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1 
 
DIRETRIZES SOBRE CÂNCER DA PRÓSTATA 
(Texto atualizado em março de 2011) 
A. Heidenreich(presidente), J. Bellmunt, M.Bolla, S. Joniau,T.H. van der 
Kwast, M.D. Mason, V.Matveev, N.Mottet, H-P. Schmid,T. Wiegel, F. Zattoni 
 Eur Urol 2008 Jan;53(1):68-80 
 Eur Urol 2011 Jan; 59 (1): 61-71 
 Eur Urol 2011 Apr;59(4):572-83 
Introdução 
Atualmente, o câncer da próstata (CaP) é a segunda causa mais comum de morte por 
câncer em homens. Nos países desenvolvidos o CaP corresponde a 15% dos cânceres 
em homens, comparado a 4% dos cânceres em homens em países em 
desenvolvimento. Na Europa também observam-se grandes diferenças regionais nas 
taxas de incidência de CaP. 
Existem três fatores de risco bem estabelecidos para CaP: aumento da idade, origem 
étnica e predisposição genética. Os dados clínicos sugerem que fatores de risco 
exógenos, como dieta, padrão de comportamente sexual, consumo de álcool, 
exposição a radiação ultravioleta e exposição ocupacional também podem ter papel 
importante para desenvolvimento de CaP. 
 A introdução de um exame de sangue eficaz, a dosagem do antígeno prostático 
específico (PSA – “prostate specific antigen”), aumentou a frequência do diagnóstico 
precoce de câncer da próstata em estadio inicial, possibilitando a adoção de 
tratamentos curativos. Entretanto, se os procedimentos diagnósticos eficazes forem 
utilizados inapropriadamente em homens idosos com curta prespectiva de vida, pode 
surgir o super-diagnóstico e o super-tratamento. Consequentemente , o mesmo estadio 
de cancer da próstata pode necessitar de diferentes estratégias de tratamento 
dependendo da expectativa de vida individual de cada paciente. 
2 
 
Sistema de estadiamento 
A classificação da 7ª edição da “Union Internationale Contre le Cancer” (UICC) - Tumor 
Linfonodo Metástase (TNM) - é utilizada para estadiamento (Tabela 1). 
Tabela 1: Classificação Tumor Linfonodos Metastases (TNM) do câncer da 
próstata 
T Tumor primário 
 TX Tumor primário não pode ser avaliado 
 T0 Sem evidência de tumor primário 
 T1 Tumor clinicamente não aparente, não pálpavel ou não visibilizado em estudos 
de imagem 
 T1a Achado histológico incidental de tumor em 5% ou menos de tecido 
ressecado 
 T1b Achado histológico incidental em 5% ou mais de tecido ressecado 
 T1c Tumor identificado por biópsia com agulha (por exemplo, devido a PSA 
elevado) 
 T2 Tumor confinado ao interior da próstata 1 
 T2a Tumor envolve metade de um lobo ou menos 
 T2b Tumor envolve mais da metade do lobo, porém não os dois lobos 
 T2c Tumor envolve ambos os lobos 
 T3 Tumor estende-se além da cápsula da próstata 2 
 T3a Extensão extracapsular (unilateral ou bilateral) 
 T3b Tumor invade a(s) vesícula(s) seminal(is) 
 T4 Tumor está fixado ou invade estruturas adjacentes outras além das vesículas 
seminais : esfincter externo, reto, elevador do ânus e⁄ou parede pélvica 
N Linfonodos regionais3 
 NX os linfonoddos regionais não podem ser avaliados 
 N0 ausência de metástases em linfonodos regionais 
 N1 metástases em linfonodos regionais 
Metástases à distância 
 MO Ausência de metástases a distância 
3 
 
 M1 Metástases à distância 
 M1a Linfonodo(s) não regionais 
 M1b Osso (s) 
 M1c Outro(s) local(is) 
1. Tumor encontrado em um ou ambos os lobos nas biópsias por agulha, porém não 
palpável ou visível em exames de imagem, é classificado como T1c. 
2. Invasão do ápice da próstata, ou para dentro (não abaixo) da cápsula prostática, 
não é classificada como T3, mas como T2. 
3. Os linfonodos regionais são os linfonodos da pelve verdadeira, que essencialmente 
incluem os linfonodos abaixo da bifurcação das artérias ilíacas comuns. A lateralidade 
não afeta a classificação N 
4. Quando há metástases presentes em mais de um local, deve ser utilizada a 
categoria mais avançada 
 
Sistema de Graduação de Gleason 
O sistema de graduação mais comumente utilizado para CaP é o sistema de 
graduação de Gleason. 
Diagnóstico e estadiamento 
A decisão em realizar mais exames diagnósticos ou para estadiamento é orientada por 
quais opções de tratamento estão disponíveis para o paciente, levando em 
consideração a idade e as co-morbidades. Procedimentos que não afetem a decisão de 
tratamento geralmente podem ser evitados. 
O relato sinóptico das amostras cirúrgicas fornece um relato patológico mais 
transparente e mais completo. A utilização de uma lista de verificações é estimulada e 
dois exemplos são aqui apresentados. 
Lista de verificações para relato patológico das biópsias da próstata 
1. Tipo histológico do carcinoma 
2. Graduação histológica (global ou a mais elevada) 
4 
 
• Grau primário 
• Secundário (= grau mais elevado) 
3. Fração de biópsias envolvidas 
• Número de biópsias envolvidas pelo carcinoma 
• Número total de biópsias 
4. Quantificação do tumor 
• Porcentagem de tecido prostático envolvido pelo carcinoma ou 
comprimento total do cancer em mm. 
5. Extensão do tumor 
• Identificação de invasão perineural 
• Identificação de extensão extraprostática 
• Identificação de invasão da vesícula seminal 
Lista de verificações para processamento e relatório patológico de peças 
cirúrgicas retiradas por prostatectomia radical (PR) 
1. Processamento das amostras de PR 
• Prefere-se a fixação total da peça de prostatectomia, tanto por 
seccionamento convencional (por quadrante) ou seccionamento da peça 
total. 
• A superfície total das amostras de PR deve ser corada antes de serem 
seccionadas para avaliar a margem cirúrgica 
• O ápice deve ser examinado separadamenre utilizando o método de cone 
com seccionamento sagital e radial 
2. Tipo histológico 
3. Grau histológico 
• Grau primário (predominante) 
• Grau secundário 
• Grau terciário (se exceder >5% do volume do CaP) 
• Escore global de Gleason 
5 
 
• Porcentagem aproximada de Gleason grau 4 ou 5 (opcional) 
4. Quantificação do tumor (opcional) 
• Porcentagem de tecido prostático envolvido 
• Tamanho do tumor do nódulo dominante (se identificado), maior dimensão em 
mm 
5. Estadiamento patológico (pTNM) 
• Presença de extensão extraprostática (focal ou extensa), locais 
específicos 
• Presença de invasão da vesícula seminal 
• Presença de metástases em linfonodos, número de linfonodos removidos 
e número de linfonodos positivos 
6. Margens cirúrgicas 
• Presença de carcinoma na margem 
• Se presente, local(is) específico(s) e invasão extra e intra-prostática 
7. Outros 
• Se identificada, presença de angioinvasão 
• Localização (local, zona) do tumor dominante (opcional) 
• Invasão perineural (opcional) 
• Se presente, especificar invasão extra ou intra-prostática 
Um breve resumo das diretrizes do diagnóstico e estadiamento de CaP é apresentado 
na Tabela 2. 
Tabela 2 : Diretrizes do diagnóstico e estadiamento de CaP 
 
Diagnóstico de CaP GR 
1. O exame de toque retal digital anormal ou dosagem elevada de PSA 
podem indicar CaP. O nível exato de cut-off (corte) do que é 
considerado como valor normal de PSA ainda deve ser determinado, 
porém valores ao redor de <2-3ng⁄mL são geralmente utilizados para 
homens mais jovens 
C 
6 
 
2. O diagnóstico de CaP depende de confirmação histopatológica (ou 
citológica) 
B 
A biópsia e outras investigações só são indicadas se afetarem o 
tratamento do paciente 
C 
3. A biópsia transretal dirigida por ultrassom (TRUS – “transrectal 
ultrasound”)é o método recomendado na maior parte dos casos de 
suspeita de CaP . São recomendadas no mínimo 10 biópsias de locais 
diferentes porém sistematizadas, com talvez mais biópsias em 
próstatas de grande volume. 
B 
As biópsias da zonas de transição não são recomendadas no primeiro 
conjunto de biópsias devido as baixas taxas de detecção. 
C 
Aconselha-se a repetição de um conjunto de biópsias nos casos de 
suspeita persistente de CaP (toque retal anormal, PSA elevado ou 
achados histopatológicos sugestivos de malignidade na biópsia inicial) 
B 
Não se pode estabelecer recomendações para outros ( três ou mais) 
conjuntos de biópsias; a decisão deve ser baseada individualmente 
para os diferentes pacientes 
C 
4. Para analgesia eficaz, pode-se utilizar injeção peri-prostática transretal 
com anestésico local em pacientes que serão submetidos a biópsia de 
prostata 
 
 
Estadiamento do CaP 
 
1. O estadiamento local (estadio T) de um CaP é baseado nos achados 
de toque retal e possível imagem de ressonância magnética (RNM). 
Outras informações são fornecidas pelo número e locais afetados na 
biópsia de próstata, o grau do tumor e a concentração sérica de PSA. 
Apesar da alta especificidade na avaliação da extensão extracapsular 
(EEC) e invasão ou envolvimento da vesicula seminal (EVS), o TRUS é 
limitado pela má resolução do contraste, resultando em baixa 
sensibilidade e tendência a sub-estadiamento do CaP. Mesmo com o 
advento do Doppler colorido e de maior potência para identificação da 
vascularização do tumor, a precisão do TRUS no estadiamento local 
C 
7 
 
permanece inadequada. Comparativamente ao toque retal , ao TRUS e 
‘a tomografia computadorizada, a RNM demonstra uma maior precisão 
para avaliação da doença uni ou bilobar (T2), EEC e EVS (T3), assim 
como da invasão de estruturas adjacentes (T4).Entretanto, a literatura 
mostra uma ampla variação da acurácia do estadiamento T através da 
RNM, entre 50 a 92%. A adição de RNM amplificada por contraste 
dinâmico (DCE-MRI: “dynamic contrast-enhanced MRI”) pode ser útil 
em casos duvidosos. A adição de ressonância magnética de imagem 
por espectroscopia (MRSI = “magnetic resonance spectroscopic 
imaging”) ‘a RNM convencional também aumenta a precisão e diminui 
a variabilidade inter-observador na avaliação de EEC. 
 2. O estado de comprometimento dos linfonodos (estadiamento N) é 
importante apenas quando se planeja tratamento potencialmente 
curativo. Os pacientes com estágio T2 ou menos, PSA<20ng⁄mL e 
escore de Gleason ≤6 apresentam uma probabilidade inferior a 10% de 
apresentar metástases em linfonodos e podem ser poupados da 
linfadenectomia. 
B 
Devido as limitações significativas das imagens pré-operatórias para 
detecção de metástases pequenas(<5mm), a dissecção dos linfonodos 
pélvicos permanece sendo o único método de estadiamento confiável 
para CaP clinicamente localizado. 
 Atualmente, parece que apenas os métodos com alta sensibilidade de 
detecção histológica de metástases em linfonodos, como dissecção de 
linfonodo sentinela ou linfadenectomia estendida, são adequados para 
estadiamento correto de linfonodos em CaP. 
3. As metástases no esqueleto (estadiamento M) são melhor avaliadas 
por mapeamento ósseo. Ele pode não ser indicado para pacientes 
assintomáticos se a concentração sérica de PSA for inferior a 20ng⁄ml 
na presença de tumores bem ou moderadamente diferenciados 
B 
 Em casos duvidosos , PET⁄ CT com 11C-colina, 18F-flluoreto ou RNM de 
corpo inteiro podem ser úteis para pacientes individuais 
C 
8 
 
 TC=tomografia computadorizada ; DCE-MRI= ressonância magnética 
amplificada por contraste dinâmico; EEC= extensão extracapsular; 
RNM= ressosância magnética; MRSI= ressonância magnética de 
imagem por espectroscopia; CaP = cancer da próstata; PET= 
tomografia por emissão de pósitrons; PSA=antígeno prostático 
específico; IVS = invasão da vesícula seminal; TRUS= ultrassom 
transretal. 
 
 
Tratamento do câncer de próstata 
Uma visão geral das opções de tratamento para pacientes com CaP, subdivididos em 
estadios de diagnóstico, é apresentada na Tabela 3. Devido a falta de estudos 
controlados randomizados sobre CaP, uma opção de tratamento não pode ser 
considerada superior a outra. Entretanto, com base na literatura atual disponível, as 
recomendações apresentadas na Tabela 3 podem consideradas. 
Tabela 3: Diretrizes para o tratamento primário do CaP 
Estadio Tratamento Comentário GR 
T1a Observar e 
aguardar 
(“watchful 
waiting”) 
Tratamento padrão para 
adenocarcinoma escore de Gleason ≤ 
6 e 7 e < 10 anos de expectativa de 
vida 
B 
Vigilância ativa Em pacientes com expectativa de 
vida> 10 anos, recomenda-se re-
estadiamento com ultrassom transretal 
e biópsia 
B 
Prostatectomia 
radical 
Opcional para pacientes mais jovens 
com uma maior expectativa de vida, 
especialmente para adenocarcinomas 
com escore de Gleason ≥ 7 
B 
Radioterapia Opcional para pacientes mais jovens B 
9 
 
com maior expectativa de vida, 
particularmente em tumores pouco 
diferenciados. Riscos de complicações 
mais elevados após RTUP, 
especialmente com radiação intersticial 
Hormonal Não é uma opção A 
Combinação Não é uma opção C 
T1b- 
T2b 
Vigilância ativa Opção de tratamento para pacientes 
com cT1c-cT2a, PSA <10ng⁄mL, 
biópsia com escore de Gleason ≤ 6, ≤ 2 
biópsias positivas, ≤ 50% envolvimento 
por câncer em cada biópsia 
B 
Paciente com expectativa de vida <10 
anos 
Paciente com expectativa de vida >10 
anos, desde que informado sobre a 
falta de dados de sobrevida após 10 
anos 
Pacientes que não aceitam as 
complicações relacionadas ao 
tratamento 
T1a-
T2c 
Prostatectomia 
radical 
Tratamento padrão para os pacientes 
com expectativa de vida >10 anos que 
aceitam as complicações relacionadas 
ao tratamento 
A 
Radioterapia Pacientes com expectativa de vida >10 
anos que aceitam as complicações 
relacionadas ao tratamento 
B 
Pacientes com contra-indicações para 
cirurgia 
Pacientes não candidatos a cirurgia, 
10 
 
com 5-10 anos de expectativa de vida 
e tumores pouco diferenciados (o 
tratamento combinado é 
recomendado; ver abaixo) 
 Braquiterapia A braquiterapia com doses baixas 
pode ser considerada para pacientes 
com CaP de baixo risco, com volume 
da próstata ≤ 50 mL e IPSS ≤ 12 
B 
 Hormonal Pacientes sintomáticos, que 
necessitam alívio dos sintomas e que 
não estão aptos ao tratamento 
curativo. 
 
Antiandrogênios estão associados a 
pior resultado quando comparados a 
“vigilância ativa” e não são 
recomendados 
C 
 Combinação Para pacientes de alto risco, o 
tratamento hormonal neoadjuvante e o 
tratamento hormonal concomitante 
associados a radioterapia resultam em 
aumento da sobrevida total 
A 
T3-T4 Observar e 
aguardar 
(“watchful 
waiting”) 
Opção para pacientes assintomáticos 
com tumores T3 bem diferenciados ou 
moderadamento diferenciados e 
expectativa de vida <10 anos, que não 
são candidatos ao tratamento local 
C 
Prostatectomia 
radical 
Opcional para pacientes selecionados 
com T3a, PSA<20ng⁄mL, escore de 
Gleason na biópsia ≤ 8 e expectativa 
de vida >10 anos 
C 
11 
 
 Os pacientes devem ser informados 
que a PR está associada a maior risco 
de margens cirúrgicas positivas, 
histologia não favorável e linfonodos 
positivos e que, portanto, poderão vir a 
necessitar de tratamento adjuvante ou 
de resgate como radioterapia ou 
regime de privação de andrógenos. 
 
Radioterapia T3 com > 5-10 anos de expectativa de 
vida. Aumento de dose >74 Gy parece 
ser benéfico. A associação com 
tratamento hormonal pode ser 
recomendada (ver abaixo) 
A 
Hormonal Pacientes sintomáticos,com tumores 
T3-T4 extensos, PSA elevado (>25-50 
ng⁄ mL), tempo de duplicação do PSA < 
1 ano. 
 
A 
Escolha do paciente; para pacientes 
sem condições clínicas 
A monoterapia hormonal não é uma 
opção para pacientes com condições 
clínicas suficientes para radioterapia 
Combinação A sobrevida total é aumentada pela 
terapia hormonal concomitante e 
adjuvante (3 anos) combinada a 
radiação externa 
A 
Tratamento hormonal neoadjuvante 
associado a prostatectomia radical: 
sem indicação. 
B 
N+,M0 Observar e Pacientes assintomáticos. Escolha do B 
12 
 
aguardar 
(“watchful 
waiting”) 
paciente (PSA < 20-50ng⁄ mL), PSA 
tempo de duplicação do PSA >12 
meses. Requer seguimento muito 
rigoroso 
 Prostatectomia 
radical 
Opcional para pacientes selecionados 
com expectativa de vida >10 anos, 
como parte da abordagem de 
tratamento multimodal. 
C 
Radioterapia Opcional em pacientes selecionados 
com expectativa de vida >10anos, 
tratamento adjuvante com privação de 
andrógenos por 3 anos é mandatória. 
C 
Hormonal Tratamento adjuvante padrão quando 
mais de um linfonodo foi positivo no 
caso de radioterapia ou prostatectomia 
radical como tratamento local primário. 
O tratamento hormonal deve apenas 
ser utilizado como monoterapia em 
pacientes que não são considerados 
aptos para qualquer tratamento local. 
A 
Combinação Não é uma opção padrão. Escolha do 
paciente. 
B 
M+ Observar e 
aguardar 
(“watchful 
waiting”) 
Não é uma opção padrão. Pode levar a 
menor sobrevida⁄mais complicações do 
que o tratamento hormonal imediato. 
Requer seguimento muito rigoroso 
B 
Prostectomia 
radical 
Não é uma opção C 
Radioterapia Não é uma opção com intenção 
curativa; opção terapêutica associada 
a privação de andrógenos para o 
C 
13 
 
tratamento de sintomas locais 
derivados do câncer. 
 Hormonal Opção padrão. Mandatória em 
pacientes sintomáticos 
A 
IPSS= Escore internacional de sintomas prostáticos ;PSA=antígeno 
prostático específico; TRUS= ultrassom transretal; RTUP= ressecção 
transuretral da próstata. 
 
Para informações mais detalhadas e discussão sobre tratamento num 
segundo momento, favor consultar a versão completa das diretrizes. 
 
 Seguimento de Pacientes com Câncer da Próstata 
A determinação do PSA sérico, história específica da doença e o toque 
retal são fundamentais para o seguimento dos pacientes com CaP. Os 
exames de imagem de rotina em pacientes estáveis não são 
recomendados e somente devem ser utilizados em situações 
específicas. 
 
Tabela 4: Diretrizes para o seguimento após o tratamento com 
intenção curativa 
 
GR 
Em pacientes assintomáticos, a história específica da doença e o 
PSA sérico associado ao toque retal são exames recomendados no 
seguimento de rotina. Eles devem ser realizados aos 3, 6 e 12 
meses após o tratamento, e depois a cada 6 meses até o terceiro 
ano e depois anualmente. 
B 
Após PR, a concentração sérica de PSA >0,2ng ⁄ mL pode estar 
associada a doença residual ou recidiva 
B 
Após radioterapia, uma elevação da concentração de PSA >2 ng⁄ 
mL acima do nadir do PSA, mais do que um valor limite específico, 
é o sinal mais confiável de doença persistente ou recidiva. 
B 
14 
 
Tanto a presença de nódulo pálpavel como uma elevação do PSA 
sérico podem ser sinais de recidiva local da doença 
B 
A detecção de recidiva local por ultrassom transretal e biópsia é 
recomendada apenas se for afetar o plano de tratamento. Na 
maioria dos casos o ultrassom transretal e biópsia não são 
necessários antes de tratamento de segunda linha. 
B 
Metátases podem ser detectadas na TC⁄ RNM ou mapeamento 
ósseo. Em pacientes assintomáticos, estes exames podem ser 
omitidos se a concentração sérica de PSA for <20ng⁄ ml, porém os 
dados sobre este tópico são escassos 
C 
Os mapeamentos ósseos de rotina e outros exames de imagem 
não são recomendados para pacientes assintomáticos. Se o 
paciente apresentar dor óssea, deve ser considerada a realização 
de um mapeamento ósseo independentemente da concentração 
sérica de PSA. 
B 
TC= tomografia computadorizada; RNM= ressonância 
 magnética; PSA= antígeno prostático específico; TRUS= ultrassom 
transretal 
 
 
Tabela 5 : Diretrizes para seguimento após tratamento hormonal 
 
GR 
Os pacientes devem ser inicialmente avaliados aos 3 e 6 meses 
após o início do tratamento. Os exames devem incluir pelo menos 
uma dosagem do PSA sérico, toque retal, testosterona sérica e 
avaliação cuidadosa dos sintomas para avaliar a resposta ao 
tratamento e os efeitos colaterais. 
B 
Se os pacientes receberem privação intermitente de andrógenos, o 
PSA e a testosterona devem ser monitorizados em intervalos de 3 
meses durante a pausa do tratamento 
C 
O seguimento deve ser ajustado para cada paciente 
individualmente, de acordo com os sintomas, fatores prognósticos e 
C 
15 
 
o tratamento administrado 
Pacientes com doença em estadio M0 com boa resposta ao 
tratamento, devem ser avaliados a cada 6 meses, e deve-se incluir 
pelo menos a história específica da doença, toque retal e dosagem 
do PSA sérico. 
C 
Em pacientes com doença em estadio M1 com boa resposta ao 
tratamento, o seguimento é agendado a cada 3 a 6 meses. O 
seguimento deve incluir pelo menos a história específica da doença, 
toque retal, dosagem do PSA sérico, frequentemente 
complementadas por dosagens da hemoglobina, creatinina sérica e 
fosfatase alcalina. 
C 
Pacientes (especialmente em estadio M1b) devem ser orientados 
sobre os sinais clínicos que podem indicar compressão da medula 
espinal 
A 
Quando a doença progredir, ou se o paciente não responder ao 
tratamento, as necessidades de seguimento devem ser 
individualizadas. 
C 
Exames de imagem de rotina em pacientes estáveis não são 
recomendados 
B 
GR=grau de recomendação; PSA=antígeno prostático específico 
 
 
Tratamento de recidivas após tratamento curativo 
Deve ser feito um esforço para diferenciar a probabilidade de falha local isolada versus 
falha à distância (+⁄ - local). A patologia inicial, quanto tempo depois do tratamento 
primário ocorre a recidiva do PSA e quão rápida é a elevação dos valores do PSA são 
fatores que podem auxiliar na diferenciação entre a falha local e a falha à distância. 
Tumores mal diferenciados, recidiva precoce do PSA e tempo curto para duplicação do 
PSA são todos sinais de falha à distância. O tratamento pode ser direcionado ao local 
presumido da falha, a condição geral do paciente e as preferências pessoais. Os 
16 
 
exames de imagem têm valor limitado em pacientes com somente recidiva precoce do 
PSA. 
 
Tabela 6: Diretrizes para tratamento num segundo momento após 
tratamentos curativos 
 
GR 
Falha local 
presumida após 
prostatectomia 
radical 
Os pacientes com apenas falha local presumida 
podem ser candidatos a radioterapia de 
resgate. Ela deve ser administrada com pelo 
menos 64-66 Gy e preferencialmente antes do 
PSA se elevar acima de 0,5 ng⁄ mL. Outros 
pacientes podem permanecer em observação 
por um determinado período de tempo 
(monitorização ativa), e provavelmente serão 
submetidos mais tarde a tratamento hormonal 
B 
Falha local 
presumida após 
radioterapia 
Pacientes selecionados podem ser candidatos 
a prostatectomia radical de resgate e devem ser 
informados sobre o alto risco de complicações, 
como incontinência e disfunção erétil. A 
prostatectomia de resgate deve ser realizada 
apenas em centros com grande experiência 
C 
A ablação criocirúrgica da próstata é outra 
opção de tratamento local para pacientes que 
não podem ser submetidos a cirurgia 
Outros pacientes podem ser mantidos por um 
período de observaçãoativa (monitorização 
ativa), com possível tratamento hormonal mais 
tarde. 
Falha presumida 
à distância 
Existem algumas evidências de que o 
tratamento hormonal precoce pode ter 
B 
17 
 
benefícios no retardo da progressão da doença 
por falha à distância ( +⁄ -local), e 
possivelmente obter um benefício de maior 
sobrevida em comparação ao tratamento 
postergado. Os resultados são controversos. O 
tratamento local não é recomendado exceto por 
motivos paliativos. 
 
Tratamento da recidiva após o tratamento hormonal 
 O CaP refratário à castração (CaPRC) geralmente é uma doença debilitante, que 
atinge em geral pacientes idosos. A abordagem multidisciplinar é necessária, com a 
participação de médicos oncologistas, urologistas, enfermeiras, psicólogos e 
assistentes sociais. Na maioria das vezes a decisão de se tratar ou não é baseada na 
orientação individual do paciente, o que limita o papel das diretrizes. 
 
Tabela 7: Diretrizes para tratamento hormonal secundário para 
pacientes com CaPRC 
 
GR 
O tratamento anti-androgênico deve ser interrompido quando for 
documentada a progressão do PSA 
B 
Não há recomendação clara sobre a droga mais eficaz para 
manipulação hormonal secundária, pois os dados de estudos 
randomizados são escassos. Entretanto, abiraterona e MDV3100 
poderão vir a ser utilizados nesses casos tão logo terminem e sejam 
analisados os estudos clínicos randomizados de Fase III. 
 
PSA= antígeno prostático específico. 
 
18 
 
Comentário: uma eventual suspensão do efeito anti-androgênico deve 
ser observada após 4-6 semanas da suspensão da flutamida ou 
bicalutamida. 
 
Tabela 8: Diretrizes do tratamento citotóxico para pacientes com 
CaPRC 
 
GR 
Os pacientes com CaPRC devem ser orientados, abordados e 
tratados por uma equipe multidisciplinar 
 
Nos casos de CaPRC não metastáticos, o tratamento citotóxico 
deve ser utilizado apenas em ensaios clínicos 
B 
Em pacientes apenas com elevação do PSA , duas concentrações 
aumentadas consecutivas de PSA acima do nível prévio de 
referência devem ser documentadas 
B 
Antes do tratamento, as concentrações de testosterona devem ser 
inferiores a 32ng⁄ mL 
B 
Antes do tratamento, as concentrações séricas de PSA devem ser > 
2ng⁄ mL para se certificar da interpretação correta da eficácia 
terapêutica. 
B 
Os benefícios potenciais do tratamento citotóxico e os efeitos 
colaterais esperados devem ser discutidos individualmente com 
cada paciente 
C 
Em pacientes com CaPRC metastático que são candidatos a 
tratamento citotóxico, a droga de escolha é o docetaxel 75mg⁄m2 a 
cada 3 semanas, pois mostrou um benefício significativo na 
sobrevida 
A 
Em pacientes com metástases ósseas sintomáticas devido a 
CaPRC, tanto docetaxel ou mitoxantrona com prednisona ou 
hidrocortisona são opções terapêuticas válidas. Se não for contra-
indicado, o docetaxel é o agente de escolha, devido a vantagem 
significativa sobre o alívio da dor. 
A 
19 
 
Em pacientes com recidiva após quimioterapia num primeiro 
momento com docetaxel, resultados de estudos randomizados 
prospectivos de fase III fazem com que seja considerado o uso de 
cabazitaxel e abiraterona como as primeiras opções para o 
tratamento num segundo momento. 
A 
O docetaxel num segundo momento pode ser considerado para 
pacientes com resposta prévia ao docetaxel. Outros tratamentos 
devem ser ajustados para o paciente individualmente. No caso do 
paciente não poder usar cabazitaxel ou abiraterona, o uso de 
docetaxel é uma opção. 
A 
 
 
Tabela 9: Diretrizes para o tratamento paliativo de pacientes com 
CaPRC 
 
GR 
Pacientes com metástases ósseas sintomáticas e extensas não se 
beneficiam do tratamento médico em relação ao prolongamento da 
vida 
A 
O tratamento destes pacientes deve ser direcionado para melhorar a 
qualidade de vida e reduzir a dor 
A 
O principal objetivo do tratamento médico eficaz é a obtenção dos 
melhores resultados com menor frequência de efeitos colaterais 
A 
Os bifosfonatos (por exemplo, ácido zoledrônico) devem ser 
oferecidos aos pacientes com massas no esqueleto para prevenção 
de complicações ósseas. Entretanto, os benefícios devem ser 
analisados frente a toxicidade destes agentes, em particular deve-se 
evitar a necrose da mandíbula. 
A 
Os tratamentos paliativos, como radionucleotídeos, radioterapia 
externa e uso adequado de analgésicos devem ser considerados 
precocemente no tratamento de metástases ósseas dolorosas. 
B 
A cirurgia espinal ou radioterapia descompressiva são cirurgias de A 
20 
 
emergência que devem ser consideradas em pacientes com 
sintomas neurológicos críticos 
CaPRC = Câncer da próstata resistente a castração 
 
Resumo 
O câncer de próstata é uma doença complexa, na qual vários aspectos 
da própria doença e do paciente afetado devem ser considerados antes 
de se tomar decisões sobre procedimentos diagnósticos, tratamento e 
seguimento. 
Este texto resumido baseia-se nas diretrizes mais abrangentes da EAU (ISBN 978-90-79754-
96-0) disponíveis para todos os membros da European Association of Urology no website-http:⁄ 
⁄www.uroweb.org⁄guidelines⁄online-guidelines⁄.

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