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1 Hemato - GBS → OBTENÇÃO DE HEMOCOMPONENTES: A partir da doação de sangue total, faz-se a separação dos componentes por centrifugação: Plasma. Buffy-coat (granulócitos + plaquetas). Hemácias. → DOAÇÃO POR AFÉRESE: Separação específica de hemocomponentes (tirar especificamente os seguintes): Hemácias. Plaquetas. Leucócitos. Plasma. → EXAMES LABORATORIAIS DO DOADOR: Tipagem sanguínea ABO (direta e reversa). Tipagem sanguínea Rh (pesquisa de D fraco, quando aplicável). Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI). Exames sorológicos: chagas, hepatites, HIV, HTLV, sífilis. Os testes sorológicos devem ter alta sensibilidade a fim de minimizar a possibilidade de falsos negativos. → PROCEDIMENTOS ESPECIAIS: DESLEUCOCITAÇÃO: o Filtro para remoção de leucócitos. Indicações: o Antecedentes de duas ou mais reações febris não hemolíticas. o Candidatos ao transplante de MO. o Imunodeficiências congênitas. o Prevenção de infecção por CMV. o LMA. o Anemia aplástica. IRRADIAÇÃO: o Inativa linfócitos, assim previne a doença do enxerto x hospedeiro transfusional. Indicações: o Imunodeficiência congênita grave. o Após transplante MO. o Pcte tratados com análogos de purina. o Em tratamento para linfomas. o LMA. o Anemia aplástica. o Quando receptor parente do doador. LAVAGEM COM SOLUÇÃO SALINA: o Eliminar a maior quantidade possível de plasma. Indicações: o Antecedente de reação alérgica grave não evitada mesmo com uso de medicações. o Pcte deficiente de IgA, haptoglobina ou transferrina com antecedente de reação anafilática em transfusão anterior. Volume da bolsa: 220-280ml. Respeitar compatibilidade ABO e Rh. Tempo de infusão de 60-120min, não ultrapassar 4h. 1 concentrado de hemácias aumenta Hb em 1g/dL, em média. INDICAÇÕES: Tratar e prevenir inadequada liberação de oxigênio aos tecidos: anemia grave ou sangramento agudo. 2 Hemato - GBS SANGRAMENTO AGUDO: o Transfunde quando perdas maiores que 25- 30% da volemia total (hemorragia classe III e IV). o Fc > 100 – 120bpm. o Hipotensão arterial franca. o ↑FR. o ↓Débito urinário. o Enchimento capilar > 2s. o Alteração de nível de consciência. ANEMIAS: o Anemias bem toleradas: Hb > 10 (não precisa de transfusão). o Anemias que dependem de avaliação clínica: Hb entre 7 – 10 (avaliar caso a caso). o Anemias com risco de hipóxia: Hb < 7 (transfusão recomendada). SITUAÇÕES ESPECIAIS: o DPOC: manter Hb > 10. o Cardiopatias isquêmicas agudas: manter Hb > 9 ou 10. o Acima de 65 anos e sintomáticos: transfundir se Hb < 9. o Pós-operatório: manter Hb > 8. SITUAÇÕES ONDE NÃO SE TRANSFUNDE CH: o Aumentar sensação de bem-estar do pcte. o Transfusão profilática. o Cicatrização de feridas. o Expandir volume vascular quando capacidade de transportar oxigênio estiver adequada. 1 unidade = 5,5x1010 plaquetas em 50-60ml de plasma. Dose: 1 unidade para cada 7-10kg (média de 6-7 bolsas em adultos). Se doação por aférese: 1und = 3x1011 plaquetas em 200-300ml de plasma (mais plaquetas). Compatibilidade ABO: pouco relevante clinicamente, preferencialmente respeitar devido chance de aloimunização e quando não respeitado o incremento plaquetário não é tão bom. Compatibilidade Rh: respeitar. Pode ocorrer aloimunização em 10% dos pcte Rh – que recebem Rh + INDICAÇÕES: situações de plaquetopenia por falência medular: o Portadores de doenças hematológicas. o Pcte em quimioterapia ou radioterapia. o Distúrbios associados a alteração de função plaquetária: raramente necessitam de transfusão. Realizar apenas antes de procedimentos ou se sangramento refratário a tto com outros métodos (DDAVP e antifibrinolíticos). TRANSFUSÃO PROFILÁTICA: o Se < 10.000 plaquetas sem fatores de risco. o Se < 20.000 plaquetas e presença de: Febre. Manifestações hemorrágicas. Hiperleucocitose. Medicações que diminuam sobrevida plaquetária. Esplenomegalia. Doença de transplante versus hospedeiro. Queda rápida da contagem plaquetária. Presenta de alterações da hemostasia. SITUAÇÕES ESPECIAIS: o Pcte submetidos a procedimentos cardíacos com circulação extracorpórea (transfundir mesmo se plaqueta > 50.000). o Plaquetopenia por diluição ou destruição periférica: casos de transfusão maciça (troca de 2 volemias), por exemplo. Transfundir caso plq < 50.000 ou < 100.000 com alterações de hemostasia, trauma múltiplo ou lesão SNC. o CIVD: transfundir apenas se sangramentos, e manter plaquetas > 20.000. o Plaquetopenias Imunes: transfundir apenas se sangramentos graves com risco de vida. o Dengue: não indicado. Porque a plaquetopenia é causada por anticorpos contra proteínas virais que fazem reação cruzada contra antígenos plaquetários. o Procedimentos invasivos em pcte com plaquetopenia: 3 Hemato - GBS Porção acelular do sangue: água, proteínas (albumina, fatores de coagulação etc), carboidratos e lipídeos. Contém ≥ 70UI de Fator VIII/100ml e quantidades semelhantes de outros fatores. Volume mínimo: 180ml por unidade. Tempo máximo de infusão: 1 hora. Compatibilidade ABO: não precisa seguir, mas dá preferência aos compatíveis. Compatibilidade Rh: não precisa ser considerado. 10-20ml/kg aumentam 20-30% os níveis de fatores de coagulação. INDICAÇÕES: o Sangramento ou risco por deficiência de múltiplos fatores de coagulação (hepatopatia). Lembrar que corrige parcialmente o distúrbio de hemostasia pois existem outros fatores envolvidos. o CIVD: todos os fatores de coagulação estão diminuídos, além do fibrinogênio. Só fazer em caso de sangramento. o Sangramento pelo uso de anticoagulanetes orais ou necessidade de reverter anticoagulação: varfarina (preferencialmente usar o complexo protrombínico e não o PFC). 15-20ml/kg associado a VitK. o Transfusão maciça evoluindo com sangramentos por coagulopatias: guiar por TTPa e TP e preferencialmente tromboelastrografia. o Sangramento ou profilaxia por deficiência isolada de fator sem concentrado do fator sozinho disponível (Deficiência de Fator V, por exemplo). o PTT: primeira linha como líquido de reposição na plasmaférese no tratamento de PTT. CONTRAINDICAÇÕES AO PFC: o Expansão volêmica. o Sangramento sem coagulopatia. o Correção de anormalidades laboratoriais SEM sangramentos. o Estado de perda proteica e imunodeficiências. Fonte concentrada de proteínas plasmáticas. Obtido a partir do plasma fresco congelado. Contém: o Fibrinogênio. o Fator VIII. o Fator Von Willebrand. o Fator XIII. Voluma: 10-15ml. Compatibilidade ABO e Rh: sempre que possível utilizar compatível. 1 unidade = 250mg fibrinogênio. Dose: 1 – 1,5 bolsas a cada 10kg peso. INDICAÇÕES: o Hipofibrinogênemia congênita ou adquirida (< 100mg/dl) se não houver concentrado de fibrinogênio industrial disponível. o Disfibrinogênemia. o Deficiência de fator XIII se não houver o concentrado industrial disponível. CONTRAINDICAÇÕES: o Hemofilia A. o Doença de von Willebrand (pode usar se não responder ao DDAVP e não houver concentrado de FVW ou de FVIII rico em multímeros de von Willebrand). Obtidos apenas por aférese de um único doador. 1010 granulócitosem volume de 200-300ml. Meia vida muito curta (24h), transfundir assim que possível. Devem ser obrigatoriamente irradiados para impedir doença do enxerto versus hospedeiro transfusional. Idealmente compatibilidade HLA. Indicações não bem definidas: o Neutropênicos com febre sem recuperação provável nos próximos 5-7 dias com infecção documentada sem resposta ao tto. o Portadores de disfunção de neutrófilos durante episódios infecciosos graves. Uso profilático: o Não é recomendado de rotina. o Efeitos modestos e riscos altos. o Usado em transplante de MO e indução no tto de LMA. 4 Hemato - GBS → Ocorrem durante ou logo após o término de uma transfusão. → Na suspeita de reação aguda: Interromper transfusão. Manter acesso com soro fisiológico. Lembrar que a reação pode não ser devido a unidade que está sendo infundida (pensar em dx diferenciais). → REAÇÃO HEMOLÍTICA AGUDA: Ocorre durante a transfusão ou até 24h após seu término. Interação de anticorpos IgM e IgG com antígenos eritrocitários: leva a ativação complemento, liberação de citocinas e ativação da coagulação. Dx diferencial com contaminação infecciosa da bolsa Caso mais grave: transfusão ABO incompatível. Faz: o Hemólise intravascular. o Incompatibilidade de sistema não ABO é mais branda, pois faz ativação incompleta do complemento. o Pode ser desencadeada por plasma ou plaquetas ABO incompatíveis. QUADRO CLÍNICO: o Febre. o Calafrios. o Náuseas e vômitos. o Dor em região lombar. o Dispneia. o Taquicardia e hipotensão. o Sangramento. o Hemoglobinúria. LABORATÓRIO: o Hemoglobina livre no plasma. o ↑DHL. o ↑BI. o ↓Haptoglobina. o Coombs direto pode ser + o Pesquisa anticorpos eritrocitários pode ser + TTO: Interromper transfusão. o Transfusão de troca pode ser considerada, em casos graves. o Prevenção de IRA (hidratação e diuréticos). → REAÇÃO FEBRIL NÃO HEMOLÍTICA: Aumento da temperatura em 1 grau ou mais. Reação aguda + comum. Mais frequente em transfusão de CP. Ocorre durante a transfusão ou até 1h após. Não põe vida do pcte em risco, por isso excluir outras causas de febre antes de se fechar neste dx. QUADRO CLÍNICO: o Febre e calafrios. o Cefaleia. o Náuseas e vômitos. TTO: o Interromper transfusão. o Antitérmicos. o Controvérsia se pode ser reiniciada a transfusão com mesmo componente. PREVENÇÃO: o Componentes leucorreduzidos e filtrados. o Componentes lavados (remoção de mediadores inflamatórios acumulados durante estocagem). → REAÇÃO ALÉRGICA E ANAFILÁTICA: Reações leves são comuns: prurido, urticária, eritema, rubor cutâneo. Entretanto, 10% podem ter quadro pulmonar associado. CONDUTA: o Interromper transfusão. o Manter acesso venoso. o Adm anti-histamínicos. o Se a reação foi leve, pode reiniciar. PREVENÇÃO: corticoide ou anti-histamínicos pré- transfusão em pcte com história de alergias. ANAFILAXIA: quadro de reação alérgica grave que evolui rapidamente para instabilidade cardiovascular. Interromper transfusão. Suporte (oxigênio, IOT, epinefrina, anti-histamínico e corticoide). o Hipotensão. o Taquicardia. o Perda de consciência. o Arritmia. o Choque e até morte. 5 Hemato - GBS → CONTAMINAÇÃO BACTERIANA: Durante transfusão ou logo após seu término. A transfusão estava contaminada e serviu de “vetor”. QUADRO CLÍNICO: o Febre, calafrios. o Náuseas e vômitos. o Hipotensão. o Choque. o IRA. o CIVD. DIAGNÓSTICO: o Cultura da unidade contaminada e do sangue do pcte. o Bacterioscopia da unidade ou outros métodos. TTO: o Interromper a transfusão, o Suporte. o ATB amplo espectro (cobertura para pseudômonas se foi transfusão de glóbulos vermelhos). → INSUFICIÊNCIA PULMONAR AGUDA RELACIONADA A TRANSFUSÃO (TRALI): Componente com plasma, mais frequentemente. Durante ou até 6h após transfusão. QUADRO CLÍNICO: o Dispneia. o Cianose. o Febre. o Taquicardia. o Hipotensão. Rx toráx com edema pulmonar bilateral. Gasometria com hipoxemia (SatO2 < 90%, PaO2/FiO2 < 300mmHg). Sem sinais de insuficiência cardíaca (pressão venosa central é normal). Mortalidade 20%. CONDUTA: o Resolução espontânea em 48-96h. o Suporte (oxigênio – até IOT caso necessário, vasopressores, corticoide não mostrou benefício). o Avaliar unidade transfundida: se confirmada TRALI o doador fica impedido de doar. o Evitar uso de doadores plaquetas do sexo feminino, principalmente multíparas (prevenir TRALI). → REAÇÃO HEMOLÍTICA NÃO IMUNE: Causada pela transfusão de glóbulos vermelhos hemolisados devido estocagem, manipulação. QUADRO CLÍNICO: o Alterações transitórias pulmonares, renais e hemodinâmicas. o Hemoglobinúria. o Hemoglobulinemia. CONDUTA: o Interromper transfusão e investigar bolsa. o Verificar e tratar hiperpotassemia (devido hemólise). o Manter débito urinário com hidratação. o Suporte. → SOBRECARGA CIRCULATÓRIA (TACO): Reação comum e evitável. Infundindo mais volume do que o pcte consegue suportar. Elevação de BNP ajuda no dx diferencial com a TRALI. Sinais de insuficiência cardíaca congestiva durante ou logo após transfusão: o Dispneia e ortopneia. o Cianose. o ↑PA o Estase jugular. o Cefaleia. o Edema pulmonar. CONDUTA: o Suspender transfusão e limitar infusão de líquidos. o Oxigênio. o Elevar decúbito. o Tratar hipervolemia e edema pulmonar como na ICC. o Manter débito urinário com hidratação. 6 Hemato - GBS Ocorrem pelo menos 24h após a transfusão. → REAÇÃO HEMOLÍTICA TARDIA: Risco geral de um paciente ser aloimunizado (1-1,5% por CH transfundido). Aloanticorpos formados são detectáveis de 7-10 após transfusão (permanecem por meses). Hemólise pode ser extra ou intravascular. Prevenção difícil. Reação ocorre 3-21 dias após transfusão: destruição das hemácias transfundidas por aloanticorpos eritrocitários do pcte: o Não são detectados nas provas de compatibilidade devido a baixos títulos antes da transfusão. o Ocorrem por sensibilização prévia (transfusão ou gravidez). São IgG. DIAGNÓSTICO: o ↓Hb de modo inexplicado. o Icterícia. o Esplenomegalia. → DOENÇA ENXERTO X HOSPEDEIRO TRANSFUSIONAL: Grave e potencialmente fatal (80-100%) Mediada por enxerto de linfócitos T alogênicos no tecido do receptor. OCORRÊNCIA DEPENDE DE: o Competência imunológica do receptor. o Similaridade genética do doador/receptor (quanto maior a similaridade HLA maior chance). o Número de céls T viáveis no hemocomponente (prevenção com irradiação). DIAGNÓSTICO: o Febre. o Acometimento cutâneo. o Disfunção hepática. o Pancitopenia. o Histopato de pele: infiltração linfocitária e disqueratose. → PÚRPURA PÓS-TRANSFUSIONAL: Rara – quase exclusivamente em mulheres multíparas. Uma semana após transfusão. Autolimitado e evolução é benigna. Plasmaférese pode ser necessário. Transfusão de plaquetas é contraindicado. QUADRO CLÍNICO: o ↓ plaquetas. o Lesões púrpuricas. → ALOIMUNIZAÇÃO PLAQUETÁRIA: Desenvolvimento de aloanticorpos em politransfundidos. Menor incremento após transfusões plaquetárias repetidas (↑ pouco plaquetas). Conduta: o Usar plaquetasHLA e ABO compatíveis. o Plasmaférese. o Plequetas tratadas com drogas específicas. → IMUNOMODULAÇÃO PÓS-TRANSFUSIONAL: Estudos sugerem que efeitos imunomoduladores de transfusões possam influenciar negativamente o prognóstico geral de pcte com tumores malignos. Crescimento tumoral aumentado. Maiores complicações infecciosas pós-operatórias. 1. Reação hemolítica tardia. 2. Reação enxerto vs hospedeiro. 3. Púrpura pós-transfusional. 4. Aloimunizção plaquetária. 5. Imunomodulação. 6. Sobrecarga de Ferro. 7. Complicações infecciosas.
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