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VIAS AÉREAS INFERIORES Anatomia Traqueia, brônquios e bronquíolos são condutores, os alvéolos que são realmente a parte respiratória Estrutura básica do pulmão Brônquio Bronquíolo (sem cartilagem e glândulas submucosas) Alvéolos Brônquio: -Epitélio pseudoestratificado colunar ciliado Alvéolo: -Endotélio capilar O vaso fica no interstício, septos que ficam entre os alvéolos. Septos alveolares são meio imperceptíveis porque são bem estreitos, conjuntivo frouxo que tem uns vasinhos, tem pouca complacência -Membrana basal e tecido intersticial -Epitélio alveolar (pneumócitos tipo I e tipo II) -Macrófagos alveolares – fagocitam as partículas estranhas que têm no ar -Poros de Kohn: entre alvéolos adjacentes Pneumonia – Definição Infecção do parênquima pulmonar Existe vários tipos de pneumonia com diferentes etiologias Um tipo de pneumonia pode predispor a outro O mais comum é que a infecção ocorra pelas vias aéreas, mas pode ocorrer por disseminação hematogênica e pode também depois do pulmão atingir outros órgãos (ex.: sepse de origem pulmonar) Pneumonias nosocomiais (adquiridas durante hospitalização) são comuns, teoricamente tem potencial de ser mais grave, porque considera que em hospitais podem ter microrganismos mais resistentes Pneumonias comunitárias são adquiridas na comunidade Causas comuns de infecções pulmonares Perda ou supressão dos reflexos de tosse; lesão do aparelho mucociliar; acúmulo de secreções (ex. fibrose cística); alteração da função dos macrófagos alveolares; congestão e edema pulmonar IMAGEM: quando há danos no mecanismo de defesa/barreira abre uma porta para infecções pulmonares. Alterações no surfactante, nos inibidores de ação dos macrófagos alveolares... imunossupressão no geral e a patogenicidade do agente também influenciam no risco de pegar pneumonia e na evolução do quadro. Classificação Classificação de acordo com a distribuição anatômica PNM lobar 🡪 Maioria por bactérias Broncopneumonia PNM intersticial 🡪 Principalmente vírus e micoplasma Pneumonias atípicas Do ponto de vista clínico, o mais importante é a identificação do agente causal e a determinação da extensão da doença – para saber o tratamento. O ideal seria sempre fazer cultura, mas na prática faz tratamento empírico e caso complique que faz cultura. Pneumonia lobar Há essa divisão morfológica, mas não há aplicação prática na clínica Processo inflamatório distribuído uniformemente no lobo pulmonar Infecção bacteriana aguda que resulta em uma consolidação fibrino-supurativa de uma grande porção de um lobo ou de todo o lobo Consolidação → substituição do ar dos alvéolos e sacos alveolares por exsudato inflamatório. O lobo fica mais pesado. Dependendo do grau dessa consolidação pode ter quadro de insuficiência respiratória Vias aéreas maiores (traqueia e brônquio) permanecem pérvias Microorganismo mais associado: Streptococcus pneunomiae Fases (estágios de resposta inflamatória): 1. Congestão 2. Hepatização vermelha 3. Hepatização cinzenta 4. Resolução Terapia antimicrobiana atual frequentemente retarda ou interrompe a progressão Congestão De 24-48h, início da infecção. Pulmão cheio de sangue, pois há vasodilatação no começo do processo inflamatório Macroscopia: Pulmão pesado, pastoso e vermelho Microscopia: Intensa congestão dos capilares septais Fluído intra-alveolar Poucos neutrófilos e numerosas bactérias nos alvéolos, porque está começando, a congestão está acontecendo para que os neutrófilos cheguem Hepatização vermelha Macroscopia: Lobo vermelho, firme, não aerado. Perde o aspecto de esponja Consistência semelhante ao fígado, pulmão fica mais consolidado Chamada de hepatização vermelha porque ainda tem congestão Microscopia: Exsudação maciça Hemácias, neutrófilos, fibrina e bactérias preenchem os alvéolos Muito exsudato dentro dos alvéolos Hepatização cinzenta Macroscopia: Superfície seca de coloração marrom-acinzentada, perde a vermelhidão da congestão Microscopia: ↑ células inflamatórias e da fibrina nos alvéolos (exsudato fibrinosupurativo) ↓ congestão (hemácias) e número de bactérias Diminui congestão (porque já diminui a vasodilatação do processo inflamatório) e predomina exsudato Diminui o número de bactérias, porque elas estão sendo combatidas Pode haver destruição dos septos por causa da quantidade de exsudato nos alvéolos. Isso forma um buraco = evolução para abscessos Resolução Digestão enzimática do exsudato nos alvéolos ↓ Restos granulares semilíquidos ↓ 1. Reabsorvidos 2. Ingeridos por macrófagos 3. Expectorados 4. Organizados por fibroblastos (fica uma cicatriz) Broncopneumonia Acomete mais frequentemente crianças, idosos e indivíduos debilitados Múltiplos focos de inflamação do parênquima Geralmente multilobar Frequentemente bilateral Frequentemente basal (tendência das secreções gravitarem para os lobos inferiores) Macroscopia: Áreas arredondadas, mal delimitadas, confluentes, levemente elevadas, secas, granulares Geralmente 3-4 cm Tonalidade cinza-amarelo-avermelhada Secreção quando tosse geralmente amarelada Microscopia: Exsudato purulento na luz dos alvéolos, brônquios e bronquíolos As mesmas fases da PNM lobar podem acontecer, porém com distribuição focal Obs.: Diferença do exsudato para edema na lâmina: presença de células inflamatórias no exsudato, no edema é homogêneo Complicações PNM lobar e Broncopneumonia Formação de ABSCESSO (destruição tecidual e necrose) = fica uma cavidade cheio de exsudato · Obs.: diferente da caverna tuberculosa porque na caverna não tem bactérias, não tem coleção de exsudato Extensão para cavidade pleural→ reação fibrino-supurativa = EMPIEMA Organização → FIBROSE (solidificação de área pulmonar), se for muito extensa pode ter comprometimento da função respiratórai DISSEMINAÇÃO BACTERÊMICA · Abscessos metastáticos · Endocardite · Meningite · Artrite supurativa Pneumonia Bacteriana Causa mais comum de pneumonia aguda adquirida na comunidade O Streptococcus pneumoniae ou pneumococcus é o agente mais comum da pneumonia aguda adquirida na comunidade Padrão de distribuição: · Broncopneumonia: consolidação irregular (múltiplos focos) · Pneumonia lobar: consolidação de parte de um lobo (áreas extensas) Podem se sobrepor!!! – ter no mesmo pulmão os 2 padrões Pneumonia intersticial Formas de apresentação variadas Predisposição para infecção bacteriana 2ª Mycoplasma sp. Vírus · Influenza A e B · Vírus respiratório sincicial · Rinovírus · Adenovírus · Herpes simples · Varicela-zóster · Citomegalovírus · Sarampo · Chlamydia pneumoniae · Coxiella burnetti Macroscopia: 1. Acometimento disperso 2. Comprometimento de um lobo inteiro, de forma uni ou bilateral 3. Pode não haver alteração 4. Áreas afetadas são vermelho-azuladas, congestas, subcrepitantes. Perde um pouco do aspecto esponjoso Microscopia: Processo inflamatório nos septos alveolares Septos alveolares alargados: 1. Edema 2. Infiltrado inflamatório de mononucleares (linfócitos, histiócitos e plasmócitos) Alvéolos: · Pouco comprometidos · Pequena quantidade de líquido e exsudato celular · Casos graves: membranas hialinas Abscesso pulmonar Complicação relativamente frequente Cavidade preenchida por secreção purulenta, dentro do parênquima pulmonar = área localizada de necrose do tecido pulmonar Ocorre como resultado da agressão e destruição teciduais Pus = restos celulares resultantes de necrose tecidual, células inflamatórias e microorganismos · Tosse · Febre · Escarro purulento ou sanguinolento de odor fétido Provavelmente esse “buraco” vai ser reparado depois por fibrose Causas: Complicação de pneumonia bacteriana (ex: S. aureus e K. pneumoniae) Aspiração (alcoolismo, coma, anestesia...) Infecção secundária a lesões prévias (tumores, infartos) Embolia séptica (tromboflebites, endocardite...) Trauma torácico perfurante
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