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FECUNDAÇÃO E OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

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FECUNDAÇÃO E OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 
 
FECUNDAÇÃO 
 A fecundação pode ser definida como a união no pró-núcleo masculino com o pró-
núcleo feminino, resultando numa única célula que chamamos de zigoto. Interessante 
saber que somente 1% dos gametas masculinos conseguem chegar no colo uterino, o que 
justifica a enorme quantidade de espermatozóides em meros 2 a 5 mL de sémen. Quando 
entrar no sistema reprodutor feminino, o espermatozóide sofre um processo chamado de 
capacitação, que dura em torno de 7 horas. Alguns dos eventos que marcam essa 
capacitação incluem: perca do colesterol pela membrana do acrossomo (isso facilita o 
inserimento do núcleo com DNA) e aumento da permeabilidade da membrana do 
espermatozóide ao Ca2+, o que não somente resulta no aumento do batimento flagelar, 
mas como também no favorecimento da liberação de enzimas como a acrosina, que 
“perfura” a zona pelúcida que envolve o ovócito II. 
 Existe uma sequência que ocorre desde o espermatozóide iniciar o processo de 
fecundação até a formação do zigoto: 
 1º) o espermatozóide penetra a coroa radiada, através uma enzima chamada 
hialuronidase, que despolimeriza os segmentos de ácido hialurônico do espaço 
intercelular das células da coroa; 
 2º) depois, o gameta masculino precisa vencer a zona pelúcida, utilizando uma 
enzima chamada acrosina; 
 3º) por fim, ocorre a fusão membranal do ovócito II com o espermatozóide, 
resultando na penetração do espermatozóide completo, porém sem sua membrana. 
Quando isso acontece, ocorre a conclusão da meiose II e o ovócito II vira óvulo; 
 Com a ativação metabólica do óvulo, o pró-núcleo masculino (degenera-se a 
cauda) vai se unir ao pró-núcleo feminino e gera o zigoto. Importante destacar que a 
fecundação propriamente dita ocorre na tuba uterina. 
 Uma vez que se forma o zigoto, ocorre a restauração da ploidia 2n (pois cada pró-
núcleo contém 23 cromossomos). Muito importante também destacar que o sexo do bebê 
já é determinado aqui, ok? 
 Bom, uma vez formado o zigoto, teremos o início de sucessivas mitoses, em que 
a única célula ovo ou zigoto vai se dividindo em células cada vez menores. Esse conjunto 
de mitoses que ocorrem damos o nome de clivagem. As células que vão sendo formadas 
recebem o nome de blastômeros e ficam compactadas de forma que parecem uma amóra. 
Esse conjunto de células compactadas damos o nome de mórula (um conjunto de 16 
blastômeros). A mórula desce até a cavidade uterina e começa a se dividir em duas massas 
celulares: uma mais interna que chamamos de embrioblasto (gera o embrião) e uma mais 
externa chamada de trofoblasto (gera os anexos). Nesse momento, a mórula perdeu seu 
formato de amora e se torna um disco bilaminar, ou seja, duas lâminas de células. 
Portanto, agora recebe o nome de blastocisto. Cabe destacar o surgimento de um espaço 
intercelulare cheio de fluido, a que chamaremos de blastocele. Esse blastocisto agora 
precisa ser implatado na cavidade endometrial por completo (algo que leva em torno de 
6 dias), para que se tenham início de fato os processos no que chamaremos de embrião. 
O esquema abaixo é perfeito em resumir todo esse processo. 
 
 
 
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 
 Todos esses eventos citados anteriormente são ditos pré-conceptivos, ou seja, 
acontecem antes da concepção de fato, que é a origem de um ser vivo. Indo até mais além, 
o processo de gametogênese também está incluso nessa lista, pois sem ela não teríamos 
nem fecundação pra começar. Portanto, um método contraceptivo é qualquer método que 
busque interferir em algum desses processos, de forma que não ocorra a formação do 
zigoto. Como nome já induz, são métodos que são contra a concepção. 
 Segundo o manual de anticoncepção de anticoncepção da FEBRASGO (2015), os 
métodos contraceptivos ou anticoncepcionais podem ser classificados em dois grupos 
principais: 
• Reversíveis 
o Comportamentais; 
o De barreira; 
o Dispositivos intrauterinos; 
o Hormonais; 
o De emergência; 
• Irreversíveis 
o Esterilização cirúrgica feminina; 
o Esterilização cirúrgica masculina; 
 
COMPORTAMENTAIS 
 São métodos que tentam prevê quando a ovulação vai acontecer. Como o nome já 
sugere, correspondem a métodos que envolvem uma mudança de comportamento do 
casal. Todos eles são considerados como de baixa eficácia: 
▪ Método da tabela: O casal deve se abster de relações sexuais durante o 
período fértil da mulher. Para o fazer, deve-se observar o ciclo menstrual 
durante 8 meses e calcular a diferença entre o ciclo mais curto e o ciclo 
mais longo. Caso essa diferença seja menos de 10 dias, a mulher pode fazer 
uso do método da tabela. Com um exemplo fica bem fácil de entender. 
Pense que um casal quer fazer uso desse método e a mulher 
registrou seus ciclos menstruais nos últimos oito meses. O ciclo 
mais curto que ela teve durou 26 dias e o mais longo 32 dias. 
Subtraindo 32-26= 6 dias, ou seja, ela pode fazer uso do método da 
tabela. 
Agora calculemos o período fértil dela. Para isso, primeiro 
subtraímos 18 do ciclo mais curto dela, ou seja, 26-18= 8. Esse 
número indica o início do período fértil dela. 
Para calcular quando termina o período fértil, agora subtraímos 11 
do ciclo mais longo dela, ou seja, 32-11= 21. Esse número indica o 
fim do período fértil dela. 
Portanto, entre o 8º ao 21º dia, o casal não pode fazer qualquer tipo 
de relação sexual; 
▪ Análise do muco cervical: neste método, deve ver como está o muco que 
é secretado pelo colo uterino da mulher. 
o Perto da ovulação, ele fica num aspecto de cola, elástico; 
o Após a ovulação, ele fica espesso, turvo, mais solto; 
Portanto, deve ocorrer a abstinência desde o momento em que se 
percebe que esse muco está espesso até 4 dias depois dessa 
percepção; 
 
 
▪ Coito interrompido ou ejaculação extravaginal: consiste na interrupção 
do ato sexual antes da ejaculação. 
MÉTODOS DE BARREIRA 
▪ Preservativo masculino (camisinha): funciona como uma barreira 
mecânica, impedindo que o esperma entre em contato com a vagina; 
▪ Preservativo feminino (camisinha): reveste a vagina e a parte externa da 
vulva protegendo os grandes lábios; 
▪ Espermicida: é uma substância que mata os espermatozóides. É colocada 
no fundo da vagina, bem próxima ao colo uterino e possui efetividade por 
até 2 horas. Um exemplo é o Nonoxinol-9; 
▪ Diafragma: é um dispositivo circular flexível que impede que os 
espermatozóides cheguem ao útero. Normalmente é utilizado junto com 
um espermicida. É colocado pouco antes da relação e deve ser retirado 
após 6 horas; 
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS 
 O DIU funciona como um corpo estranho no organismo, produzindo alterações 
morfológicas e bioquímicas nos fluidos endometriais. Existem dois tipos de DIUs: 
▪ De cobre: alteram as características biológicas e química do endométrio e 
impedem a gravidez. O DIU de cobre tem essa ação devido ao efeito do 
cobre sobre o tecido endometrial, além de inviabilizar os espermatozóides 
em seu trajeto no encontro com o óvulo para a fecundação. Esse DIU 
provoca aumento do fluxo menstrual e eventualmente cólica. Portanto, 
mulheres que já têm um fluxo aumentado, anemia, e/ou cólica/dor, devem 
evitar usá-lo; 
▪ Hormonal: o DIU utiliza o hormônio progesterona, que impede o 
desenvolvimento do endométrio. Dessa forma, não há produção das 
substâncias necessárias para manter os espermatozoides que, portanto, se 
tornam incapazes de fertilizar o óvulo. Esse DIU, ao contrário do primerio, 
reduz o fluxo menstrual. Portanto, é uma boa opção para mulheres com 
alto fluxo, anemia ou cólica; 
Ambos os DIUs mantém os ciclos hormonais da mulher, já que a ação 
contraceptiva ocorre diretamente no útero. 
HORMONAIS 
 São muito utilizados no Brasil. São métodos que utilizam substâncias sintéticas 
que se assemelham aos hormônios sexuais naturais da mulher: estrogênios ou 
progesterona. Atuam, portanto inibindo a oovocitação ou ainda podem atuar modificandoas condições uterinas. Apresentam uma alta eficácia se forem usados corretamente pela 
paciente. 
▪ Hormonais combinados: são uma combinação de estrogênio + 
progesterona. Encontramos aqui: pílulas contraceptivas de uso oral, o 
injetável mensal, o adesivo transdérmico e o anel intravaginal. O 
mecanismo de ação é o seguinte: a substância que imita o estrogênio vai 
inibir a liberação de FSH pelo feedback negativo e a substância que imita 
a progesterona inibi a liberação de LH. Sem FSH não ocorre o 
desenvolvimento do folículo ovariano e sem LH não ocorre a ovulação. 
Além disso, o estrogênio dessa formulação estabiliza o endométrio, 
reduzindo os sangramentos e aumenta a produção hepática de 
betaglobulina, reduzindo a fração livre de testosterona. Já a progesterona 
sintética torna o muco cervical espesso (o que dificulta a 
espermomigração), reduz a motilidade tubária e ainda tem efeito 
antiproliferativo no endométrio. 
 
 
 
 
 
 
✓ Contraceptivo oral combinado: o principal estrogênio utilizado é 
etinilestradiol, mas pode haver ainda estradiol e o valerato. Hoje a 
dose recomendada padrão é a de 50 mcg, sendo qualquer valor 
abaixo/acima disso considerado como baixa/alta dose. Já foi 
constatado que os estrogênios conseguem aumentar os fatores de 
coagulação no sangue, além de criarem uma resistência orgânica à 
proteína C-reativa, que é um anticoagulante natural do corpo. Com 
relação ao tipo de progestagênio contido, classifica-se em: 1ª 
geração (levonorgestrel + 50 mcg de etinilestradiol), 2ª geração 
(levonorgestrel + doses menores de etinilestradiol) e 3ª geração 
(desogestrel ou gestodeno + progestágeno qualquer); 
✓ Injetável mensal: a aplicação ocorre via intramuscular a cada 30 
dias. Normalmente os mais utilizados são de valerato de estradiol 
+ enantato de noretisterona, e o cipionato de estradiol + acetato de 
medroxiprogesterona; 
✓ Anel vaginal: é um anel transparente e flexível, contendo 2,7 mg 
de etinilestradiol + 11,7 mg de etonogestrel. A cada dia, ele libera 
uma certa quantidade desses hormônios. É colocado em forma de 
“8” no fundo da vagina entre o 1º e o 5º dia do ciclo menstrual, 
devendo permanecer por três semanas consecutivas. Faz-se uma 
pausa de sete dias, quando ocorre o sangramento e recoloca um 
novo dispositivo ao final da pausa; 
✓ Adesivo transdérmico: é um adesivo dividido em uma camada 
interna que contém pré-hormônios e uma camada externa resistente 
à água. Diariamente, ele libera certa quantidade desses pré-
hormônios, que caem na circulação, chegam ao fígado e são 
metabolizados em levonorgestrel. O adesivo deve ser aplicado na 
pele limpa, preferencialmente nas nádegas, parte externa do braço, 
abdome inferior ou região superior do dorso, evitando as mamas. 
Basta pressionar o adesivo por cerca de 10 segundos. O primeiro 
adesivo é aplicado no 1º dia do ciclo e, depois disso, é trocado uma 
vez por semana. Depois da 3ª semana, faz-se uma pausa, ocorre o 
sangramento e ao final da pausa um novo adesivo é colocado. 
▪ Contendo apenas progestogênio: nesse grupo encontram-se a pílula de 
progesterona isolada, o injetável trimestral, o implante subdérmico e o SIU 
de levonorgestrel: 
o Pílula de progesterona isolada: possuem efeito contraceptivo 
através do espessamento do muco cervical e inibição da 
implantação do embrião no endométrio (se estivermos falando da 
minipílula), ou podendo atuam além dessa forma, não inibição da 
ovulação, através das pílulas de desogestrel; 
o Injetável trimestral: indicado para paciente que possuem contra 
indicação em relação aos estrogênios. Ele bloqueia a ovulação pela 
inibição do LH, também levando à alteração nas características do 
muco e atrofia endometrial. Por isso, pode levar à amenorreia e 
redução da dismenorreia, TPM e câncer endometrial; 
o Implante subdérmico: mesma ideia do adesivo, porém duração de 
3 e alguns até de 5 anos, e fica abaixo da derme. Funciona como 
uma tatuagem e sua retirada retorna ao período fértil em 18 
semanas mais ou menos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: Mário Souza/Medicina Unime (3º semestre)

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