TRABALHO DE DIREITO DAS COISAS - HIPOTECA

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DIREITO DAS COISAS: HIPOTECA
1. CONCEITO.
	A hipoteca, junto com o penhor e anticrese, constitui os direitos reais de garantia sobre coisa alheia, os quais estão dispostos no Título X do Código Civil.
	Nessa linha de pensamento, a hipoteca é um direito real de garantia que possui como objeto bens imóveis, navio ou avião pertencentes ao devedor ou a terceiro, o qual não entrega o bem ao credor, mas lhe assegura que terá preferência caso necessite executar seu crédito. Em outras palavras, caso o devedor não pague a dívida, o credor poderá executar a dívida alienando judicialmente o imóvel para cobrar a totalidade da dívida.
	Como características, podemos apontar que: i) possui natureza civil; ii) é direito real; iii) o objeto gravado deve ser de propriedade do devedor ou de terceiro; iv) a posse direta do bem hipotecado continua com o devedor; v) é indivisível; vi) tem caráter acessório, sendo criado para assegurar o cumprimento de um direito pessoal; vii) é convencionado entre as partes; viii) confere ao seu titular os direitos de preferência ou de sequela, ou seja, de ter preferência em relação a outros indivíduos e de perseguir o bem.
	Ademais, como partes da hipoteca, temos o devedor hipotecante, que é aquele que dá a coisa em garantia, podendo ser o próprio devedor ou terceiro, e o credor hipotecário, que tem o benefício do crédito e do direito real.
	A hipoteca deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis do local do imóvel, conforme disposto no art. 1.492 do CC, conferindo publicidade e o efeito erga omnes
	
2. MODOS DE AQUISIÇÃO.
	Poderá ser por contrato firmado entre as partes, ou mediante lei ou por decisão judicial, que serão vistos mais profundamente no próximo tópico.
3. ESPÉCIES.
	Levando-se em consideração a origem, pode ser: convencional, legal ou judicial. Já em relação ao objeto, poderá ser comum ou especial.
3.1 HIPOTECA CONVENCIONAL.
	Origina-se por um acordo de vontades celebrado entre o credor e o devedor de uma obrigação principal. 
3.2 HIPOTECA LEGAL.
	Decorre da lei, que visa proteger determinadas pessoas, levando em consideração a qualidade do credor, como disposto no art. 1.489 do CC. Tais como: i) pessoas de direito público interno sobre imóveis pertencentes a encarregados da cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas, visando instituir uma garantia contra os eventuais prejuízos que possa ser causado aos cofres públicos; ii) aos filhos sobre os imóveis do pai ou da mãe que passa a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior, visa evitar a confusão de patrimônios; iii) ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre imóveis do delinquente, para satisfação do dano causado pelo delito e o pagamento das despesas judiciais; iv) ao coerdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente e ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação. 
	Nessa modalidade, a especialização ocorre em juízo. 
	Constitui por: i) surgimento de fato constitutivo de vínculo e ii) especialização e registro do direito real.
3.3 HIPOTECA JUDICIAL.
	É reconhecida em juízo, para satisfação do crédito do exequente. Será uma sentença condenatória, que terá a hipoteca como efeito. 
3.4 COMUM E ESPECIAL.
	A comum incide sobre bens imóveis e a especial sobre aviões, navios vias férreas.