Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Infecto – GBS → EPIDEMIOLOGIA: Prevalência global de 0,8% - maior em países da África Subsaariana. Número novo de infectados varia de acordo com país, mundialmente foram 1,8 milhões de casos novos em 2018. Atualmente, mais de 35 milhões de pessoas no mundo vivem com HIV. NO BRASIL: o Epidemia estabilizada. o Maior quantidade de casos novos é em HSH na década dos 40 anos. o Cerca de 750 mil brasileiros são dx com HIV, destes 455 mil estão em tratamento, sendo que 410 mil encontram-se com carga viral suprimida. → META 90-90-90 DA OMS ATÉ 2030: Propõe aos países que até 2030 consigam: o Dx até 90% das pessoas que vivem com HIV (dos que vivem com HIV 90% saberão o status da sua doença) – ampliação da testagem. o Dos que vivem com HIV, 90% receberão tratamento antirretroviral – aumentar o acesso à tratamento. o Dos que recebem antirretroviral, 90% terão a supressão viral. Sexual – principal forma de transmissão: o O maior risco de transmissão sexual é durante o sexo anal receptivo, seguido do sexo anal insertivo (possui risco em sexo oral e vaginal, mas são menores). Vertical – gestante HIV + transmitindo para RN. Sem estratégias de prevenção a chance de infecção pode chegar a 35% de infecção. o Pré-natal – transmissão intrauterina transplacentária é raro. o Intraparto – principal momento da transmissão vertical. Exposição a materiais biológicos da mãe. o Pós-parto – aleitamento materno. Normas brasileiras orientam contraindicação absoluta ao aleitamento materno. Parenteral – usuários de drogas EV (no Brasil é menos relevante) e acidentes com materiais biológicos. o Acidente com Material Biológico: risco de transmissão pequeno (0,3%). Varia de acordo com tipo de acidente (agulha x sangue em mucosa), quantidade do sangue envolvido e quantidade de carga viral e uso ou não de profilaxia em até 72h. Testagem do HIV. Preservativo. Campanha de saúde pública. Novas Alternativas de Prevenção: o Tratamento como prevenção (deixar a CV indetectável como forma de prevenção da transmissão). o Circuncisão masculina. o Prep – profilaxia pré-exposição. Prevenção Combinada ao HIV (utilizada no Br): o Profilaxia pós-exposição. o Profilaxia pré-exposição em populações vulneraiveis. o Exame de HIV no pré-natal. o Redução de danos (não compartilhar seringas, por ex). o Tratar outras DSTs (assim diminui a infectividade ao HIV). o Preservativos. o Tratamento antirretroviral disponível aos infectados. o Testagem regular do HIV. → TRATAMENTO COMO PREVENÇÃO: Dx → tto com antirretrovirais → diminuição da carga viral do sangue e fluidos biológicos → redução de transmissão. Estudos HPTN 052 – ART inicial em casais sorodiscordantes é altamente eficaz na prevenção de HIV sexualmente adquirido (quando CV indetectável). Estudo PARTNER e estudo Opposites Attract. Carga Viral indetectável não transmite HIV! 2 Infecto – GBS → PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO: Funciona por até 72h após exposição. TARV por 28 dias. Violência sexual, exposição ocupacional, etc. Altamente eficaz (quase zero quando feita corretamente). É uma emergência médica. → PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO: Grupos alvo/populações chave – 04 grupos de maior prevalência no Brasil – HSH, profissionais do sexo, usuários de droga endovenosa, população trans. Antirretroviral (TRUVADA – TDF/FTC – tenofovir e entrecitabina). Uso diário. Sucesso está relacionado à adesão (uso correto chega a ter proteção de 99%). Poucos eventos adversos. Outras Indicações da PreP: o Relação sexual com penetração sem preservativo nos últimos 6 meses. o Episódios recorrentes de IST. o Uso repetido de profilaxia pós exposição. o Parceria com pessoa infectada SEM conhecimento da sua carga viral. Atualmente, visa-se testar bastante – testes rápidos, ampliar a oferta, principalmente em populações vulneráveis. Estrutura Viral: o Retrovírus. o Proteínas de envelope – gp160, gp120, gp41. o Proteínas do Gag (p55, p24). Marcadores Virais – Sequência de aparecimento: o 1º é o RNA – carga viral. o 2º é o P24. o 3º são os anticorpos (IgM e IgG) – a partir de 3/4 semanas. → TESTE ELISA – PRINCÍPIOS: Reação antígeno-anticorpo. Elisa será positivo pelo resto da vida, mesmo com CV negativa. É a pesquisa de anticorpos. Falso Positivo ao ELISA (se muito próxima do controle negativo, do cutoff, é provavelmente um falso positivo) – gestantes, doenças autoimunes, chagas/parasitoses, imunizações, sífilis. Disponível no Brasil é ELISA de 4ª geração: o Detecta P24 e anticorpos antiHIV. o S e E – 99%. o Janela imunológica de 15 dias – por ser combinado com P24. → TESTE WESTERN BLOT: “Testes Confirmatórios”. Western Blot – proteínas inativas. Imunoblot – eletroforese. Pesquisa as proteínas virais. São exames mais caros, normalmente, reservados em situações de dúvida ou para confirmação. → TESTES RÁPIDOS: É um “ELISA feito rapidamente” (antígeno anticorpo). Imunoensaio simples – barato. Resultados em até 30 minutos. Punção digital/saliva oral. Sensíveis e específicos (próximo à 99%). Lembrar! São importantes em acidente com material biológico (saber se a fonte é HIV+) e em gestantes sem pré-natal. COMO FAZER DX DE HIV COM TESTES RÁPIDOS NO BR – DOIS TESTES RÁPIDOS POSITIVOS DE FABRICANTES DIFERENTES FECHAM O DX. → SUSPEITA DE INFECÇÃO AGUDA: Carga viral do HIV – padrão-ouro para infecção aguda (é o primeiro marcador que surge). ELISA não rápido de quarta geração (p24). Pesquisar sintomas (adenomegalia, sintomas gripais, rash...). Indagar história de relação desprotegida recentemente. Se dúvida – repetir exame em 4 semanas. 3 Infecto – GBS → OUTROS FLUXOGRAMAS: 1º um ELISA → se positivo → segunda amostra com WB. Ou já iniciar com WB → se suspeita de agudo pedir carga viral. Cenários onde os TR não estão disponível, em casos de suspeita de agudo pedir CV (teste molecular). AIDS – dx de infecção pelo HIV + manifestações de imunossupressão avançada (infecções oportunistas graves, disfunção neurológica, alguns cânceres – sarcoma de Kaposi e linfoma NH). 4 Infecto – GBS 5 Infecto – GBS O início imediato da TARV está recomendado para todas as PVHIV independente do seu estágio clínico e/ou imunológico (independente do valor de CD4). OBS – Se abrir com quadro de Doença Oportunista pode até tratar a oportunista antes da TARV, mas não adiar muito o início da TARV. → TARV PRINCÍPIOS GERAIS: Associação de 3 drogas, sendo duas classes diferentes (normalmente, dois análogos + outra classe). Menor toxicidade possível. Por toda a vida – não se deve interromper.Inibidores TR Inibidores Protease Inibidores de Integrase Tenofovir (TDF) Darunavir/r (DRV) Raltegravir (RAL) Lamivudina (3TC) Atazanavir/r (ATV) – 2ª escolha de inibidor de protease. Dolutegravir – 1ª linha. Abacavir (ABC) Efavirenz-EFV (ITRNN) 6 Infecto – GBS PRINCIPAIS EF ADVERSOS: o Tenofovir (TDF) – Perda de massa óssea e toxicidade renal. o Efavirenz (EFV) – alteração do sono (pesadelo insônia). o Inibidores de Protease – dislipidemia. o Dolutegravir (inibidores de integrase) – alterações de sono, ganho de peso. → ESQUEMA DE TARV INICIAL NO BRASIL: INICIAL GERAL – Lamivudina + Tenofovir + Dolutegavir. o Tenofovir – não iniciar se TFG < 60 ou perda de massa óssea significativa. → SITUAÇÕES ESPECIAIS: Tuberculose – substitui dolutegavir por Raltegravir ou EFV (esquema inicial com TB – TDF/3TC/EFV). Gestação evitar o dolutegravir. Problemas renais – cuidado com tenofovir (faz síndrome Fanconi-like). → OBJETIVOS TTO: Solicitar Contagem de linfócitos TCD4 e carga viral após 6 meses do início da TARV. Carga viral do HIV = detecção do RNA do HIV por técnica de PCR quantitativa. Objetivo – CV indetectável (< 400mil/cópias) após 6 meses de tto – adesão > 95%. Se CV detectável após 6 meses = falha virológica (pedir genotipagem). → SÍNDROME DE RECONSTITUIÇÃO IMUNOLÓGICA (SIRI OU IRIS): A introdução da TARV na presença de IO pode desencadear uma reação inflamatória exuberante. Febre e piora das manifestações clínicas da infecção oportunista algumas semanas após o início da TARV. Diferenciar da recidiva da IO anterior. Afastar toxicidade de drogas. 7 Infecto – GBS → Pontos Chave: Estratificar sempre por valores de CD4. CD4 > 350 considerar outros dx diferenciais. Avaliar uso de TARV prévio e adesão. Abordagem empírica. Diferenciais por sistema. Imagem e biópsia são importantes. ESTRATIFICAÇÃO POR CD4 CD4 < 200 - Candidíase orofaríngea ou esofágica. - Isosporíase. - Pneumocistose. CD4 < 100 - Diarreia por Cryptosporidium. - Microsporidiose. - Toxoplasma. - Criptococose. CD4 < 50 - Micobacterium avium. - Citomegalovirose. Qualquer CD4 - Tuberculose. - Herpes simples recorrente. - Herpes zoster. - PNM Bacteriana. - Sarcoma de Kaposi. → QUADRO RESPIRATÓRIO EM HIV+ Investigação: o Evolução clínica, CD4, linfócitos totais (se totais < 1000, normalmente o CD4 estará < 200). o Gasometria, DHL. o Rx tórax, TC. o Escarro (PBAAR, fungos, culturas). o Biologia molecular. o LBA com pesquisas e biópsias. Quadro Respiratório Subagudo + Hipoxemia + Infiltrado Intersticial em Paciente HIV+ = PNEUMOCISTOSE PNEUMOCISTOSE: o Quadro respiratório subagudo com hipoxemia e infiltrado intersticial. o P. jirovecci (fungo). o CD4 < 200 (sem TARV ou logo após dx). o TC – aspecto em vidro fosco. o TTO Empírico – Bactrim EV 21 dias (se alergia a 2ª opção é clinda + primaquina). Se paO2 < 70 e Gradiente arterio-alveolar < 35 = associar corticoesteroides por 21 dias. o Diferencial com TB. o Verificar se há associação com pneumococo. o Piora clássica no 5-7 dias do tto com bactrim. o Quando iniciar TARV após PCP – esperar finalizar bactrim para após iniciar TARV TUBERCULOSE: o É a principal doença oportunista associada ao HIV no Brasil. o Apresentação dependerá do valor do CD4 (cavitadas, miliares e disseminadas). o Sempre que dx TB deve-se solicitar anti-HIV. o Abordagem Inicial – anti-HIV ELISA, rx tórax, TC e isolamento com N95. o Miliar – micronodulos distribuídos em todo tórax, normalmente baciloscopia negativa. o TTO – RIPE. o Não usar inibidor de protease e rifampicina. o Se rifampicina – usar EDF/3TC/RAL. o TARV quando começar: se CD4 < 50 – esperar no máximo 4 semanas. Se CD4 mais alto pode esperar mais. 8 Infecto – GBS → TRATO TGI E OPORTUNISTAS: Normalmente, as queixas de TGI estão mais associada a situações medicamentosas. Se queda grave de CD4 – Infecções oportunistas. ESOFAGITE: o Doença definidora de AIDS (CD4 < 200, normalmente). o Candidíase (monilíiase esofágica), CMV, Herpética. o Odinofagia sem resposta após uso de fluconazol – diferenciais – fazer EDA com biópsia. o CMV – ganciclovir. o Herpes – ganciclovir. DIARREIA CRÔNICA: o Agentes oportunistas – microsporidium sp, criptosporidium sp, isospora sp. o Desidratação, hipotensão, IRA pré-renal. o Pesquisa com PPF e iniciar TARV de imediato (já melhora mucosa intestinal). o Muco ou sangue nas fezes. o Colonoscopia com BX – caso não responda ao tratamento inicial. → DOENÇAS OPORTUNISTAS EM SNC: Neurotoxo: o Lesão expansiva com efeito de massa em paciente HIV+ e CD4 < 200. o Lesões com realce anelar. o TTO com sulfa + pirimetamina + ácido folínico (se não responder ao tto – diferencial com linfoma primário de SNC). o TC e Líquor (se possível). o Se CD4 baixo e quadro grave – TTO empírico. NEUROTB – Líquor: o Celularidade aumentada ou baixa (pela imunossupressão). o Predomínio de mononucleares. o Proteína muito aumentada. o Glicose baixa. o Pesquisa de BAAR é positiva em apenas 20% dos casos. o ADA pode estar aumentada. o TTO por nove meses RIFE + corticoide. LEMP: o Leucoencefalopatia multifocal. o Lesões hipoatenuantes sem captação de contraste localizados em substancias branca. o Líquor normal. o PCR positivo para vírus JC no líquor. o TTO – TARV. Meningite por Cripto: o Evolução subaguda. o Febre, cefaleia, rigidez de nuca é pouco comum (devido imunossupressão). o Convulsões sem sinais localizatorios – é a forma meningo-encefálica de maior gravidade. o TC – normal ou com alterações encefálicas. o Líquor – tinta da china + látex no PCR para cripto e cultura positiva. o TTO – anfotericina B + fluorcitosina e fase de manutenção com fluconazol. o Pode fazer punção de alivio de PIC e adiar início da TARV até fim do tto. 9 Infecto – GBS 10 Infecto – GBS 11 Infecto – GBS
Compartilhar