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Anatomia dos nervos faciais

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ANATOMOFISIOLOGIA 
APLICADA À ESTÉTICA
Gisele Andrade
Laura Cechinel
Anatomofi siologia 
dos nervos faciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer detalhadamente os nervos da cabeça.
  Associar os nervos da cabeça aos músculos e à pele.
  Compreender a função dos nervos da cabeça, associando-os com a 
sua posição anatômica e as consequências de possíveis danos.
Introdução
As regiões da face podem ser atingidas durante alguns procedimentos 
estéticos mais invasivos. Por isso, é muito importante reconhecer as regiões 
na face com maior potencial de dano neurológico. Algumas regiões são 
mais propensas a danos e são conhecidas como zonas de perigo. Assim, 
o dano a alguns nervos, principalmente quando estão próximos do ponto 
de exteriorização na face, pode causar grave deformidade facial, às vezes, 
irreversível. Por exemplo, lesões aos nervos sensoriais podem resultar em 
parestesias, disestesias e até mesmo dores crônicas.
O estudo das zonas de perigo e dos nervos da face auxilia os pro-
fissionais durante a realização dos preenchimentos faciais. Desta forma, 
o conhecimento insuficiente da anatomia da face pode gerar dúvidas 
durante a realização desse procedimento, particularmente, sobre as áreas 
de injeção, bem como a profundidade delas, pois com a evolução dos 
procedimentos, eles são realizados na hipoderme e, até mesmo, no 
plano supraperiostal.
Neste texto, você irá reconhecer os nervos da face e associá-los a 
músculos e a regiões da pele que inervam. Além disso, compreenderá 
a função dos nervos e as consequências de possíveis riscos ligados a 
características anatômicas específicas, conhecimentos fundamentais 
para profissionais da área estética.
Nervos da cabeça
Nervo trigêmeo
É o quinto (IV) nervo craniano (Figura 1). Sua denominação é esta devido ao 
fato de possuir três ramos calibrosos. Esses ramos são distribuídos por áreas 
extensas da face, tanto superfi ciais quanto profundas, assim formam a porção 
maior do trigêmeo, que é sensitiva e seus nomes correspondem à região de 
distribuição principal (oftálmico, maxilar, mandibular). A porção menor é 
motora e sua distribuição acompanha o nervo mandibular logo que deixa o 
forame oval. Já o nervo oftálmico sai do crânio pela fi ssura orbital superior e 
o nervo maxilar pelo forame redondo. 
O gânglio trigeminal agrupa a maioria dos neurônios que originam a porção 
maior do nervo trigêmeo, sendo o único gânglio localizado no interior do crânio. 
Os neurônios responsáveis pela sensibilidade exteroceptiva (dor, temperatura, 
tato e pressão) da maior parte da face, além da sensibilidade proprioceptiva 
e da articulação temporomandibular se encontram no gânglio trigeminal. 
Esta divisão do nervo trigêmeo faz com que ele seja caracterizado como 
um nervo misto, pois possui componentes funcionais sensitivos e motores. Os 
axônios, que estão agrupados no nervo mandibular, pertencem a neurônios 
sensitivos alojados no gânglio trigeminal, enquanto que a porção menor do 
trigêmeo, que é motora, possui axônios de neurônios localizados no interior 
do tronco encefálico, no núcleo motor do nervo trigêmeo. Dessa forma, os 
trê s ramos conduzem tanto impulsos exteroceptivos (temperatura, pressã o, 
dor, tato), quanto proprioceptivos (provenientes dos receptores localizados 
nos mú sculos da mastigaç ã o e na ATM). 
Anatomofisiologia dos nervos faciais2
Figura 1. Representaç ã o esquemá tica dos ramos do nervo trigê meo.
Fonte: Caria (2013).
Nervo oftálmico
Este nervo é a primeira divisão do trigêmeo, sai da extremidade superior do 
gânglio trigeminal e se encaminha em direção à órbita. É dividido em três 
ramos, todos sensitivos: nervos nasociliar, frontal e lacrimal. Suas disposições 
são, respectivamente, medial, intermédia e lateral no interior da órbita. 
O nervo frontal transmite os impulsos de uma região cutânea da fronte e 
porção anterossuperior do couro cabeludo. Os nervos nasociliar e lacrimal 
estão envolvidos na inervação da órbita e da cavidade nasal. 
Nervo maxilar
Assim como o oftálmico, o nervo maxilar é essencialmente sensitivo. É o 
segundo ramo do trigêmeo, sai do crânio pelo forame redondo e se encaminha 
em direção à maxila. O nervo palatino é um ramo descendente do nervo maxilar. 
Esse nervo origina diversos ramos que inervam áreas nasais e palatinas: ramos 
nasais posteriores superiores, nervo nasopalatino, ramos nasais posteriores 
inferiores que inervam as porções posteriores da cavidade nasal e seu septo, 
e por fi m os nervos palatinos maiores e menores. 
3Anatomofisiologia dos nervos faciais
Assim, o nervo palatino maior divide-se em dois ramos que se direcionam 
para frente, nos sulcos que ficam entre as espinhas palatinas e no meio de duas 
camadas, o periósteo e a mucosa do palato duro. As fibras dele dão sensibi-
lidade à mucosa do palato duro. O nervo palatino menor dirige-se à mucosa 
e às glândulas do palato mole. Eles contêm fibras gustatórias, originadas do 
nervo facial, além de fibras sensitivas e parassimpáticas. 
O nervo maxilar ainda dá origem ao nervo zigomático, que penetra no osso 
zigomático e divide-se nos ramos zigomáticotemporal e zigomáticofacial. Esses 
ramos distribuem-se na pele da têmpora e na pele da proeminência zigomática. 
A continuação anatômica dele é o nervo infraorbital, que recebe esse nome 
quando cruza a fissura orbital inferior, para atingir o interior da órbita. Com 
isso, esse nervo percorre um trajeto dentro do osso até emergir pelo forame 
infraorbital, a partir disso, inerva parte da mucosa e da face. Por conseguinte, 
os ramos periféricos do nervo infraorbital dispõem-se em forma de leque e 
transmitem sensibilidade geral às regiões da pálpebra inferior, asa do nariz, 
lábio superior e gengiva vestibular dos dentes anteriores e pré-molares.
Figura 2. Representaç ã o esquemá tica dos principais ramos do nervo maxilar.
Fonte: Caria (2013).
Nervo mandibular
O nervo mandibular emite seus ramos motores que irão receber a denomi-
nação dos músculos que se dirigem, pois eles se encaminham em direção à 
Anatomofisiologia dos nervos faciais4
mandíbula. O nervo massentérico alcança o músculo masseter pela porção 
profunda. Durante esse trajeto, o nervo massentérico remete fi letes nervosos 
para a cápsula da articulação temporomandibular, contribuindo com infor-
mações proprioceptivas. O nervo temporal profundo anterior inerva as fi bras 
posteriores do músculo temporal. Esse nervo também é responsável pela 
inervação proprioceptiva da cápsula da articulação temporomandiular.
Logo, os ramos sensitivos do nervo mandibular são mais calibrosos que os 
motores e têm distribuição mais ampla. O nervo auriculotemporal é responsável 
pela sensibilidade exteroceptiva de uma região temporal, parte do pavilhão da 
orelha, membrana do tímpano, entre outras. Outro ramo do nervo mandibular 
dá sensibilidade à mucosa e a pele da bochecha, poiso nervo bucal passa pela 
bochecha, lateralmente no músculo bucinador, enviando ramos para suprir a 
pele e depois perfura o músculo para inervar a mucosa da bochecha. E o nervo 
mentoniano acaba por inervar a pele do mento, mucosa e pele do lábio inferior.
Figura 3. Distribuiç ã o dos principais ramos do nervo mandibular.
Fonte: Caria (2013).
Nervo facial
Apresenta duas raízes, uma motora (nervo facial) e outra sensitiva (nervo inter-
médio). Essas duas raízes emergem do sulco bulbopontino, percorrem o meato o 
5Anatomofisiologia dos nervos faciais
meato acú stico interno e saem do crânio pelo forame estilomastó ideo. O nervo 
intermédio, raiz sensitiva, tem seus neurônios localizados no gânglio geiculado. 
O nervo facial, então, divide-se em cinco ramos que irã o oferecer a 
inervaç ã o motora aos mú sculos da expressã o facial. Esse nervo recebe e envia 
ramos dentro e fora do osso temporal. Os ramos internos sã o sensitivos, e os 
principais sã o o nervo petroso maior e o nervo corda do tí mpano.
Assim, o nervo petroso maior passa informaçõesquanto à sensibilidade 
geral da mucosa nasal, conduz estí mulos até́ as glâ ndulas lacrimal, subman-
dibular e sublingual, com distribuição pela maxila, no território do nervo 
maxilar. O nervo corda do tímpano recebe impulsos gustatórios provenientes 
dos dois terços anteriores da língua. Esse nervo também contém fibras efe-
rentes viscerais parassimpáticas que deixam o nervolingual, que acompanha 
a mandíbula, no território no nervo mandibular. 
Ao sair do interior do crâ nio pelo forame estilomastó ideo, o nervo facial 
torna-se exclusivamente motor, e seus primeiros ramos se dirigem para o 
mú sculo digá strico (nervo digá strico), o mú sculo estilo-hió ideo (nervo estilo-
hió ideo) e a regiã o posterior da cabeç a, inervando o ventre occipital do mú sculo 
occipitofrontal pelo nervo auricular posterior.
Quando alcança a glândula parótida, o nervo facial percorre o interior desta 
glândula e cruza a veia retromandibular. Após, se divide em dois ramos e depois 
em outros cinco ramos terminais, denominados: temporal, zigomá tico, bucal, 
marginal da mandí bula e cervical. Esses se destinam aos músculos faciais 
localizados nas regiões indicadas pelos próprios nomes, são responsá veis por 
movimentar os músculos da expressão facial.
Anatomofisiologia dos nervos faciais6
Figura 4. Nervo facial e seus ramos.
Fonte: Caria (2013).
Nervo glossofaríngeo
Esse nervo, como o nome indica, relaciona-se com a língua e a faringe. Envia 
ramos sensitivos aos músculos da faringe e um ramo motor ao músculo 
estílofaríngeo. Para tanto, é um nervo misto que sai do crânio pelo forame 
jugular. 
Envia, também, sensibilidade geral do terço posterior da língua, das tonsilas 
e da mucosa da faringe. Essas fibras desencadeiam os reflexos do vômito e 
da deglutição. O nervo também inerva a glândula parótida por meio de fibras 
eferentes viscerais gerais. Possui dois gânglios: um superior (jugular) e outro 
inferior (petroso). 
Nervo vago
É o maior de todos os nervos cranianos. Sai do crâ nio pelo forame jugular, 
atravessa o pescoç o e o tó rax,terminando no abdome. O nervo vago oferece 
inervação parassimpática às vísceras torácicas abdominais. Além disso, inerva 
o músculo estriado do esôfago. Um pequeno ramo do vago destina-se para a 
base da língua e epiglote, logo, essas fi bras são sensitivas e algumas gustatórias. 
7Anatomofisiologia dos nervos faciais
Dois de seus ramos destinam-se a laringe, com fi bras de sensibilidade geral e 
atividade motora aos músculos do palato mole e da faringe. É um nervo misto, 
poré m, com predomí nio visceral (sensitivo). 
Nervo hipoglosso
É o nervo motor da lí ngua, sendo misto com predomí nio da funç ã o motora. 
Emerge do bulbo, suas fi bras eferentes somá ticas (motoras) saem do crâ nio 
pelo canal do hipoglosso e inervam os mú sculos intrí nsecos e extrí nsecos 
da lí ngua. A porç ã o sensitiva capta informaç ã o proprioceptiva dos mú sculos 
inervados.
Figura 5. Desenho esquemá tico dos nervos lingual e hipoglosso.
Fonte: Caria (2013). 
Nervos da cabeça e sua associação com os 
músculos e a pele
Inervação sensorial da pele
Toda a pele da face do queixo ao vértice do couro cabeludo é inervada por 
três ramos do nervo trigeminal.
Anatomofisiologia dos nervos faciais8
Nervo trigêmeo
Primeiro ramo: nervo oftá lmico
É exclusivamente sensitivo e responsá vel pela sensibilidade da cavidade orbital 
e de seu conteú do. Os ramos do nervo oftálmico (lacrimal, nasociliar e ramo 
frontal) inervam a pele sobre a testa, glabela e dorso do nariz. 
O nervo nasociliar supre a mucosa nasal e septal superior. Ele se ramifica 
em nasal externo, que inerva a pele da ponta e laterais do nariz. Também 
possui ramificação em nervos ciliares longos que, por sua vez, inervam o 
corpo ciliar, íris e córnea. O ramo infratroclear proporciona sensação a uma 
pequena área medial da pálpebra superior e da ponte do nariz. O ramo frontal 
é o maior ramo do nervo oftálmico, dando origemaos nervos supraorbital e 
supratroclear. Assim, o nervo supraorbital inerva a pele da testa e apenas a 
margem anterior do couro cabeludo. O ramo profundo dele fornece inervação 
sensorial ao couro cabeludo frontoparietal. Enquanto que o nervo supratroclear 
proporciona a inervação sensorial à pele da parte inferior da frente medial, 
da conjuntiva e da pálpebra superior. 
Segundo ramo: nervo maxilar
També m é , exclusivamente, sensitivo e inerva as estruturas de suporte e todos 
os dentes superiores, bem como, as partes moles entre a pá lpebra inferior, o 
nariz e o lá bio superior. Os ramos do nervo maxilar são os nervos zigomático 
facial, zigomático temporal e o infraorbital. Esse último é o maior ramo desse 
nervo, com inervação sensorial da pele da bochecha medial, da pálpebra 
inferior, da parte lateral do nariz e do lábio superior.
Terceiro ramo: nervo mandibular
Ele possui fi bras sensitivas e motoras, é bastante ramifi cado: o nervo bucal 
inerva a mucosa bucal e a pele da bochecha, o ramo auriculotemporal inerva a 
pele sobre a região pré-auricular e o couro cabeludo temporal, o ramo lingual 
fornece inervação sensorial aos dois terços anteriores da língua. E ainda, o 
nervo mental inerva a pele da bochecha e o lábio inferior. 
9Anatomofisiologia dos nervos faciais
Figura 6. Inervação cutânea do rosto. Nervo oftálmico (V1), (1a) nervo supraorbital; (1b) 
nervo supratroclear; (1c) nervo infratroclear; (1d) nervo nasal externo. Nervo maxilar (V2); 
(2a) nervo zigomáticotemporal; (2b) nervo zigomático-facial; (2c) nervo infraorbitário. 
Nervo mandibular (V3); (3a) nervo auriculotemporal; (3b) nervo bucal, (3c) nervo mental.
Fonte: Marur, Tuna e Demirci (2014).
Inervação dos músculos da expressão facial
Nervo facial
Os músculos da expressão facial são todos inervados pelo sétimo par dos 
nervos cranianos, conhecido como nervo facial. O nevo facial divide-se em 5 
ramos terminais: ramo temporal, zigomático, bucal, mandibular e o cervical. 
1. Ramo temporal: proporciona inervação motora aos músculos orbicular 
do olho, frontal e corrugadores do supercílio. 
2. Ramo zigomático: inerva o orbicular do olho acima e abaixo do canto 
do olho. 
3. Ramo bucal: fornece inervação aos músculos da face média, incluindo 
o zigomático maior e menor, levantador do lábio superior, levantador 
do ângulo da boca e bucinador.
4. Ramo mandibular: inerva o orbicular do olho, abaixador do ângulo 
da boca e o músculo mental.
5. Ramo cervical: inerva o músculo platisma.
Anatomofisiologia dos nervos faciais10
Figura 7. Ramos terminais do nervo facial no rosto. (1) ramo temporal, (2) ramo zigomático, 
(3) ramo bucal, (4) ramo mandibular, (5) ramo cervical.
Fonte: Marur, Tuna e Demirci (2014).
Nervos sensitivos são independentes dos nervos motores, os quais correm em um 
plano mais profundo, abaixo da camada fibrosa do sistema músculo aponeurótico 
superficial (SMAS), ou seja, abaixo dos músculos faciais.
Os nervos sensitivos cursam, superficialmente, na junção da gordura subcutânea 
com o SMAS (KADUNC et al., 2013).
Função dos nervos da cabeça, posições 
anatômicas e consequências de possíveis danos
O conhecimento da distribuição da inervação sensitiva da face permite ao 
profi ssional realizar os procedimentos mais invasivos, com o cuidado necessário 
para não causar danos indesejáveis. Assim, é essencial estudar a inervação 
motora e sensitiva da face na abordagem dos preenchedores e da toxina bo-
11Anatomofisiologia dos nervos faciais
tulínica, como se aplicam possíveis complicações, por exemplo, um trauma 
local, durante um procedimento estético. Em relação à toxina botulínica, é 
importante lembrar que a sua ação não se faz sobre os nervos e, sim, sobre a 
placa neuromuscular. Esse fato torna-se extremamente interessante quando 
se estuda as ações da toxina. 
Os preenchedores e a toxina botulínica têm um potencial de causar seque-
las, no entanto, essas não são tão frequentes e severas. Por outro lado, alguns 
danos podem promover consequências permanentes e incapacitantes. Agora,você irá estudar sobre algumas lesões aos nervos da face e as consequências 
para a vida dos indivíduos. 
Neuralgia do trigê meo
É um transtorno neuropá tico, crônico e debilitante, caracterizado por episó dios 
unilaterais de dor intensa na face. Apresenta etiologia variável, mas, frequen-
temente, está associada a sequelas traumáticas e/ou processos degenerativos 
ligados a compressão vascular. Essa neuralgia é a mais conhecida forma de 
neuralgia facial, também chamada de doença de Fortherghill ou tique doloroso 
facial.
Episódios dolorosos sã o geralmente iniciados por estímulos em áreas 
específicas na face, chamadas zonas-gatilho. A dor é descrita pelos pacientes 
como latejante, queimação ou choque elétrico, por isso a intensidade da dor 
provoca um tique que leva o paciente a fazer caretas ou a estremecer. Essa 
crise dolorosa é iniciada quando o indivíduo toca ou manipula determinadas 
áreas da face, situadas no mesmo lado da dor, geralmente ao redor do nariz e 
próximas aos lábios, nas zonas-gatilho. 
A fisiopatologia da neuralgia do trigê meo ainda não foi definida, logo, não 
tem um único fator etiológico.Pode ser relacionada à compressã o mecâ nica 
focal do nervo trigê meo, pró ximo ao tronco encefá lico, talvez produzida por 
uma arté ria adjacente que comprima, irrite ou danifique o nervo. Em alguns 
casos, a neuralgia do trigê meo está associada com esclerose mú ltipla, tumor do 
â ngulo cerebelopontino ou outras lesõ es expansivas do tronco encefá lico, que 
comprimem o nervo trigê meo. No entanto, na maioria dos casos, a condiç ã o 
é idiopá tica.
Sinais e sintomas
  Episó dios temporá rios de dor facial unilateral excruciante sú bita. É 
descrita como um choque elétrico que dá lugar a uma sensação de 
Anatomofisiologia dos nervos faciais12
queimaç ã o que dura segundos ou minutos. Comumente se origina pró-
ximo da boca e se estende em direção às orelhas, aos olhos ou ao nariz. 
  Dor pode ser precipitada pelo toque (incluindo correntes de ar), movi-
mentos da cabeça ou face, incluindo aqueles relacionados com beber 
e comer.
Paralisia do nervo facial
É a forma mais comum de paralisia facial unilateral aguda. Sua etiologia é 
muitas vezes desconhecida, portanto, idiopática. Alguns consideram é que 
uma infl amação do nervo facial que ocorre no canal facial, em consequência, a 
infl amação do nervo leva a edema, compressão e possível lesão, o que resulta 
em alteração funcional. As evidências recentes sugerem que a infecção pelo 
vírus do herpes-vírus simples é a causa mais comum e que o herpes-zóster 
pode ser a segunda causa viral mais comum. 
A paralisia facial exibe uma variaç ã o de dé ficits musculares, desde disfunç ã o 
branda (fraqueza leve) à paralisia total. Os músculos faciais superiores são 
inervados, principalmente, pelo sistema nervoso periférico, através do nervo 
facial. No entanto, os músculos faciais inferiores são inervados pelo nervo 
facial e pelo hemisfério cerebral ipsilateral. Assim, quando a lesão é central 
ou supranuclear (acidente vascular cerebral), a face inferior é geralmente mais 
afetada do que a face superior. Por outro lado, quando a lesão é periférica 
(envolvendo o nervo facial e/ou seu núcleo), as faces superior e inferior são 
igualmente afetadas. O iní cio é geralmente repentino e a dor atrás da orelha 
pode preceder a paralisia por diversos dias. Os componentes funcionais do 
nervo facial se ramificam em diferentes pontos ao longo do trajeto do nervo, 
consequentemente, o local de compressã o do nervo facial determinará os 
sinais e sintomas.
13Anatomofisiologia dos nervos faciais
CARIA, P. H. F. Anatomia geral e odontológica. São Paulo: Artes Médicas, 2013. 152p. 
(Série Abeno: Odontologia Essencial - Parte Básica).
KADUNC, B. et al. Tratado de cirurgia dermatológica, cosmiatria e laser: da Sociedade 
Brasileira de Dermatologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
MARUR, T.; TUNA, Y.; DEMIRCI, S. Facial anatomy. Clinics in dermatology, Philadelphia, 
v. 32, n. 1, p. 14-23, 2014.
Leituras recomendadas
BENTSIANOV, B.; BLITZER, A. Facial anatomy. Clinics in dermatology, Philadelphia, v. 
22, n. 1, p. 3-13, 2004.
FRIZZO, H.; HASSE, P.; VERONESE, R. Trigeminal neuralgia: an analytic review of the 
literature. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, Camaragibe, v. 4, n. 
2, p. 212-17, 2004.
MONTEDONIO, J. et al. Fundamentos da ritidoplastia. Surgical & Cosmetic Dermatology, 
Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, 2010.
RIZZOLO, R. J. C.; MADEIRA, M. C. Anatomia facial com fundamentos de anatomia geral. 
São Paulo: Sarvier, 2009.
RUBIN, M. Paralisia do nervo facial. Manuais Merck Sharp & Dohme, Kenilworth, 2017. 
Disponível em: <http://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-
-neurol%C3%B3gicos/transtornos-neuroftalmol%C3%B3gicos-e-de-nervos-cranianos/
paralisia-do-nervo-facial>. Acesso em: 23 set. 2017.
TAMURA, B. M. Topografia facial das áreas de injeção de preenchedores e seus riscos. 
Surgical & Cosmetic Dermatology, Rio de Janeiro, v. 5, n. 3, 2013
Anatomofisiologia dos nervos faciais14

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