Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 GBS → É o comprometimento da síntese dos esteroides adrenais. Pode ser dado por dois mecanismos: Destruição do Córtex Glandular – Mecanismo Primário. Comprometimento hipofisário (ACTH) ou hipotalâmico (CRH) – Mecanismo Secundário. → FISIOLOGIA DA ADRENAL: Medula Adrenal – céls cromafins (existem em outros locais do organismo, os paraglângios – esgotamento da adrenal não prejudica) – catecolaminas. Córtex Adrenal: o Zona Glomerulosa – Aldosterona. o Zona Fasciculada – Cortisol. o Zona Reticular – Andrógenos. → EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-SUPRARRENAL: Situação Fisiológica: Hipotálamo – CRH Hipófise – ACTH Suprarrenal – Cortisol – principalmente e DHEA. Patologia: Hipotálamo – ↑CRH Hipófise – ↑ACTH Suprarrenal – ↓Cortisol – não há feedback negativo, o que leva aumento de ACTH e CRH. (Na forma primária, a aldosterona também é afetada): ↓ aldosterona (por feedback negativo aumenta a renina – estimulante da aldosterona): o Retenção de K – hipercalemia. o Excreção aumentada de Na – hiponatremia. o Depleção de fluidos. OBS: O setor mineralocorticoide é preservado na ISR secundária – não haverá deficiência de aldosterona – pois o córtex é funcionante, e quem estimula aldosterona é a renina (não pertence ao eixo hipotalâmico hipofisário). → EPIDEMIOLOGIA: Insuficiência Adrenal Primária: o Condição rara. o Prevalência: 93-140 casos por milhão. o Mais frequente em mulheres – principal forma é autoimune. o 30-50 anos de idade. o Autoimune – 80% dos casos: Isolada – patogênese HLA-DR3, CTLA4 – chamada de Doença de Addison (adrenalite autoimune) – é a principal causa de Insuficiência Adrenal Primária. Síndrome Poliglandular (APS): TIPO 1 E 2: Tipo 1: hipoparatireoidismo, candidíase mucocutânea, DM1 (mutação gene AIRE). Tipo 2: tireoidite auto-imune, outras doenças autoimunes – HLA-DR3, CTLA4. o Infecciosa: Tuberculose – manifestações da TB. SIDA – manifestações de AIDS. Fúngica – Imunossupressão (Cripto, histo, blastomicose). o Adenoleucodistrofia – acumulo de ácidos graxos longos se depositado em adrenal – casos mais jovens e em homens, causa genética e rara. Insuficiência Adrenal Secundária: o Prevalência: 120-280 casos por milhão. o 6ª década de vida. 2 GBS → QUADRO CLÍNICO (DEFICIÊNCIA DE GLICOCORTICOIDE): Hiperpigmentação Mucocutânea apenas na forma Primária: o O ↑ACTH compensatório leva a aumento da degradação da POMC (precursor do ACTH) – um dos fragmentos liberados da POMC é o MSH que é estimulador da síntese de melanina, com o aumento desta, haverá aumento da pigmentação cutânea. → QUADRO CLÍNICO DA DEFICIÊNCIA DE MINERALOCORTICOIDE – APENAS EM PRIMÁRIAS: Hipotensão. Hipotensão postural – sinal mais precoce (queda de mais que 20 sistólica ou mais de 10 na diastólica). Hiponatremia. Hipercalemia. → QUADRO CLÍNICO DA DEFICIÊNCIA DE ANDRÓGENOS: (sintomas menos importantes no quadro): Fadiga, adinamia. Redução da força e redução de libido (nas mulheres – DHEA é um andrógeno fraco, homens possuem testosterona). Pele seca (nas mulheres). Perda de pelos axilares e pubianos. Ausência de adrenarca. → CRISE SUPRARRENAL/CRISE ADDISONIANA (FORMA AGUDA DO QUADRO): Hipotensão/choque hipovolêmico – necessário (hipotensão mais um dos abaixo). Dor abdominal. Vômitos. Febre. Convulsões por hipoglicemia. → DIAGNÓSTICO: Suspeita Clínica. Colher Cortisol entre 7-8h da manhã – cortisol da manhã (cortisol deve estar alto): o Cortisol ≤ 3 – Dx de Insuficiência Suprarrenal. o Cortisol entre 3-18 – Proceder com Teste de Estímulo do Cortisol: Com ACTH, ou com glucagon ou com insulina – se após o estimulo não chegar em dezoito – confirma o dx. o Cortisol ≥ 18 – Exclui Insuficiência Suprerrenal. Feito Dx de Insuficiência Adrenal – proceder com dosagem de ACTH para diferenciar se primária ou secundária. Colher ACTH entre 7-8h manhã em tubo com EDTA no gelo (centrifugar em centrifuga refrigerada): o ACTH ↑ (> 100) – Primária. o ACTH ↓ ou normal – Secundária. Após dx, solicitar: TC SUPRERRENAL SEM CONTRASTE (exceto em casos de adrenoleucodistrofia ou adrenalite autoimune inequívoca) – afastar doenças infecciosas (calcificações em suprerrenal e outras alterações). Pode haver eosinofilia e linfocitose. 3 GBS → TRATAMENTO DA CRISE AGUDA: Hidrocortisona – Bolus 100-300mg, EV + Reposição volêmica (1L/h). Hidrocortisona – manutenção 100-500mg (8/8h), EV, por 24h. Retornar corticoide oral em dose dobrada assim que possível. Investigar causa da crise – infecção, normalmente. → TRATAMENTO AMBULATORIAL: Reposição de Glicocorticoide Equivalente de Hidrocortisona 5-15mg/m2. Dividir dose pela meia-vida – ex: 30mg de hidro – mantem 20mg pela manhã e 10mg pela noite. Quanto menor a meia vida menor os efeitos adversos. Usar prednisona ou hidrocortisona. Primária – REPOR MINERALOCORTICOIDE (ALDOSTERONA) – Fludrocortisona 0,05-0,2mg/dia. o 20mg de Hidro <----> fazer 0,05mg de Fludrocortisona. EM MULHERES – AVALIAR REPOSIÇÃO DE DHAE: o Andrógeno fraco, associado ao bem estar. o Se baixo, pode levar a prejuízos de qualidade de vida mesmo com reposição de corticoide e mineralocorticoide. o DHEA 25-50mg 1x/dia, pela manhã. o Acompanhar com dosagem de SDHEA. → SEGUIMENTO CLÍNICO: Não há padrão especifico. Pesar riscos e benefícios (excesso de corticoide levará à síndrome de cushing). Julgamento clínico para ajuste de dose – cortisol sérico e urinário não são uteis para monitorizar dose. Procura-se manter ACTH < 80. Evitar doses supra-fisiológicas de glicocorticoides. Monitorização: o Peso, sinais de Cushing, pressão arterial, perfil metabólico, concentrações de vitamina D e densidometria óssea – a cada 2 anos. → SITUAÇÕES ESPECIAIS: ↑TSH + Insuficiencia Adrenal – repor primeiro glicocorticoide, e reposição com levotiroxina APENAS deve ser iniciada se o TSH permanecer alterado após o início do uso do glicocorticoide. Se hipertireoidismo – aumentar em 2-3x dose de corticoide. Gestação – aumentar dose no 3º tri, reposição EV periparto. Interações Med – Rifampicina e Mitotano (dobrar dose de glicocorticoide). → PREVENÇÃO DE CRISE SUPRARRENAL AGUDA: Fornecer ao paciente o cartão de emergência sobre o uso de glicocorticoide. Aumentar dose em situações de estresse, infecções, febre, trauma, cirurgias. Se houver desidratação, vômitos, hipotensão – repor EV. Incentivar os pacientes a usar ou ter: pulseiras identificadoras, cartão de alerta médico, cartão de orientação sobre como proceder na crise. Mineralocorticoide: o Monitorizar PA. o Quantificar sódio e potássio. o Atividade da renina – deve normalizar. o Se alterados: dose de fludrocortisona deve ser aumentada em 50mcg ou deve-se aumentar a ingesta de sal. o Em dias quentes, a dose de fludrocortisona deve ser aumentada ou aumentar ingesta de sal. o Dose do glicocorticoide deve ser mantida e a dose da fludrocortisona ajustada com monitorização contínua de K.
Compartilhar