Buscar

PODER CONSTITUINTE - DIREITO CONSTITUCIONAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Constitucional (1o Bimestre)
· Constituição é a certidão de nascimento de um Estado;
· Significado da palavra ''constituição'' é extenso- constitui a ação (do Estado), concretiza as normas;
· É principiológica, isto é, visa garantir direitos e garantias fundamentais por meio de princípios;
· É declaratória pois declara direitos;
· Utilizada para limitar o poder estatal- visível na história;
· Presente no Estado Democrático de Direito, em que o poder emana do povo e seus agentes são submissos a lei;
· O Supremo Tribunal Federal julga as questões de matéria constitucional;
Poder Constituinte
· Poder de caráter político por meio do qual se cria, extingue ou garante a permanência de uma Constituição;
· O povo é titular deste poder- art. 1º: “todo poder emana do povo”;
· Manifestação- hiato constitucional: ocorre quando o texto não mais se adapta a sociedade;
· Durante o hiato, quatro fenômenos podem se manifestar:
· Mutação Constitucional: dá-se outro sentido interpretativo ao texto constitucional, sem alterá-lo;
· Reforma do Texto: por meio de emendas (poder constituinte reformador);
· Assembléia Nacional Constituinte: elaboração de uma nova Constituição (poder constituinte originário);
· Hiato Autoritário: outorga ilegítima- antidemocrática de uma Constituição.
 ex: Estado Novo e Golpe de 1964.
Poder Constituinte Originário:
Constitui os outros poderes, mas não foi constituído por nenhum, ou seja, o poder legislativo, judiciário e executivo são poderes constituídos pelo constituinte.
1. Originário: 1o grau;
2. Natureza: Poder de Direito;
 Poder de Fato- norma hipotética fundamental;
3. Características: inicial (nova ordem jurídica), autônomo (não está subordinado a outra), ilimitado/incondicionado (não encontra limite no direito anterior) e pré-jurídico (doutrina positivista- a doutrina jusnaturalista considera limitado pelo poder natural);
4. Agente: Assembléia Nacional Constituinte (preâmbulo da CF/88);
5. Titular: povo;
· Rompe completamente com a ordem jurídica anterior;
· Pode ser realizada tanto por revolução quanto por Assembléia Nacional Constituinte;
· Independe do ato constitucional que materializa essa manifestação;
· Apesar de ser ilimitado, não significa que ele é arbitrário ou absoluto, tem limitações pautadas no juízo de valor da sociedade;
· Para ser legítimo, não pode afrontar valores supra legais de justiça;
· É poder de fato- só se estabelece após manifestação;
· É incondicional e soberano em relação as suas decisões;
· É permanente até momentos ou hiatos constituintes ocorrerem;
· Caráter político.
Também denominado de ''genuíno'', consiste no poder que atua em um primeiro ato, com inteira independência de normas positivas. É o poder que instituí o Estado, pressupondo sua anterioridade, de modo que tudo passa a decorrer a partir dele. Uma das suas principais características é o fato de ser inicial, ou seja, ser o que constitui outros poderes. 
No entanto, o poder constituinte originário não é constituído por nenhum outro poder. Devido a essa questão, ele é autônomo diante dos outros poderes e incondicionado. Possui como agente a Assembléia Nacional Constituinte, conforme previsão elencada na Constituição Federal de 1988. De acordo com teses, é considerado um poder de fato, pois está vinculada a uma norma hipotética fundamental. 
O titular desse poder é o povo. O poder constituinte originário é o poder para a criação de uma nova ordem constitucional. Tradicionalmente, diz-se que do poder constituinte originário decorrem o poder constituinte derivado reformador e o poder constituinte derivado decorrente. Atualmente, fala-se também em poder constituinte difuso.
· Subdivisão:
· Material: aspecto substancial, estabelece o que é considerado inconstitucional;
· Formal: dá ao material a sua expressão normativa, insere o material nas regras legislativas, garante sua supremacia, estabilidade e permanência.
· Histórico: originário original;
· Revolucionário: estabelece um Novo Estado onde já havia um.
· Formas de Expressão:
· Outorga: manifestação unilateral do agente revolucionário;
· Convenção: constituinte, deliberação de representação popular.
Poder Constituinte Derivado:
· 2º Grau;
· Algumas doutrinas preferem chamar de competência;
· É limitado e condicionado pelo originário e segue as regras deste;
Poder Constituinte Reformador: é constituído.
1. Poder de reforma constitucional;
2. Natureza: Poder de Direito- busca fundamento na Constituição;
3. Características: derivado (deriva de uma norma positiva anterior); subordinado (obedece o originário); condicionado (a todos os princípios pré-estabelecidos);
4. Vedações- art. 60 CF/88
a) formais/procedimentais (emendas constitucionais);
b) circunstanciais (§ 1);
c) materiais (cláusulas pétreas);
d) temporais (art. 37, § 5);
e) circunstancial
· Capacidade de alterar o texto constitucional;
ex: Emendas Constitucionais.
· É um poder de natureza jurídica e não, política;
· É condicionado e limitado, com limitações constitucionais expressas e implícitas:
Expressas:
· Quórum qualificado de 3/5;
· Votação em 2 turnos em cada uma das casas legislativas;
· Não pode em estado de sítio, defesa e intervenção federal;
· Limitado pelas cláusulas pétreas do art. 60 §4º;
Implícitas:
· Alterar a titularidade dos poderes constitucionais;
· Alterar os limites expressos (dupla revisão altera para alterar);
Poder Constituinte Revisor:
· Também derivado do originário;
· Caráter jurídico, limitado e condicionado;
· Instituído pelo 3º ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
· Revisão após 5 anos da promulgação da CF/88;
· Maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, resumidos em sessão unicamaral;
· Segue os limites materiais do reformador;
· Não pode:
· Substituir o texto integralmente;
· Alterar a forma republicana;
· Alterar o sistema presidencialista;
· Não foi alterada muita coisa após 1994, os efeitos se exauriram, já que só foi autorizado uma vez.
Poder Constituinte Decorrente: 
· Poder jurídico, limitado e condicionado;
· Também derivado do poder constitucional originário;
· A função é a elaboração e alteração das Constituições dos Estados-Membros da Federação;
· Decorre dos poderes de auto-organização, autogoverno e autoadministração;
· Tem duas modalidades:
· Inicial: o instituído, aquele que elabora a Constituição Estadual;
· Revisão Estadual: modifica o texto, obedecendo procedimento estabelecido pela própria Constituição Estadual;
· É limitado pois obedece os princípios da CF/88, no art. 25:
· Princípio Constitucional Sensíveis;
· Princípio Constitucional Estabelecidos;
· Princípio Constitucional Extensíveis.
· Este poder não se estende aos municípios e territórios;
· O Distrito Federal, regido por lei orgânica, tem pela jurisprudência entendimento de Constituição Estadual.
Diferentemente do originário, o poder derivado é constituído por ele. Esta modalidade em específico se encontra dentro da classificação do poder constituinte derivado. Recebe o nome de poder ''instituído'', ''constituído'' ou ''secundário''. Possui poder de reforma constitucional, sendo elencado como o poder que uma coletividade delega a um representante que terá a tarefa de atualizar ou então inovar a Ordem Jurídica Constitucional. 
Ele pode ser utilizado para a elaboração de uma nova constituição que substitui uma outra prévia e soberana ou então, para a modificação da atual por meio da Emenda Constitucional, mudando o que não se encaixa na atual ordem social, jurídica e política daquele momento. É através deste poder que se elaboram ainda as constituições dos estados pertencentes à federação brasileira. Possui natureza de poder de direito, buscando fundamento na Constituição. Uma de suas características é o fato de ser derivado do poder originário e subordinado a ele, devendo obedecer o estabelecido pelo originário. 
Além disso, ele se encontra condicionado a todos os princípios pré-estabelecidos pelo poder originário. Em específico, o poder constituinte derivado decorrente também é obra do poder constituinte originário.É o poder investidos aos Estados Membros para elaborar sua própria constituição, sendo assim possível a estes estabelecer sua auto-organização. É importante mencionar que os municípios não possuem o Poder Constituinte Decorrente, para que possam organizar uma constituição própria. 
O município é guiado por uma Lei Orgânica, não se podendo confundir tal lei com uma constituição. Em situação semelhante encontra-se o Distrito Federal, que é regido por Lei Orgânica, assim como os municípios, aplicando-se o mesmo a este ente, que, apesar disso é autônomo, possui capacidade de auto-organização, autogoverno, auto-administração e autolegislação. 
Poder Constituinte Difuso:
· Manifesta-se pelo fenômeno da mutação constitucional, por meio do qual se dá nova interpretação a determinado dispositivo da CF, sem, no entanto, alterar seu texto.
Para além das modificações formais, no entanto, são reconhecidas modificações informais, isto é, aquelas que não modificam o texto da Constituição, mas o significado dos dispositivos nela inseridos. Enquanto as modificações formais são implementadas pelo poder constituinte reformador, as modificações informais derivam do poder constituinte difuso. O poder constituinte difuso é o responsável pelos processos informais de modificação da Constituição, ou seja, as ditas mutações do texto constitucional. 
É aquele poder que realiza mudanças relacionadas ao conteúdo e ao alcance das normas constitucionais, sem a necessidade de alteração do texto formal. Em outras palavras, trata-se do poder de modificar o sentido das disposições constitucionais, às quais ganham nova significação e alcance para se adequar as mudanças do tempo e do espaço. A respeito do assunto, são ilustrativas as palavras do Professor Uadi Lammêgo Bulos: ''Enquanto o poder originário é a potência, que faz a Constituição, e o poder derivado, a competência, que a reformula, o poder difuso é a força invisível que a altera, mas sem mudar-lhe uma vírgula sequer.'' 
O poder constituinte difuso não pode ser exercido de forma a negar a força normativa da Constituição, devendo buscar antes a maior efetividade das disposições constitucionais. Além disso, como o próprio nome sugere, é exercido de maneira difusa pelos vários intérpretes e aplicadores da lei, não encontrando previsão explícita na Constituição ou estando sujeito às limitações formais a que se submete o poder constituinte derivado reformador.
Poder Constituinte Supranacional:
· Definido pela doutrina moderna;
· Segue a tendência mundial da globalização do direito constitucional;
· Age de fora para dentro, estabelecendo parâmetros supranacionais de legitmação da Constituição;
· Com partilhamento de regras e princípios comuns;
· Direitos Humanos, etc.
O poder constituinte supranacional é a modalidade de poder constituinte definido pela doutrina mais recente e que necessita de estudos mais aprofundados, já que se constitui como um tema relativamente novo. Esse tipo de poder segue uma tendência mundial de globalização do direito constitucional, também chamado de transconstitucionalismo, em que os temas são sistematizados como conflitos entre constituições ou poderes constituintes em um mesmo espaço político. 
Partindo do Estado Nacional como princípio, o poder constituinte supranacional age de fora para dentro, estabelecendo parâmetros supranacionais para a legitimação das Constituições. Deste modo, o poder constituinte supranacional atua na busca da melhor maneira possível de resolução dos problemas relacionados à direitos humanos e à organização do poder. Com esse objetivo, tal poder deve ser capaz de submeter a si todas as Constituições nacionais e buscar seus fundamentos em conceitos como a cidadania universal, a vontade de integração e o pluralismo de ordenamentos jurídicos.
Esse poder não se confunde com o ordenamento jurídico interno de cada país, nem com o direito internacional. O contexto da União Européia é um dos exemplos que mostra a necessidade do poder constituinte supranacional, pois os países membros compartilham regras comuns que transcendem as fronteiras nacionais e que podem apresentar verdadeiras características de Constituições.
1

Outros materiais