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1 A ATIVIDADE FÍSICA PARA A 3ª IDADE “Envelhecimento ativo: uma proposta para a vida” segunda edição revisada e ampliada Londrina 2001 Rosemary Rauchbach Rosemary Nota É com Carinho que disponibilizo esse livro na web. Aqui está registrado meu diário de campo, todas as descobertas vivenciadas na prática profissional ao longo de muitos anos. Parece meio velhinho, mas com certeza existem muitos detalhes que nunca serão considerados ultrapassados. Um grande abraço, Rosemary! 2 Foto da capa: Kiko Feliciano Criação da capa e fotos do capítulo quatro:Ayrton Scorsato Neto Revisão: Janaina R. Gomes e Laiza D. de Souza Dados internacionais de catalogação na publicação Bibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira Rauchbach, Rosemary A atividade física para a 3ª idade : envelhe- cimento ativo, uma proposta para a vida / Rose- mary Rauchbach. – 2ª ed. rev e ampl. – Londri- na : Midiograf, 2001. 150p. : il. ; 22cm. Inclui bibliografia. 1. Educação física para idosos. 2. Idosos – Psicologia. 3. Envelhecimento. I. Título. CDD (29ª ed.) 613.7 3 Agradecimento A todos os profissionais, alunos e amigos que direta ou indiretamen- te contribuíram para que o presen- te trabalho chegasse ao estágio atual, através de comentários, crí- ticas, e incentivo. A Janaina e Laisa pela dedicação ao trabalho de re- visão e na seriedade que assumi- ram a proposta de colaboração no capítulo quatro. Dedicatória Aos meus filhos, Ayrton, Fabiana e Anderson, razão pela qual me leva cada vez mais a galgar no- vos degraus no auto – aperfeiço- amento e de novas realizações. A Eunice Rauchbach minha mãe, por seu incentivo e compreensão. Em memória Oliviér, Maria Rosa e vovô Costinha – que mesmo lá no plano em que se encontram, continuam a torcer pelas minhas realizações. 4 5 Sumário Prefácio ..................................................................................... 7 Introdução ................................................................................. 9 Capítulo 1 Envelhecimento ....................................................................... 13 Envelhecimento Populacional .................................................. 13 Envelhecimento Social ............................................................ 14 Envelhecimento Psicológico .................................................... 16 Envelhecimento Biológico........................................................ 17 Envelhecimento Funcional ....................................................... 20 Etapas do Envelhecimento ...................................................... 25 Capítulo 2 O Idoso e o exercício ............................................................. 27 Fatores que interferem na resposta solicitada pelo exercício físico .................................................................................... 28 O que trabalhar! ...................................................................... 32 Sinais de Alerta ....................................................................... 34 Capítulo 3 Dicas e orientações para um programa de atividades físicas ................................................................ 37 O que observar e como orientar! ............................................. 38 Exercícios ................................................................................ 43 Capítulo 4 Avaliação ................................................................................. 73 Dimensão da observação e avaliação do idoso. ...................... 73 Entrevista inicial. ..................................................................... 78 Avaliação física...................................................................... 80 Uma nova proposta, o saber observar ..................................... 87 6 Avaliação da capacidade funcional......................................... 96 Capítulo 5 Outras atividades .................................................................. 103 Atividades que Devem Ser Cultivadas................................... 108 Capítulo 6 Uma visão holística do envelhecimento ................................. 113 Desenvolvimento do ser corporal .......................................... 115 Corpo emocional ................................................................... 118 Centros corporais .................................................................. 119 Bem estar x doença............................................................... 122 Ritmo, música e o despertar corporal .................................... 124 Capítulo 7 Sessão de aula ...................................................................... 127 Uma aula de ginástica ........................................................... 127 Uma aula de dança. .............................................................. 133 Capítulo 8 Refletindo o envelhecer ......................................................... 139 Envelhecer com qualidade de vida! ....................................... 140 Envelhecer em harmonia.......................................................142 Envelhecer com saúde? ........................................................ 143 O amor na terceira idade! ...................................................... 146 Lidando com as perdas ......................................................... 147 7 Prefácio Tudo teve início em agosto de 1978, na formação do meu pri- meiro grupo de ginástica para senhoras com mais de 50 anos, no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora das Mercês, em uma época que falar sobre envelhecimento era estranho e ao mesmo tempo ino- vador, pois o Brasil era considerado um país de jovens. Veio então o lançamento da primeira edição desse livro em 1990, que teve sua origem em uma monografia elaborada como requisito para a aprova- ção no curso de Especialização em Educação Física – Exercício e Saúde, na Universidade Federal do Paraná e da necessidade de ex- por uma experiência vivenciada durante anos de trabalho com a 3ª idade, cujo objetivo era contribuir com os profissionais interessados em atuar com idosos e que utilizavam o exercício físico como meio de promoção para um envelhecimento saudável. Alguns anos se passa- ram até surgir à oportunidade de reeditar novamente essa obra, com nova cara, abordando novos conteúdos e ampliando a visão do enve- lhecimento dentro de uma ótica moderna; holística do humano. Mas ao longo desses anos de estudos sobre o envelhecimento, o que mais me trouxe alegria na vida profissional foi ver que os jovens profissio- nais estão despertando com entusiasmo para essa nova área de atu- ação. Observei que a primeira edição serviu de instrumento não só para os professores de educação física, que foram meu objetivo inici- al, mas também para diversos outros profissionais da área da saúde e social que tiveram a necessidade de atuar ou entender o movimento corporal no idoso. Assim sendo, chego ao entendimento que meu trabalho está sendo vitorioso, transformando pensamentos, orientan- do novos caminhos. E espero que nessa nova edição, outras pers- pectivas venham a se abrir para aqueles que buscam o conhecimento sobre o envelhecimento e a atividade física. 8 9 Introdução “A sabedoria está em saber envelhecer feliz”. No início, o que motivou a elaboração da primeira edição foi à dificuldade em encontrar subsídios para a organização de um programa de atividades físicas voltado para o idoso. Na época, foram 10 anos de pesquisa dentro das diferentes áreas: socioló- gica, psicológica e biológica. Hoje já se completam 23 anos com a participação em cursos de especialização, simpósios e con- gressos, que contribuíram para a maturação das idéias aqui de- positadas e o que para o meu ver é o mais importante, durante esses anos todos, sempre ministrei aulas para grupos de idosos, observando de perto asdiferentes realidades sociais e sua repre- sentação corporal. O que aqui está escrito pode-se considerar meu diário de campo. A preocupação inicial foi: através de um levantamento bibliográfico, delinear o envelhecimento sob todos os seus aspectos, principalmente voltado à realidade brasileira. Dentro desse contexto, procurei enfatizar que o idoso ativo vive “Envelhecimento ativo: uma proposta para a vida!” 10 melhor. As observações feitas no decorrer deste tempo, durante a prática diária, vieram a ressaltar que os problemas que mais angustiam o idoso são os da saúde, porque a partir do momento em que esta é debilitada vem o temor de tornar-se dependente; isto o transforma em um ser apático e sem perspectiva. O ho- mem que leva uma vida ativa com o chegar dos anos vê-se im- possibilitado de manter o mesmo ritmo, seja em relação ao corpo físico ou as suas capacidades intelectuais, torna-se frágil e doen- te. Outro ponto importante a salientar nesse livro é a necessida- de de direcionar o professor para que trace objetivos compatíveis com o grupo, ou seja, dar boa orientação para que os exercícios sejam executados de forma natural, facilitando o processo de as- similação. Espero que essa nova edição continue despertando no profissional toda a sua criatividade e a capacidade de análise crítica, que será posta a prova, de aluno para aluno, nas diversas regiões desse país, e respeitando as inúmeras etnias pelos quais ele é formado. Nesse intervalo entre as edições, houve grandes avanços ci- entíficos que transformaram a vida dos indivíduos, mas o envelhe- cer continua sendo uma preocupação. Nesse momento as tentati- vas em deter ou regredir o processo de envelhecimento não são tão enfáticos como a prevenção, é através do exercício físico criterioso que a ciência encontrou a fórmula para um envelheci- mento saudável. A base para um bom trabalho continua sendo a observação do idoso que se apresenta para a atividade e a orien- tação individualizada dos movimentos. Por esse motivo, foi incluí- do um capítulo sobre como observar e avaliar o idoso, principal- 11 mente aquele caracteristicamente envelhecido. Levantando ques- tões quanto à adaptação de testes de aptidão física, utilizados para a população adulta no idoso frágil e comparando os resultados com outras populações. Com que objetivos e quais são os benefí- cios para o idoso? E como mencionei na primeira edição, isso tudo é a materialização do que via com os olhos; sentia com o coração, mais que não se conseguia expressar com as palavras, e essa é a razão de ter abusado das imagens, pois só através delas é que meu pensamento poderá ser expresso. A opinião sobre tudo o que foi feito é que ainda há a necessidade de estudar cada vez mais, divisar novos horizontes, formar novos parâmetros a cada ano que passa, principalmente no que diz respeito à população brasileira. Os caminhos estão sendo abertos: muitos são os profissio- nais que se interessam pelo envelhecimento e suas conseqüên- cias; novas propostas surgem a cada momento; e o jovem de hoje já não olha com tanto desdém para o idoso que o ajudou na sua formação. 12 13 Capítulo 1 Envelhecimento Envelhecimento Populacional O envelhecimento é uma decorrência direta do bem-estar soci- al. Hoje a maior expectativa de vida no país é a da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul); 70,4 anos, e a menor é a do Nordeste; 64,8 anos. Segundo o Plano Integrado de Ação Governa- mental para o Desenvolvimento da Política Nacional do Idoso de 1997, o principal impacto na composição etária na sociedade brasi- leira, nesta Segunda metade de século, tem sido proporcionado pelo aumento absoluto e relativo da população adulta e idosa, a faixa etária de 60 anos ou mais é a que mais cresce em termos proporci- onais. Segundo as projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde, entre 1950 e 2025 a população de idosos no Brasil cres- cerá 16 vezes contra cinco vezes da população total.Este cresci- mento populacional é o mais acelerado no mundo. Estas projeções estatísticas demonstram que a proporção de idosos no país passará de 7,5% em 1991 (11 milhões) para cerca de 15% em 2025, que é a “O que a vida me ensinou, ninguém apaga”. 14 atual proporção de idosos da maioria dos países europeus. Tal au- mento colocará o Brasil, em termos absolutos, como sexta popula- ção de idosos no mundo, com mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Estas projeções são baseadas em estimativas conservadoras de fecundidade e mortalidade, sendo que se houver uma melhora acentuada nas condições sociais nas zonas mais mi- seráveis, como o Nordeste, o envelhecimento da população brasilei- ra ocorrerá numa proporção muito maior. Muito embora o Brasil esteja posicionado entre as primeiras economias do mundo, ainda apresenta indicadores sociais equipa- rados aos da sociedade afro-asiáticas, sendo um país caracterizado por marcantes contrastes. Assim, é comum, para um grande percentual da população brasileira, a acumulação sucessiva de de- ficiências sociais ao longo do ciclo de vida, com agravamento subs- tancial com o avançar da idade. Envelhecimento Social A preocupação antológica do homem para com o seu futuro não é do mundo moderno, vem de milênios. A idéia fixa do ser humano com relação à incerteza do porvir, com a ameaça de faltar bens materiais que garantam sua subsistência até o final da vida, pode ser detectada no código de Hamurábi, de 23 séc.a.C. no código de Manu, do séc. XIII a.C., e nas leis das doze tábuas, de 300 anos a.C. Dentro de todos os agrupamentos sociais o estado de velhice foi tomado como elemento de valorização, graduado conforme a condição social, desde o simples anonimato até a posição mais dignificante. Em algumas tribos esqui- mós, o envelhecimento só chegava para os indivíduos no momento em 15 que não mais conseguiam, pôr si sós, proverem suas próprias necessi- dades e colaborarem no trabalho geral do grupo. Sentindo-se, então, pesados aos demais, recorriam ao suicídio, solução indicada pela pró- pria cultura para aqueles que, incapacitados para a vida normal, eram considerados velhos e deviam desaparecer. As sociedades da Anti- güidade, em geral, consideravam o estado de velhice altamente dignificante e acatavam como um sábio todo aquele que atingia essa etapa. Para entender melhor a questão dos idosos no Brasil, é preciso conhecê-los nos dois brasis: o do nordeste e o do sul. No nordeste ainda predomina a família patriarcal, onde é muito forte a presença da cultura indígena, em que o velho desempenha papel de desta- que, de transferir para os jovens a cultura da tribo, seu folclore, suas crenças, suas histórias, sendo o mais respeitado de todos os indiví- duos, justamente pela experiência acumulada ao longo da vida. No sul, predomina a sociedade industrial, marcada pelo acirramento da competição entre as pessoas, na busca de promoção social e hu- mana, resultante direta da estrutura de produção. Dentro deste qua- dro, os inabilitados são reduzidos socialmente. Da mesma maneira, esta sociedade extremamente competitiva, segrega e discrimina a pessoa que ingressa na terceira idade.Em muitas cidades onde es- tão funcionando grupos organizados de idosos, com programas que incluem diferentes atividades sociais, culturais e esportivas, tem sido observado que a atividade física é um excelente caminho para que as pessoas se libertem de preconceitos, percam complexos e re- descubram a alegria e a espontaneidade, reintegrando-se à socie- dade. 16 Envelhecimento Psicológico Na velhice, o equilíbrio psicológico se torna mais difícil, pois a longa história da vida acentua as diferenças individuais, quer pela aquisição de um sistema de reivindicações e desejos pessoais, quer pela fixação de estratégias de comportamento. Atrás de uma barrei- ra de isolamento social, pessimismo face à existência, passividade e queixas somáticas, que têm sido erroneamente consideradoscomo parte do processo normal de envelhecimento, mascara-se a ansie- dade a depressão e a insônia, precursoras comuns de infarto do miocárdio. No decorrer dos anos, certas modificações se processam no íntimo do indivíduo, de forma que ficam alterados seus valores e atitudes. Os entusiasmos são menores, a motivação tende a dimi- nuir e são necessários, ao idoso, estímulos bem maiores para fazê- lo empreender uma nova ação. É como se ele carecesse da reserva de força física ou psicológica para lutar contra fatores, tanto exter- nos como internos, que ameacem a vida. Perdendo o diálogo har- monioso com seu corpo, apresenta problemas de postura, rigidez, Para aqueles que participam dos gru- pos de convivência, a vida possui outro sabor. Cooperação, determina- ção e iniciativa passam a fazer parte do seu dia a dia. O idoso reduzido socialmente fecha-se para o mundo à sua volta. É comum encontrar nos asilamentos idosos alheios às atividades que se desenvolvem no seu ambiente. 17 coordenação motora comprometida e medo de caminhar, aumen- tando dessa forma, as tensões psíquicas. Por não manter mais uma relação dos movimentos corporais, se voltam para dentro. Por isso, o utilização da atividade física como forma de expressão corporal é bastante importante, pois proporciona o funcionamento normal do organismo, fonte de satisfação elementar que contribui para produ- zir eutonia. Além disso, com a atividade física regular procura-se eliminar a ociosidade e estimular o indivíduo. O fato de se fazer uso do corpo de forma correta aumenta a disposição para participação nas atividades do dia a dia. Entretanto, a motivação para a atividade física depende muito de características comportamentais e de expe- riências vivenciais. As pessoas mais saudáveis possuem uma con- dição maior de adaptação. No Brasil, onde as pessoas das classes desfavorecidas são em maior número, observam-se, nos ambulató- rios de hospitais e postos de saúde, a manifestação dos sentimen- tos desagradáveis acumulados, através de uma “linguagem física” que evidencia sintomatologias diversas. A atividade física atua de for- ma benéfica nessa fase, contribuindo para a liberação das tensões e estados de insegurança através da aquisição de novos valores. Envelhecimento Biológico As mutações de ordem biológica verificáveis no declínio do organismo humano decorrem, fundamentalmente, do processo de senescência, responsável por perdas orgânicas e funcionais.Tais modificações são caracterizadas por uma tendên- cia geral à atrofia e por diminuição da eficiência funcional. Entre- tanto, um organismo pode também decair, em sua força e função, 18 por moléstias, por uma utilização inadequada de sua capacidade, ou mesmo por má nutrição. Assim, nas considerações sobre o decréscimo funcional do organismo humano, devem-se introduzir questões que estabeleçam e distingam condições naturais e con- dições patológicas do processo, a fim de se conhecerem as redu- ções irreversíveis e as que podem ser evitadas. De particular interesse primariamente é a maior tendência a erros na réplica do DNA, RNA e proteínas, ou na redução na capa- cidade de reconhecimento e reparação destes erros. Durante o cur- so da evolução humana, o desenvolvimento de linhagens celulares altamente diferenciadas, tais como as células do sistema nervoso, cardiovascular e imunitário, propiciou uma vantagem seletiva. Toda- via, estas células altamente especializadas são mitostáticas, tendo perdido a capacidade de regeneração. A partir da idade de 30 anos, uma diminuição progressiva do número de células nervosas (desa- parecem cerca de 100.000 por dia) é evidenciada e acentuada em algumas zonas do sistema nervoso central. Células menos especializadas, como as da mucosa intestinal, mostram menos efei- tos de envelhecimento, portanto são capazes de reproduzir-se cons- tantemente antes que ocorra qualquer degeneração das células mães, sendo gradualmente substituídas por tecido conjuntivo. Modi- ficações das estruturas da membrana ocasionam alterações de permeabilidade e flutuações no ambiente intracelular. Lipofucsina, um pigmento que se desenvolve com o avançar da idade e predomi- na em neurônios e células miocárdicas, é considerado como resulta- do de uma degradação oxidativa de lípides insaturados e estruturas de membranas intercruzadas. Em seguida a essas alterações, acres- 19 centam-se as atrofias celulares, que representa a expressão mais evidente do envelhecimento. Apresentando-se de forma desigual e desarmônica, resulta em um aspecto desordenado e irregular dos vários tecidos. As células do tecido conjuntivo também apresentam uma re- dução numérica e diminuição da capacidade mitótica, mas readquirem a capacidade proliferativa para dar solução de continuidade aos te- cidos. A substância fundamental mostra uma diminuição dos mucopolissacarídeos ácidos e da glucosamina. As modificações do colágeno são devidas à formação de ligações cruzadas intra e intermoleculares, ocasionando um endurecimento, com alterações estruturais e físico-químicas. Há uma diminuição da elastina nas fi- bras elásticas e um aumento da elastase, degeneração granular e hialina, adelgaçamento, desfibrilação, encolhimento, com menor re- sistência aos álcalis. Não há modificações significativas nas fibras reticulares. Os sinais de sofrimento e degeneração do tecido colágeno são considerados como indicadores da idade biológica dos organis- mos. Como a velocidade do envelhecimento não é a mesma para todos os organismos da espécie humana, é possível que indivíduos da mesma idade apresentem situações biológicamente diferencia- das por maiores ou menores capacidades. Com efeito, essa veloci- dade, que ocorre, sobretudo no interior do organismo, determina for- mas diferentes de declínio para cada órgão. É possível que, apesar da alta idade, existam em um organismo velho um ou alguns órgãos com funcionamento típico de jovens. Segundo Hollmann, (Citado em Baur & Egeler, 1984) a idade biológica de uma pessoa com 50 anos podem variar em até 30 anos. 20 Envelhecimento Funcional No envelhecimento do organismo as alterações morfológicas e funcionais dos órgãos e tecidos não são patológicas no seu senso estrito, mas não se encontram numa normalidade fisiológica. O sis- tema respiratório, entre todos os sistemas orgânicos, é o que sofre as maiores perdas funcionais fisiológicas condicionadas pela idade. A expansibilidade do tórax é reduzida pela ossificação da parte ante- rior das costelas, cuja função é garantir sua mobilidade com relação ao esterno e permitir as variações de diâmetro da caixa torácica. A redução do vigor dos músculos respiratórios acessórios contribui com o processo. O aparecimento de fibras cruzadas do tecido pulmonar caracteriza envelhecimento do colágeno e, somando-se à diminui- ção do número de capilares alveolares, desenvolve um “enfisema dav elhice”. O volume residual não-mobilizável e a capacidade resi- dual funcional aumentam. Com o aumento do volume pulmonar to- tal, há redução progressiva da pressão de O 2 no sangue arterial, com pressão de CO 2 inalterada. Esse aumento de volume gasoso intratorácico, que corresponde à capacidade residual funcional, é a mais significante expressão da diminuição da elasticidade pulmonar, tendo estreita relação com o aumento da resistência brônquica ao fluxo respiratório. A determina- ção dos valores dos volumes pulmonares é influenciada pela super- fície corporal, pelo sexo, peso, grupo étnico, grupo social e hábito de fumar. As alterações do esqueleto cardíaco compreendem as estru- turas do tecido conjuntivo e válvulas. No miocárdio, o colágeno é esclerosado, aumentando a sua espessura. Entre as fibras muscu- 21 lares formam-se pequenos focos de calcificação. Processos esclerosantes semelhantes são encontrados no endocárdio atrial e na superfície das válvulas AV, havendo um espessamento que con- siste de colágeno adicional e de fibras elásticas,caracterizando, pela deposição de lipofucsina, o processo de senescência. O sistema de estimulação e condução não é excluído destas alterações senis ge- rais. No nódulo sino-auricular, no feixe de His e em suas ramifica- ções encontra-se aumento do tecido conjuntivo e adiposo e perda de fibras funcionais. A elasticidade da aorta diminui com a idade e seu calibre au- menta. As alterações de grandes vasos baseiam-se em modifica- ções na camada média, onde o colágeno aumenta e onde as textu- ras elásticas apresentam interrupções. O resultado é o aumento da velocidade das ondas de pulso e da pressão dependente do pulso, resultando em aumento da pressão sistólica com discreta alteração da diastólica. A redução global do volume e peso cardíacos está relacionada com a baixa massa corporal total na senilidade. A redução da massa total a partir dos 40 anos de idade se faz acompanhar de uma redução no consumo de oxigênio sob condi- ções basais e sob condições de sobrecarga. As alterações fisiológi- cas refletem as anatômicas e acometem principalmente a capacida- de do sistema cardiovascular de responder a maiores exigências. As ações do trabalho físico sobre a função cardíaca na senilidade provocam a diminuição do volume sistólico máximo e da freqüência cardíaca, significando uma redução da capacidade máxima de cap- tação de oxigênio, para qualquer tipo de trabalho. A distribuição do volume-minuto cardíaco é influenciada pelo 22 aumento da resistência nas diferentes regiões do fluxo. Há uma di- minuição no fluxo renal pela perda de néfrons, assim como no esplâncnico, hepático, coronariano, cerebral, musculares e cutâneos de repouso. À medida que as reservas de redistribuição são limita- das pelos baixos valores do débito esplâncnico e renal no repouso, a redução dos débitos musculares durante o exercício é relativamente mais significativa do que a do débito cardíaco. Combinada com a redução do número de fibras musculares, de sua vascularização e capacidade oxidativa, a redução dos débitos musculares contribui para a queda do volume máximo de oxigênio. Na involução sofrida pelo sistema nervoso, há uma diminuição do volume do encéfalo e da medula espinhal. O peso do cérebro alcança seu máximo por volta dos 14 anos nos homens e dos 25 anos nas mulheres. Aos 80 anos, o peso do cérebro médio declina ao nível típico de uma criança de três anos de idade. Os neurônios se atrofiam, as ramificações dendríticas se tornam menos densas e as fibras perdem sua mielina, o que reduz as diferenças de aparên- cia entre as substâncias cinza e branca. Ao nível do sistema nervo- so periférico, há uma diminuição da velocidade de condução do es- tímulo e do central a um retardamento na compreensão das situa- ções. Essas modificações afetam as funções cognitivas e afetivas, mas não necessariamente o declínio das faculdades intelectuais, que possuem como fatores primordiais os meios sociais, psíquicos, pedagógicos e antecedentes pessoais. São da mesma forma os defits sensoriais que afetam, sob o aspecto motor, a visão e a sensibilida- de proprioceptiva, alterada pelas modificações do sistema nervoso. Em particular, as alterações proprioceptivas modificam a atitude na- 23 tural do indivíduo, e sobre este fundo proprioceptivo vêm se enxertar as modulações afetivas, porque a atitude é também um comporta- mento; um comportamento social e um modo de expressão da per- sonalidade profunda. Contrariamente ao que se observa em outras regiões do siste- ma nervoso, no tecido muscular não parece haver diminuição no número de motoneurônios alfa dos cornos medulares anteriores; entretanto, há desnervação de um certo número de fibras muscula- res, em conseqüência da degeneração de sua placa motora, cau- sando uma atrofia das mesmas. São parcialmente substituídas por tecido conjuntivo fibroso e adiposo, sendo que as demais sofrem uma hipertrofia compensatória, não deixando de diminuir o volume total muscular. A transmissão do comando motor às fibras ainda em funcionamento se altera devido à redução do fluxo axônico. As pla- cas motoras que subsistem são mais finas e estão distribuídas irre- gularmente no músculo. Há uma redução da quantidade de proteínas contráteis e, consequentemente, de estriação transversal. As alterações no teci- do muscular da pessoa idosa são concordes com a redução de sua força muscular e de sua capacidade aeróbica e anaeróbica. Obser- va-se que a atividade física habitual facilita a manutenção dos níveis de proteína corporais e dessa forma, retarda a redução da força observada com o envelhecimento. A atrofia dos fusos neuromusculares, que acompanham a do músculo todo, desempe- nha sem dúvida um papel nos déficits da sensibilidade proprioceptiva e do controle motor na rapidez de reação e da capacidade de contro- lar novos movimentos, especialmente aqueles que exigem, pela sua 24 complexidade, maior habilidade. A fibrose do tecido conjuntivo de apoio, que aumenta de importância com relação ao tecido muscular, também contribui para reduzir a flexibilidade. A partir da Quarta década de vida, o peso do esqueleto diminui com a osteoporose nos ossos do tronco e dos segmentos, e se manifesta por diminuição da sua espessura. O tecido ósseo está em constante transformação, à ossificação periostal prossegue durante a vida toda, acarretando um aumento do diâmetro externo, mas a reabsorção medular é mais rápida, resultando no alargamento do canal e adelgamento das paredes, tendo como causas problemas relacionados à nutrição e absorção e modificações das funções endócrinas. As alterações que ocorrem no tecido conjuntivo da cáp- sula articular levam ao espessamento e ao conseqüente aumento do tempo de trânsito das substâncias metabólicas e distúrbio na nutrição da cartilagem articular. Observam-se alterações paralelas no osso subcondral, danos nos condrócitos devido a impactos repe- tidos, e perturbações anatômicas; alteração do metabolismo do colágeno e proteoglicanos. A microarquitetura do colágeno torna-se desorganizada e a matriz extracelular, superidratada; há fibrilação e ruptura das camadas superficiais. O aparelho musculotendinoso al- tera-se com armazenamento intersticial de gordura e perda da elas- ticidade. A perda generalizada da elasticidade do aparelho de sus- tentação e locomoção provoca uma diminuição da capacidade coor- denadora e da habilidade motora. A forma de andar modifica a fim de manter um equilíbrio cada vez mais incerto, o comprimento dos passos diminui, o tempo de apoio no chão é maior, e a amplitude de movimento dos tornozelos e quadris se reduz, bem como o movi- 25 Etapas do Envelhecimento Segundo Nicola, 1986, existem quatro etapas de envelheci- mento, diferenciadas da seguinte forma: -Idade do meio ou crítica – dos 45 aos 60 anos, aproximada- mente – Encontram-se os primeiros sinais de envelhecimento, que representam freqüentemente uma tendência ou predisposição ao aparecimento de doenças. -Senescência gradual – dos 60 aos 70 anos, aproximadamente – É caracterizada pelo aparecimento de alterações fisiológicas e fun- cionais instaladas, típicas da idade avançada. -Velhice – Nesta idade, que se inicia por volta dos 70 anos, está-se frente ao velho ou ancião no sentido estrito. -Longevo – ou grande velho – Aquele com mais de 90 anos. De maneira geral, os estudiosos em gerontologia são unânimes em salientar que a idade cronológica não corresponde à idade bioló- gica, e essa classificação é utilizada como uma orientação para o profissional quanto à maneira de se abordar a problemática apre- sentada pelo indivíduo: se preventiva, de reabilitação ou paliativa. mento da cintura pélvica, tronco e membros superiores, que se afas- tam para auxiliar o equilíbrio. “A ciência e a tecnologia têm o propósito de criar condições para uma existência mais prolongada. Não basta simplesmente so- breviver: é necessário viver e participar da civilização. Não basta simplesmente prolongara existência: é necessário dar maior vida há estes anos. A capacidade de mover-se, andar e atuar está ligada a esta percepção corporal; o estar consciente e presente no corpo!” 26 Bibliografia 1. Baur, R. & Egeler, R. (1984). Ginástica, jogos e esportes para idosos. Rio de Janeiro: Livro Técnico. 2. Hullemann. K. D. (1978) Medicina esportiva clínica e prática. São Paulo: EPU. EDUSP. 3. Lapierre, A.(1982). A reeducação física. São Paulo: Manole. 4. Lorda Paz, C. R. (1987). Educacion física y recreacion para la tercera edad. Montevideo, Uruguay: Dipal. 5. Mazzeo, R. S, et al.(1998). Exercise and physical activity for older adults. Medicine & sciense in sports & exercise, 30(6).http:// www.wwilkins.com/msse/0195-91316-98p992.html. [Acessada em 04/ 08/2001]. 6. McArdle, et al.(1985). Fisiologia do Exercício, energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Interamericana. 7. Nadeau, M & Péronnet F. et al.(1985). Fisiologia aplicada na atividade física. São Paulo: Manole. 8. Nahemow, L. & Pousada, L. (1987).Diagnóstico Geriátrico. São Paulo: Andrei. 9. Nicola, P. de. (1986).Geriatria. Porto Alegre: B. C. Luzzato. 10. Passarelli, Maria C. G. (1997). O Processo de Envelhecimento em uma perspectiva geriátrica. O Mundo da Saúde, 21(4), 208 – 212. 11. Plano integrado de ação governamental para o desenvolvimento da política nacional do idoso. (1997). Brasília: MPAS, SAS. 12. Salgado, M. A. (1982). Velhice: uma nova questão social. São Paulo: SESC. 13. Schneider. J. (1985). Manual de Geriatria. São Paulo: Roca. 14. Silva, J. A. C. & Versiani, M. Doenças Afetivas, diagnóstico e tratamento. Biogalênica, Ciba-Geigy: 7-17. 15. Vargas, H. S. (1988). Tratamento não - medicamentoso das depressões nos idosos. Geriatria em síntese, SBGG, 5(2), 46-51. 16. World Health Organization. (1996). The Heidelberg guidelines for promoting physical activity among older persons. Guidelines series for healthy ageing – I. http://www.who.int/hpr/ageing/ heidelberg_eng.pdf. [Acessada em 04/08/2001]. 27 Capítulo 2 O Idoso e o exercício Na elaboração da primeira edição, o que se encontrava na literatura sobre os benefícios da atividade física limitava-se as observações diretas com relatos de experiências, pesquisas na área da reabilitação cardíaca, estudos sobre as patologias do envelhecimento, e o que se conseguiu da literatura estrangeira foram pouco e sempre na área médica ou da aptidão física rela- cionada ao esporte; qualidade de vida e envelhecimento era algo a se pesquisar. Mas em suma, verificou-se na literatura da época, que o tempo altera o desempenho físico, mas a prática regular de atividades físicas restringe tal alteração e, nesse sentido, mesmo que não assegure o prolongamento do tempo de vida, ela garan- te o aumento do tempo da juventude, oferecendo proteção à saú- de nas fases subseqüentes da vida, contribuindo para a recupe- ração de determinadas funções orgânicas interdependentes, le- “O modo como se vive até a idade madura determina a qualidade de vida no envelhecimento”. 28 vando consequentemente a uma organização fisiológica sistêmica, sendo um dos melhores remédios para combater as doenças hipocinéticas, geradas pela inatividade da vida moderna. A partir da metade da década de 90 houve um implemento nas pesquisas e uma grande preocupação mundial sobre o enve- lhecimento populacional, mais em síntese a fundamentação é a mesma; o modo como se vive até a idade madura determina a qualidade de vida no envelhecimento e um programa de exercíci- os só vem a contribuir para uma velhice independente. Fatores que interferem na resposta solicitada pelo exercício físico Para que o idoso desempenhe satisfatoriamente a atividade física, seja ela relacionada a um programa de exercícios orientados ou as atividades de vida diária, é necessário observar os diferentes fatores, tanto internos quanto externos, que interferem na resposta ao estímulo solicitado. O fator nutricional tem relação direta na disposição do idoso para a atividade, pois uma alimentação correta na terceira idade, deve-se considerar não somente a quantidade e a qualidade de alimento ingerido, mas o que os órgãos digestivos efetivamente podem absorver e utilizar.Uma dentição falha ou mesmo uma den- tadura artificial desconfortável contribuem grandemente para a subnutrição do idoso; ao evitarem alimentos que requerem mastigação intensa ou demorada ocorre uma desativação da mus- culatura bucofacial e uma sensação de repleção no estômago devido à ingestão de ar, com conseqüentes sintomas de flatulência, 29 azia, além da sensação de fome. A distribuição alimentar deverá ser subdividida em quatro ou cinco pequenas refeições para não sobrecarregar o aparelho digestivo que apresenta sinais de insu- ficiência funcional. A utilização de antiácidos à base de sais de magnésio, alumínio e bicarbonato impedem a absorção de ferro, aumentando dessa forma a debilidade geral e enfraquecendo ainda mais a capacidade digestiva. Como conseqüência ao uso desses produtos, há uma dificuldade funcional do intestino e a constipa- ção ou a prisão de ventre se acentua. A atividade física vem contribuir através de exercícios que facilitam a funcionalidade dos órgãos abdominais assim como a circulação porta, responsável pela metabolização dos alimentos. Através de estímulos pode-se conscientizar o esquema facial, recuperar as possibilidades gestuais expressivas e funcionais. Os fármacos podem modificar as respostas ao exercício fí- sico e, em caráter especial, os parâmetros hemodinâmicos e eletromiográficos. Assim como este pode provocar uma altera- ção básica no metabolismo, com efeitos indesejáveis diferentes daqueles apresentados pelo efeito comum destes fármacos. O envelhecimento leva a uma diminuição da absorção intestinal, acompanhada da redução da excreção dos catabólitos. A água total do corpo sofre uma redução de até 17 por cento, reduzindo o volume de distribuição e acarretando altas concentrações plasmáticas dos fármacos. Agentes lipossolúveis permanecem por períodos mais longos no organismo, ocasionando efeitos sub- seqüentes mais duradouros. A concentração sérica de albumina acarreta um aumento significativo da taxa de drogas sob forma 30 livre, que também possuem afinidade e ligam-se as proteínas. Alguns órgãos ou tecidos apresentam uma sensibilidade especial frente a ações medicamentosas e efeitos colaterais. Um deles é o sistema nervoso central, ocorrendo o perigo sempre iminente de super dosagens. Podem passar desapercebidos os efeitos colaterais ototóxicos, que passam a serem considerados como hipoacusia senil. Muitas das drogas são eliminadas pelos rins e podem al- cançar rapidamente níveis tóxicos devido à diminuição do clerance; depuração renal. Há uma queda de aproximadamen- te 40 por cento na taxa de filtração glomerular entre os 20 e os 80 anos de idade. Os que são eliminados pelo fígado sofrem transformações metabólicas, que podem servir para tornar o fármaco ativo melhor tolerável ou desintoxicar o organismo. Essas funções são alteras pelo envelhecimento do parênquima hepático. Existem numerosas circunstâncias através das quais a reação do organismo senil diante dos fármacos pode ser modi- f icada. Fatores endogenosos, como hormonais, neurovegetativos, imunitários e disreacionais, e exógenos, tais como; climáticos, psicossociais e a atividade física. Os idosos são particularmente suscetíveis a influências ambientais, seja na forma de temperatura, de um obstáculo físico, ou de um lar com que estão familiarizados. Os desequilíbrios provenientes das alterações ambientais levam a um mau funcionamento homeostático que abrange uma série de mecanismos fisiológicos que regulam e estabilizam o 31 meio interno. Com o envelhecimento há um crescimento con- siderável de defeitos homeostáticos e de inadaptações orgâni- cas. Essas se manifestam especialmente em relação ao con- trole da temperatura normal do corpo,quando exposto ao frio – levando-o a uma hipotermia – ou ao calor, e às dificuldades de recomposição – após a prática de um esforço físico ou após uma tensão de ordem psicossocial. Opondo-se a essas afir- mações, Peronnet, 1985, afirma que: ”as modificações na termorregulação e no metabolismo são limitadores do desem- penho físico apenas em condições ambientais extremas ou em exercícios de potência elevada”. Todavia, à volta a um estado de equilíbrio após um esfor- ço ou uma tensão é mais lenta para os idosos do que para os jovens, evidentemente por serem aqueles mais suscetíveis aos efeitos negativos do desequilíbrio fisiológico. Não só a tempe- ratura, mas também a umidade do ar, pressão atmosférica, vento, radiação, íons, eletricidade e poluição influenciam o meio interno em diferentes graus, criando diferentes reações. Os fenômenos biológicos correlatos com fatores meteorológicos são denominados meteorotropismo. Eles aparecem em deter- minadas condições ambientais, em um mesmo indivíduo e mani- festam-se em forma de um mal-estar ou estados de ansiedade. A sua maior freqüência se dá numa pessoa de meia-idade, ou na idade crítica, entre os 45 e 60 anos, onde os sinais do primeiro envelhecimento predispõem ao aparecimento de várias doenças. O ambiente terá um impacto maior sobre um indivíduo de compe- tência reduzida, independentemente da causa. 32 O que trabalhar! -Reeducação postural – Através de estímulos proprioceptivos e esteroceptivos, educando as sensações, leva a uma boa integração do esquema corporal e de atitude, facilitando as atividades diárias com menos gasto energético, mudando consequentemente o com- portamento social e afirmando a personalidade. -Força muscular – Facilita a manutenção dos níveis de proteínas corporais e a reconstrução em casos de hipotrofia por inatividade, com melhor conservação da massa e de toda a musculatura do corpo, aumentando também sua resistência. Os exercícios antigravitacionais prestam-se muito bem para esse objetivo. Lembrando que na época os exercícios isométricos foram muito discutidos, quanto à segurança e exe- cução. Euwanger, Erhard – in Baur, R.(1984) – e Kisner, Cardyn (1987) não o recriminaram, pois quando graduados e isolados quanto ao segmento corporal, at ivam as funções proprioceptivas necessárias para um melhor controle motor durante as atividades diárias com menos solicitações e gastos energéticos, sem sobrecarga a nível cardiovascular. As pes- quisas atuais sobre a atividade com pesos no envelhecimento vieram a comprovar a proposta aqui sugerida na primeira pu- blicação. -Mobilidade articular – Exercícios articulares levam o indi- víduo a desenvolver a amplitude das articulações capacitando músculos e tendões a uma tensão maior, dotando o indivíduo de condição elementar de uma execução qualitativa e quantitativa. 33 -Equilíbrio – Exige uma boa integração do esquema corpo- ral e um esquema de atitude, tornando o indivíduo mais seguro na sua locomoção e assumindo em suas tarefas diárias, uma po- sição mais simétrica, facilitando o desempenho de suas funções orgânicas de forma mais eficaz. -Coordenação – É a base do movimento homogêneo e efici- ente, que exige uma extensa organização do sistema nervoso, com utilização dos músculos certos, no tempo certo e intensida- de correta, sem gastos energéticos. -Capacidade aeróbica – Aumentando a função cardiovascular e respiratória, impede que os sinais do primeiro envelhecimento se estabeleçam. Há muitas divergências entre os autores quanto à forma de aquisição da resistência aeróbica. Muitos são os pro- gramas de “condicionamento físico do idoso” e a maneira de controlá-los. Segundo Schneider,J.(1985), o ECG de esforço en- contra-se limitado devido a patologias do trato respiratório, do sistema nervoso e do aparelho locomotor. Existe uma certa indeterminação e consenso no cálculo da FC submáxima, sendo adotadas as seguintes fórmulas: 195 menos a idade, e 180 me- nos a idade. Sendo que os programas de “atividade física para a terceira idade” sofrem variações entre os povos e seus costu- mes. O indivíduo deve estar apto na execução dos movimentos para poder ser trabalhado aerobicamente. -Respiração – Exercícios respiratórios envolvem o retreinamento de padrões respiratórios através de exercícios de propriocepção da musculatura envolvida, sem condução rítmica do movimento de inspiração e expiração. 34 -Relaxamento – Evitando esforço consciente para aliviar a tensão de um segmento muscular, devendo o indivíduo controlar ou inibir tensões, através da conscientização corporal. Sinais de Alerta Certos sintomas podem sobrevir durante uma sessão de ati- vidades físicas, devendo ser considerados como sinais de alerta para um estado de desequilíbrio orgânico. Arritmias, angina, lipotimia, recuperação prolongada, náuseas ou vômitos, falta de ar e fadiga, podem se caracterizar como um sinal de infarto do miocárdio para o idoso. Outro sintoma como cãibra, deve-se di- minuir a intensidade do exercício, pois é ocasionada por falta de treinamento ou efeito colateral de um medicamento ou dieta. Na artrite, gota, ou durante o período inflamatório, não se devem executar exercícios, sendo recomendado o repouso. Não permi- tir que o idoso pratique uma atividade se estiver em jejum ou que essa ocasione algum desconforto Bibliografia 1. Baur, R. & Egeler, R. (1984). Ginástica, jogos e esportes para idosos. Rio de Janeiro: Livro Técnico. 2. Cardoso, J. R. (1984). Relato de experiência. Atividade física e terceira idade. Corpo & Movimento, I (2). 3. Hullemann. K. D. (1978). Medicina esportiva clínica e prática. São Paulo: EPU. EDUSP, 301-8. 4. Katz de Armoza, M. (1981). Técnicas Corporales para la Tercera edad. Buenos Aires, Argentina: SRL Warnes. 5. KIisner C. & Colby, L. A. (1987). Exercícios Terapêuticos, fundamentos e técnicas. São Paulo: Manole. 6. Krusche, M. (1984). A Alimentação do Idoso. Vida e Saúde,8, 28-30. 35 7. Lapierre, A. (1982). A reeducação física.São Paulo: Manole. 8. Lorda Paz, C. R. (1987). Educacion física y recreacion para la tercera edad. Montevideo, Uruguay: Dipal. 9. Mazzeo, R. S, et al.(1998). Exercise and physical activity for older adults. Medicine & sciense in sports & exercise, 30(6).http:// www.wwilkins.com/msse/0195-91316-98p992.html. [Acessada em 04/ 08/2001]. 10. McArdle, et al. (1985). Fisiologia do Exercício, energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Interamericana. 11. Nadeau, M & Péronnet F. et al. (1985). Fisiologia aplicada na atividade física. São Paulo: Manole. 12. Nahemow, L. & Pousada, L. (1987). Diagnóstico Geriátrico. São Paulo: Andrei. 13. Nicola, P. de. Geriatria. Porto Alegre. B. C. Luzzato. 1986. 14. Schneider. J. (1985). Manual de Geriatria. São Paulo: Roca. 15. Segre, L. (1984). Ginástica só para jovens. Vida e saúde, 5 (maio), 6-7. 16. Vargas, H. S. (1988). Tratamento não - medicamentoso das depressões nos idosos. Geriatria em síntese, SBGG, 5(2). 17. World Health Organization. (1996). The Heidelberg guidelines for promoting physical activity among older persons. Guidelines series for healthy ageing – I. http://www.who.int/hpr/ageing/ heidelberg_eng.pdf. [Acessada em 04/08/2001]. 36 37 Capítulo 3 Dicas e orientações para um programa de atividades físicas “Se eu parar de caminhar me sentirei improdutivo” Em um programa de atividade física para a terceira idade, deve- se dar ênfase ao esquema corporal. O importante é a reeducação das funções diárias; subir e descer escadas, segurar-se em um ôni- bus, colocar os sapatos, pentear os cabelos, vestir o casaco, como também aprender uma coreografia, participar de um jogo, etc, o que vai determinar as necessidades é a aptidão física do grupo atendido. Mesmo para aquele idoso atleta há necessidade de um programa que contemple os grupos musculares não trabalhados pelo esporte escolhido. Na visão holística, onde se devem observar os indivíduos como umtodo e respeitar sua história de vida, a adaptação dos horários sofre alterações dependendo do grupo a ser trabalhado, dos seus compromissos e agenda de atividades. É muito diferente o trabalho em comunidades de periferia onde a preocupação com os afazeres da casa pede que a atividade seja realizada o mais sedo possível pela manhã liberando o resto do dia para as tarefas costu- 38 meiras; dos grupos de grandes centros onde os idosos têm que divi- dir seus horários em uma longa lista de compromissos. O mais im- portante é se respeitar às individualidades e a necessidade de sen- tir-se bem que o idoso expressa em realizar a atividade. A duração da aula varia em torno de 60 minutos, mais 15 ou 20 minutos de interação social, palestra, debates ou outra atividades escolhida pelo próprio grupo. Se esse já realiza outras atividades, como trabalhos manuais, coral, teatro, etc. não serão necessários esses minutos extras. O tempo de aula é flexível, obedecendo à característica de cada núcleo. O número de aulas semanais deverá ser de três e no mínimo de duas, para que haja benefícios fisiológicos.Mas não esquecer de orientar para que seus alunos ad- quiram um estilo de vida ativo que mesmo nos dias de descanso acumular no mínimo 30 minutos de atividade moderada de forma contínua ou acumulada. O número de participantes não deverá ul- trapassar 15 indivíduos, pois a interação aluno – professor deverá ser individual e pessoal, beneficiando dessa forma as orientações e sua assimilação. Com o tempo e experiência o profissional vai ad- quirindo confiança e conhecimento do seu grupo podendo assim limitar o número de participantes de acordo com seu espaço físico e sua capacidade de dar atenção individual a todos integrantes. O que observar e como orientar! Para os exercícios na posição em pé, é natural considerar que o equilíbrio geral se organize a partir das articulações coxofemorais. A pelve estabilizada orienta os segmentos supra e subjacentes a uma determinada posição em relação à linha de 39 gravidade. No idoso, esse equilíbrio é instável devido às altera- ções ósseas, dificuldades na percepção das sensações induzidas pela força gravitária, alterando dessa forma a representação do esquema de atitude registrado nos centros superiores ideomotores. As posições em desequilíbrio ou compensatórias requerem grande gasto energético. É de vital importância a orientação individual do equilíbrio na posição ereta através de uma integração do esquema corpo- ral ao esquema de atitude do corpo envelhecido. As mudanças de posição nos segmentos corporais necessitam uma nova reor- ganização do equilíbrio. (Figura 1) Para que essa não se torne de difícil assimilação ou de gasto energético, é necessário observar que o alinhamento seja o mais próximo da sua posição de equilí- brio, permitindo uma adaptação rápida ao gesto dinâmico. Figura1. O reconhecimento corporal vem contribuir no restabelecimento do equilíbrio dinâmico. 40 Quando o idoso apresentar hiperextensão de joelhos, deve- se orientar para que os exercícios sejam realizados com pequena flexão dos mesmos, evitando assim o estresse postural. Quando o exercício requer braços erguidos, devem-se respeitar as limita- ções articulares dos ombros e a curvatura da coluna dorsal, evi- tando alteração na posição de equilíbrio (Figura 2). A orientação para o apoio do pé ao descer uma escada ou um plano elevado é importante para evitar pequenos traumatismos na coluna vertebral. Observar sempre: ponta – planta – calca- nhar. Nos movimentos da cabeça deve-se ter cuidado com a rota- ção que causa incômodo (tontura) e inclinação para trás, que pre- judicam e aumentam os desgastes da coluna cervical. Figura 2. A elevação do braço forma ângulo com o plano sagital. 41 Nos exercícios com as pernas afastadas, deve-se obedecer ao alinhamento pés – ombros, devido a ser confortável e não sobrecarregar a musculatura do baixo – abdômen (Figura 3). A flexão anterior do tronco deve ocorrer em estágios, com orientação do olhar, para posterior mudança de posição corporal, evitando assim problemas de tontura. (Figuras 3 e 4) Observação: Na orientação do olhar podem-se dar vários pontos de referência: na parede, janela, chão, etc. Nas posições sentadas na cadeira, deve-se observar se a mesma está corretamente apoiada, costa no espaldar; para exer- cícios que não exijam grande movimentação e transferência do peso do corpo para trás. Senta-se mais para frente, sem apoio das costas, para jogos e atividades que exijam grande movimen- tação. (Figura 5) Os exercícios realizados com o idoso sentado no chão deve- rão ser feitos sobre um colchonete, devido à sensibilidade do idoso a Figura 3 e 4. Alinhamento pés – ombros. Primeiro estágio da flexão do tronco. Segundo estágio: olhar direcionado para o bastão. 42 superfícies duras e à perda de temperatura (Figura 6). A orientação corporal é muito importante; o exercício não de- verá ocasionar incômodo. Se o idoso não se sentir bem apoiado, deve ser procurado um apoio para as costas, e se a posição de pernas unidas for difícil, deixam-se as mesmas afastadas, orientan- do sempre o olhar para frente. Se o exercício exigir braços para cima, orientá-los na direção da curvatura da coluna, não deixando os ombros esconderem a cabeça. Quando houver a necessidade de apoio das mãos, observar se não existem articulações comprometidas e se as mesmas não cau- sam desconforto. As mãos deverão ser apoiadas perto dos quadris. Observação: a posição com apoio de cotovelos exige força em demasia, ocasionando bloqueios respiratórios. Os exercícios em um só pé deverão ter apoio para evitar posi- ções viciosas e de equilibração (Figura 7). Os exercícios de joelhos deverão ser dados com muito critério, com apoios adequados (almofadas). A orientação para ajoelhar-se, sen- tar ou ficar em pé não deve prejudicar articulações comprometidas. Quan- Figura 5 e 6. O bom apoio na posição sentada é necessário para a perfeita execução do exercício, principalmente se a posição for difícil. 43 do houver a posição de seis apoios, deve-se orientar para que a coluna fique em plano horizontal, evitando a tendência à lordose. Quanto às mãos, os dedos deverão estar voltados frente a frente; assim há uma melhor orientação da curvatura dorsal.(Figura 8) Observação: não é aconselhável, em idosos que não estão acos- tumados, a execução de exercícios, por um longo período, com o apoio dos cotovelos na posição de seis apoios, pois a respiração é dificultada e o envelhecimento articular dos cotovelos não suporta o peso; o mesmo ocorre com exercícios na posição recostada. Em decúbito dorsal deve-se observar se a curvatura da coluna não exige um apoio para a cabeça, pois a posição pode causar tontura e dificuldade respiratória nos indivíduos predispostos. Exercícios Cabeça e pescoço Flexão lateral e frontal, meia rotação da cabeça (Devido à per- da de equilíbrio e achatamento de discos intervertebrais cervicais Figura 7 e 8. A segurança na execução é indispensável. Sempre proteger as articulações em apoio. 44 não é aconselhável a flexão posterior da cabeça). Os exercícios po- dem ser executados nas posições em pé, sentado na cadeira ou no chão. Com o indivíduo sentado na cadeira, os movimentos são exe- cutados mais livremente e sem o receio de um mal-estar; no chão os mesmos exigem mais do organismo devido à força aplicada para manter a posição. Esses são recomendados para indivíduos já adap- tados á situação. Ombros e braços Rotação escápulo – umeral, circundução dos braços (movimen- tos amplos e lentos), movimentos de adução e abdução dos braços nos diferentes ângulos, flexão e extensão do antebraço sobre o bra- ço. Os movimentos devem ser orientados de maneira que haja um trabalho muscular tanto na flexão como na extensão, para beneficiar a tonificação da musculatura e não só a mobilidade articular. O mo- vimento solto, sem consciência da região a ser trabalhada,traz pou- cos benefícios e se a articulação apresenta grandes alterações de envelhecimento, poderá haver danos a essa estrutura. Figura 9 e 10. Inclinação lateral de cabeça; observar a não - elevação dos ombros. Olhar por cima dos ombros; observar a não – rotação do tronco. 45 Figura 11 e 12. Rotação do braço no sentido antero-posterior; pode ser executada alternadamente, com um ou com dois braços, dependendo da condição do idoso e de sua capacidade coordenativa. Ex. Com o braço estendido na altura do ombro, executar movimentos de girar para dentro e para fora ou para cima e para baixo, utilizando a máxima amplitude da articulação escapulo – umeral. O braço pode ser posicionado de maneiras variadas. Figura 13. É importante para o idoso reconhecer o porque do movimento aplicado. A ação de enxugar as costas aumenta a mobilidade articular. Esse mesmo movimento, realizado com o elástico de câmara de pneu, vem colaborar na força do grupo muscular envolvido. Não se deve esquecer da condição fisiológica de cada idoso, evitando dessa forma agressões desnecessárias as articulações. Obs. o olhar deve ser orientado para evitar alterações posturais (cabeça erguida). 46 Punhos, mãos e dedos Flexão, extensão, rotação e movimentos laterais das mãos, abrir e fechar os dedos (com ou sem tensão). Exercícios para a coordenação fina, educando para atividades que exijam precisão são necessários para o dia a dia do idoso, beneficiando o pegar moedas, dobrar e separar papéis e a própria escrita. A força de preensão vem contribuir para levantar pequenos objetos: a chaleira de água quente deixa de ser perigo. Ex. Apertar uma bolinha de borracha (ou meia), alternando polegar e outros dedos, aumenta a capacidade de preensão. Figura 14. Dar nós em uma cordinha e depois desatá-los beneficia a coordenação fina. 47 Tronco Inclinação, flexão e extensão, precedidos sempre por um alon- gamento (extensão total do segmento, sem tensão articular). A rota- ção ampla do tronco não é aconselhável devido aos desgastes da coluna vertebral. A orientação dos segmen- tos corporais para os exercícios com o tron- co é vital devido às alterações na estrutura de equilibração; braços e cabeça orientam a direção do movimento; pelve, a inclina- ção do mesmo. Esses movimentos não po- dem prejudicar a estrutura organizacional do equilíbrio, já deficiente no idoso. Figura 15 (a, b) e 16. Amassar e rasgar jornal presta-se muito bem como terapia, beneficiando as articulações e liberando as tensões. Com o auxílio de uma câmara de pneu cortada, trabalha- se força isolada de preensão de cada dedo. 48 Quadril e pernas Retroversão e anteversão dos quadris, movimentos de eleva- ção, flexão, extensão, rotação, movimentos pendulares e antigravitacionais das pernas para melhorar o retorno venoso e tônus muscular. E a contração dos glúteos em diferentes posições. Figura 17 e 18. Na inclinação lateral do tronco é importante observar a orientação: tornozelo, joelho, quadril, ombro, orelha em uma só linha. Os pés devem estar bem apoiados, e os braços não podem cobrir o rosto.Na flexão anterior do tronco, poderão ser combinados outros movimentos: balanceios de braços, manuseio de diferentes materiais, desde que se observe as etapas de mudança do olhar, para evitar possíveis tonturas. Não se deve executar a f lexão posterior de tronco no idoso devido às alterações ósseas das vértebras. Figura 19. Os movimentos com as pernas podem ser muito explorados; para frente, para o lado, para trás, esticada ou flexionada, movimentos soltos ou controlados. O importante é um bom apoio na posição em pé, que pode ser um bastão, uma barra ou simplesmente a parede, mas deve-se evitar o companheiro, a menos que esse seja o professor; o perigo está no desequilíbrio que um pode ocasionar no outro, principalmente se ambos forem principiantes. Quando o idoso não se sentir bem apoiado; pode-se optar pelos exercícios na cadeira, ou sentados ao chão, se esse idoso for experiente. 49 Dorso – abdominais Tonificação da musculatura abdominal e alongamento dos dorsais. Figura 20. Devem-se observar certos critérios quanto aos exercícios abdominais no idoso; os pés devem estar apoiados e levemente afastados, cabeça apoiada em uma almofada. O movimento deverá começar com o enrolar da cabeça só até a elevação dos ombros. Observar se não há bloqueio respiratório. Figura 21. Para aliviar as tensões da musculatura dorsal, aconselha-se segurar os joelhos o mais próximo do abdômen. Para indivíduos que possuam alterações patológicas nas articulações do joelho ou sejam obesos, orienta-se o apoio nas coxas. Figura 22. Elevar as pernas em diferentes condições deve ser trabalhado; desde que não se elevem ou abaixem as duas ao mesmo tempo, sobrecarregando a coluna vertebral. 50 Tornozelos, pés e dedos Flexão, extensão, rotação e movimentos laterais dos pés, movimentos alternados, flexão e extensão dos dedos. Deve-se dar maior ênfase aos exercícios com os pés; artelhos mal traba- lhados dificultam o caminhar. O reforço dos ligamentos do torno- zelo evita torções e ajuda o equilíbrio quando o escorregão for evidente. O bom apoio dos pés na descida de planos elevados ou escadas é essencial na integridade da estrutura óssea. A descida de degraus deve ser explicada etapa por etapa; apoio dos artelhos, planta do pé, e calcanhar. Se o indivíduo que estiver descendo uma escada, supostamente tiver um lápis fixo no topo da cabeça, direcionado para a parede lateral, de forma a desenhar o movi- mento do corpo descendo, a figura descrita deverá ser uma reta descendente; se a figura apresentar picos é porque o indivíduo está oscilando para descer ou propriamente dito socando as arti- culações, soltando todo o peso do corpo prejudicando não so- mente os pés, mas também os tornozelos, joelhos, quadril e colu- na vertebral. Figura 23. Rolar o quadril de um lado para o outro, se destina a reforçar a musculatura abdominal e também a causar um efeito proprioceptivo da região que está sob pressão. Deve-se orientar bem o apoio dos braços em cruz na altura dos ombros para evitar perda do controle corporal. 51 Exercícios de flexibilidade Os movimentos deverão ser orientados no sentido de alongar a região trabalhada, sem insistência ao final do movimento. Essa deve ser trabalhada desde que se dêem condições ás articulações, libe- rando-as das tensões localizadas e ampliando-as em sua mobilida- de. O idoso, por natureza tende a ser rígido, principalmente o ho- Figura 24. Para trabalhar os artelhos, orienta- se para que, quando no apoio dos mesmos todos os dedos deverão estar em contato com o solo (em forma de leque). Quando possível, a retirada do calçado deve ser feita. É utilizada para uma melhor conscientização do próprio pé, das deformações de sua estrutura e de como adaptá-las às exigências do dia a dia. Figura 25. Pisar, esfregar e amassar um pedaço de espuma aumenta a sensibilidade táctil dos pés.Como rolar sob os pés um objeto sensibiliza o arco plantar. Figura 26. Trabalhar com jornais torna a atividade agradável e divertida; com os pés pode-se dobrar, desdobrar, amassar e rasgar. O objetivo é a potencialização de todos os movimentos das articulações envolvidas, havendo um aumento da força exercida pelos pés no solo, beneficiando dessa forma a estabilidade. 52 mem, sendo aconselhável o relaxamento, executando muita soltura de membros, com balanços suaves e massagens para se trabalhar a flexibilidade. Segundo a escola americana, considera-se flexibili- dade como sendo mobilidade articular mais elasticidade muscular. Figura 27. O alongamento do tronco é um dos exercícios mais importante devido à própria degeneração das estruturas com o envelhecimento. Pode ser executado em diferentes posições com ou sem elementos. Figura 28 e 29. O alongamento da musculatura dos membros deve ser feito com muito cuidado, pois as estruturas e ligamentos apresentam-se frágeis. O idoso não deve apresentar dificuldade na execução e tampouco dor.Se isso estiver ocorrendo, o exercício deverá ser adaptado. A cadeira é um elemento a qual os idosos se adaptam bem, pois oferece segurança no apoio e liberdade do movimento. Esticar o joelho flexionado deverá ser feito até o limite da extensão dos grupos musculares envolvidos (dorso, braços e perna). Se a altura da cadeira for muito alta, procura-se adaptar com outro plano elevado. Mas nunca se deve deixar o idoso sem um exercício, pois perante o grupo isso o afeta psicologicamente. 53 Exercício de força Para o aumento gradativo da força muscular no idoso, utiliza-se como auxílio elementos como: saquinhos de areia, câmara de pneu, bastões, alteres, exercícios antigravitacionais e isométrico segmentar. É importante ressaltar que a contração isolada de um grupo muscular, não apresenta risco, pois a força empregada é apenas a da estrutura envolvida, não havendo sobrecarga ao nível de ligamentos e articulações. Quanto ao sistema cardiovascular, é beneficiado, pois se educa a pequenas elevações de pressão treinando o organismo idoso a eventuais acasos do cotidiano, como erguer o neto ou uma sacola, receber uma má notícia, a qual altera o equilíbrio emocional gerando distúrbio orgânico, como rigidez muscular, arritmia e elevação da pressão. Evitando assim o possível infarto do miocárdio. Figura 30. A ação de empurrar alguma coisa imaginária, além de aumentar a força, desperta a criatividade, criando situações que podem ser aproveitadas no transcurso da aula. Poderão ser utilizadas as mãos, cotovelo, ombro, testa, quadril, pé, enfim, todos os segmentos corporais. Figura 31. Sentar e levantar sucessivamente de uma cadeira reforça os grandes grupos musculares e auxilia na aquisição de resistência. O movimento deverá ser completo; levantar e deixar o corpo ereto. 54 Figura 32. Manter os braços paralelos ao chão, parados ou em movimento, com ou sem elementos, reforça toda a musculatura responsável pela inspiração e expiração forçadas. A duração do movimento depende do idoso. Poderão ser executados pequenos círculos na lateral ou movimento de oscilar para cima e para baixo, etc. O mesmo tipo de atitude serve para exercícios com as pernas. Figura 33. Esticar um elástico (câmara de pneu cortada), além de aumentar a força no segmento, também auxilia no aumento da amplitude articular, bastando mudar a orientação do exercício. Figura 34. A força na musculatura da perna decai sensivelmente com o passar dos anos; recuperá-la é vital. Para caminhar, subir para o ônibus, sentar-se em locais baixos, até levantar-se do sanitário. Apertar uma bola entre os joelhos reforça os adutores da coxa. O reforço de toda a musculatura interna, partindo do pé, perna, coxa e baixo abdômen, vem auxiliar principalmente as senhoras que apresentam problemas, como bexiga caída. A ativação da circulação na região anal beneficia aqueles que possuem hemorróidas, estimulando também a função sexual. A execução do exercício pode ser em diferentes posições, dependendo do idoso. A ação é a de apertar uma bola, utilizando toda a musculatura interna simultaneamente. 55 Exercícios de propriocepção Os exercícios de sensibilização das regiões corporais vêm con- tribuir na estrutura organizacional corporal, para o reconhecimento do corpo envelhecido e suas limitações. É importante ressaltar que, para um aumento dessa sensibilidade, é necessário que não haja força ou esforço no estímulo inicial. Se esse for grande, será preciso algo muito maior para ser percebida uma diferença. Os meios utiliza- dos são; contrações isoladas de grupos musculares, pequenos pe- sos nas regiões a serem percebidas e massagens. O idoso necessita reconhecer novamente seu corpo. Através de movimentos massageadores, pode-se levá-lo a esse reconheci- mento. São expressões faciais novas: suas rugas, faltam os den- Figura 35. A atitude de semiflexão dos joelhos fortalece o quadríceps e simultaneamente os outros grupos musculares responsáveis pelo equilíbrio dinâmico. Balancear (para cima e para baixo) sem extensão completa dos joelhos, com ou sem apoio ou elemento, é o exercício indicado para todos os idosos, iniciantes ou não. Gradua- se intensidade e duração. Figura 36. Ação de empurrar a corda elástica com os pés é outra forma de aumentar a resistência da musculatura da perna a longas caminhadas e subidas de escadas. Pode ser executada em diferentes alturas, dependendo do objetivo ou condição do idoso. 56 tes, a pele já não é a mesma – está áspera e com alterações. As articulações doem e estão deformadas; a musculatura flácida não permite um pequeno esforço ou está tão contraída e tensa que; o tocar não é permitido devido às dores. Todo esse reconhecimen- to leva tempo e necessita de muita criatividade por parte do pro- fessor. Deve-se evitar que o idoso fique constrangido com sua imagem. Figura 37. Sentar em cima de um saquinho de areia de início é desconfortável, o efeito vem após a retirada desse, pois a sensação é de que a cadeira se torna macia. Deve-se alternar o saquinho, em um dos lados, no meio e no outro lado, permanecendo um pequeno período em cada posição. Auxilia quando o idoso se queixa de dores ciáticas. Figura 38. Quando o idoso sente dificuldade em perceber uma articulação ou qualquer outro segmento corporal, um pequeno peso localizado na região ativa os mecanismos proprioceptivos. 57 Exercícios de coordenação Os exercícios de coordenação devem visar os padrões de mo- vimentos da vida diária, não sendo necessários jogos de movimen- tos complexos, que causaria desconforto pela dificuldade de execu- ção. Opta-se, então, por movimentos coordenados de braços e per- nas, como a marcha em diferentes formas e ritmos, mão e mão, mão e pé, educando dessa forma a ação reflexa dos movimentos nas ações do dia a dia. O movimento coordenativo complexo só será trabalhado quando o esquema corporal ti- ver sido adquirido através da propriocepção (o idoso fica tenso por não conseguir reali- zar o movimento, provocando ansiedade). Figura 39. Massagear-se traz prazer e reconhecimento corporal. Com um pequeno objeto roliço, percorrem-se braços, pernas, costas, etc. Podendo-se variar o material, utilizando esponja ou as próprias mãos. O trabalho em duplas pode ser realizado desde que o grupo já esteja desinibido, sem preconceitos, ou seja, formado por casais. Figura 40. Marchar em diferentes formas, com joelhos altos ou pernas esticadas, para frente, para os lados e para trás, variando os movimentos dos braços, em um determinado ritmo ou livremente, é a maneira mais adequada de se desenvolverem os movimentos coordenativos do idoso. 58 Exercícios de equilíbrio Através da reeducação postural, educando as percepções gravitarias. Caminhar de diferentes formas (ponta, calcanhar), para diferentes direções (frente, lado, trás), percorrendo trajetos de- terminados, seguindo ou não linhas traçadas no chão, como também se desequilibrar em vá- rias posições, leva o idoso a perceber seu cen- tro de equilíbrio. E a ação de restabelecer o equilíbrio torna-se mais fácil quando solicitada. Figura 41. Movimentos coordenativos isolados – só braços ou pernas – devem ser aprendidos. Mas o professor deverá estar consciente de que o idoso leva mais tempo para assimilar, e que esses movimentos deverão ser repetidos sem estressar ou desmotivar o aluno, utilizando-se tantas aulas quantas forem necessárias para se atingir o objetivo. Figura 43. Equilibrar-se em um plano elevado exige que o idoso possua um bom domínio corporal. Quando não houver homogeneidade no grupo, utilizam-se linhas traçadas no chão, ou o professor é utilizado como instrumento de apoio, mesmo para aqueles que não necessitem ,evitando assim, constrangimento daqueles com pouca agilidade. Figura 42. Movimento de desequilíbrio para frente e para trás (oscilar). 59 Deve-se orientar as alterações do equilíbrio no movimento de sentar e levantar do chão, os apoios adequados e a maneira mais fácil e rápida para seficar em pé sem tontura. Como no equilíbrio estático, no equilíbrio dinâmico toda a ação se concentra na pelve; a orientação que deve ser dada ao idoso durante o sentar-se e o levantar-se do chão é a observação do movimento que o quadril des- creve. A assimilação da melhor forma de sentar ao chão será des- coberta pelo indivíduo. O papel do professor é o de orientar os apoi- os das mãos, joelhos e pés, de maneira a não prejudicar alguma articulação em desgaste. Figura 44 e 45. O idoso deve sentir-se seguro ao iniciar o movimento para sentar-se ao solo. Qualquer insegurança pode ocasionar o impacto do corpo no chão.O levantar-se segue o mesmo princípio: apoio da mão atrás, rotação do quadril, posicionamento da mão livre, podendo ou não haver o apoio dos joelhos, (depende da condição do idoso). Completando o giro da pelve, o corpo naturalmente buscará uma atitude de equilíbrio. Para aqueles com grandes dificuldades, utiliza-se um apoio como um banco, barras, etc. Idosos mais ágeis deverão seguir o seguinte esquema: (a) pernas afastadas e joelhos semiflexionados; (b) apoia-se a mão dominante no chão; (c) deixa-se que o quadril gire em direção ao 60 Exercícios para educação das percepções A educação das percepções se torna necessária devido às perdas pelo envelhecimento. Não se pode deixar o idoso isolar- se do seu meio pela falta de sensações; perceber o que o cerca tem influência tanto física como psicologicamente. Na vida diária, sentir o calor de uma chaleira antes de se queimar, ouvir alguém batendo a porta, sentir o aroma das flores ou o cheiro de algo queimado, ver as expressões do rosto do companheiro ou o ca- minho onde pisa, determinam uma vida independente ou não, para o idoso. solo; (d) a mão livre deve procurar um apoio logo atrás do quadril; (e) as pernas vão naturalmente posicionar-se cruzadas à frente do corpo, o qual estará de frente para o lado oposto ao início do movimento. Figura 46. Ouvir a vibração que faz os dedos em contato com um balão ou diferenciar os sons de diferentes objetos do dia a dia contribui para que o idoso não esqueça de perceber o mundo à sua volta. Figura 47. O tato pode ser estimulado com materiais de diferentes espessuras, como tecidos variados (flanela, cetim, feltro), esponjas, pena; valendo a criatividade do professor não só quanto ao tipo de material, mas à maneira de desenvolver a atividade. A educação das percepções é bem aceita quando empregada na forma de jogos recreativos. 61 Exercícios de ritmo O ritmo não deve ser imposto e sim descoberto, manusear diferentes instrumentos ou elementos similares, criam-se situa- ções nas quais o idoso pode perceber que seu corpo possui ritmo próprio. Explorando os diferentes ritmos através do caminhar e dos movimentos naturais, os gestos tornam-se mais coordena- dos e harmoniosos. Observação: Durante a preparação fisiológica, poderá ser dado todo e qualquer exercício físico, desde que adaptado às dificuldades individuais de cada pessoa. A observação dos movimentos respira- tórios pelo professor é muito significativa, pois o idoso expira defici- entemente e produz bloqueios respiratórios, levando a uma altera- ção cardíaca. A atitude do professor deverá ser de conduzir o grupo à conversa, ao canto ou à risada, fazendo dessa forma a expiração espontânea e regularização da freqüência dos movi- mentos respiratórios. Figura 48. Elementos como pequenos bastões, pequenos potes com sementes e outros criados pelo próprio idoso são interessantes para a descoberta do ritmo. Esse também pode ser despertado através da percussão no próprio corpo. 62 Aquisição de Resistência e Atividades Recreativas Atividades rítmicas, danças e jogos. Foi comprovado que os programas aplicados na recuperação de cardiopatias não se adaptam ao idoso por utilizarem a corrida, o que prejudica as articulações em desgaste. Também o cicloergômetro, o qual devido à falta de coordenação, alteração ortopédica e à falta de resistência, não permite um bom desempenho do idoso frágil. Há preocupação entre os profissionais quanto ao controle da freqüência cardíaca, sendo vários os fatores que impedem um adequado acom- panhamento: -O idoso tem dificuldade em verificar sua própria FC devido á falta de tato e à interferência dos movimentos respiratórios (quando essa for medida através das carótidas, o que não é aconselhável). -A simulação do resultado devido à inibição, por não ter conse- guido verificar seus dados, ou à indução, por verificar que o colega está mais bem condicionado. 63 -A interferência de certos medicamentos que alteram o com- portamento dos batimentos cardíacos durante o exercício, podendo ocorrer a não alteração da FC no esforço, chegando a haver até uma bradicardia, dependendo da quantidade do agente químico na corrente sangüínea. -O aconselhável seria o controle individual pelo professor, o que torna de difícil execução quando o objetivo é determinar a FC num determinado momento do trabalho e sua recuperação, em um grupo de quinze alunos. A melhor atitude do professor é a de não querer tornar o seu idoso um atleta com programas de condicionamento rígidos. Ser flexível, conhecer seu aluno em todos os aspectos, saber observar quando é hora de trocar de atividade ou executar uma pausa é o recomendável. A atitude corporal e a aparência fisionômica, além dos movimentos respiratórios, são os melhores indicadores do fun- cionamento orgânico. O caminhar em uma pista ou parque só é recomendado quan- do o aluno possui um esquema corporal adequado para a execução do mesmo, sem compensações corporais de equilibração e gasto energético desnecessário. Pode ser substituído por movimentos balanceados ou pela dança. Os exercícios dirigidos (calistênicos) ou conduzidos com certo vigor, impedem o idoso de reconhecer o seu próprio ritmo e de descobrir os diferentes ritmos individuais para as diversas ativi- dades diárias. As atividades com música devem ser bem escolhidas, de forma que, no mínimo, três ritmos legíveis sejam determinados 64 na música, como compasso, divisão do mesmo e melodia, dando a oportunidade ao idoso de acompanhar o que melhor se adaptar às suas condições fisiológicas. Quanto aos jogos, devem possuir poucas regras e dar opor- tunidade para a criatividade. Petecas se prestam muito para aqui- sição de resistência a qual cada indivíduo emprega apenas o que for capaz, não havendo risco de sobrecarga. Todo e qualquer jogo recreativo pode ser adaptado ao idoso, pois este se molda quanto à cultura e tradições dos grupos, como a peteca, tradicional no interior de alguns estados, que além de au- mentarem a resistência cardiorespiratória, auxiliam os reflexos e au- mentam a agilidade. O grau de instrução influencia na dificuldade e compreensão dos jogos quando esses utilizam a leitura e a escrita. Figura 49.Dançar vem a ser uma das melhores maneiras de se manter em forma. Principalmente se o idoso estiver bem acompanhado. Freqüentar bailes para a terceira idade é uma das atividades preferidas dos idosos que freqüentam clubes de convivência. Deixar que a música tome conta dos movimentos corporais deixando de lado a opinião de outros e entregando-se ao prazer, aumenta a auto estima, prevenindo doenças. 65 Nos jogos de movimentos e ati- vidades recreativas, observar que as mudanças de direção bruscas podem ocasionar mal-estar, podendo levar o indivíduo a uma queda. As pausas devem ser respeita- das; quando o grupo ou o indivíduo demonstrar cansaço, através da per- da de coordenação ou irregularidade dos movimentos respiratórios, é ne- cessário alterar o ritmo da aula ou exe- cutar uma pausa para a recuperação fisiológica. Quando o grupo de idosos pos- sui indivíduos com potencialidades muito diferentes, ou quando o jogo pode levar os idosos a um grande en- tusiasmo, uma das medidas que o pro- fessor pode assumir é a de colocar uma dificuldade a ser cumprida no decorrer do jogo, por exemplo: duas ou três colunas,
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