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RESUMO NERVOS CRANIANOS NEUROANATOMIA

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Victoria Alencar 
nervos cranianos
os nervos em geral
· Cordões esbranquiçados constituídos de fibras nervosas, reforçadas por tecido conjuntivo, que unem o SNC aos órgãos periféricos. Podem ser espinhais ou cranianos.
· As fibras em geral são MIELÍNICAS COM NEURILEMA. Exceto o nervo óptico, que é constituído por fibras MIELÍNICAS SEU NEURILEMA e o nervo olfatório, as quais são AMIELÍNICAS COM NEURILEMA (FIBRAS DE REMAK) – também existentes no SNA.
constituição do nervo
· 3 bainhas conjuntivas: epineuro, perineuro e endoneuro. 
· É possível a retirada do epineuro em um trecho de até 15 cm sem que ocorra lesão nervosa, pois os vasos anostomosados são longitudinais.
· O nervo é quase desprovido de sensibilidade, e quando é lesado a dor é sentida no território sensitivo que ele inerva.
terminações nervosas sensitivas-receptores
· Especiais- neuroepitélio: retina, etc. Fazem parte dos órgãos especiais do sentido: visão, audição e equilíbrio, gustação e olfação.
· Gerais: todo corpo, responde a diferentes estímulos como tato, dor, temperatura e postura corporal ou propriocepção.
terminações nervosas motoras ou Junções neuroefetuadoras
· Menos variadas que as sensitivas
· Somáticas (terminam nos músculos estriados esqueléticos) e viscerais (terminam em glândulas, músculo estriado cardíaco – pertence ao SNA).
os nervos cranianos 
· Número 
· Nome
· Características funcionais
· Origens no encéfalo
· Funções
número e nome
São numerados em numerais romanos de I a XII, são em pares 12 para o lado direito e 12 para o lado direito. Esta contagem é de anterior para posterior do encéfalo.
· I par: nervo olfatório 
· II par: nervo óptico
· III par: nervo oculomotor 
· IV par: nervo troclear 
· V par: nervo trigêmeo (maior de todos)
· VI par: nervo abducente
· VII par: nervo facial 
· VIII par: nervo vestibulococlear
· IX par: nervo glossofaríngeo
· X par: nervo vago
· XI par: nervo acessório
· XII par: nervo hipoglosso
características funcionais
· Motores ou eferentes: sai do SNC para o SNP (pares I,II e VIII)
· Sensitivos ou aferentes: sai do SNP para o SNC ( pares III,IV,VI, XI e XII)
· Mistos: carregam ambas as informações (pares V, VII, IX e X)
origem 
Emergem do encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e podem agir no crânio ou fora dele. 
Apenas os pares I e II não tem origem no tronco encefálico:
· I: bulbo olfatório – cérebro (telencéfalo)
· II: corpo geniculado lateral – tálamo (diencéfalo)
Os demais nervos tem sua origem localizada em núcleos no tronco encefálico. Estes núcleos são aglomerados de corpos celulares, que originam os nervos cranianos. 
OBS: Gânglios também são aglomerados de corpos celulares, porém no SNP e não no SNC como os núcleos.
· III e IV: mesencéfalo
· V, VI, VII e VIII: ponte
· IX,X, XI e XII: bulbo
OBS: O par XI tem algumas de suas origens também na medula espinhal (C1 a C5, somente no corno anterior).
funções gerais
· I par - nervo olfatório - puramente sensitivo, capta o olfato.
· II par: nervo óptico - puramente sensitivo, capta a visão. São muito sensíveis a luz.
· III par - nervo oculomotor: puramente motor, movimento dos olhos. Importante para a abertura e fechamento do músculo esfíncter da pupila, ou seja, controla a entrada de luz para a retina. Também inerva os músculos extrínsecos dos olhos (exceto o oblíquo superior e o retolateral), para movimento dos olhos.
· IV par - nervo troclear: puramente motor, movimento dos olhos. Inerva o músculo oblíquo superior.
· V par - nervo trigêmeo (maior de todos): é misto
Na sua parte sensitiva possui 3 ramos sensitivos (oftálmico, confere inervação sensitiva aos olhos e até a parte média da cabeça; ramo maxilar, que confere sensibilidade do nariz ao lábio superior; ramo mandibular, que confere sensibilidade na região da mandíbula externa e interna (dentes, cavidade nasal, dentes -arcada superior é pelo ramo maxilar e inferior mandibular-, cavidade oral...). O trigêmio participa também da sensibilidade dos 2/3 anteriores da língua, exceto a sensibilidade especial do paladar NÃO. 
A inervação motora é relacionada a mastigação (músculos temporal, macéter, pterigóideos lateral e medial).
· VI par - nervo abducente: puramente motor, movimento dos olhos. Inerva o músculo retolateral, que realiza o movimento lateral dos olhos.
· VII par - nervo facial: é misto
Parte sensitiva relacionada ao paladar, 2/3 anteriores da língua.
A parte motora é relacionada aos músculos da expressão facial, mímica facial. 
· VIII par - nervo vestibulococlear: puramente sensitivo e dividido em 2 ramos, vestibular (referente ao equilíbrio, inerva o labirinto) e coclear (referente a audição,inerva a cóclea).
· IX par - nervo glossofaríngeo: é misto
A parte sensitiva é relacionada ao paladar e à sensibilidade do terço posterior da língua, da parte mais profunda da língua.
Na parte motora inerva os músculos da faringe, que são importantes para a deglutição.
· X par: nervo vago: é misto 
A parte mais importante é a parte eferente visceral, motora. Vai inervar as vísceras, órgãos torácicos e abdominais. É a inervação parassimpática, porção parassimpática das vísceras abdominais e torácicas (coração, intestino, estômago etc...). Além disso, é responsável também pela inervação dos músculos da deglutição na faringe e da fonação na laringe.
· XI par: nervo acessório: puramente motor, inerva os músculos esternocleidomastóide e trapézio. Estes músculos são relacionados principalmente ao movimento do pescoço e ombro, respectivamente. 
· II par: nervo hipoglosso: puramente motor, relacionado à inervação da língua, musculatura que movimenta a língua, intrínseca da língua. É o principal motor da língua.Relacionado também com a fonação e deglutição, pois inerva também músculos da laringe e faringe. 
nervo olfatório I par 
· Nervo puramente sensitivo.
· A função do nervo olfatório é o olfato, considerada como sensibilidade visceral especial. 
· A mucosa olfatória, situada no epitélio olfativo da cavidade nasal, é formada por um conjunto de células nervosas ciliadas especializadas, denominadas receptores olfativos.
· Axônios das células nervosas orifícios do osso etmoide conexão com bulbo olfatório (lobo frontal) trato olfatório vão atingir o lobo temporal, terminando no córtex olfatório primário do úncus e do giro para-hipocampal.
aplicação clínica
· Anosmia é a designação que se dá à ausência de olfato. Parosmia corresponde às alterações do odor, sendo a cacosmia, odor desagradável ou fétido, a forma mais comum. 
· A anosmia ou hiposmia podem anteceder os sintomas e sinais típicos da doença de Parkinson e de outras doenças degenerativas.
· As patologias que mais frequentemente cursam com alterações do odor são: rinites alérgicas ou infecciosas, os traumatismos cranioencefálicos com lesão da lâmina crivosa do etmoide, os tumores do lobo temporal, os processos infecciosos crônicos e as doenças psiquiátricas. 
nervo óptico II PAR
· Nervo puramente sensitivo.
· O nervo óptico é o conjunto dos axônios (fibras somáticas especiais) provenientes das células ganglionares da retina, estrutura localizada no olho, órgão receptor do sistema visual – estrutura sensível à luz (cones e bastonetes).
· Para o campo visual de cada olho, existem dois hemicampos: um temporal e outro nasal: as fibras provenientes da retina nasal cruzam para o outro lado no quiasma óptico, enquanto as fibras provenientes da retina temporal seguem pelo mesmo lado, sem cruzamentos.
· Cada nervo une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico trato óptico corpo geniculado lateral os axônios dos neurônios do corpo geniculado lateral constituem as radiações ópticas, que se dirigem para área cortical visual.
aplicação clínica
· As lesões das vias ópticas causam alterações visuais específicas, possibilitando uma localização da patologia de forma precisa:
· As lesões do nervo óptico causam diminuição ou ausência unilateral da visão do olho comprometido. Nesse caso, as principais patologias encontradas são: seção traumática do nervo óptico, neurite retrobulbar e tumores como os gliomas do nervoóptico.
· Lesões do quiasma óptico têm como sintomatologia a hemianopsia heterônima ou perda da visão nos campos temporais bilateralmente. As principais causas são os tumores da hipófise e os da região suprasselar, como os craniofaringiomas, os adenomas e os meningiomas, e dilatações do terceiro ventrículo que ocorrem em hidrocefalias.
· As lesões do trato óptico, do corpo geniculado lateral, das radiações ópticas ou do córtex cerebral visual produzem, quando completas, as hemianopsias homônimas, ou perda da visão em um lado dos dois campos visuais.As patologias mais comuns são os acidentes vasculares cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos, os traumatismos cranianos e os tumores (processos expansivos).
nervo oculomotor III PAR 
· Nervo puramente motor.
· O núcleo do nervo oculomotor localiza-se no nível do colículo superior (dorso do mesencéfalo).
· É um núcleo bastante complexo, constituído de várias partes, por isso complexo nuclear oculomotor, que pode ser funcionalmente dividido em uma parte somática e outra visceral:
· A parte somática contém os neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos reto superior, reto inferior, reto medial, oblíquo inferior e levantador da pálpebra. É constituída por vários subnúcleos, cada um dos quais destina fibras motoras para inervação de um dos músculos anteriormente relacionados.Essas fibras atravessam o núcleo rubro, emergem na fossa interpeduncular, constituindo o nervo oculomotor – Eferente somática.
· A parte visceral do complexo oculomotor é chamada de núcleo de Edinger-W estphal. Essas fibras pertencem ao parassimpático craniano, estão relacionadas com a inervação dos músculos (lisos) esfíncter pupilar da íris, que faz a miose, ou fechamento da pupila, e ciliar, que controla o cristalino -Eferente visceral geral.
· Desta forma, é responsável pela inervação intrínseca, por meio de fibras motoras viscerais, e extrínseca, por meio de fibras motoras somíticas, do globo ocular, exceto dos músculos oblíquo superior e reto lateral.
aplicação clínica
· A lesão completa do nervo oculomotor produz a lateralização do globo ocular, associada a uma ausência da elevação da pálpebra, chamada ptose palpebral, e midríase, ou dilatação da pupila. Esse conjunto de sinais é conhecido como oftalmoplegia. As causas mais comuns são as compressões por aneurismas, ou dilatações localizadas, das artérias carótida interna e comunicante posterior, e por tumores.
· Além disso, As doenças desmielinizantes e os acidentes vasculares mesencefálicos podem lesar os núcleos ou fibras do nervo oculomotor. Nos casos de hipertensão intracraniana, que pode ser causada por diferentes fatores, existe a possibilidade de ocorrer uma hérnia cerebral pela borda livre do tentório e compressão do nervo oculomotor, provocando a midríase. Esse sinal é pesquisado em pacientes em estado de coma, como, por exemplo, nos traumatismos cranianos, pois corresponde a um sinal de gravidade.
nervo troclear iv par
· Nervo puramente motor.
· O núcleo do nervo troclear é um pequeno apêndice do complexo oculomotor nas proximidades do colículo inferior.
· Inerva o músculo oblíquo superior, que desloca e gira o globo ocular medialmente para baixo. 
· Apresenta 2 particularidades: suas fibras são as únicas que saem da face dorsal do encéfalo e trata-se do único nervo cujas fibras decussam (cruzam) antes de emergirem do sistema nervoso central. Dessa forma, esse é o único nervo craniano com origem aparente posterior ou dorsal.
· O nervo troclear apresenta um trajeto lateral ao mesencéfalo, sob a borda livre do tentório, dirigindo-se anteriormente para passar pela parede lateral do seio cavernoso e pela fissura orbital superior até a órbita.
aplicações clínicas
· As lesões do nervo troclear podem ocorrer nos processos isquêmicos ou hemorrágicos dos pedúnculos cerebrais. A sintomatologia atém-se apenas a uma diplopia, isto é, visão dupla, de objetos situados medial e inferiormente. Dificuldades para descer escadas pela diplopia causada no olhar inferior e medial são sinais frequentes das lesões do nervo troclear.
nervo trigêmeo v par
· Nervo misto, sendo o componente sensitivo maior. 
· Possui 3 ramos: oftálmico, maxilar e mandibular.
· Possui uma raiz sensitiva e uma raiz motora. 
· Raiz sensitiva: formada por prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigeminal, que se localiza na loja do gânglio trigeminal. 
· Os prolongamentos periféricos formam, distalmente ao gânglio, os três ramos (oftálmico, maxilar e mandibular) responsáveis pela sensibilidade geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. Tais fibras conduzem impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão e tato) e proprioceptivos (originam-se em receptores localizados nos músculos mastigadores e na articulação temporomandibular).
· Raiz motora: constituída por fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos mastigadores (temporal, masseter e pterigóideos lateral e medial), o músculo milo-hióideo e o ventre anterior do músculo digástrico, além do músculo tensor do tímpano do ouvido médio. Esses músculos são derivados do primeiro arco braquial. As fibras que inervam são as eferentes viscerais especiais. Os impulsos exteroceptivos originam-se:
· Da pele, da face e da fronte;
· Da conjuntiva ocular;
· Da parte ectodérmica da mucosa da cavidade bucal, nariz e seios paranasais;
· Dos dentes;
· Dos 2/3 anteriores da língua;
· Da maior parte da dura-máter craniana.
aplicAÇão CLÍNICA
· As perdas de diferentes formas de sensibilidade, como tato, dor, pressão e temperatura, em todo o território de distribuição do nervo, indicam lesão anterior ao gânglio, do próprio gânglio ou da raiz sensorial. As principais causas são os traumatismos ou os tumores da base do crânio e as meningites crônicas. 
· A perda de todas as formas de sensibilidade de um ou mais ramos principais indica lesão individualizada; como, por exemplo, a compressão do ramo oftálmico no seio cavernoso por um aneurisma carotídeo ou na fissura orbitária por um tumor.
· Uma dor muito intensa no trajeto de 1 ou mais ramos do nervo trigêmeo, chamada de neuralgia do trigêmeo, 
· pode ser confundida com dores de dente. A neuralgia do trigêmeo é unilateral, acomete a face e pode ser desencadeada por estímulos simples como se alimentar, fazer a barba ou até mesmo lavar o rosto. Os analgésicos comuns em geral não produzem efeito. A etiologia dessas dores pode ser um tumor, uma compressão vascular ou uma doença desmielinizante, como a esclerose múltipla, mas, na maioria das vezes, é considerada essencial ou idiopática, isto é, sem causa definida.
nervo abducente vi par
· Nervo puramente motor.
· O núcleo está situado na ponte. 
· A partir do núcleo ele emerge no tronco encefálico, entre a ponte e o bulbo. As fibras do sétimo nervo passam ao redor. 
· Segue o trajeto intradural mais longo de todos os nervos cranianos. O seu ponto de entrada na dura-máter é mais distante de sua saída do crânio através da fissura orbital superior.
· Inerva o músculo reto medial do lado oposto e produz a abdução do globo ocular.
aplicação clínica
· As lesões do nervo abducente impossibilitam a lateralização do olho, causando um estrabismo convergente e diplopia durante a mirada lateral do globo ocular lesado. As principais causas dessa sintomatologia são os traumatismos, os tumores e hipertensão intracraniana.
nervo facial vii
· Nervo misto.
· Grande importância médica: faz relações com o nervo vestibulococlear, estruturas do ouvido médio e interno e com a parótida.
· Fato curioso: apesar de atravessar a parótida, onde se ramifica, este nervo inerva todas as glândulas maiores da cabeça, EXCETO A PARÓTIDA, que é inervada pelo glossofaríngeo.
· Emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora (nervo facial)- responsável pela motricidade dos músculos da expressão facial, músculo estilo-hióideo, ventre posterior do digástrico, platisma e músculo estapédico da orelha média- e uma raiz sensitiva e visceral (nervo intermédio– Wrisberg) – responsável pela inervação das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual e gustação dos 2/3 anteriores da língua. Junto com o nervo vestibulococlear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno. Neste local, o nervo intermédio perde sua individualidade e forma um tronco único que penetra no canal facial. O nervo fácil encurva-se e forma o geniculo do nervo fácil (joelho externo), onde há o gânglio sensitivo. Esse sistema é responsável pela sensibilidade geral e gustação dos 2/3 anteriores da língua. Descreve uma curva para baixo e emerge do crânio pelo forame estilomastoídeo, atravessa a glândula parótida e inerva os músculos mímicos, estilo-hioídeo e ventre posterior do músculo digástrico. Estes músculos derivam do segundo arco braquial.
· Fibras eferentes viscerais especiais: músculos mímicos, estilo-hioídeos e ventre posterior digástrico (motor somático – braquial). 
· Fibras eferentes viscerais gerais: inervação pré-ganglionar das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual (motor visceral – parassimpático). 
· Fibras aferentes viscerais especiais: recebem impulsos gustativos originados nos 2/3 anteriores da língua e seguem inicialmente junto com o nervo lingual. 
· Aferente visceral geral: parte posterior das fossas nasais e face superior do palato mole.
· Aferente somático geral: parte do pavilhão auditivo e do meato acústico externo.
aplicação clínica
· Como o nervo facial é responsável pela inervação motora dos músculos da mímica, o principal sintoma de sua lesão, seja central ou periférica, envolve uma paresia ou plegia desses músculos, cujo exame minucioso nos fornece a localização do ponto de lesão do nervo facial. 
· As projeções para os neurônios faciais que inervam os músculos superiores da expressão facial são tanto cruzadas como não cruzadas, ao passo que as fibras para os neurônios que inervam os músculos inferiores da expressão facial são todas cruzadas
· Assim, as lesões situadas entre o córtex cerebral e o núcleo do nervo facial (CENTRAL), este localizado na ponte, provocam uma paresia ou paralisia do andar inferior da hemiface contralateral à lesão, como é frequente observarmos nos acidentes vasculares cerebrais, processos expansivos intracranianos e doenças desmielinizantes. Nesses casos, essa situação é denominada paralisia facial central ou paralisia do neurônio motor superior.
· Entretanto, se a lesão ocorre no trajeto do nervo facial ou no seu núcleo, haverá uma paresia ou paralisia de toda a hemiface homolateral à lesão. Há incapacidade do fechamento da pálpebra, ausência do reflexo corneano, sensibilidade auditiva aumentada (hiperacusia) e perda da sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua, no lado afetado. Tal situação é denominada paralisia facial periférica ou paralisia do neurônio motor inferior, frequentemente encontrada na paralisia de Bell (neurite facial idiopática), traumatismo da mandíbula, da parótida e da parte petrosa do osso temporal, infecção e cirurgias da orelha média, patologias tumorais ou vasculares da ponte, tumores do ângulo pontocerebelar e da parótida.
NERVO VESTIBULOCOCLEAR VIII PAR
· Nervo puramente sensitivo.
· Também chamado de esteatoacústico.
· Penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino.
· Apresenta 2 componentes: o nervo vestibular condutor das informações relacionadas com o posicionamento e a movimentação da cabeça, e o nervo coclear, condutor das informações auditivas. Eles passam juntos pelo meato acústico interno, unidos em um tronco comum, porém com origens, funções e conexões centrais diferentes.
· Parte vestibular: fibras originadas nos neurônios sensitivos do gânglio vestibular. Impulsos relacionados a equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular do ouvido interno. 
· Parte coclear: Situa-se na cóclea a parte auditiva da orelha interna e, no órgão de Corti, as células ciliadas, receptoras sensoriais responsáveis pela tradução dos sons da orelha interna. Fibras originadas dos neurônios sensitivos originários do órgão espiral (de Corti). Fibras aferentes somáticas especiais.
aplicação clínica
· Lesões neste nervo causam diminuição da audição, por comprometimento da parte coclear do nervo, juntamente com vertigem, alterações do equilíbrio e enjoo, por envolvimento da parte vestibular. 
· Pode ocorrer também um movimento oscilatório dos olhos, denominado nistagno. 
· As patologias comuns incluem tumores formados pelas células de Schwann (neurinomas), que crescem comprimindo o próprio nervo e também o facial e intermédio. Neste caso os sintomas das lesões no nervo vestibulococlear se associam àqueles que resultam das lesões nestes dois nervos (facial e intermédio).
nervo glossofaríngeo IX 
· Nervo misto 
· Emerge do sulco lateral posterior do bulbo , numa série de 5 ou 6 pequenas raízes nervosas imediatamente dorsais à oliva inferior, que se juntam e saem do crânio pelo forame jugular. A essa altura, observam-se os gânglios superior (jugular) e inferior (petroso), formados por neurônios sensitivos.
· Ao sair do crânio tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e da faringe.
· Diferente de alguns nervos que apenas inervam um tipo de sensibilidade na língua (trigêmeo- geral e facial- especial), o glossofaríngeo inerva tanto a sensibilidade geral (dor, temperatura e pressão mecânica) quanto a sensibilidade especial (paladar).
· Além disso, ele é de suma importância na captação da pressão arterial na carótida e seio carotídeo.
· Função sensitiva:
· Visceral especial: Gustação 1/3 posterior da língua; 
· Visceral geral: 1/3 posterior da língua, úvula, tonsilas, faringe, tuba auditiva, seio e corpo carotídeo;
· Visceral geral: Pavilhão auricular e meato acústico externo (MAE).
· Função motora: 
· Visceral geral: Glândula parótida; 
· Visceral especial: Músculo constritor superior da faringe e músculo estilofaríngeo (importante para deglutição). 
aplicação clínica
As afecções do nervo glossofaríngeo isoladas são raras, destacando-se as manifestações neurológicas, como distúrbios dolorosos na faringe, terço posterior da língua e irradiação para o ouvido, chamadas de nevralgia. Observam-se, também, perda da sensação gustativa no terço posterior da língua e perda ou redução do reflexo do engasgo.
nervo vago X PAR
· Nervo misto e essencialmente visceral. Maior de todos os nervos cranianos.
· Conhecido também por pneumogástrico, devido sua importante função nestes órgãos.
· Suas fibras consistem de fibras eferentes motoras e parassimpáticas e fibras aferentes sensitivas. 
· Emerge do sulco lateral posterior do bulbo. 
· Emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome.
· Possui dois gânglios sensitivos: o Gânglio superior ou jugular (ao nível do forame jugular) e o Gânglio inferior ou nodoso ( abaixo do forame jugular).
· Entre os dois gânglios há o ramo interno do nervo acessório.
!! Único nervo craniano que além de inervar estruturas da cabeça e pescoço inerva também órgãos internos, vísceras torácicas e abdominais.
· Além das conexões aferentes ao trato solitário, por meio do gânglio do nervo vago (gânglio jugular) cujas fibras se projetam no trato solitário, o nervo vago apresenta fibras motoras branquiais, que têm origem no núcleo ambíguo, e fibras viscerais parassimpáticas, responsáveis pela inervação das vísceras torácicas e abdominais.
· Função motora:
· Visceral especial:Todos os músculos da faringe e laringe, exceto os músculos estilofaríngeo (nervo glossofaríngeo) e tensor do véu do paladar (nervo trigêmeo);
· Visceral geral: Inervação parassimpática das glândulas e mucosas da laringe, assim como de todas as vísceras torácicas e abdominais, exceto o cólon descendente e sigmoide, reto e ânus. 
· Função sensitiva 
80% DE SUAS FIBRAS SÃO AFERENTES.
· Visceral especial: Gustação da epiglote (laringe) 
RELACIONADO COM O SABOR AZEDO E O GLOSOFARÍNGEO COM O SABOR AMARGO!!!
· Visceral geral: Revestimento mucoso da faringe, laringe e palato mole, esôfago, vísceras abdominais (estômago,fígado,pâncreas,duodeno,delgadoe início do grosso) e torácicas (pleuras, pericárdio),corpo carotídeo, assim como a inervação dos quimiorreceptores dos corpúsculos aórticos e barorreceptores do arco aórtico (detecção da pressão arterial);
· Somático geral (dor, temperatura, tato, pressão e propriocepção): Junto com o glossofaríngeo, é o responsável pela inervação do pavilhão auditivo e do meato acústico externo. 
aplicação clínica 
As lesões do nervo vago proporcionam mais comumente paresias e paralisias das musculaturas faríngea e laríngea. Assim, é comum observarem-se nessas lesões rouquidão (disfonia), dificuldade na deglutição (disfagia), queda do palato mole do lado afetado e desvio da úvula em direção oposta ao lado da lesão (sinal da cortina) e ausência do reflexo do vômito. 
Nas lesões do núcleo ambíguo, outras estruturas adjacentes podem ser afetadas, como na síndrome bulbar lateral (de Wallenberg), decorrente do infarto da artéria cerebelar posteroinferior cuja principal causa é a oclusão arterial por aterosclerose, que causa lesão isquêmica da região lateral do bulbo. A maioria dos doentes apresenta ataxia (equilíbrio ou coordenação motora prejudicados), défices sensitivos afetando a face ipsilateral, tronco e membros contralaterais, vertigens, vômitos, soluços, disfagia, disartria.Ocasionalmente o doente refere diplopia (visão dupla) (SANVITO, 2008). 
· Por serem de mesma origem e muito próximos as lesões são difícies de dissociar, portanto, as lesões mais comuns dos nervos vago e glossofaríngeo são:
· Paralisia motora unilateral com déficit sensorial -acidentes vasculares cerebrais bulbares, tumores da fossa posterior, siringobulbia (cisto na região do tronco) e processos expansivos próximos ao forame jugular; 
· Paralisia motora pura -poliomielite e ação de toxinas; 
· Paralisia bilateral do neurônio motor superior - doença cerebrovascular bilateral (paralisia pseudobulbar), parkinsonismo avançado e esclerose lateral amiotrófica; 
· Paralisia bilateral do neurônio motor inferior - poliomielite, ação de toxinas e paralisia bulbar progressiva;
· Déficits motores por fadiga - miastenia gravis. 
!! O nervo motor mais importante da laringe é o nervo laríngeo, recorrente do vago, cujas fibras, entretanto, são, em grande parte, originadas no ramo interno do nervo acessório. 
!! As fibras eferentes do vago originam-se em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas, nos gânglios superior (fibras somáticas) e inferior (fibras viscerais).
nervo acessório xi par 
· Nervo puramente motor.
· É formado por uma raiz craniana (ou bulbar) e uma raiz espinhal. 
· O nervo acessório apresenta dois núcleos de origem: 
· Núcleo ambíguo: raiz bulbar/cranial nervo acessório cranial. 
· Núcleo do acessório espinhal: raiz medular nervo acessório medular.
· A raiz espinhal é formada por filamentos radiculares que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula. Constituem um tronco comum que penetra no crânio pelo forame magno. A este tronco reúnem-se os filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo. 
· O tronco comum atravessa o forame jugular em companhia dos nervos glossofaríngeo e vago, dividindo-se em um ramo interno e outro externo:
· O ramo interno, que contém as fibras da raiz craniana, reúne-se ao vago e distribui-se com ele. Inerva os músculos da laringe e da faringe.
· O ramo externo contém as fibras da raiz espinhal, tem trajeto próprio e, dirigindo-se obliquamente para baixo, inerva os músculos trapézio e estemocleidomastoídeo. 
· Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da laringe através do nervo laríngeo recorrente; 
· Fibras eferentes viscerais gerais: inervam vísceras torácicas juntamente com fibras vagais. 
aplicação clínica 
· De um modo geral, qualquer lesão do NC XI apresentará paralisia do trapézio e do esternocleidomastóideo. 
· O esternocleidomastóideo é o único músculo do corpo cuja ação é para o lado oposto do espaço (vira a cabeça para o lado oposto).Assim, uma lesão do nervo acessório direito provoca fraqueza para virar a cabeça para a esquerda. 
· O nervo espinhal acessório está localizado superficialmente no triângulo cervical posterior, logo após emergir do músculo esternocleidomastóideo, sendo facilmente lesado a esse nível. Sua lesão neste local causa a paralisia do músculo trapézio, que determina importante alteração funcional da cintura escapular, dor e transtornos estéticos. Isso causa uma severa dificuldade para elevar o membro superior acima de 90° e dor generalizada na cintura escapular.
nervo hipoglosso xii par
· Nervo puramente motor.
· Emerge do sulco lateral anterior do bulbo.
· O núcleo do hipoglosso é o núcleo motor de onde se originam fibras eferentes somáticas para a musculatura da língua. 
· Seus axônios cruzam medialmente pelo bulbo e emergem com uma série linear de radículas nervosas distribuídas no sulco anterolateral do bulbo. Essas fibras juntam -se, formando o tronco do nervo, e saem do crânio pelo canal do hipoglosso, após o qual descem, dirigindo-se à base da língua, onde se ramificam na sua musculatura intrínseca, possibilitando desse modo os movimentos e as mudanças da posição da língua.
· O único músculo da língua que não é inervado pelo nervo hipoglosso é o músculo palatoglosso.
· Deve-se ressaltar que o núcleo hipoglosso recebe fibras aferentes do núcleo solitário e do núcleo sensorial do trigêmeo, além de fibras corticobulbares do córtex motor contralateral, o que provoca a participação de todas essas fibras nos movimentos reflexos da mastigação, sucção, deglutição e fala.
aplicação clínica
· Nas lesões do nervo hipoglosso, há paralisia da musculatura de uma das metades da língua. Nesse caso, quando o paciente faz a protrusão da língua se desvia para o lado lesado, por ação da musculatura do lado normal não contrabalançada pela musculatura da metade paralisada. 
· São várias as causas de lesão do XII nervo, como na siringomielia, poliomielite, processos expansivos e traumatismos da base do crânio, esclerose lateral amiotrófica, paralisia pseudobulbar, paralisia bulbar progressiva e anomalias do forame occipital.
inervação da língua 
4 dos nervos contêm fibras destinadas à inervação da língua: o trigêmeo, o facial, o glossofaríngeo e o hipoglosso 
· Trigêmeo: sensibilidade geral (temperatura, dor, pressão e tato) nos 2/3 anteriores
· Facial: sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores.
· Glossofaríngeo: sensibilidade geral e gustativa no terço posterior. 
· Hipoglosso: motricidade.
!! Embora sejam quatro os nervos cranianos cujas fibras inervam a língua, apenas três nervos chegam a esse órgão, ou seja, o hipoglosso, o glossofaríngeo e o lingual (ramo da divisão mandibular do nervo trigêmeo). Essa "redução" no número de nervos deve-se ao fato de que as fibras do nervo facial chegam à língua através do nervo lingual, incorporando-se a ele por meio de uma anastomose, denominada nervo corda do tímpano.

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