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RESUMO: RÁPIDO E DEVAGAR: DUAS FORMAS DE PENSAR - DANIEL KAHNEMAN

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Resumo do Livro: 
 Rápido e Devagar: Duas formas de Pensar – Daniel Kahneman 
 
 Para explicar as duas formas humanas de pensar, Kahneman nos apresenta 
duas partes do cérebro que ele define como o intuitivo Sistema 1, que exerce 
o pensamento rápido, e o oneroso e mais lento Sistema 2, que executa o 
pensamento lento, monitora o Sistema 1 e mantém o controle da melhor 
forma que pode dentro de seus recursos limitados. 
Os Dois Sistemas: O sistema 1 é o sistema intuitivo, opera automática e 
rapidamente com pouco ou nenhum esforço e nenhuma percepção de 
controle voluntário. 
 O sistema 2 é o sistema racional, aloca atenção às atividades mentais 
laboriosas que o requisitam. Muitas vezes associados à escolha e 
concentração, o atento Sistema 2 é quem pensamos que somos. Articula 
julgamentos e faz escolhas, mas com frequência endossa ou racionaliza ideias 
e sentimentos que foram gerados pelo Sistema 1. O sistema 1, gera 
continuamente sugestões para o sistema 2, como intuições, sugestões e 
sentimento, que se endossados pelo sistema 2, as impressões e intuições se 
tornam crenças, e impulsos se tornam ações voluntárias. 
 A maior parte do que você pensa (sistema 2) origina-se no sistema 1, mas o 
sistema 2 toma a controle quando as coisas ficam mais difíceis e geralmente é 
ele quem tem a última palavra. Essa divisão de trabalho entre o sistema 1 e 2 
eficientemente minimiza o esforço e otimiza o desempenho do cérebro. 
O Sistema 1 registra o conforto cognitivo com que processa informação, mas 
não gera um sinal de alerta quando se torna pouco confiável. Respostas 
intuitivas vêm à mente com rapidez e confiança, sejam originadas das 
habilidades, sejam da heurística. Não existe um modo simples de o Sistema 2 
fazer a distinção entre uma reação apta e uma reação heurística. Seu único 
recurso é reduzir a velocidade e tentar construir uma resposta por conta 
própria, coisa que ele reluta em fazer porque é indolente. 
 * Especializar-se em uma tarefa diminui a demanda de energia. 
 * As formas mais laboriosas de pensamento lento são as que exigem que 
você pense rápido. 
 * Normalmente evitamos a sobrecarga mental dividindo nossas tarefas em 
múltiplos passos fáceis, relegando os resultados intermediários. 
 Um esforço de vontade ou autocontrole pode ser cansativo: se você se vê 
obrigado a se forçar a fazer algo, fica menos disposto ou menos capaz de 
exercer autocontrole quando o próximo desafio se apresenta. O fenômeno 
têm sido chamado de esgotamento do ego (ego deplention). O esforço 
emocional reduz a capacidade de suportar a dor da concentração muscular 
prolongada, e pessoas de ego esgotado deste modo sucumbem mais 
rapidamente à necessidade de desistir. 
• A restauração no nível de açúcar (glicose) disponível no cérebro pode 
impedir ou atrasar a deterioração do desempenho. 
 Muitas pessoas tendem a depositar toda a sua fé no sistema intuitivo, (por 
serem muito confiantes). A resposta plausível que intuitivamente vem à sua 
cabeça com essa excessiva confiança torna-se mais difícil de encontrar a 
resposta lógica (e verdadeira). É preciso se dar o trabalho de pensar sobre o 
problema. 
 Sabe-se que o sistema 1 está envolvido quando a conclusão vem antes dos 
argumentos qua a sustentam. 
Racionalidade = ceticismo acerca de suas intuições. 
 Ativação associativa: Quando Ideias que foram evocadas disparam muitas 
outras ideias numa cascata crescente de atividade em seu cérebro. O traço 
essencial dessa série complexa de eventos mentais é sua coerência. Cada 
elemento está conectado, e cada um apoia e fortalece os outros. A palavra 
evoca lembranças que evocam emoções que por sua vez evocam expressões 
faciais e outras reações. Em “investigação sobre o desenvolvimento humano”, 
David Hume reduziu os princípios de associação a três: semelhança, 
contiguidade de tempo e lugar, e casualidade. Como por exemplo a ideia de 
dinheiro evocar individualismo, pode moldar nosso comportamento e 
atitudes de maneiras a respeito da quais não temos consciência e talvez das 
quais não nos orgulhemos. 
 Ou sentir que a própria alma está manchada (sentimento de remorso ou 
violação, por exemplo) parece disparar o desejo de limpar o corpo. Esse 
impulso é apelidado de “efeito Lady Macbeth”. 
 O sistema 1 fornece as impressões que muitas vezes se transformam em 
suas crenças, e é a fonte os impulsos que muitas vezes se tornam suas 
escolhas e ações. Ele oferece uma interpretação tácita do que acontece com 
você e em torno de você, ligando o presente com o passado recente e com 
expectativas sobre o futuro próximo. Contém o modelo do mundo que avalia 
instantaneamente os eventos como normais ou surpreendentes. É a fonte de 
seus julgamentos intuitivos rápidos e muitas vezes precisos. E faz a maior 
parte disso sem que você tenha conhecimento consciente de suas atividades. 
 Conforto Cognitivo: estímulos cerebrais que nos dão a impressão de 
veracidade e familiaridade. Como por exemplo quando temos a impressão de 
que uma informação é verdadeira por conter termos familiares e argumentos 
de fácil entendimento. Um jeito confiável de fazer as pessoas acreditarem em 
falsidades é o uso da repetição frequente, pois a familiaridade não é 
facilmente distinguível da veracidade. 
 Como você sabe que uma afirmação é verdadeira? Se ela está ligada 
fortemente por lógica ou associação a outras crenças ou preferências que 
você possui, ou vem e uma fonte em que você confia e de que gosta, você vai 
ter uma sensação de conforto cognitivo. 
 A tensão cognitiva é vivenciada quando o sistema 2 está envolvido, a 
experiência da tensão cognitiva tenda a mobilizar o sistema 2, mudando a 
abordagem que as pessoas fazem dos problemas de modo intuitivo e casual 
para um modo mais empenhado e analítico. Assim, há maior probabilidade 
de rejeitar a resposta intuitiva sugerida pelo sistema 1. Quando estamos 
desconfortáveis e infelizes, perdemos contato com nossa intuição; enquanto 
estamos de bom humor, nos tornamos mais intuitivos e criativos, mas 
também menos vigilantes e mais propensos ao cometer erros lógicos. 
 Kahneman chama de Efeito Halo um viés comum que desempenha um 
grande papel no modo como vemos as pessoas e as situações, como a 
tendência a gostar ou desgostar de tudo a respeito de uma pessoa. 
 WYSIATI: What you see, is all there is (o que você vê é tudo que há). O 
sistema1 é radicalmente insensível tanto à qualidade tanto à quantidade de 
informação que origina as impressões e intuições. Nem a quantidade nem a 
qualidade da evidência contam muito para a confiança subjetiva. WYSIATI 
facilita a conquista de coerência e de conforto cognitivo que nos leva a 
aceitar uma informação como verdadeira. Explica por que podemos pensar 
com rapidez e como somos capazes de extrair sentido de informação parcial 
em um mundo complexo. “O que você vê, é tudo o que há”. 
 Efeitos de enquadramento: Modos diferentes de apresentar a mesma 
informação frequente evocam diferentes emoções. A equivalência das 
formulações ativas é transparente, mas o indivíduo normalmente vê apenas 
uma formulação, e o que ele vê é tudo o que há. 
 A definição de heurística é um procedimento simples que ajuda a encontrar 
respostas adequadas – ainda que geralmente imperfeitas – para perguntas 
difíceis. Substituir uma pergunta por outra pode ser uma boa estratégia para 
resolver problemas difíceis. Aonde a resposta para uma pergunta fácil, pode 
servir também como resposta para uma pergunta difícil. 
 A lei dos pequenos números é a manifestação de um viés geral que 
favorece a certeza sobre a dúvida. O sistema 1 se antecipa aos fatos ao 
construir uma imagem rica com base em fragmentos de evidência. 
Geralmente vai produzir uma representação da realidade que faz sentido 
demais. A lei dos pequenos números faz partede duas histórias maiores 
sobre as operações da mente: 
• A fé exagerada em amostragens – prestamos mais atenção ao 
conteúdo das mensagens do que à informação sobre sua 
confiabilidade. 
• As estatísticas produzem muitas observações que parecem pedir por 
explicações casuais, mas que não se prestam a tais explicações. 
Explicações casuais de eventos ao acaso estão inevitavelmente erradas. 
 Efeito de ancoragem – Acontece quando uma pessoa se apega a uma 
estimativa baseada na primeira impressão construída a partir de fragmentos 
de dados. Essa primeira impressão permanece na sua mente e ainda pode 
influenciar na decisão final, mesmo após a pessoa ter dados mais completos 
dos quais contradizem essa impressão. Nos enganamos ao pensar que nossas 
decisões são feitas racionalmente ao analisar todos os dados antes de fazer 
uma escolha. 
 Há uma forma de ancoragem que ocorre em um processo deliberado de 
ajuste, uma operação do sistema 2. Quando fazemos uma estimativa sobre 
algo do qual temos uma grande margem de incerteza. São ações de 
julgamento e escolha do sistema 2. Porém, o sistema 2 funciona baseado em 
dados que são recuperados da memória, numa operação automática e 
involuntária do sistema 1, sendo assim suscetível à influência de um viés de 
âncoras que tornam parte da informação mais fácil de recuperar. 
 E há uma ancoragem que ocorre por um efeito de priming, uma 
manifestação automática do sistema 1. 
• É chamado de Efeito Priming quando uma informação ou algum 
estímulo, bem como a ordem e a maneira em que é apresentado 
(muitas vezes implícito), influencia no modo como a pessoa pensa, 
reage e se comporta. Ainda que a pessoa não se lembre ou nem 
mesmo perceba esse estímulo. 
 
 Definimos a heurística de disponibilidade como o processo de julgar a 
frequência segundo a “facilidade com que as ocorrências vêm à mente”. 
A heurística de disponibilidade, como outras heurísticas, substitui uma 
questão pela outra. 
• Taxas-base estatísticas são fatos sobre uma população à qual um caso 
pertence, mas não são relevantes para o caso individual. De um modo 
geral são subestimadas, e às vezes completamente negligenciadas, 
quando alguma informação específica sobre o caso em questão está 
disponível. 
 
• Taxas-base causais mudam sua opinião de como o caso individual veio 
a ocorrer. Taxas-base causais são tratadas como informação sobre o 
caso individual e são facilmente combinadas com outra informação 
específica do caso. 
 Kahneman propôs o termo Falácia de Planejamento como um nome para 
um tipo de viés cognitivo que nos explica como tendemos a manipularmos, 
subestimando o tempo e o esforço necessário para executar uma tarefa e 
ainda procrastinando para fazê-la. A falácia de planejamento também pode 
interferir na sua vida financeira, como por exemplo quando você acaba 
sempre gastando mais do que planejou, ou sendo muito otimista na hora de 
fazer um investimento ou executar uma operação na bolsa de valores. 
 Efeitos do otimismo na tomada de decisões: Quando combinados, os 
fatores emocionais, cognitivos e sociais que apoiam o otimismo exagerado 
são uma poção inebriante, que por vezes leva as pessoas a assumir riscos que 
teriam evitado se soubessem das chances. Os efeitos do otimismo elevado na 
tomada de decisões são, quando muito, uma faca de dois gumes, mas a 
contribuição do otimismo para uma boa implementação é sem dúvida 
positiva. O principal benefício do otimismo é a resiliência em face dos 
reveses. 
 Kahneman chama Ilusão de validade um viés cognitivo que explica como 
superestimamos quão corretas são as nossas crenças e avaliações de mundo, 
mesmo que racionalmente elas não sejam melhores do que simples palpites. 
O que a ilusão de validade nos mostra é que, com pouquíssima informação, o 
nosso cérebro já é capaz de construir um argumento que nos leve a crer (de 
todo o nosso coração) que estamos tomando a melhor decisão possível. Um 
viés que se assemelha ao efeito de ancoragem, explicado anteriormente. 
 Uma das mais comuns formas de ilusão de validade está na relação entre 
compradores e vendedores de ações. Um lado acredita que o preço da ação 
está alto, e o outro acredita que está baixo. E nada garante quem está certo. 
Palpites evidenciam a incerteza e a incerteza praticamente nos corrói por 
dentro. É difícil assumir que a gente sabe pouquíssimo sobre o que vai 
acontecer, principalmente quando o nosso dinheiro está em jogo. 
 Para driblar o efeito da ilusão de validade, o importante é agregar novas 
evidências à sua avaliação. Desde métodos qualitativos a quantitativos, o foco 
deve estar em propor múltiplas soluções, esteja o seu problema focado em 
investimentos ou consumo. E ainda colocar sua solução à prova, com 
pesquisas e fórmulas comprovadas. 
 Burton Malkiel, apresentou em seu livro A Random Walk Down Wall Street 
a ideia de que o preço de um grupo de ações incorpora todo o conhecimento 
disponível sobre o valor da empresa e as melhores previsões sobre o futuro 
das ações. Se algumas pessoas acreditam que o preço de uma ação será 
maior no dia seguinte, eles compram mais dessa ação hoje. Isso, por sua vez, 
fará com que o preço suba. 
 Ilusão de Habilidade: A pessoa que adquire mais conhecimento desenvolve 
uma ilusão acentuada de sua habilidade e se torna irrealisticamente 
superconfiante. Quanto mais famoso o especialista, mais rebuscado o 
prognóstico. Especialistas muito requisitados eram mais superconfiantes do 
que seus colegas que ganhavam o sustento longe dos holofotes. Os 
especialistas são iludidos não pelas coisas em que acreditam, mas pelo modo 
como pensam. 
 Em 1738 o cientista suíço Daniel Bernoulli inventou a psicofísica para 
explicar a aversão ao risco. Sua ideia era clara: as escolhas das pessoas estão 
baseadas não em valores monetários, mas nos valores psicológicos dos 
efeitos, em suas utilidades. Porém sua teoria não tinha a variável do ponto de 
referência, o estado anterior relativo ao qual ganhos e perdas são avaliados. 
Para resultados financeiros, o ponto de referência usual é o status quo, mas 
também pode ser o resultado que você espera. Resultados que são melhores 
do que os pontos de referência são ganhos. Abaixo do ponto de referência 
eles são perdas. 
 Além do Ponto de referência, temos o princípio de aversão à perda. É 
chamada de aversão a perdas a tendência de priorizar a alternativa que 
oferece menor risco de perdas, em comparação à outras com maiores 
chances de ganho. A reação às perdas é mais forte do que a reação aos 
ganhos correspondentes. Também tende a levar as pessoas à uma preferência 
pelo status quo das coisas (medo de perdas medo de mudanças). Esse viés 
cognitivo pode te levar a fazer escolhas irracionais e insensatas. Cortesia do 
sistema 1. 
 A teoria da perspectiva/ teoria do prospecto) : Se baseia na tendência de 
aversão ao risco. Surgindo como uma crítica à teoria da utilidade esperada de 
Bernoulli – que é considerada normativa por se basear em deduções e 
idealizações – a teoria da perspectiva é tomada como descritiva, ao se focar 
em hipóteses para causas eventuais e na execução de testes que forneçam 
um veredito com o objetivo principal de compreender o comportamento real 
de quem toma as decisões. Idealizando o fato de que preferimos tomar 
decisões financeiras e econômicas optando a evitar uma perda do que tentar 
obter algo 
 Ainda no princípio de aversão à perda e aversão ao risco, temos o chamado 
Efeito Dotação, um viés comportamental que define nossa tendência em 
valorizar o que temos muito mais do que aquilo que não temos; Não em 
forma de gratidão, mas como um medo de perder essa posse, tendo até uma 
certa aversão à outras posses. Como diz o ditado“mais vale um pássaro na 
mão do que dois voando”. 
Assim, o Efeito Dotação possui grande influência sobre a tomada de decisões 
financeiras e sobre o próprio mercado financeiro, remetendo-se 
principalmente ao valor de compra e venda atribuído ao produto quando o 
valor emocional também é colocado na negociação. Como quando um 
investidor superestima o preço do seu ativo, impactando na diversificação do 
seu portifólio, técnica tão importante para amenizar os riscos. 
 A conclusão é inequívoca: os pesos de decisão que as pessoas atribuem a 
resultados não são idênticos às probabilidades desses resultados, 
contrariamente ao princípio de expectativa. Resultados improváveis recebem 
peso excessivo — isso é o efeito de possibilidade (possibility effect), o que faz 
com que resultados altamente improváveis sejam pesados 
desproporcionalmente mais do que “merecem”. O peso excessivo dado a 
probabilidades pequenas aumenta a atratividade tanto de apostas como de 
apólices de seguro. Possibilidade e certeza possuem efeitos similarmente 
poderosos no domínio das perdas. 
 Graças ao efeito de possibilidade, a preocupação não é proporcional à 
probabilidade da ameaça. Diminuir ou amenizar o risco não é adequado; para 
eliminar a preocupação, a probabilidade deve ser reduzida a zero. Qualquer 
ponderação de resultados incertos que não seja estritamente proporcional à 
probabilidade leva a inconsistências e outros desastres. Desvios sistemáticos 
do valor esperado são custosos a longo prazo — e essa regra se aplica tanto à 
aversão ao risco como à busca de risco. A atribuição constante de peso 
excessivo a resultados improváveis — característica da tomada de decisão 
intuitiva — acaba por levar a resultados inferiores. 
 O padrão quádruplo (fourfold pattern) de preferências é considerado uma 
das realizações centrais da teoria da perspectiva. As variações no 
comportamento das pessoas – a busca ou a aversão ao risco – que as levam a 
optar por cursos de ação, às vezes, pouco vantajosos ou irracionais decorrem 
de diferenças entre a possibilidade de ocorrência de eventos (positivos ou 
negativos) e o peso que, de fato, as pessoas atribuem a eles. 
Comportamentos avessos ao risco acontecem: quando os ganhos são quase 
certos, mas existe o medo de decepção; ou quando perdas improváveis estão 
contaminadas pelo efeito de possibilidade, o que realça o receio de que elas 
venham a ocorrer. Comportamentos que buscam o risco acontecem quando 
as perdas são quase certas, mas existe alguma esperança de evitar a perda; ou 
quando ganhos improváveis estão contaminados pelo efeito de possibilidade, 
o que realça a esperança de que eles venham a ocorrer. 
 Falácia ao apelo da probabilidade: Tendência humana em perceber eventos 
com alta probabilidade como garantidos. 
 Ilusão de foco: “Nada na vida é tão importante quanto você pensa que é 
quando você está pensando a respeito.” A ilusão de foco cria um viés em 
favor dos bens e experiências que são inicialmente empolgantes, mesmo que 
no fim das contas eles percam seu apelo. O tempo é negligenciado, fazendo 
com que as experiências que irão conservar seu valor de atenção a longo 
prazo sejam menos apreciadas do que merecem. O equívoco que as pessoas 
cometem na ilusão de foco implica dar atenção a momentos selecionados e 
negligenciar o que acontece em outros momentos. 
 Nos últimos capítulos, Kahneman apresenta a ideia dos “Dois Eus”, são o eu 
experiencial, que vive, e o eu recordativo, que mantém que cria memórias. O 
eu recordativo é uma construção do Sistema 2. Entretanto, os traços 
distintivos do modo como ele avalia episódios e vidas são característicos de 
nossa memória. A negligência com a duração (quando a duração da 
experiência não afeta as avaliações da recordação) origina-se no Sistema 1 e 
não necessariamente corresponde aos valores do Sistema 2. A negligência 
com a duração do eu recordativo, sua ênfase exagerada nos picos e fins da 
experiência e sua suscetibilidade ao retrospecto combinam-se para produzir 
reflexos distorcidos de nossa experiência real. 
 Confundir a experiência com a lembrança dela é uma ilusão cognitiva 
convincente — e é a substituição que nos faz acreditar que uma experiência 
passada pode ser arruinada. O eu experiencial não tem uma voz. O eu 
recordativo às vezes está errado, mas é ele que fica de olho no placar e 
governa o que aprendemos com a vida, e é ele quem toma as decisões. O que 
aprendemos com o passado é maximizar as qualidades de nossas futuras 
lembranças, não necessariamente de nossa futura experiência. Essa é a tirania 
do eu recordativo. 
 A definição de racionalidade como coerência é impossivelmente restritiva; 
ela pede adesão a regras de lógica que uma mente finita não é capaz de 
implementar. Pessoas razoáveis não podem ser racionais segundo essa 
definição, mas elas não devem ser rotuladas como irracionais por essa razão. 
Irracional é uma palavra forte, que conota impulsividade, emotividade e uma 
resistência obstinada ao argumento razoável. “Eu costumo me encolher todo 
quando dizem que meu trabalho com Amos demonstra que as escolhas 
humanas são irracionais, quando na verdade nossa pesquisa apenas mostrou 
que os Humanos não são bem descritos pelo modelo de agente racional.” 
 O modo de bloquear erros originados no Sistema 1 é simples, em princípio: 
procure reconhecer os sinais de que você está pisando em um campo minado 
cognitivo, reduza a velocidade e peça apoio do Sistema 2. 
 Tomar decisões é como falar — as pessoas fazem isso o tempo todo, tendo 
ou não consciência. Dificilmente será de surpreender, então, que o tópico da 
tomada de decisão seja partilhado por muitas disciplinas, da matemática e 
estatística, passando pela economia e pela ciência política, à sociologia e 
psicologia. O estudo de decisões enfoca tanto questões normativas como 
descritivas. A análise normativa diz respeito à natureza da racionalidade e da 
lógica da tomada de decisão. A análise descritiva, por outro lado, diz respeito 
às crenças e preferências das pessoas tal como elas são, não como devem ser. 
A tensão entre considerações normativas e descritivas caracteriza grande 
parte do estudo de julgamento e escolha. 
 
 
 
Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar – Daniel Kahneman 
Resumo feito por Rafael Vianna.

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