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Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA FISIOPATOLOGIA PÉLVICA – Aula 1: O Assoalho Pélvico (AP) é o conjunto de músculos que fecham inferiormente o tronco (chão do tronco), todas as vísceras abdominais e pélvicas estão sustentadas acima deste assoalho. Possui a forma de funil e está localizado na base da pelve, tendo os seguintes limites anatômicos: › Anterior: púbis. › Lateral: ramo do ísquio, tuberosidade e espinha isquiática. › Posterior: sacro e cóccix. O corpo humano possui seis diafragmas e na pelve estão localizados dois deles, que são: pélvico e urogenital. Recebe o nome de diafragma porque são cúpulas que fecham esfíncteres, no caso do AP fecha o esfíncter anal, uretral e a musculatura vaginal (no caso da mulher). Os músculos do AP são grandes estabilizadores do tronco, via sacro e via cóccix, ou seja, se o paciente apresentar uma dor lombar muito grande e na hora do tratamento não é realizado condutas que foquem também esta musculatura, o paciente não irá melhorar, pois todos os músculos rotadores externos, internos e os que garantem estabilidade para a coluna lombar (abdominais e multifídeos lombares) estão indiretamente ligados a esta musculatura. No momento em que se realiza uma contração muito forte da musculatura do AP, o diafragma (em forma de funil) sobe, quando isso ocorre toda a região pélvica e abdominal e comprimida. Entre o ânus e o reto existe um ângulo (ângulo anorretal), este muda de acordo com a quantidade de fezes existente. › Mais fezes: o ângulo pesa no AP e fica mais agudo. › Menos fezes: o reto volta à posição original e o ângulo fica mais obtuso ou aberto. Este ângulo é preservado graças à musculatura do AP. O AP serve de apoio para o reto durante o momento da evacuação sem que seja necessário fazer esforço (manobra de Valsalva) e apoia a uretra durante a micção. Serve de apoio quando é necessário realizar uma contração forte dos esfíncteres da uretra ou do ânus durante as AVDs, para que não ocorra o vazamento de urina e o extravasamento das fezes. O músculo detrusor é o músculo liso da bexiga, para que ocorra o armazenamento da urina que vem dos rins, a bexiga precisa estar relaxada para que não ocorra a saída da urina. Acontece da seguinte maneira: › Vem o reflexo da micção; › Inconscientemente ocorre a contração desta musculatura (AP); › É enviada uma informação para o músculo detrusor da bexiga para que ele continue relaxado e o processo de armazenamento da urina continua ocorrendo. Todo esforço realizado durante o momento de urinar ou evacuar estira a musculatura do AP causando problemas futuramente, tais como disfunção erétil nos homens e bexigas baixas ou anorgasmia nas mulheres (visto que o orgasmo – tanto masculino quanto feminino – só ocorrem devido a contração adequada da musculatura do AP). Para que ocorra a saída da urina, onde é o momento em que o detrusor da bexiga precisa contrair, o AP precisa estar relaxado, caso contrário o esfíncter fica fechado e a urina não sai. ANATOMIA DA PELVE: Contrações fásicas e tetânicas sequenciais. Basicamente: relaxamento do AP e contração do detrusor. Basicamente: relaxamento do detrusor e contração do AP. Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA No momento do parto é necessário que o AP esteja relaxado, caso contrário o bebê sai em bola de canhão e acaba rasgando todas as fáscias endopélvicas. O músculo Elevador do ânus é o principal músculo do AP (realiza a maior parte das funções deste complexo muscular) e se divide em três porções: › Porção iliococcígea: sai do osso ilíaco e vai até o cóccix. › Porção pubococcígea: sai do púbis, passa pela uretra, vagina, ânus e se insere no cóccix. › Porção puborretal: faz um “U” ou ferradura ao redor do reto. É o principal músculo da continência fecal. Alguns autores ainda consideram a porção isquiococcígea (sai da espinha isquiática e chega ao cóccix), a maioria não considera devido ele ser muito delgado e pouco desenvolvido. A musculatura superficial do AP é dada por: › Transverso superficial do Períneo: atravessa o AP transversalmente de uma tuberosidade isquiática a outra o AP. › Transverso profundo do Períneo: também atravessa o AP transversalmente (igual o transverso superficial do períneo), porém possui uma localização mais interna. › Músculos que realizam a ereção do clitóris (isquiocavernoso – sai do ísquio e se insere no corpo do clitóris). › Músculos que realizam a ereção dos tecidos eréteis intravaginais. › Músculos que participam da ereção do pênis (isquiocavernoso – sai do ísquio e se insere no ramo do pênis). › Bulbocavernoso. O músculo obturador interno (rotação externa do quadril) e o piriforme (se origina no ângulo inferolateral do sacro e se insere no trocanter menos do fêmur – rotador externo do quadril) estão em contato direto com o AP. O músculo coccígeo (faz uma ferradura ao redor do cóccix) e está relacionado com a continência fecal. Os ossos da pelve servem para proteger os órgãos pélvicos (urogenitais e reprodutores) masculino e feminino. Vários músculos se originam ou se inserem nos ossos desta região. A pelve possui duas aberturas: › Superior: › Inferior: Nomenclaturas importantes: 1. Vesical: bexiga. 2. Métrio: útero. 3. Cérvix ou cervical: relação do final da vagina com o colo do útero. Região localizada entre a vagina e o ânus / pênis e o ânus. O períneo masculino é maior que o feminino. É o ponto de interseção de todos os músculos do AP. Compressão da veia dorsal que faz com que a drenagem venosa do pênis não ocorra durante a ereção e enchendo os copos cavernosos de sangue. PELVE: Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA Elas possuem correlações clínicas com o parto. A pelve feminina e a pelve masculina possuem algumas diferenças, são elas: › Pelve masculina possui o ângulo subpúbico mais fechado (no máximo até 60º, realiza um “V” com os dedos), abertura superior é mais curta e oval, cavidade pélvica mais afunilada e estreita. › Pelve feminina possui o ângulo subpúbico mais aberto (de 90º acima) – canal natural para a passagem do bebê na hora do parto. É mais inclinada anteriormente do que a pelve masculina, o que causa uma lordose maior na mulher. Abertura superior da pelve mais arredondada e cavidade pélvica mais cilíndrica. Diferenças ósseas da pelve (tipos de pelve): › Ginecóide: abertura superior da pelve apresenta forma oval. Mais presente nas mulheres hispânicas e latinas. › Andróide: mais frequente em homens. Pelve triangular. › Platipelóide: abertura superior da pelve achatada e larga. Mais presente nas mulheres negras. › Antropóide: mais frequente em homens. Abertura superior mais estreita. Servem para saber se é possível ou não realizar um parto normal, os principais são: › Conjugado obstétrico: linha que vai do promontório sacral até a parte superior do púbis (linha anteroposterior). Deve possuir pelo menos 10,5 cm, é uma das regiões mais importantes para saber se o parto normal é possível. › Plano transversal: largura da abertura superior da pelve (linha transversal). Deve possuir pelo menos 13,5 cm de largura. › Estreito inferior transversal: distância entre as tuberosidades isquiáticas. Deve possuir pelo menos 11 cm. Nomenclatura importante: › Pelve falsa / maior: parte superior da pelve (parte superior do ramo do púbis, cristas ilíacas e o promontório sacral) – contém as vísceras abdominais. › Pelve verdadeira / menor: parte inferior da pelve (toda a parte inferior do púbis, ísquios, corpo do sacro e cóccix) – contém somente as vísceras pélvicas.DIÂMETROS ÓSSEOS DA PELVE: Movimentos importantes para o parto: Contranutação: é o primeiro movimento do parto. A base do sacro realiza uma extensão, as cristas ilíacas se abrem e as tuberosidades isquiáticas se fecham. Nutação: é o segundo movimento do parto. O sacro faz uma flexão, as cristas ilíacas se fecham e as tuberosidades isquiáticas se abrem. Esta biomecânica depende das medidas relatadas acima. Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA Impossibilidade de parto normal: Conjugado obstétrico menor que 10 cm, distâncias entre as espinhas ilíacas menor que 8,5 cm e estreito inferior transversal menor que 8 cm. › Sentando em cima do sacro: indiretamente está aproximando origem e inserção dos músculos do AP, o que torna a contração destes músculos mais fácil, tendo que realizar uma contração concêntrica. › Sentando nos ísquios com uma hiperlordose lombar: a contração fica mais difícil, pois ocorre o afastamento da origem e inserção do AP, tendo que realizar uma contração excêntrica. Retroversão: O e I aproxima, contração concêntrica. Anteroversão: O e I afasta, contração excêntrica. Coisas importantes a serem lembradas: › Ligamentos sacroilíacos: são ligamentos fortes que ligam o sacro ao ilíaco, principalmente durante a gestação eles ficam mais frouxos do que o normal, isso pode ocasionar alterações posturais no pós parto caso não seja tratada a instabilidade da pelve. › Ligamento iliolombar: sai do processo transverso de L4 e L5, se insere no ilíaco. É responsável pela rotação e inclinação da 4º e 5º vértebra lombar no movimento da marcha. Os pacientes que apresentam disfunção pélvica, na grande maioria, retificam a coluna lombar ou aumenta muito a coluna lombar, fazendo com que este ligamento cause problemas como protrusão discal. › Ligamento sacroespinhal: sai do ângulo inferolateral sacral e chega à espinha isquiática. › Ligamento sacrotuberal: sai do sacro e chega à tuberosidade isquiática. Estes dois ligamentos formam dois forames muito importantes (um em cima e outro em baixo): › Forame isquiático maior: o nervo ciático passa por dentro. O que remete dizer que pacientes que apresentam disfunções pélvicas podem desenvolver ciatalgia. › Forame isquiático menor: o nervo pudendo (nervo misto somático e sensitivo) passa por dentro, este é o principal nervo de inervação de todas as vísceras e músculos do AP. Este nervo sai do forame maior e entra no menor através do Canal de Alcock. O suporte ativo (contração voluntária) do AP é feito pelo músculo elevador do ânus e o suporte passivo (malhas que seguram as vísceras pélvicas no lugar) é feito pelas fáscias endopélvicas (podem virar ligamentos em algumas partes do trajeto). DINÂMICA: O nervo ciático está logo abaixo do músculo piriforme, quando ocorre alguma disfunção pélvica o piriforme pode sofrer espasmo e isto pode comprimir o nervo ciático. Inerva a musculatura do AP, vagina (só apresenta sensibilidade tátil e dolorosa no terço inferior), pênis e ânus. Formado pela espinha isquiática. Existe uma síndrome chamada de Síndrome de Alcock, que é quando a pessoa apresenta sensibilidade apenas em um lado da vagina ou do escroto, isto ocorre devido compressão do nervo pudendo. Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA Os músculos do AP são 30% do tipo II (são as fibras brancas, rápidas, apresentam força e velocidade) e 70% são fibras do tipo I (fibras vermelhas, de resistência, lentas e tônicas). Motivo: os músculos do AP são músculos posturais, precisam ser resistentes, pois estão sempre em contração isométrica durante o dia, para que não ocorra expulsão de xixi e cocô em momento indesejado. Homem: região entre o pênis e o ânus. Mulher: região entre a vagina e o ânus. É a área de interseção dos músculos do diafragma urogenital. É delimitado anatomicamente por dois triângulos ou dois trígonos: › Urogenital (superior): vai do músculo transverso superficial do períneo até o púbis, contém a uretra, vagina, clitóris, pênis e escroto. › Anal (inferior): vai até o cóccix, contém apenas as vísceras que fazem a continência fecal (esfíncter anal externo e reto). Divisão clínica importante: › Diafragma urogenital: plano superficial e médio. São os músculos mais superficiais do AP. Formado pelo esfíncter da uretra, vagina/pênis e as fáscias mais superficiais do períneo. Músculos: isquiocavernoso, isquioesponjoso (homem), bulbocavernoso, bulboesponjoso (homem), transverso superficial do períneo. › Diafragma pélvico: plano mais profundo. Localizada superior ao períneo e envolve uretra, vagina, pênis e ânus. Sustenta as vísceras pélvicas. Músculos: elevador do ânus e coccígeo. Cirurgia de períneoplastia: feita para fechar os músculos que estão nessa região, conhecida vulgarmente como cirurgia para voltar a ser virgem. O objetivo da cirurgia é fechar a musculatura para voltar a ter prazer sexual, visto que quando está flácida não existe essa sensação. Cirurgia de linfoplastia: feita para diminuir o tamanho de clitóris, existem mulheres com clitóris com 10 cm devido à ingesta de hormônio masculino. Considerações importantes: A vagina não apresenta forma cilíndrica igual ao ânus, ela possui a forma de “H”, as paredes vaginais são colabadas (existem inúmeros ligamentos fixando esta vagina nas paredes da pelve), só se abrem quando chega ao colo do útero (cervix). Músculos que precisam ser lembrados: pubococcígeo, ilíococcígea, coccígeo, isquicoccígea e puborretal. PERÍNEO: Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA Relacionado diretamente com o arco tendíneo do diafragma pélvico, nós temos o músculo piriforme, coccígeo e as porções do elevador do ânus. Suporte pélvico fascial: as fáscias fazem a sustentação e deixam as vísceras pélvicas no lugar. › Fáscia endopélvica: é uma rede fibromuscular (apresenta colágeno, elastina e fibras musculares lisas), varia de acordo com o lugar que está, ou seja, dependendo das estruturas que ela passe recebe um nome diferente. É um tecido único que envolve toda a pelve e vagina. Esta fáscia é muito mais importante para as mulheres do que para os homens, motivos: homens não possuem bexiga baixa, não tem prolapso de órgãos pélvicos. Quando ocorre o parto em bola de canhão esta fáscia é rasgada e consequências maléficas surgem, no âmbito fecal, urogenital e sexual. › Fáscia visceral: é derivada de peritônio e forma alguns ligamentos, como por exemplo: Pubovesical: sai do púbis e chega na bexiga. Vesicouterino: sai da bexiga e chega no útero. Retouterino: sai do reto e chega no útero. Ligamentos transversos do útero / cardinais / Mackenrodt. A fáscia serve para fixar o colo do útero, a vagina, a bexiga, a uretra e o reto nas paredes da pelve. Existe uma derivação desta fáscia chamado de anel pericervical que está ao redor do colo do útero. A vagina apresenta as paredes colabadas, o canal apresenta as paredes estreitas e quando chega próximo ao colo do útero elas se abrem formando uma estrutura em “U” denominada de cervix. A parte posterior da vagina, que escava a parte posterior do colo do útero é mais alargada que a parte anterior, essa região é chamada de fundo de saco de Douglas ou escavação retouterina. Níveis de sustentação fascial de DeLancey: as fáscias endopélvicas apresentam três níveis de sustentação de vagina, útero, reto e bexiga. De acordo com a disfunção em cada nível, existe um tipo de prolapso diferente, ou seja, dependendo de qual seja o O colo do útero é a região mais imóvel do útero, pois o útero muda de posição de acordo com a quantidadede urina que tem na bexiga e a quantidade de fezes que tem no reto. Se a bexiga está cheia: o útero vai um pouco mais para trás. Se o reto está cheio de fezes: o útero vai um pouco mais para frente. Bexiga e reto cheio: o útero vai ficar verticalizado. Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA prolapso ocorre o caimento de um órgão diferente através da vagina. › Nível I: baixa o útero. É chamado de complexo cardinal uterosacral, possui este nome por conta dos ligamentos que estão presentes neste nível. Dois ligamentos fazem a fixação lateral da vagina e da cervix na pelve e outros dois ligamentos fazem a fixação posterior da vagina e da cervix na pelve. Os ligamentos laterais são os cardinais (transverso cervicais / cardinais / Mackenhodt) e os posteriores são os uterosacrais / sacrocervicais / sacrouterinos. O nível I orienta a vagina superiormente. › Nível II: baixa bexiga e reto. É feito pela fáscia pubocervical, que faz a fixação média da vagina anteriormente e o septo vaginal posteriormente. Entre a vagina e o reto existe uma fáscia septo retovaginal que liga um ao outro. Através desta fáscia são gerados dois ligamentos importantes: ligamento pubovesical e ligamento pubocervical. › Nível III: baixa a cúpula da vagina (região da escavação retouterina ou fundo do saco de Douglas). É o nível mais superficial, a parte mais inferior de todas, fixa a parte inferior da vagina no corpo do períneo. Também apresenta fáscia pubocervical, porém também é formado por diafragma urogenital e septo retovaginal. Mulheres histerectomizadas podem ter prolapso de vagina, ela everte e sai para o lado de fora. FISIOPATOLOGIA PÉLVICA – Aula 1 [cont]: Todos os diafragmas estão conectados, no momento em que se realiza a inspiração os pulmões se enchem de ar e as cúpulas diafragmáticas descem, neste momento todas as vísceras abdominais são empurradas para o AP e isto tensiona o diafragma pélvico. No momento da expiração, as cúpulas diafragmáticas sobem e a tensão do AP é retirada, fazendo com o que diafragma pélvico relaxe. Abaixo do nível III de sustentação de DeLancey existe uma fáscia que está acima do diafragma urogenital, ou seja, está abaixo do diafragma pélvico, compreende o espaço profundo do períneo (que contém o esfíncter externo da uretra e transverso profundo do períneo). De forma didática é dado pela seguinte sequência: › Fáscia profunda do períneo; Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA › Espaço superficial do períneo (raiz do clitóris/pênis: bulboesponjoso, isquiocavernoso e transverso superficial do períneo); › Fáscia superficial do períneo (tecido subcutâneo); › Pele. Glândulas vestibulares: são responsáveis pela lubrificação vaginal durante o ato sexual. › Skene: ejaculação feminina. Está presa no clitóris. › Bartholin: a inflamação é chamada de bartholinite, causando uma “íngua” na região próxima ao óstio vaginal. * São glândulas que estão dos dois lados do óstio vaginal. Útero: órgão piriforme que apresenta três camadas: › Camada mais externa (serosa): perimétrio, derivada das pregas peritoniais. › Camada média (basicamente muscular, responsável pela contração muscular): miométrio. › Camada › Camada interna (se desloca do útero a cada 28 – 35 dias): endométrio. O útero possui mais ou menos 8 cm de comprimento, 5 cm de largura e 3 cm de espessura (contando com as 3 camadas), a nutrição do útero é feita pela artéria uterina, que é derivada da artéria ilíaca interna. Existem inúmeros ligamentos que vão fixar o útero no lugar para que ele não fique se movimentando de acordo com os movimentos da mulher, porém ele muda de lugar de acordo com a quantidade de urina que contém na bexiga (útero fica retrovertido) e fezes (útero fica antevertido). Posição normal do útero: antevertido e antefletido em cima da bexiga urinária. Ligamentos do útero: › Largo do útero: aparência de asa que pega todo o corpo do útero e istmo uterino, por onde penetram os ureteres. É derivado do peritônio, mantém o útero na posição anatômica que ele deve estar. Localização: se estende desde os ovários até o istmo, terminando na escavação retouterina / fundo de saco de Douglas / fórnice ou fórnix vaginal. › Mesossalpinge: liga a tuba uterina ao corpo do útero. › Mesovário (epoóforo): liga os ovários às tubas uterinas e ao corpo do útero. › Suspensor do ovário: suspende os ovários nas paredes laterais da pelve. Dentro dele passa nervo, artéria e veia ovariana. Fáscia de Cleyet: sai do ceco, possui dois ligamentos que o fixam nas paredes do abdômen: 1) Parietocecal lateral 2) Parietocecal medial Este último ligamento tem relação direta com o ovário direito, faz parte da fáscia de Cleyet). A fáscia de Cleyet pega parietocecal medial, ovário direito, tuba uterina direita e corpo do útero. 60% das Maior parte da vascularização e inervação do útero está nessa camada. Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA mulheres apresentam essa fáscia presente. É perfurada pelo nervo genitofemural (sai de L1-L2). Mulheres que apresentam retração da fáscia de Cleyet podem comprimir o nervo genitofemural do lado direito, o que acarreta dor na face medial do joelho direito. Outra coisa que pode causar retração desta fáscia é a apendicectomia, pois o ceco é ligado direto no apêndice, quando ele inflama, se a contaminação for muito grande pode ser necessária a retirada do ovário direito também, esta retirada pode causar retração da fáscia de Cleyet. É chamado de pudendo ou vestíbulo feminino, é a região que fica entre os lábios maiores e compreende: clitóris, uretra, vagina, glândulas vestibulares e lábios menores (protegem as glândulas vestibulares). Em contato direto com o clitóris (a raiz dele está inserida na superfície inferior do osso púbis) está os músculos do diafragma urogenital, estes irão promover a ereção do clitóris e dos tecidos eréteis vaginais. O corpo do clitóris é envolvido por um prepúcio assim como o pênis, é chamado de capuz do clitóris. A vagina, uretra e ânus possuem dois esfíncteres, um interno (autonômico – controlado por estímulos simpáticos e parassimpáticos) e outro externo (somático). A vagina é um tubo muscular que apresenta aproximadamente de 7 cm a 9 cm de comprimento, possui capacidade elástica e se estende do óstio externo até o fórnice vaginal (nível I de DeLancey). Os lábios maiores e menores possuem tecido erétil, que durante o ato sexual se enchem de sangue e ficam maiores que o normal, a irrigação ocorre através da artéria vaginal (é um ramo da artéria uterina). A inervação da vagina é somática no 1/3 inferior e autonômica nos 2/3 superiores. Vascularização da vagina: a artéria ilíaca interna -> artéria pudenda interna e externa. Drenagem da vagina: é feita pelos vasos linfáticos superficiais e profundos que drenam para os linfonodos inguinais ou para os linfonodos pélvicos. Os ovários possuem uma drenagem venosa especial chamada de plexo pampiniforme, a veia ovárica direita desemboca na veia cava inferior e a veia ovárica esquerda desemboca na veia renal esquerda. Inervação da vagina: › A inervação autonômica sai do plexo hipogástrico superior e inerva útero e ovários. O plexo hipogástrico inferior inerva uretra e terço médio e superior de vagina. Por esses plexos descem ramos simpáticos e parassimpáticos através dos nervos esplâncnicos pélvicos. Descem anterior e medialmente aos forames sacrais, saem do plexo lombar. Trajeto do nervo: sai de L1 e L2, desce pelo ilíaco, perfura pela fáscia de Cleyet e ligamento de Cleyet (liga o ovário aoceco), desce pelo músculo psoas ilíaco, medialmente pelos adutores e chega até a face medial do joelho direito. ANATOMIA EXTERNA FEMININA: Faz a vascularização de toda a região do pudendo ou vestíbulo. Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA Nervo pudendo: sai das raízes de S2 – S4 do plexo sacral, inerva os músculos do diafragma pélvico e os órgãos genitais. Sai do forame isquiático maior e adentra a pelve pelo forame isquiático menor (canal de Alcock), quando ele adentra acaba se dividindo em três partes: › Nervos retais inferiores: inerva os esfíncteres anais externos. › Nervos perineais: inerva transverso superficial e transverso profundo do períneo. › Nervo dorsal do pênis ou nervo dorsal do clitóris: um dos principais pela ereção do pênis ou do clitóris. Plexo coccígeo: nervo coccígeo (L4 – L5) é responsável por inervar o músculo elevador do ânus. Apresenta dois órgãos externos: pênis e escroto. Apresenta sete órgãos internos: testículos, epidídimo, ductos deferentes, glândulas seminais, ductos ejaculatórios, próstata e glândulas bulbouretrais. A uretra masculina se divide em três: prostática, membranosa e esponjosa. Dentro do escroto estão os testículos e acima deles está o epidídimo, responsável por armazenar e maturar os espermatozoides. Testículos: inicialmente estão alojados na região inguinal, aos 5 anos mais ou menos eles descem para o escroto. Criptoquirdia: cirurgia para fazer a descida desses testículos caso eles não desçam no período correto. O testículo precisa ter uma temperatura menor que a do restante do corpo, pois os espermatozoides necessitam de uma temperatura mais baixa para sobreviverem. A pele do escroto é mais fria que a do restante do corpo. Os testículos produzem os hormônios sexuais masculinos, estes determinam as características masculinas aos homens. O testículo esquerdo é um pouco mais baixo que o direito, o que irá influenciar na formação de varicocele com mais frequência no testículo esquerdo. Cada testículo apresenta em sua borda posterior uma estrutura denominada de epidídimo, apresenta em forma de “C” e termina em um funil chamado de funículo espermático. Serve para armazenar, maturar e liberar os espermatozoides pelo funículo espermático. O epidídimo é dividido em três porções: › Cabeça: logo acima do testículo; › Corpo: parte posterior ao testículo; › Cauda: termina no funículo espermático e se torna ducto deferente. Os testículos apresentam duas túnicas que o revestem: › Túnica vaginal: fáscia mais externa, resquício de peritônio; › Túnica albugínea: fáscia mais interna, formada por TC denso (não é elástico). Estas duas túnicas fazem a proteção do testículo dentro do escroto. Quando a túnica vaginal é muito grande, o testículo fica móvel demais, o que pode causar alterações durante o ato sexual, por exemplo, se for uma relação muito selvagem o testículo pode acabar voltando para a região inguinal. Dentro dos testículos está o parênquima, formado por 20 a 30 conjuntos de túbulos seminíferos. O cremaster é o músculo suspensor do testículo e em alguns casos ele também participa da subida do testículo para a região inguinal. Ele também afasta ou aproxima o testículo do corpo de acordo com a temperatura. O escroto é formado por uma fáscia especial chamada dartos (tem fibras musculares lisas e tecido conjuntivo), é rico em glândulas sudoríparas, sebáceas e apresenta muitos melanócitos (o que faz a pele do escroto ser mais escura que a do pênis). Irrigação: ocorre através da artéria testicular ou artéria gonadal, que é um ramo direto do ramo da aorta (artéria aorta abdominal -> ilíaca interna e externa -> a artéria ilíaca interna dá origem a ela). Alguns ramos da artéria testicular vão se anastomosar e irão dar origem às artérias dos ductos deferentes ou artérias espermáticas (irrigam os ductos deferentes e os epidídimos). Drenagem: é feita pelo plexo pampiniforme. A drenagem linfática é feita pelos linfonodos inguinais (principalmente), lombares e aórticos. ANATOMIA DO ASSOALHO PÉLVICO MASCULINO: Tácia Gabriela Vilar Dos Santos Andrade – 1º VA Vesículas seminais: são duas glândulas responsáveis por produzir grande parte do líquido seminal, o líquido produzido por elas lubrificam a uretra masculina para tornar ela menos ácida e os espermatozoides passem sem morrer. São em média de 5 cm e suportam até 3 ml cada. Utrículo prostático: contém a uretra vesical masculina e o ducto ejaculatório da vesícula seminal, está dentro da próstata. Próstata: apresenta uma superfície lisa e na puberdade apresenta o seu tamanho máximo. Quando o homem envelhece ela aumenta mais e devido a isso recebe o nome de hiperplasia prostática benigna (HPB), isso faz com que ela cresça para dentro e comprima a uretra prostática. O líquido seminal é responsável por nutrir os espermatozoides e fazem com que eles consigam chegar até o óvulo. Glândulas bulbouretrais: secretam um líquido que também irá fazer parte do líquido seminal. Pênis: órgão miccional e da cópula masculina. Apresenta: › Raiz: tem ligação direta com o espaço superficial do períneo, apresenta dois ramos (D e E) e um bulbo (central). Os ramos se transformam nos corpos cavernosos e o bulbo no corpo esponjoso. Os ramos estão localizados na região isquiática anterior em contato com a sínfise púbica. O bulbo está preso no centro tendíneo do períneo, mais especificamente no músculo transverso superficial do períneo. Essa transformação ocorre quando estas estruturas saem da região óssea fixa e passam a ficar na parte pendular do pênis. › Corpo. Cada corpo cavernoso possui trabéculas e elas contêm a artéria peniana, o que faz com que eles encham de sangue ocorrendo à ereção. Para que a ereção continue, o AP bloqueia a ação da veia dorsal, para que ela não drene o sangue e retire a ereção. Abaixo dos corpos cavernosos está o corpo esponjoso, por onde passa a uretra. Dois ligamentos também ajudam na ereção do pênis: › Fundiforme; › Suspensor. Estão localizados na raiz do pênis e se prendem nos ligamentos umbilicais. Irrigação do pênis: feita pela artéria profunda do pênis e artéria dorsal do pênis, que são ramos da artéria pudenda. A túnica que recobre o pênis é chamada de túnica albugínea. Motivos de o testículo esquerdo apresentar mais varicocele do que o direito: 1) Testículo esquerdo mais baixo que o direito (graças à raff que divide um do outro). 2) Plexo pampiniforme direito desemboca na veia cava inferior e o esquerdo na veia renal esquerda, o rim esquerdo é mais alto que o direito, então o trajeto de retorno venoso é maior, o que dificulta esse processo.
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