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Constitucionalidade e Inconstitucionalidade: ADI, ADECON e ADPF

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Controle de Constitucionalidade 
Repercussão da matéria constitucional no recurso extraordinário: 
No controle difuso existe a possibilidade da parte levar até o STF a matéria. Basta que a 
parte argumente uma matéria constitucional ao processo para que possibilite então eu o recurso 
chegue ao STF. O STF pode em controle difuso agir de duas formas: 
→ Originária: Quando processo começa no próprio STF 
→ Via recursal: Quando o processo começa nas instâncias inferiores e chega ao STF via 
recursal. 
Com o passar do tempo acabou-se percebendo que a parte sempre argumentava uma 
matéria de ordem constitucional como uma forma de forçar que o seu recurso chegasse ao STF, 
muitas vezes para tentar segurar o processo (caráter protelatório) ou buscando alegar que houve 
violação da constituição. STF, de Corte máxima, passou a julgar vários recursos de modo a 
deixar a exercer sua função constitucional. Passou a ser encarado como um simples tribunal. 
Exemplo: Briga de vizinhos, cachorro mata papagaio. 
O recurso extraordinário é o meio recursal em que se leva ao STF a análise da matéria 
que se recorreu. Analise se a matéria discutida causa repercussão geral, ou seja, se outras 
pessoas teriam interesse no julgamento. 
O STF somente fará controle difuso via recursal, quando a matéria constitucional 
apresentada no recurso extraordinário trazer repercussão geral, ou seja, interesse de outras 
pessoas no julgamento. Caso não esteja presente repercussão geral da matéria constitucional no 
recurso extraordinário, o STF não conhecerá (receberá) o recurso. 
Com a entrada em vigor de emenda constitucional n. 45, isto passou a ter previsão 
constitucional e legal. 
Art. 102, §3º da CF: No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de 
que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de 
dois terços de seus membros. 
Antes de analisar o próprio recurso, os ministros avaliarão se está presente a repercussão 
geral, nos termos da lei. 
Quando a emenda constitucional 45/2004 entrou em vigor, estava em vigor o CPC de 
1973, cuja matéria foi tratada no art. 535-a. No atual CPC a matéria está prevista no art. 1035. 
Art. 1.035 do CPC: O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do 
recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, 
nos termos deste artigo. 
Se não houver repercussão geral da matéria constitucional no recurso extraordinário o STF 
nem mesmo receberá este recurso. Da decisão que não receber o recurso, não cabe outro 
recurso (irrecorrível). Se a decisão é irrecorrível, haverá o trânsito em julgado da decisão; ou seja, 
processo encerrado. Se a parte interpuser recurso, poderá sofrer as consequências de litigante 
de má-fé, por interpor medida não expressa em lei ou meramente protelatória. 
§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões 
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses 
subjetivos do processo. 
As partes quem tem interesse subjetivo no processo. Ou seja, para ser considerada 
repercussão geral, deve ultrapassar o interesse dessas, o resultado interessa outras pessoas 
além das partes. 
Somente será julgado no STF o recurso extraordinário em que a parte demonstrar que a 
matéria constitucional gera interesse de outras pessoas além das partes envolvidas no processo 
e de natureza econômica, jurídica, política ou social, sob pena de não recebimento deste recurso. 
Exemplos: No econômico a discussão de matéria de impostos e no político a discussão eleitoral 
de ficha limpa. 
§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação 
exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará 
a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que 
versem sobre a questão e tramitem no território nacional. 
§ 8º Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem 
negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre 
matéria idêntica. 
A repercussão geral da matéria constitucional em recurso extraordinário se aplica ao 
controle difuso. 
Controle concentrado de constitucionalidade: 
O primeiro dispositivo normativo que tratou do controle concentrado foi a constituição da 
República Tchecoslováquia em 1919, mas apenas no ano seguinte foi aderido pela doutrina com 
o Controle Austríaco/Europeu que teve Hans Kelsen como percursor. 
O controle difuso, como já foi visto anteriormente, surgiu com o caso concreto Madison vs. 
Marbury em 1803, que teve como percursor o juiz Marshall da Suprema Corte Americana. 
Kelsen considerou incompatível esse controle, criticando-o e afirmando como correto o 
controle concentrado. Críticas levantadas em relação ao controle difuso: 
→ Objeto processual/quantidade da matéria: Kelsen defende o posicionamento de um 
único objeto processual, que seria somente a matéria constitucional. No controle difuso 
há dois objetos processuais, o principal e o secundário, discute-se a questão incidental 
que prejudica a discussão da matéria principal. 
→ Quem pode fazer o controle: Para Kelsen não se pode delegar a todos os juízes esse 
controle para evitar insegurança jurídica causada por diferentes juízes julgando de 
maneiras diferentes. O controle concentrado é exercido por um único órgão, sendo ele 
o órgão máximo do Poder Judiciário, gerando efeito vinculante. 
O controle é entregue a Corte Constitucional, a qual não é um órgão do Poder 
Judiciário, mas possui poderes para realizar o controle de constitucionalidade. Está fora 
do Poder Judiciário e vincula todos os demais. 
O controle concentrado não foi adotado pelos EUA, e na França não há controle 
jurisdicional, o controle é feito pela Corte administrativa, pois o poder é do povo e como o poder 
judicial não tem representantes do povo, esse não pode ter esse poder. O Brasil adota os dois 
controles de constitucionalidade, controle híbrido. 
Formas de controle concentrado: 
1. Controle concentrado em corte constitucional: É a regra de Kelsen. Controle concentrado 
entregue para o órgão fora do poder judiciário (Conte Constitucional) que tem a função 
exclusiva de interpretar sobre questões puramente constitucionais quando houver divergência 
dos dispositivos constitucionais. Exemplos: Alemanha, Áustria, Espanha, Portugal, Itália, 
Holanda, Peru. 
2. Controle concentrado via supremo tribunal: Controle de concentrado é entregue/de 
competência do órgão de cúpula ou da mais alta corte judiciária do país pelo fato de residir à 
corte constitucional. Controle feito pelo todo, Pleno. Exemplo: Brasil. 
3. Controle concentrado via sala constitucional: Controle concentrado é realizado por uma sala 
ou órgão especial dentro do próprio órgão do poder judiciário. Cláusula de reserva de plenário, 
tomada pelo Pleno ou Órgão Especial. Exemplo: Colômbia. 
O controle de constitucionalidade concentrado no Brasil entrou no nosso ordenamento em 
1965 através da emenda constitucional 16/65 (estava e vigor a CF de 1946). O controle difuso 
entrou no ordenamento brasileiro com a constituição de1991. Atualmente, na CF/88 o controle 
concentrado está no art. 102, I, alínea a. 
Há dois controles de constitucionalidade no nosso país, sendo necessário analisar as 
seguintes características para diferencia-los: 
1. Competência para julgar ADI: 
a) Feito no STF: Recai contra lei ou ato normativo federal. Art. 102, I, alínea a da CF. Forma 
de controle 2 (via supremo tribunal). 
b) Feito no STF ou TJ: Recai contra lei ou ato normativo estadual. 
 
 
c) Feito no TJ: Recai contra lei ou ato normativo municipal. Art. 125, parágrafo 2º da CF. 
Forma de controle 2 ou 3, seguirá a regra 2 nos TJ onde houver menosde 25 membros 
pelo Pleno (total do tribunal) e a regra 3 nos TJ onde houver mais de 25 membros pelo 
Órgão Especial. 
Caberá o controle de constitucionalidade concentrado no STF contra lei ou ato normativo 
federal ou estadual a que venham ferir a constituição federal. 
Caberá o controle de constitucionalidade concentrado no TJ contra lei ou ato normativo 
estadual ou municipal a que venham ferir a constituição estadual do respectivo estado. 
 Exemplo fictício de lei estadual que venha ferir constituição federal: Regras de 
competência são criadas pela CF. O Governo do Estado do Paraná, através da sua 
Assembleia Legislativa, aprovou um projeto de lei sancionado pelo governador 
afirmando ser proibido transportar, cultivar e pesquisar produtos de natureza 
transgênica. A União quem tem a competência de legislar sobre esse assunto e, neste 
caso, ação direta de constitucionalidade deve ser feita com base no art. 102,I, a no 
STF. Trata-se de interesse geral. 
 Exemplo fictício de lei municipal que venha ferir lei estadual: A CF não aborda a 
respeito de foro privilegiado para delegados de polícia dos estados. Como forma de 
resguarda-los é possível instituir o foro privilegiado a partir de uma emenda na 
constituição do respectivo estado. Com a criação de um projeto de lei ordinária, esta 
estará violando a constituição federal, pois o constituinte federal da essa competência 
ao estado, devendo constar na CF do estado. A ação direta de constitucionalidade 
deve ser feita com base no art. 125, parágrafo 2º da CF no TJ. 
Portanto, a competência de se tratar de lei estadual varia entre STF e TJ. 
2. Competência para propor ADI: 
a) Legitimados no STF: Art. 103 da CF. Presidente da República, Governadores de estado e 
do DF, Mesa do Senado, Mesa da Câmara dos deputados, Mesa das Assembleias 
Legislativas dos Estados, Procurador Geral da República, Conselho Federal da Ordem 
dos Advogados do Brasil (através do seu Presidente), partido político com representação 
do Congresso Nacional e a entidade de classe ou confederação sindical de âmbito 
nacional. Não se inclui neste o defensor público geral e os tribunais (esses são apenas da 
Súmula Vinculante). 
 Legitimados específicos temáticos: É condição para a concretização da sua 
legitimidade (conditio sine qua non) que aquele que esteja promovendo a ação 
demonstre interesse processual, demonstre em que aspecto a lei ou ato normativo 
que esteja sendo objeto de questionamento afeta direta ou indiretamente os seus 
interesses (ordem social, econômica, política). 
O legitimado temático ou específico é aquele que apesar de constar expressamente 
no rol do art. 103 da CF, deverá ainda demonstrar interesse processual, qual seja, que 
a lei ou ato normativo objeto do ataque via ADI afeta os seus interesses ou daqueles 
que ele representa direta ou indiretamente sob pena de ter sua ação extinta por sem 
julgamento de mérito por justamente ilegitimidade de interesse processual. 
Segundo jurisprudência do Supremo, são legitimados específicos ou temáticos os 
governadores dos estados e do DF, as Assembleias legislativas dos estados e a 
Câmara distrital do DF, as confederações sindicais e as entidades de classe de âmbito 
nacional. Devem demonstrar que a lei ou ato normativo objeto de ADI atinge os seus 
interesses. 
 Legitimados genéricos: São aqueles que basta constar no rol do art. 103 da CF, sem a 
necessidade de demonstrar o tal interesse processual exigido para os legitimados 
temáticos específicos. Ou seja, os legitimados genéricos possuem legitimidade ampla 
para promover a ADI sobre qualquer lei ou ato normativo. São eles o Presidente da 
República, a Mesa do Senado, Mesa da Câmara dos Deputados, Procurador Geral da 
República, partido político com representação do Congresso Nacional e o Conselho 
Federal da OAB. 
b) Legitimados no TJ: Constituição estadual. 
 
Na constituição de SP o rol de legitimados para promover uma ADI seja contra lei estadual 
ou municipal está no artigo 90. 
Os legitimados para promover uma ADI no Supremo podem não ter legitimidade para 
promover uma ADI no TJ. No TJ de SP, por exemplo, a constituição paulista diz que 
podem promover ADI de lei ou ato normativo estadual ou lei ou ato normativo municipal o 
Governador do Estado de São Paulo, a Mesa Legislativa de SP, as Mesas das Câmaras 
de Vereadores dos Municípios dos Estados de São Paulo, os Prefeitos dos Municípios do 
Estado de São Paulo, o Conselho Estadual da OAB, partido político com representação na 
Assembleia Legislativa, o Procurador Geral de Justiça (Chefe o MP de SP), Confederação 
Sindical ou entidade de âmbito estadual. 
 O Presidente da República tem legitimidade genérica para no supremo promover 
ações contra leis federais ou estaduais que venham ferir a CF, mas não tem 
legitimidade para promover uma ADI no TJ de SP. 
 Os governadores dos outros estados tem legitimidade para discutir uma ADI contra 
uma lei de SP no Supremo apresentando pertinência temática, mas não tem 
legitimidade para promover uma ADI no TJ de SP. 
 O Procurador Geral da República tem legitimidade para promover ADI no Supremo, 
mas não tem no TJ, pois para isto é o Procurador Geral da Justiça. 
c) Amicus curie (amigo da Corte): Não é parte processual, não é legitimado. Auxilia o 
supremo ou TJ em um tema ou assunto que depende de um conhecimento científico mais 
aprofundado. Pode ser convidado ou se convidar. Lei 9868/99 apresenta a competência 
de convocar e nomear amicus curie, sendo do Ministro relator e sendo uma decisão 
irrecorrível, não cabe recurso. Por não ser parte, ele não pode interpor recurso e não 
responde por mentir (falsa perícia) e não é remunerado. É um terceiro interessado, art. 
138 do CPC. 
 Exemplo: Tratar de questão de quando começa a vida, pesquisa das células tronco no 
Brasil, discussão sobre obras do Monteiro Lobato. 
 
Efeitos da decisão da ADI: Começam a ser produzidos a partir da publicação do acórdão 
da decisão no Diário Oficial da União (DOU), pois o ministro pode de ofício alterar seu voto até 
então. 
1. Quanto às pessoas: Vinculante e erga omnes a todos, pessoas físicas, jurídicas, Órgãos dos 
Poderes. 
2. Quanto à extensão: 
a) Ex tunc: É a regra. Retroage a partir da propositura da ação ou a partir de quando a lei 
entrou em vigor. A partir do momento em que uma regra é considerada inconstitucional, 
consideram-se inconstitucionais todos os atos praticados durante a sua vigência. 
A regra é de que uma vez reconhecida a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, 
todos os atos praticados na sua vigência deverão ser desconsiderados diante da violação 
de dispositivos, regras ou princípios da constituição, sob pena de gerar insegurança 
jurídica e estar sendo flexibilizada a constituição. 
b) Ex nunc: Deve ser feito de maneira expressa. Lei 9868/99 art. 27. Modulação do efeito. O 
STF pode dar validade aos atos praticados de uma lei declarada inconstitucional. A lei é 
anulada, mas os efeitos da decisão são a partir do julgamento. 
Ele pode mudar o efeito da decisão caso a decisão cause insegurança jurídica e caso haja 
relevante interesse social na causa. Depende do processo. 
São necessários 6 votos (maioria absoluta) para declarar a norma inconstitucional e para 
mudar o efeito são necessários 2/3 (8 ministros do STF) decidam. São feitos, portanto, dois 
julgamentos. 
Ganha a minoria para mudar o efeito se der 7/4 e 6/5. Ganha maioria para mudar o efeito 
se der 8/3, 9/2 ou 10/1. 
Questões de ordem processual da ADI: 
 
 
 Desistência da ação (art. 5º da Lei 9868/99): Uma vez proposta à ação, não admite 
desistência. 
Exceção na qual a ação proposta pode ser encerrada sem julgar o mérito é quando 
quem promoveu a ação for parte legítima. 
 Defesa da lei ou ato normativo: Na ação deve ser dado direito ao contraditório e a 
ampla defesa. Feito pelo AGU em defesa de lei Federal e Estadual no STF que venha 
ferir a CF. Feito pelo PGR em defesa de lei Estadual e Municipal que venha ferir a 
constituiçãodo estado. 
Os procuradores do Estado não podem atuar como interventores na ação, pois o art. 
7º da Lei 9868/99 não permite intervenção de terceiro que não promoveu a ação, para 
que não se use a ação como medida política. A única forma dos procuradores 
participarem da ação é realizando uma petição se convidando para ser amicus curiae, 
pois dessa forma não será forma. 
 O PGR é um legitimado com algumas especialidades: É o único dos legitimados que 
participa obrigatoriamente das ações, pois caso não seja o autor da ação, ele atuará 
como fiscal da lei (custus legis). 
 
Ação Declaratória de Constitucionalidade 
ADECO(N) tem como objetivo que a lei seja declarada ato constitucional. 
Pontos comum entre ADI e ADECO: 
 Legitimados. 
 Amicus curiae. 
 Não admite desistência. 
 Não admite intervenção de terceiro. 
 Efeito erga omnes e vinculante da decisão. 
 Ex tunc (retroage). 
 Em seu julgamento devem estar presentes no mínimo oito ministros no Plenário para 
abrir uma seção. 
Diferenças entre ADI e ADECO: 
 Competência para julgar: Exclusiva do STF, não se admite nos Tribunais de Justiça, 
controle “concentradíssimo”. 
 Objeto processual: Admite unicamente lei ou ato normativo federal, não admite ADECO 
de lei ou ato normativo estadual ou municipal. Art. 102, I, a, da CF. 
 Nascimento ou origem: ADI é objeto de poder constituinte originário, pois nasceu com a 
CF/88. ADECO surgiu com a emenda constitucional nº 3/93, foi trazida para o Brasil 
pelo Ministro Gilmar Mendes, originária com o Direito Alemão. 
 ADI não precisa comprovar a existência de controvérsia judicial relevante. ADECO 
precisa comprovar a existência de controvérsia judicial relevante, sob pena de ser 
extinta a ação. 
Efeito ambivalente da decisão no controle de constitucionalidade: Toda lei ao nascer tem a 
presunção ou relatividade de ser constitucional, pois ela pode ser atacada. Ao promover uma ADI 
ou ADECO deseja-se transformar essa presunção ou relatividade em assunto absoluto (absoluta 
constitucionalidade ou inconstitucionalidade). Uma ADI julgada improcedente automaticamente 
gera efeito de uma ADECO, ou seja, não será necessário promover uma ADECO. Uma ADECO 
julgada improcedente automaticamente gera efeito de uma ADI, ou seja, não será necessário 
promover uma ADI. 
Na hipótese de propositura das duas ações, as duas vão a julgamento simultaneamente 
(na mesma seção) e não poderá ocorrer de as duas serem improcedentes ou procedentes, uma 
deve ser procedente e outra deve ser improcedente (efeito ambivalente, art. 27 da Lei 9868/99). 
O efeito modulatório não poderia ser aplicado na ADECO quando esta for julgada procedente, 
pois de relativamente constitucional ela passa a ser absolutamente constitucional. Caso ela seja 
 
julgada improcedente na ADECO, devido ao efeito ambivalente da decisão será procedente na 
ADI e passará a ser absolutamente inconstitucional, podendo aplicar o efeito modulatório para 
afirmar o que valeu e o que não valeu. Portanto, o efeito modulatório será plenamente cabível em 
uma ADECO quando esta for julgada improcedente, pois neste caso a ADECO, diante do efeito 
ambivalente das decisões no controle de constitucionalidade estará gerando efeito de uma ADI e 
consequentemente a lei ou ato normativo estará sendo reconhecido como absolutamente 
inconstitucional. 
Controvérsia Judicial Relevante: Art. 14, II da Lei 9868/99, requisito exclusivo para poder 
propor uma ADECO. Para isso há a necessidade de que o legitimado comprove a existência de 
controle difuso sobre a lei ou ato normativo federal que é objeto para a ADECO, de modo a 
colocar fim na discussão que está causando insegurança jurídica. 
O legitimado ao promover a ADECO deseja declarar que a lei ou ato normativo federal seja 
inconstitucional, pois outros juízes ou tribunais no Brasil já deram decisões sobre ela ou ele, ou 
seja, já houve controle difuso, mas este está gerando controvérsia judicial. Decisões diferentes de 
juízes diferentes do mesmo caso. 
É conditio sine qua non que o legitimado apresente ao supremo que sob aquela lei ou ato 
normativo já há decisões em controle difuso, o que não ocorre na ADI. O problema surge quando 
há problemas com decisões diferentes (qualidade da decisão). 
A partir do momento em que se promove ADECO no Supremo, as ações que estão 
tramitando nas instâncias inferiores devem parar e aguardar e ficar suspenso até o 
posicionamento do Supremo, evitando o risco de decidir contrariamente a decisão do Supremo, 
pois esta tem efeito vinculante. 
 
Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental 
ADPF arguição de descumprimento de preceito fundamental, previsto no art. 102, 
parágrafo 1º da CF e na Lei 9882/99. 
É uma novidade no ordenamento jurídico, pois nunca existiu antes do ordenamento da 
Constituição de 1988, foi criada com ela e é resultado do poder constituinte originário. 
O STF entendeu que o parágrafo 1º do art. 102 era uma norma de aplicabilidade limitada, 
sem que viesse uma norma regulamentadora não tinha como ser tratada a ADPF. 
Pontos comuns entre ADPF, ADI e ADECO: 
 Legitimados. 
 Amicus curiae. 
 Efeitos da decisão, erga omnes e vinculante. 
 Cabe reclamação. 
 Não cabe desistência. 
 Aplica-se a modulação do efeito da União. 
 Pode gerar efeito ambivalente. 
Pontos comuns entre ADECO e ADPF: 
 Competência exclusiva do STF. Não cabe no Tribunal de Justiça. 
 Controvérsia judicial relevante. Precisa demonstrar a existência de decisões nas 
instâncias anteriores conflitantes. Na ADPF não será necessário em todos os casos. 
Pontos específicos da ADPF: 
 Caráter subsidiário. Só se pode promover se o legitimado demonstrar que ele não pode 
ou não conseguirá solucionar o problema por outra ação que não seja ela. 
 Espécies de ADPF no caput do parágrafo 1º. Evitar, ADPF preventiva e reparar ADPF 
repressiva. Impedir que o fato venha acontecer ou reparar uma violação que já 
aconteceu. 
 
 
 Preceito fundamental. O objeto processual de uma ADPF é declarar/reconhecer 
descumprimento preceito fundamental. ADPF é específica, mas só é utilizada desde 
que não caiba ADI ou ADECO. 
O direito fundamental pode ser violado por uma lei, ato normativo e ato do poder 
público. Qualquer ato de caráter administrativo que tem por finalidade de gerar uma 
obrigatoriedade. Não se enquadra como ato do poder público jurisprudência e súmula 
(ADPF 152). 
A lei, ato normativo e ato do poder público podem ser federais, estaduais e municipais. 
Cabe aos posteriores e anteriores á constituição federal. Até a ADPF atos anteriores 
eram analisados via recepção tácita. Com a ADPF, passou a ser possível fazer 
recepção expressa. Situações de dispositivos anteriores à constituição: 
a) ADPF 54: Foi discutido o art. 128 do CP (CF 1941) 
b) ADPF 130: Foi discutida a Lei 5250/67. 
Controvérsia judicial relevante poderá ser exigida na ADPF. Na preventiva não será 
necessário demonstrar existência de controvérsia judicial, pois não existe. Será exigida 
nos casos repressivos. Portanto, controvérsia judicial relevante não se exige na ADI, 
sempre se exige na ADECO e na ADPF pode se exigir. 
 
Situações jurisprudenciais em controle de 
constitucionalidade segundo o STF 
Inconstitucionalidade superveniente: Sendo uma lei ou ato normativo recepcionado ou, se 
posterior à constituição, ser constitucional, poderá ele se tornar superveniente ou posteriormente 
inconstitucional pelo fato da Constituição Federal sofrer alteração por emenda de tal modo que a 
lei ou ato normativo fique incompatível com a CF? 
Exemplo A: 
Lei X/77 afirmativa sobre um determinado assunto. 
CF/88 afirmativa sobre um determinado assunto, Lei X/77 foi recepcionada pela 
constituição. 
Emenda constitucional Y negativa sobre um determinado assunto. Altera redação da CF. 
Exemplo B: 
CF/88 afirmativa sobre um determinado assunto. 
Lei X/99 afirmativa sobre um determinado assunto. Lei constitucional. 
Emenda constitucional Y negativa sobre um determinadoassunto. Altera redação da CF. 
Nos dois casos, as leis se tornaram inconstitucionais posteriormente, mas não há 
inconstitucionalidade superveniente. Ambas são rejeitadas pelo STF, não permaneceram no 
ordenamento jurídico, são revogadas. O controle de constitucionalidade é sobre a emenda, que é 
uma lei que revoga lei posterior. 
Constitucionalidade superveniente: 
Exemplo A: 
Lei X/77 afirmativa sobre um determinado assunto. 
CF/88 negativa sobre um determinado assunto. Lei X/77 não foi recepcionada, saiu do 
ordenamento. 
Emenda constitucional Y afirmativa sobre um determinado assunto. Tornou Lei X/77 
compatível. 
Exemplo B: 
CF/88 negativa sobre um determinado assunto. 
Lei X/2005 afirmativa sobre um determinado assunto. Lei inconstitucional. 
Emenda constitucional Y afirmativa sobre um determinado assunto. Lei X/2005 se tornou 
constitucional. 
O STF não reconhece constitucionalidade superveniente. No momento em que a norma 
contrariou a constituição ela deixou de existir, não voltando a existir mesmo com a emenda. Ao 
 
ser reconhecida a inconstitucionalidade também deixou de existir. Avalia o momento que surgiu a 
constituição, se anterior ou posterior e contraria, não existe. 
Só ocorreria repristinação caso a emenda trouxesse expressamente de volta a lei X/77, 
mas mesmo dessa forma, traria apenas o seu conteúdo, e não a lei em si. 
Caso tenha sido proposta uma ADI ou ADECON contra a lei Y. Se antes do julgamento 
dessa ação vier à emenda e alterara regra, o Supremo continua julgando, pois este avalia a 
constitucionalidade de quando ela nasceu (avalia para trás), mesmo que tenha sido alterada 
depois. 
Não existe prescrição para controle de constitucionalidade, este nunca prescreve. 
Decisões manipulativas de caráter aditivo: Origem italiana. ADPF nº 54. O Poder Judiciário 
manipula o ordenamento jurídico incluindo algo novo em casos de omissão do Poder Legislativo 
através do ativismo judicial para que o cidadão não seja prejudicado. 
Inconstitucionalidade parcial conforme a constituição sem redução de texto: O Supremo 
reconheceu que em alguns casos excepcionais, mesmo na hipótese de declarar uma norma 
inconstitucional, pode acontecer dessa norma necessariamente não ter que deixar o ordenamento 
jurídico. Declara inconstitucional parte da norma de tal modo que esta continuará na constituição, 
porque não ocorrerá redução do texto, mas sim uma interpretação. 
Exemplo: Art. 14 emenda constitucional nº 20 (ADI 1946) é parcialmente inconstitucional se 
for aplicado para o benefício da licença a maternidade. Não foi preciso reduzir o texto, numa 
interpretação é inconstitucional. 
Inconstitucionalidade consequencial ou por arrastamento: Lei X/05 e Lei Y/11 falam da 
mesma coisa com uma pequena diferença. O STF ao julgar a ADI da primeira, poderá por 
arrastamento incluir a segunda. 
O STF no julgamento da ADI 3645/PR entendeu que pode ser aplicado à regra da 
inconstitucionalidade consequencial por arrastamento. Poderá também ser declarada a 
inconstitucionalidade de outros dispositivos legais na mesma ação, mesmo que não haja pedido 
expresso por parte do legitimado, isto por economia processual e também pelo fato da matéria 
ser de interesse público e logo poder o STF agir de ofício. 
Esse posicionamento é criticado pela doutrina, afirmando que o STF não poderia fazer 
isso, pois estaria julgando “ultra petitum”. 
Normas constitucionais em transito para a inconstitucionalidade: A norma é 
inconstitucional, ou não foi recepcionada, por motivos de segurança jurídica ou por causar 
problemas de ordem social, mas em um caso específico foi reconhecida ao ter dado uma decisão. 
Exemplo: Art. 68 do CPP (1991). Ação civil ex delicto, casos ilícitos penais que geram 
ilícitos civis, na hipótese de indivíduos pobres, a ação civil de indenização é proposta pelo MP. 
Exemplo: Lei 8560/92, art. 2º. Reconhecimento de paternidade. Se a mulher for pobre, a 
ação é proposta pelo MP. 
Estado de coisa inconstitucional (ECI): Se discute omissão do Estado, não fazer quando 
deveria fazer, e ação de comissão do estado, ao fazer quando deveria não fazer. ADPF 347/DF 
discutiu a omissão do Estado nos problemas carcerários de resocialização.

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