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Academia Brasileira de Letras Histórico A criação da Academia foi idéia lançada por um grupo de jovens escritores, dando corpo às propostas iniciais de Lúcio Mendonça e Medeiros e Albuquerque. Em 1896, sucessivos encontros na redação da Revista Brasileira, dirigida então por José Veríssimo, assumiram a forma de sessões preparatórias. Em 15 de dezembro, Machado de Assis foi aclamado Presidente da Academia Brasileira de Letras, e esta teve sua Diretoria e seus Estatutos definidos em 28 de janeiro de 1897. No dia 20 de julho desse ano, na antiga sala do Pedagogium, na rua do Passeio, instalou-se oficialmente a Academia, com os discursos do Presidente Machado de Assis, do Secretário-Geral Joaquim Nabuco, e o relato das atividades preparatórias, a cargo do Primeiro-Secretário Rodrigo Octavio. Na sessão inaugural, empossaram-se os 40 fundadores. Cada um deles, ao escolher um patrono para sua cadeira, perpetuou a memória de um grande vulto das letras nacionais. Sem casa própria, a Academia peregrinou pelo centro do velho Rio de Janeiro. Nessa fase, contou com a hospitalidade da Revista Brasileira, do Pedagogium, do Ginásio Nacional, da Biblioteca Fluminense e de um escritório de advocacia, onde efetuou suas sessões até 1904, quando ganhou espaço no Silogeu Brasileiro, prédio fronteiro ao Passeio Público, que também abrigava outras instituições culturais. Em 1923, o governo francês doou à Academia uma réplica do Petit Trianon de Versalhes, prédio erguido, no ano anterior, para abrigar o pavilhão da França na Exposição do Centenário da Independência. A sede própria dispõe, no pavimento térreo, de um Salão Nobre e outras belas salas, destacando-se a Sala dos Poetas Românticos e a Sala Machado de Assis. No andar superior, estão a Sala de Sessões, a preciosa Biblioteca e o salão de chá. As primeiras sessões da academia A primeira sessão preparatória realizou-se em 15 de dezembro de 1896, às três horas da tarde, na sala de redação da Revista Brasileira, na travessa do Ouvidor, nº 31. Nessa mesma sessão foi aclamado presidente Machado de Assis. A sétima e última sessão preparatória foi realizada a 28 de janeiro de 1897, à qual compareceram dezesseis membros: Araripe Júnior, Artur de Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Souza, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Octavio, Silva Ramos, Visconde de Taunay e Teixeira de Melo. Foram incorporados como membros aqueles que haviam comparecido às sessões preparatórias anteriores: Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murate Valentim Magalhães. Foram convidados para participar como fundadores, e aceitaram, Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, Pereira da Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte. Tinha-se, assim, trinta membros. Tomando como modelo a Academia Francesa, foram criadas quarenta cadeiras. Para completar as dez seguintes, os dezesseis membros presentes na sessão de 28 de janeiro elegeram Aluízio de Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domingos da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima,Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Ainda nesta sessão aprovam-se os Estatutos que vão assinados por Machado de Assis, presidente; Joaquim Nabuco, secretário-geral; Rodrigo Octavio, 1º secretário; Silva Ramos, 2º secretário; e Inglês de Souza, tesoureiro. A primeira sessão plenária da Academia realizou-se a 20 de julho de 1897, com a presença de dezesseis membros, numa sala do Pedagogium, na rua do Passeio. Depois de uma breve alocução introdutória do presidente Machado de Assis e da leitura da memória dos atos preparatórios por Rodrigo Octavio, Joaquim Nabuco pronunciou o discurso inaugural. Desde a sessão de 21 de julho de 1959, ficou resolvido que a fundação da Academia seria comemorada a 20 de julho de cada ano. Os Patronos Adelino Fontoura, patrono da cadeira nº 1 Álvares de Azevedo, patrono da cadeira nº 2 Artur de Oliveira, patrono da cadeira nº 3 Basílio da Gama, patrono da cadeira nº 4 Bernardo Guimarães, patrono da cadeira nº 5 Casimiro de Abreu, patrono da cadeira nº 6 Castro Alves, patrono da cadeira nº 7 Cláudio Manoel da Costa, patrono da cadeira nº 8 Gonçalves de Magalhães, patrono da cadeira nº 9 Evaristo da Veiga, patrono da cadeira nº 10 Fagundes Varela, patrono da cadeira nº 11 França Júnior, patrono da cadeira nº 12 Francisco Otaviano, patrono da cadeira nº 13 Franklin Távora, patrono da cadeira nº 14 Gonçalves Dias, patrono da cadeira nº 15 Gregório de Matos, patrono da cadeira nº 16 Hipólito da Costa, patrono da cadeira nº 17 João Francisco Lisboa, patrono da cadeira nº 18 Joaquim Caetano da Silva, patrono da cadeira nº 19 Joaquim Manuel de Macedo, patrono da cadeira nº 20 Joaquim Serra, patrono da cadeira nº 21 José Bonifácio, patrono da cadeira nº 22 José de Alencar, patrono da cadeira nº 23 Júlio Ribeiro, patrono da cadeira nº 24 Junqueira Freire, patrono da cadeira nº 25 Laurindo Rabelo, patrono da cadeira nº 26 Maciel Monteiro, patrono da cadeira nº 27 Manuel Antônio de Almeida, patrono da cadeira nº 28 Martins Pena, patrono da cadeira nº 29 Pardal Mallet, patrono da cadeira nº 30 Pedro Luís, patrono da cadeira nº 31 Araújo Porto Alegre, patrono da cadeira nº 32 Raul Pompéia, patrono da cadeira nº 33 Sousa Caldas, patrono da cadeira nº 34 Tavares Bastos, patrono da cadeira nº 35 Teófilo Dias, patrono da cadeira nº 36 Tomás Antônio Gonzaga, patrono da cadeira nº 37 Tobias Barreto, patrono da cadeira nº 38 Francisco Adolfo de Varnhagen, patrono da cadeira nº 39 Visconde do Rio Branco, patrono da cadeira nº 40 Lista dos presidentes da Academia Brasileira de Letras: ordem Nome Início Término Observações 1º Machado de Assis 1897 1908 Presidente perpétuo da Academia 2º Ruy Barbosa 1908 1919 3º Domício da Gama 1919 1919 4º Carlos de Laet 1919 1922 5º Afrânio Peixoto 1922 1923 6º Medeiros e Albuquerque 1923 1923 7º Afrânio Peixoto 1923 1924 segunda vez 8º Afonso Celso 1925 1925 9º Coelho Neto 1926 1926 10º Rodrigo Octavio 1927 1927 11º Augusto de Lima 1928 1928 12º Fernando Magalhães 1929 1929 13º Aloísio de Castro 1930 1930 14º Fernando Magalhães 1931 1932 segunda vez 15º Gustavo Barroso 1932 1933 16º Ramiz Galvão 1933 1934 17º Afonso Celso 1935 1935 segunda vez 18º Laudelino Freire 1936 1936 19º Ataulfo de Paiva 1937 1937 20º Cláudio de Sousa 1938 1938 21º Antônio Austregésilo 1939 1939 22º Celso Vieira 1940 1940 23º Levi Carneiro 1941 1941 24º Macedo Soares 1942 1943 25º Múcio Leão 1944 1944 26º Pedro Calmon 1945 1945 27º Cláudio de Sousa 1946 1946 segunda vez 28º João Neves da Fontoura 1947 1947 29º Adelmar Tavares 1948 1948 30º Miguel Osório de Almeida 1949 1949 31º Gustavo Barroso 1950 1950 segunda vez 32º Aloísio de Castro 1951 1951 segunda vez 33º Aníbal Freire da Fonseca 1952 1952 34º Barbosa Lima Sobrinho 1953 1954 35º Rodrigo Octavio Filho 1955 1955 36º Peregrino Júnior 1956 1957 37º Elmano Cardim 1958 1958 38º Austregésilo de Athayde 1959 1993 maior tempo na presidência 39º Abgar Renault 1993 1993 40º Josué Montello 1993 1995 41º Antônio Houaiss 1995 1996 42º Nélida Piñon 1996 1997 primeira mulher na presidência 43º Arnaldo Niskier 1997 1999 44º Tarcísio Padilha 2000 2002 45º Alberto da Costa e Silva 2002 2004 46º Ivan Junqueira 2004 2005 47º Marcos Vinicios Vilaça 2006 2007 48º Cícero Sandroni 2007 2009 49º Marcos Vilaça 2010 2011 segunda vez 50º Ana Maria Machado 2012 Atual Segunda mulher na Presidência Estatuto Art. 1º - A Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro, tem por fim a cultura da línguanacional, e funcionará de acordo com as normas estabelecidas em seu Regimento Interno. § 1º - A Academia compõe-se de 40 membros efetivos e perpétuos, dos quais 25, pelo menos, residentes no Rio de Janeiro, e de 20 membros correspondentes estrangeiros, constituindo-se desde já com os membros que assinarem os presentes Estatutos. § 2º - Constituída a Academia, será o número de seus membros completado mediante eleição por escrutínio secreto; do mesmo modo serão preenchidas as vagas que de futuro ocorrerem no quadro dos seus membros efetivos ou correspondentes. Art. 2º - Só podem ser membros efetivos da Academia os brasileiros que tenham, em qualquer dos gêneros de literatura, publicado obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livro de valor literário. As mesmas condições, menos a de nacionalidade, exigem-se para os membros correspondentes. Art. 3º- A administração da Academia compete a um Presidente, um Secretário-Geral, um Primeiro-Secretário, um Segundo-Secretário e um Tesoureiro, eleitos anualmente por escrutínio secreto e reelegíveis. § 1º - O Presidente dirige os trabalhos da Academia e a representa em juízo e nas suas relações com terceiros. § 2º - As funções dos três Secretários serão discriminadas no Regimento. § 3º - Ao Tesoureiro incumbe a guarda e a administração do patrimônio social, de acordo com os outros membros da Diretoria. Art. 4º - A Academia terá uma comissão de contas, composta de três membros e eleita anualmente, além das demais comissões que forem criadas pelo Regimento. Art. 5º - A Academia funciona com cinco membros e delibera com dez. Parágrafo único. Para eleições exige-se, em primeira assembléia, a maioria absoluta dos membros residentes no Rio de Janeiro. Art. 6º - Sem vênia da Academia nenhum Acadêmico tem o direito de declarar essa qualidade nos livros que publicar. Art. 7º - Os membros da Academia não respondem individualmente pelas obrigações contraídas em nome dela, expressa ou implicitamente, pelos seus representantes. Art. 8º - A Academia poderá aceitar auxílios oficiais e particulares, bem como encargos que visem o progresso das letras e da cultura nacional. Art. 9º - No caso de extinção da Academia, liquidado o seu passivo, reverterá o saldo, que houver, em favor da União, se antes não se resolver seja transferido a algum estabelecimento público ou outra associação nacional que tenha fins idênticos ou análogos aos seus. Art. 10- Para reforma destes estatutos, extinção da Academia e aplicação do patrimônio acadêmico, no caso do art. 9º, será preciso o voto expresso da maioria absoluta dos membros efetivos da Academia. Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1897. Machado de Assis, Presidente Joaquim Nabuco, Secretário-Geral Rodrigo Octavio, Primeiro-Secretário Silva Ramos, Segundo-Secretário Inglês de Sousa, Tesoureiro
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