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Anticorpos interações

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1º Bimestre, Aula 3 (04.03)Interacoes Antigeno Anticorpo
Antigeno
Antígenos: É a menor parte de toda substância que o sistema imune considera como estranha e consegue se ligar. Os antígenos têm 
características especiais que fazem com que estimulem uma resposta ou não.
▪
Imunógenos: São substâncias que não só são conhecidas pelo sistema imune como estranhas (antígenos), mas também são capazes de 
estimular uma resposta imunológica.
▪
Antígenos não imunogênicos: São estruturas pequenas com baixo peso molecular; são simples estruturalmente; têm apenas um 
epítopo.
▪
Antígenos imunogênicos: São estruturas grandes; moléculas mais complexas; múltiplos epítopos. ▪
Imunogenicidade: Capacidade de produzir uma resposta a partir do reconhecimento de algo estranho.▪
Quanto mais estranhos os antígenos forem para nosso sistema imunológico (maior distância filogenética), mais imunogênica a 
molécula será e melhor a resposta.
▫
A via subcutânea tem alta imunogenicidade, por ser a via em que as células dendríticas vão apresentar o antígeno para o linfócito 
TCD4, estimulando resposta adaptativa; a via endovenosa tem média imunogenicidade, podendo induzir a tolerância já que o baço é 
altamente vascularizado, sendo o local onde é drenado microrganismos da corrente sanguínea. Os linfócitos B que estão em grande 
quantidade não vão conseguir processar os antígenos proteicos sem a ação do linfócito TCD4, de forma que os antígenos que estão 
na corrente sanguínea podem gerar uma tolerância; a via gastrointestinal tem capacidade de reconhecimento e produção de baixa 
imunogenicidade, de forma que os antígenos que chegam ali costumam ser mais tolerados pelo sistema imune, podendo até 
reconhecer como estranho, mas não produzindo imunidade.
▫
Fatores que influenciam a imunogenicidade: Distância filogenética, tamanho, quantidade de epítopos, composição molecular, via de 
administração.
▪
Epítopos: É a menor porção da estrutura antigênica, sendo o sítio de ligação do Ag com o anticorpo (determinantes antigênicos). As 
proteínas têm vários epítopos diferentes, enquanto os carboidratos têm vários epítopos iguais.
▪
Cefalosporina pode se ligar nas hemácias e induzir uma anemia hemolítica induzida por drogas.→
Haptenos: Antígenos que possuem um único epítopo e são não-imunogênicos por terem baixo peso molecular, não sendo imunogênicas 
sozinhos. Para se tornarem imunogênicos e levarem à indução da resposta imunológica, precisam estar associados à uma molécula
carreadora (molécula maior). 
▪
Antígenos T dependentes: Proteínas. Para que estimulem a resposta humoral, precisam do auxílio do linfócito TCD4. A resposta T 
dependente estimula a troca de classe (IgM e posteriormente IgG), ocorre maturação na afinidade dos anticorpos e é produzida memória 
imunológica. Os antígenos do sistema Rh são proteicos, de forma que os anticorpos circulantes produzidos contra eles são da classe IgG .
▪
Antígenos T independentes: Polissacarídeos e lipídeos. Ativam a resposta humoral sem auxílio da célula T. A resposta T independente 
não tem troca de classe (somente IgM), não ocorre maturação na afinidade dos anticorpos e não são produzidas células de memór ia, não 
gerando imunidade duradoura. Os antígenos do sistema ABO são de carboidrato, de forma que os anticorpos circulantes produzidos são 
predominantemente da classe IgM.
▪
Anticorpo (Imunoglobulina)
Proteínas plasmáticas globulares produzidas por linfócitos B ativados, tendo função efetora da imunidade humoral. Chamadas de
anticorpos porque agem contra corpos estranhos (substâncias antigênicas), se ligando.
▪
Estruturalmente, são divididas em quatro cadeias (duas cadeias leves e duas cadeias pesadas, unidas por pontes dissulfídicas) . São 
divididas em duas porções, a Fc (fragmento cristalizável, interação com as células imunes), composta somente por cadeias pesadas e a 
Fab (fragmento de ligação ao Ag), composta por cadeias pesadas e leves. A porção Fab tem dois sítios de ligação, ou seja, consegue se 
ligar a dois epítopos diferentes.
▪
As características genéticas da cadeia pesada são o que determinam a classe do Ac e a porção Fab é quem confere a especificid ade do 
anticorpo a um determinado antígeno.
▪
As células do sistema imune têm receptores diferentes para se ligarem às diferentes classes de anticorpos (IgE se liga ao receptor FcεRI 
do basófilo, por exemplo).
▪
(3) Interações Antígeno Anticorpo [1º BIM]
 Página 1 de Imunologia Clínica 
Neutralização: É a ligação dos anticorpos aos microrganismos e/ou toxinas, impedindo a aderência e ação dos mesmos nas células 
hospedeiras.
▫
Opsonização: É um processo que ocorre com a finalidade de auxiliar o processo de fagocitose pelas células fagocitárias, para que 
os microrganismos sejam destruídos enzimaticamente. Para ocorrer a opsonização, antes, deve ocorrer a neutralização. O anticorpo 
neutraliza o microrganismo, se ligando ao antígeno pela porção Fab e o fagócito se liga na porção Fc, que ao se ligar, ocorre o 
processo da fagocitose.
▫
ADCC (Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpo): É a liberação de perforinas e granzimas que ativam a via das 
caspases e promovem a apoptose da célula infectada. Anticorpos IgG podem se ligar à superfície de célula de microrganismos com 
haptenos, na porção Fab. Uma vez ligados, a célula NK tem receptor FcRyIII para a porção Fc do anticorpo, se ligando. Com isso, a 
célula NK libera perforinas e granzimas que são tóxicas para os microrganismos, destruindo a célula infectada.
▫
Ativação do sistema complemento: Dois IgG ou um IgM se ligam ao antígeno e ativam a via clássica do sistema complemento, 
gerando o complexo de ataque a membrana (MAC) no final, formando poros na membrana dos microrganismos e destruindo-os.
▫
Funções dos anticorpos: Neutralização, opsonização, citotoxicidade depende de Ac (NK) e ativação da via clássica do sistema 
complemento.
▪
IgA: Presente nas mucosas e secreções (saliva e leite materno) na forma de dímero e no soro na forma de monômero.▫
IgD: Representa cerca de 1% de anticorpos circulantes, não tendo ação expressiva na reação contra antígenos à nível sérico, 
estando presente nas membranas dos linfócitos B como receptor de antígenos (BCR). 
▫
IgE: Participam na imunidade contra helmintos e alérgenos. Estimula degranulação de basófilos ou mastócitos toda vez que entra 
em contato com o antígeno, levando aos sintomas do processo alérgico.
▫
IgG: Mais abundantes no soro (75%), ficando no organismo após a maturação da imunidade, sendo responsável por combater a 
grande parte dos microrganismos (imunidade de longa duração, presente em resposta mais tardia). Único anticorpo capaz de 
atravessar a placenta, sendo importante na imunidade do feto durante a gestação, mas sendo algo ruim em situações como 
incompatibilidade do sistema Rh entre feto e mãe, podendo estimular a Doença Hemolítica do Perinatal. É um anticorpo quente, 
reagindo melhor em temperaturas mais altas (37º C).
▫
IgM: É secretado na forma de pentâmero (10 sítios de ligação para antígenos), sendo o maior anticorpo. Não atravessa a placenta. 
Também é um receptor de antígeno presente na membrana dos linfócitos B (BCR), estando na forma monomérica. São os primeiros 
anticorpos a aparecer em uma resposta humoral de fase aguda. É um anticorpo frio, reagindo melhor em baixas temperaturas 
(20-25º C).
▫
Divididas em 5 classes (IgA, IgD, IgE, IgG, IgM).▪
Interacoes Antigeno Anticorpo
Ocorre uma associação bimolecular semelhante a interação chave-fechadura, precisando ter especificidade. Produz alteração química 
reversível no Ag e Ac. A ligação pode ser rompida e é não covalente.
▪
Interação primária: Fenômeno da ligação Ag-Ac em si.▫
Interação secundária: Pode ocorrer a precipitação ou aglutinação dos complexos (in vivo e in vitro). Quando chegam outros 
anticorpos com dois sítios de ligação, estes se ligam em diversos antígenos consecutivamente e forma uma cadeia de ligações, 
resultando em um grande imunocomplexo.
▫
Interação terciária: Abrangeos efeitos biológicos gerados após a neutralização feita pelos anticorpos, como o processo 
inflamatório iniciado pela ativação do sistema complemento ou pela degranulação de mastócito e basófilos. 
▫
Classificação: ▪
Pontes de hidrogênio: Ligações fracas que ocorrem devido à uma proximidade física das moléculas. Ac e Ag não têm força de 
atração, sendo necessário que estas moléculas encostem para ocorrer a ligação.
▫
Forças eletrostáticas: Quando se tem duas moléculas próximas com cargas opostas, estas podem se atrair. Quando têm cargas 
semelhantes se repelem, o que pode dar problema em teste, de forma que estas moléculas devem ser neutralizadas para favorecer
a proximidade.
▫
Interações hidrofóbicas: Duas moléculas com grupos laterais não polares que repelem a água facilitam a aproximação e ligação.▫
Interações de Van Der Waals: Mais fraca de todas ligações. Ocorre entre o núcleo de um átomo e a nuvem de elétrons de outro 
átomo, formando polos que se atraem.
▫
Forças que atuam na interação Ac-Ag▪
Alta força de ligação = alta afinidade; baixa força de ligação = baixa afinidade.▫
Maturação da imunidade é importante porque às vezes o médico, para saber o estágio de uma infecção, pode pedir este teste, para 
saber se os IgG são de alta ou baixa afinidade (transição, infecção ocorreu a poucos meses).
▫
Afinidade: Representa a força de ligação entre um único determinante antigênico (epítopo) e um sítio de ligação do anticorpo. É a soma 
das forças de atração e repulsão que operam entre o determinante antigênico e o sítio de combinação do anticorpo. A afinidade pode ser 
medida.
▪
Avidez: Força de ligação total de um antígeno contendo muitos determinantes antigênicos (epítopos) e anticorpo multivalente. Depende 
 Página 2 de Imunologia Clínica 
Avidez: Força de ligação total de um antígeno contendo muitos determinantes antigênicos (epítopos) e anticorpo multivalente. Depende 
de fatores como afinidade do anticorpo pelo epítopo e a valência do Ac e Ag. Quanto mais epítopos o anticorpo consegue se ligar, maior a 
avidez.
▪
Valência: Quantidade de sítios de ligação que o anticorpo tem e a quantidade de epítopos de um determinado antígeno que ele pode se 
ligar. A ligação pode ser monovalente (1 braço ligado e 1 braço solto), bivalente (2 braços ligados) ou polivalente (como 10 braços 
ligados, no caso do IgM).
▪
Especificidade: Se refere a habilidade de um sítio de combinação de anticorpo em particular reagir com apenas um antígeno em geral, 
em um elevado grau.
▪
▪ Reatividade cruzada: Habilidade de um sítio de combinação de anticorpo em particular reagir com mais de um epítopo ou a habilidade 
de uma população de moléculas de reagir com mais de um antígeno. É algo bom em uma reação in vivo quando os anticorpos conseguem 
reagir com epítopos semelhantes de diferentes microrganismos, mas é ruim em diagnósticos in vitro porque pode resultar em res ultados 
falso positivos. Uma solução para isso é produzir anticorpos o mais purificados possível.
▪
▫ Zona de excesso de anticorpos (pequeno complexo): Quantidade grande de Ac pra pouco Ag. São formados pequenos 
imunocomplexos que visualmente é ruim porque não dá para ver a aglutinação. 
▫ Zona de equivalência (grandes complexos): Proporção boa entre Ag e Ac, formando aglutinado que permite sua visualização.
▫ Zona de excesso de antígenos (pequeno complexo): Quantidade grande de Ag pra pouco Ac. São formados pequenos 
imunocomplexos que visualmente é ruim porque não dá para ver a aglutinação.
Complexo Ag-Ac: A quantidade de um antígeno e de um anticorpo em uma solução é fundamental para a formação de complexos Ag-
Ac. Existem três situações de interação Ag-Ac.
Efeito pró-zona: É quando formam pequenos imunocomplexos devido ao excesso de anticorpo. Pode ocorrer no início de uma infecção, 
podendo resultar em falso negativo (se for um teste de aglutinação, por formarem pequenos imunocomplexos que não são visíveis). Pode 
ser feita uma diluição seriada em que a amostra é diluída, permitindo sua visualização.
▪
 Página 3 de Imunologia Clínica

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