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Teoria e Prática da Narrativa Jurídica Professor Nelson Tavares AULA 8 1 CASO CONCRETO PARA REVISÃO Trata-se de ação de ressarcimento proposta por Marta Gomes em face de Supermercados Zona Norte, na qual pretende a autora obter a reparação de danos morais e materiais sofridos em virtude de ter escorregado no piso molhado de um dos supermercados da ré, fato esse que lhe provocou lesões em seu pé direito e acarretou a sua inatividade por cerca de vinte dias. Alega a demandante ter tropeçado em uma funcionária da empresa requerida, a qual se encontrava abaixada lavando o piso do estabelecimento em que a primeira, no dia 14 de junho de 2010, fazia compras. Afirma a autora não ter visto a referida trabalhadora do supermercado e, pelo fato de estar o piso molhado e com sabão, não foi possível se equilibrar.2 AULA 8 Em razão da queda, sustenta que foi levada por empregados da ré a uma clínica conveniada ao plano de saúde oferecido pela empresa a seus funcionários, onde lhe foi recomendado que se dirigisse a um ortopedista, pois não havia na clínica profissional especializado naquele momento. A autora, então, foi encaminhada ao Centro de Reumatologia e Ortopedia, no qual foi diagnosticada tendinite na face dorsal de seu pé direito; o que ensejou a imobilização de seu pé direito por 21 (vinte e um) dias; tendo ficado afastada de seu trabalho e de suas atividades esportivas por todo esse tempo. Pretendeu a autora, de forma subseqüente, obter ante a requerida o reembolso das despesas efetuadas com sua recuperação; o que foi negado pela ré, ante a fundamentação de que a autora havia declarado que, alguns anos antes do fato em referência, sofrera uma lesão no tornozelo direito, pelo que o diagnóstico realizado no Centro de Reumatologia 3 e Ortopedia referir-se-ia a esse evento. AULA 8 AULA 8 Requer judicialmente a autora, portanto, a condenação da ré ao pagamento de R$865,99 (oitocentos e sessenta e cinco reais e noventa e nove centavos) a título de danos materiais, bem como de compensação pecuniária pelos alegados danos morais sofridos em virtude do mesmo fato. Acompanham a inicial os documentos comprobatórios das despesas médicas realizadas pela autora. AULA 8 4 Passo-a-passo para organização da narrativa Leitura do caso concreto Identificação dos elementos constitutivos da demanda: Quem quer? O quê? De quem? Por quê? Releitura do caso concreto e seleção (sublinhar) do conteúdo relevante a narrar Organização cronológica (mental ou por pequenos números ao lado das informações) Redação da narrativa jurídica AULA 8 5 Atenção para algumas orientações A NARRATIVA JURÍDICA É SIMPLES OU VALORADA? Verificar a peça para a qual é produzida DEVO USAR A POLIFONIA? A contribuição dessas vozes é fundamental para a consistência e a credibilidade (fala de autoridade) dos fatos narrados DEVO USAR MODALIZAÇÃO? Apenas se a narrativa for do tipo valorada COMO ORGANIZAR A CRONOLOGIA? Compreenda o conflito e identifique o fato gerador do vínculo jurídico e o fato gerador do conflito 6 AULA 8 Atenção para outras orientações DEVO UTILIZAR A 3ª PESSOA? Sim. Essa providência garante a impessoalidade EXISTE ALGUMA FORMALIDADE QUE DEVO CONHECER? A narrativa jurídica simples, denominada relatório, deve terminar com a expressão “É o relatório” QUAL O MELHOR TEMPO VERBAL A SER UTILIZADO? Use preferencialmente o pretérito ASPECTOS FORMAIS? Texto dividido em parágrafos; Coesão e coerência; Uso adequado da norma culta. 7
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