sem muito esforço! Por isso acredito que boa parte dessa defasagem é por conta desse processo tão acelerado, mas também não descarto que a escola em si tem uma parcela de culpa nisso, quando não impõe seus limites e principios.

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