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Fisiopatologia • Generalidades ➢ A hipertensão é uma das principais enfermidades nos seres humanos ➢ A hipertensão duplica o risco de enfermidades cardiovasculares (cardiopatia coronária, insuficiência congestiva cardíaca, enfermidade cerebrovascular isquêmica e hemorrágica, insuficiência renal e Artropatia periférica) ➢ Pode ser acompanhada de outros fatores de risco de enfermidades cardiovasculares e o risco recém mencionado aumenta a carga total dos fatores de risco • Mecanismos da hipertensão Volume intravascular ➢ Fator determinante da pressão arterial a largo prazo ➢ O sódio é um íon predominantemente extracelular e um determinante primário do volume extracelular ➢ Quando o consumo de cloreto de sódio passa a capacidade dos rins para excretar sódio, no começo se expande o volume extravascular e aumenta o gasto cardíaco ➢ Sem dúvidas, muitos leitos vasculares (incluindo rins e cérebro) tem a capacidade de autorregular seu fluxo sanguíneo e se é necessário conservar de maneira constante esse fluxo, inclusive se aumenta a pressão arterial, deverá aumentar a resistência dentro desse leito ➢ Fluxo sanguíneo= pressão através do leite vascular / resistência vascular ➢ O incremento inicial da pressão arterial em resposta a expansão do volume vascular prove do aumento do gasto cardíaco ➢ Com o passar do tempo, aumente a resistência periférica e o gasto cardíaco se reverte e se orienta ao normal ➢ O efeito do sódio na pressão arterial prove do cloreto combinado com o íon sódio ➢ Os sais de sódio sem cloreto exercem mínimo ou nulo efeito na pressão arterial ➢ Conforme aumenta a PA em resposta ao consumo de grandes quantidades de cloreto de sódio, se incrementa a excreção do sódio pela urina e se conserva o equilíbrio de sódio a custas de um incremento da PA. ➢ O mecanismo desse fenômeno de “pressão arterial natriurese” pode compreender um incremento sutil da filtração glomerular, diminuição da capacidade de absorção dos túbulos renais e possivelmente elementos hormonais como o fator natriurético auricular ➢ Em pessoas com menor capacidade de excretar sódio, se necessita incremento maiores da pressão arterial para alcançar a natriurese e o equilíbrio desse íon ➢ A hipertensão que depende do cloreto de sódio pode ser consequência da menor capacidade do rim para secretar sódio, Fisiopatologia por uma nefropatia intrínseca ou pela maior produção de um hormônio que retem sódio (mineralcorticoide) que origina uma maior reabsorção desse íon nos túbulos renais ➢ A reabsorção de sódio por determinadas estruturas também pode aumentar quando se intensifica a atividade nervosa do rim. ➢ Sistema nervoso autônomo ➢ O sistema nervoso autônomo conserva a homeostasia cardiovascular, pela intervenção de sinais de pressão, volume e quimiorreceptores ➢ Os reflexos adrenérgicos modulam a pressão arterial a breve prazo e a função adrenérgica, concertadamente com fatores hormonais e volumétricos e contribuem para a regulação a largo prazo da PA. ➢ As três catecolaminas endógenas são noradrenalina, adrenalina e dopamina e as três intervém de forma importante na regulação cardiovascular tônica e fasica ➢ A noradrenalina e a adrenalina são agonistas de todos os subtipos de receptores adrenérgicos, ainda que com diversas afinidades. ➢ Receptores adrenérgicos dois tipos principais :α e β (α1, α2, β1 e β2) ➢ Os receptores α são ocupados e ativados com maior avidez pela noradrenalina ➢ Os receptores α1 estão situados nas células postsinapticas no musculo liso e desencadeiam vasoconstrição ➢ Os receptores α2 estão nas membranas pré-sinápticas de terminações de nervos pós-ganglionares que sintetizam noradrenalina ➢ Os receptores α2 quando são ativados pelas catecolaminas, atuam como controladores de retroalimentação negativa, que inibe a maior liberação de noradrenalina ➢ Nos rins, a ativação dos receptores adrenérgicos α1 intensifica a reabsorção de sódio nos túbulos renais ➢ Classes diferentes de fármacos anti-hipertensivos inibem os receptores α1 ou atuam como agonistas dos receptores α2 e diminuem os sinais simpáticos sistêmicos “de saída” ➢ A ativação dos receptores β1 do miocárdio estimula a frequência e a potência das contrações do coração e como consequência, aumenta o gasto cardíaco ➢ A ativação do receptor β1 também estimula a liberação de renina pelo rim ➢ Outra classe importante de antihipertensores atuam ao inibir os receptores β1 Fisiopatologia ➢ A ativação dos receptores β2 por parte da adrenalina relaxa o musculo liso dos vasos e os dilata Sistema renina angiotensina aldosterona Renina ➢ Protease de aspartilo sintetizada na forma de uma proenzima inativa (prorrenina) ➢ Grande parte na circulação é sintetizada nas arteríolas renais aferentes ➢ A prorrenina pode ser secretada em forma direta na circulação ou ser ativada dentro das células secretoras e liberada na forma de renina ativada ➢ O plasma humano contém duas a cinco vezes mais prorrenina que renina, mas não há dados que a primeira contribui na atividade fisiológica de tal sistema ➢ Três estímulos primários da secreção de renina: - 1) menor transporte de cloreto de sódio na região distal da rama ascendente grosa da asa de henle, que está em relação direta com a arteríola aferente correspondente (macula densa) - 2) diminuição da pressão ou o estiramento dentro da arteríola renal aferente (mecanismo barorreceptor) - 3) estimulação de tipo simpático das células reninogenas através de receptores adrenérgicos β1 ➢ O aumento do transporte de cloreto de sódio na porção ascendente grosa da asa de henle inibe a secreção de renina, por um maior estiramento dentro da arteríola afrente renal e por antagonismo dos receptores β1 ➢ A angiotensina II inibe diretamente a secreção de renina, a causa da ação dos receptores de tipo I de angiotensina II nas células juxtaglomerulares ➢ A secreção de renina aumenta em reação ao antagonismo farmacológico com ACE (enzima conversora de angiotensina) ou antagonistas de receptores de angiotensina II ➢ Ativada uma vez liberada na circulação, desdobra o angiotensinogeno, para formar a angiotensina I (inativa) Angiotensina II ➢ Propriedades vasoconstritoras ➢ Uma enzima conversora (ACE) que se encontra na circulação pulmonar (ainda não em forma exclusiva) e que converte a angiotensina I em angiotensina II (ativa) ➢ Ela enzina conversora separa outros peptídeos que incluem a bradicinina (vasodilatador) e a inativa ➢ A angiotensina II, ao atuar predominantemente nos receptores de angiotensina II do tipo I (ATI)nas membranas celulares, termina por ser uma potente substância presora, o principal fator trófico para a secreção de aldosterona por parte da zona glomerular das suprarrenais e um mitogeno potente que estimula as células do musculo liso na vasos e a proliferação de miocitos Fisiopatologia ➢ Independentemente de seus efeitos hemodinâmicos também intervém na patologia da aterosclerose, através de uma ação celular direta na parede vascular ➢ Nos tecidos pode ser formada pela atividade enzimática da renina ou por outras proteasas como tonina, quimasa e catepsina ➢ A angiotensina II histica é um mitogeno que estimula a proliferação e contribui al modelamento e reparação ➢ O excesso desse composto a nível histico pode contribuir para a aterosclerose, a hipertrófica cardíaca e a insuficiência renal. ➢ O receptor de tipo 2 da angiotensina II (AT2) ➢ Distribuído amplamente nos rins e exerce efeitos funcionais contrários ao do receptor AT1 ➢ Induz vasodilatação, excreção de sódio e inibição da proliferação celular e formação de matriz ➢ Incrementa a remodelação vascular ao estimular a apoptose das células de musculo liso e contribui com a regulação da filtração glomerular ➢ O bloqueiodo receptor AT1 induz um incremento da atividade do receptor AT2 Aldosterona ➢ A angiotensina II é o fator trófico primário que regula a síntese e a secreção de aldosterona na zona glomerular da corteza suprarrenal ➢ A síntese também depende do potássio e sua secreção pode diminuir em sujeitos que tenham perdido potássio ➢ Os incrementos agudos das concentrações de hormônio adrenocorticotropo (ACTH) também fazem com que aumente a secreção de aldosterona, mas a ACTH não é um fator tropico importante para a regulação desse hormônio a longo prazo ➢ Um potente mineralocorticóide que aumenta a reabsorção de sódio pelos canais de sódio sensíveis a amilóide do epitélio na superfície apical das células principais do ducto coletor do córtex renal. ➢ A neutralidade elétrica é preservada pela troca de íons potássio e hidrogênio por sódio. ➢ O aumento da secreção de aldosterona pode causar hipopotassemia e alcalose. ➢ A perda de potássio pode inibir a síntese de aldosterona, por isso é clinicamente necessário corrigir a hipopotassemia antes de avaliar e procurar hiperaldosteronismo no paciente. ➢ Os receptores de mineralocorticoides também são expressos no colón, glândulas salivares e glândulas sudoríparas ➢ O cortisol também se une a esses receptores, mas normalmente atua como um mineralocorticoide menos potente que a aldosterona, porque é convertido nesta última por ação da enzima IIβ – hidroxiesteroide deshidrogenasa de tipo 2 ➢ Também atua em células não epiteliais efetoras Fisiopatologia ➢ A ativação dos receptores dela, demineralocorticoides ou de ambos os hormônios induz alterações estruturais e funcionais no coração, rins e vasos sanguíneos e ocasiona fibrose do miocárdio, nefroesclerose e inflamação e remodelamento vascular, talvez como consequência do estresse oxidativo ➢ Os efeitos se incrementam pelo consumo de grandes quantidades de cloreto de sódio ➢ A espironolactona (antagonista da aldosterona) evita fibrose induzida pela aldosterona ➢ As concentrações circulantes altas de aldosterona, a causa de seu efeito hemodinâmico nos rins pode originar hiper filtração glomerular e Albuminuria ➢ Os efeitos renais são reversíveis uma vez que cessam as consequências do excesso de aldosterona, por meio de suprarenalectomia ou o uso de espironolactona ➢ O angiotensinogeno, a renina, e a angiotensina II também são sintetizados em muitos tecidos de forma local, incluindo o cérebro, a hipófise, aorta, artérias, coração, suprarrenais, rins, adiositos, leucócitos, ovários, testículos, útero, baço e a pele ➢ Mecanismos vasculares ➢ O raio interior e a distensibilidade ➢ A resistência ao fluxo varia na direção reversa à quarta potência do raio ➢ Pequenas diminuições no diâmetro interno aumentam significativamente a resistência da artéria. Fisiopatologia ➢ O termo remodelação denota as alterações geométricas na parede do vaso, sem alterações no volume interior. ➢ O remodelamento por hipertrofia (aumento do tamanho das células e depósito da matriz intercelular) ou eutrófico faz com que o calibre interno do vaso diminua e, assim, contribui para maior resistência periférica. ➢ Fatores como apoptose, inflamação mínima e fibrose vascular também contribuem para a remodelação. ➢ O diâmetro interno também está relacionado à elasticidade do vaso. Vasos altamente elásticos acomodam um volume maior, com uma mudança relativamente pequena na pressão. ➢ O sistema vascular semirrígido pode causar qualquer aumento no volume, não importa quão pequeno seja, para induzir um aumento relativamente grande na pressão arterial. ➢ Pacientes com arteriosclerose podem ter pressões sistólicas particularmente altas e pressão diferencial alargada, como consequência da diminuição da complacência vascular causada por alterações estruturais na parede do vaso. ➢ O transporte de íons pelas células do músculo liso vascular pode contribuir para anormalidades hipertensivas no tônus vascular e proliferação, ➢ O pH intracelular está envolvido em três mecanismos de transporte de íons na regulação ➢ 1) troca iônica de sódio / hidrogênio ➢ 2) troca HCO3– / Cl– dependente de sódio ➢ 3) HCO3– / Cl– troca independente de cátions. ➢ A atividade do trocador Na + -H + aumenta na hipertensão e isso pode causar maior tônus vascular, por dois mecanismos. ➢ 1- A maior penetração do sódio pode aumentar o tônus vascular ao ativar a troca de Na + / Ca2 + e assim favorecer o aumento do cálcio intracelular. ➢ 2- O pH mais elevado intensifica a sensibilidade ao cálcio do aparelho contrátil e provoca um aumento da contratilidade em relação a uma determinada concentração de cálcio intracelular. ➢ Como um aspecto adicional, o aumento da troca de Na + / H + pode estimular a proliferação de células do músculo liso vascular, aumentando a sensibilidade aos mitógenos. ➢ Endotélio vascular ➢ Sintetiza e libera muitas substâncias vasoativas diferentes (óxido nítrico, vasodilatador poderoso). ➢ A vasodilatação dependente do endotélio está diminuída em indivíduos hipertensos; ➢ O endotélio é um peptídeo vasoconstritor produzido pelo endotélio, e os antagonistas do endotélio que são ativos após a ingestão podem reduzir a pressão arterial em indivíduos com hipertensão resistente ao tratamento. Fisiopatologia ➢ A complacência vascular e a vasodilatação dependente do endotélio podem ser melhoradas com exercícios aeróbicos, perda de peso e anti-hipertensivos. • Consequências da hipertensão Coração ➢ Hipertrofia do ventrículo esquerdo ➢ Insuficiência cardíaca ➢ Artropatia coronária aterosclerótica ➢ Enfermidade microvascular ➢ Arritmias cardíacas Cérebro ➢ Avc ➢ Deterioro cognitivo ➢ Demência ➢ Encefalopatia Rim ➢ Nefropatia ➢ Lesões vasculares ateroscleróticas ➢ Glomeruloesclerose ➢ Macroalbuminuria ➢ Microalbuminuria
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