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Pólip�� Intestinai� Definição: várias condições histológicas especificas com comportamento e prognóstico diferentes. Qualquer lesão que surge na superfície interna do trato intestinal projetando-se para a luz - neoplásicos: benignos (adenomatosos) ou malignos (adenocarcinomas) - não neoplásicos: hiperplásicos, inflamatórios e hamartomas Causas: ocorrem devido inflamação, maturação anormal da mucosa, anormalidades da arquitetura ou proliferação e displasia. Podem ser manifestações de síndromes hereditárias ( Polipose Adenomatosa Familiar, Síndrome de Gardner ou a Síndrome de Turcot) Sintomas: - Normalmente são assintomáticos - podem causar ulceras e hematoquezia ou diarreia mucoide , tenesmo se for rectal, obstrução intestinal se grande. - o principal problema é o fato de poder se tornar maligno silenciosamente Classificação: dimensão, morfologia,histologia. É importante porque alguns características podem progredir para carcinoma - Dimensão: 1. pólipos diminutos: < 5mm 2. pólipos pequenos: 6-9 mm 3. pólipos grandes: >10 mm - Morfologia: classificação de Paris 1. Pediculados 2. Sésseis 3. Planos As lesões IIc e III, habitualmente adenomas, apresentam uma alta incidência de cancro invasivo, independentemente das dimensões. - Histologia: 1. lesões da submucosa: agregados linfóides, lipomas, leiomiomas, fibromas, tumores de estroma gastrointestinal (GISTs) ou lesões metastáticas, podem conferir uma aparência polipóide à mucosa e serem confundidos com lesões da mucosa 2. lesões epiteliais não neoplásicas: são benignas e habitualmente não são precursoras de carcinoma - pólipos hiperplásicos: Mais comum e são lesões serreadas - Pólipos inflamatórios: pseudopólios, ilhotas da mucosa inflamada em regeneração, circundadas por ulceração e exsudativas na superfície. - Pólipos hamartosos: tecido normal que cresce de forma desorganizada esporadicamente ou em síndromes genéticas 3. lesões epiteliais neoplásicas: precursoras de carcinoma - são benignas mas com potencial de evoluir para carcinoma - Podem ser divididos em adenomatosos e serreados Tipos: - Hiperplásicos - Adenomatosos - Serrilhados - Hamartomatosos Hiperplásicos: - são os mais comuns e são benignos - É só um crescimento anormal da mucosa, sem displasia - costumam ser bem pequenos Adenomas: - É a lesão pré-maligna mais comuns em idosos - fatores de risco: idade avançada ( aumenta com a idade), sexo masculino, sedentarismo, aumento de imc e gordura abdominal - Surgem pela displasia proliferativa epitelial que varia em baixo grau (r criptas ramificadas, revestidas por células com núcleos finos e alongados, resultando num aumento do rácio núcleo:citoplasma e perda de células caliciformes ) ou alto grau ( arquitetura complexa, onde existe agrupamento e irregularidade glandular, assim como um padrão cribriforme e por atipia citológica, com perda da polaridade nuclear, núcleos alargados com nucléolos, mitoses atípicas e apoptoses proeminentes) e ai vai evoluindo até gerar um adenocarcinoma e uma lesão invasiva, em aproximadamente 10 anos. - Classificação: são 3 subtipos de acordo com arquitetura epitelial: 1. adenoma tubular: presença de glândulas tubulares em 75% de sua arquitetura). É mais comum e de melhor prognóstico 2. adenoma viloso: glândulas com projeções vilosas em 75% de sua arquitetura), pior prognóstico 3. adenoma túbulo viloso: histologia mista com menos de 75% dos dois tipos) prognóstico intermediário - Adenoma avançado: lesões > 10mm, arquitetura histológica vilosa, displasia alto grau. Maior risco de evoluir para carcinoma. Se torna carcinoma invasivo quando invade a mucosa colorretal Pólipos Serreados: - potencial maligno variável (risco de malignização) - configuração de dentes de serra - Este grupo inclui: 1. Pólipos/adenomas serreados sésseis (P/ASS) - são mais frequentes no cólon proximal, 2. Adenomas serreados tradicionais (AST) e os 3. Pólipos hiperplásicos (PH) lesões não neoplásicas localizadas principalmente na sigmoide e reto. São lesões sésseis, esbranquiçadas, com um diâmetro geralmente inferior a 5 mm. Síndrome polipósico serreado: É uma condição pré-neoplásica, caracterizada por pólipos hiperplásicos múltiplos,grandes e de localização pancólica. A idade de apresentação e a multiplicidade das lesões sugere uma predisposição genética. O risco de CCR é superior a 50% e podem ocorrer carcinomas múltiplos, síncronos ou metácronos.25,26 Os critérios da Organização mundial de saúde (OMS) para o diagnóstico desta síndrome, requer a presença de pelo menos uma das características descritas Pólipo maligno: - Possui evidência de invasão de células malignas pela da muscularis mucosa sem ultrapassar a submucosa. Tem potencial de metastatizar para nódulos linfáticos e à distância - Aspectos de malignidade: tamanho ( > 1-2 cm), lesões deprimidas, contornos irregulares,deformidade, pedículo pequeno e imóvel e incapacidade em elevar endoscopicamente um pólipo séssil. - risco de malignização: adenoma vilosos, adenoma tubuloviloso, pólipos serrilhados Pólipos hamartomatosos: - pólipos constituídos por vasos, com maior tendência a sangramentos. - estão relacionados com síndromes genéticas Abordagem: - A colonoscopia é considerada o gold standart na detecção de pólipos, especialmente porque proporciona a imediata ressecção endoscópica. A colonoscopia promove o diagnóstico, permite a polipectomia com estudo histológico subsequente e a pesquisa de lesões síncronas e metacrônicas - Classificação de KUDO: permitem diferenciar endoscopicamente os PH dos adenomas. Vai dividir em 5 classes de padrão superficial pela técnica de magnificação endoscópica, após a aplicação do corante. - São várias as técnicas e dispositivos utilizados para a polipectomia - a sua escolha depende do tipo de lesão, local, preferência e disponibilidade do material - Todos os pólipos colorretais devem ser removidos para estudo histopatológico através de colonoscopia ou sigmoidoscopia flexível 1. hiperplásico: repetir colonoscopia em 10 anos 2. hamartomatosos: colonoscopia de 2 em 2 anos 3. adenomatosos ou serrilhados: tem risco de malignização então a colonoscopia é feita em Fazer colonoscopia em: Em caso de Pólipos: 10 anos hiperplásicos < 10mm 7-10 anos 3-4 adenomas < 10 mm 5-10 anos 1-2 serrilhados < 10 mm 3-5 anos 3-4 adenomas < 10mm 3-4 serrilhados < 10 mm hiperplásicos > 10mm 3 anos 5-10 adenomas < 10 mm adenomas 10 mm adenomas vilosos adenomas tubulovilosos displasia alto grau 1 ano > 10 adenomas 6 meses piecemeat resection ( pedaços de carne) É preconizado que num doente em que se tenha diagnosticado de lesões precursoras de carcinoma seja feito vigilância endoscópica: baixo risco 1 ou 2 adenomas tubulares, dimensões inferiores a 10 mm e displasia de baixo grau pólipos serreados com menos de 10 mm, sem displasia repetir a colonoscopia entre 5 a 10 anos após a realização da colonoscopia índex alto risco adenomas de histologia vilosa, displasia de alto grau, maiores de 10mm ou com 3 ou mais adenomas, pólipos serreados com dimensões iguais ou superiores a 10mm ou com displasia. s a colonoscopia deverá ser repetida 3 anos após a realização da colonoscopia índex obs: Se nenhuma lesão de alto risco for encontrada na colonoscopia de vigilância, o seguimento endoscópico deverá ser de 5 ano Se evidência de lesões de alto risco, deverão ser reavaliados com um intervalo de 3 anos. Os pacientes com 10 ou mais adenomas deverão ser referenciados para consulta de aconselhamento genético Os intervalos de vigilância dependem da existência de uma colonoscopia de alta qualidade que inclui: - progressão até ao cego - observação meticulosa de todos os segmentos intestinais, - preparação intestinal adequada (> 6 pontos na escala de Boston41), - ressecção de todas as lesões neoplásicas encontradas que deverão ser enviadas para exame histológico. Se a colonoscopia não cumprir estes critérios, é obrigatório ponderar a redução do intervalo de vigilância, a decidir individualmente (repetir entre 6 meses a 1 ano) Indicaçãode colonoscopia em casos de parente de 1°grau doente: - pais com ca colorretal ( indicado colono em qualquer idade) - pais com múltiplos nódulos adenomatosos no cólon devem fazer testes genéticos para pesquisar polipose adenomatosa familiar Análise histopatológica pós polipectomia: Se a histologia de um adenoma mostrar displasia ou câncer in situ, a polipectomia é considerada curativa. Em caso de câncer invasivo, a ressecção terá sido curativa se preencher os seguintes critérios: - margens macro e microscópicas livres; - histologia bem diferenciada; - ausência de invasão linfática ou venosa. Existem muitos testes de rastreamento realizados de acordo com a idade e fatores de riscos associados. Os testes de triagem de CRC são classificados em 3 níveis com base em recursos de desempenho, custos e considerações práticas. 1° nível: a colonoscopia a cada 10 anos e teste imunoquímico fecal (FIT) anual FIT deve ser oferecido a pacientes que recusam a colonoscopia pelo fato de ser mais invasiva. 2° nível: colonografia por tomografia computadorizada a cada 5 anos, o teste de DNA fecal a cada 3 anos e sigmoidoscopia flexível a cada 5-10 anos 3°nível: a colonoscopia a cada 5 anos é método de rastreio Sangue Oculto nas fezes: - detectar sangue não visível macroscopicamente nas fezes. - exame de primeira linha quando se trata de rastreamento de câncer de colorretal sendo capaz de diagnosticar tal neoplasia em estágios precoces e diminuir de maneira importante a mortalidade desta doença - não invasivo, indolor e barato - contraindicações: pacientes durante o período menstrual, para aqueles que possuam uma hemorroida com sangramento ativo ou aqueles que apresentem urina com sangue. - o método mais recomendado é o imunoquímico quantitativo, feito anualmente sendo sempre acompanhado de outros testes, como colonoscopia ou sigmoidoscopia Teste para pesquisa de sangue oculto ( GUAIACO FOBT) - identifica a presença de hemoglobina nas fezes - tem a desvantagem de que precisa ser repetida em três amostras em três dias diferentes e não é capaz de distinguir a fonte de sangramento - muitos especialistas atualmente sugerem a substituição do teste de sangue oculto nas fezes baseado em guaiaco pelo teste imunoquímico fecal. FIT: - não requer dieta, restrições e uma única amostra de teste é suficiente - pode identificar se o sangramento é proveniente do trato gastrointestinal inferior,sem necessidade de limitação da dieta nos dias anteriores ao teste Teste de DNA fecal - detecção qualitativa de marcadores de DNA associados à neoplasia colorretal .Este teste é capaz de detectar alterações genéticas - desvantagem é o alto preço Testes visuais para pesquisa de pólipos: Colonoscopia: - alta sensibilidade para câncer e todas as classes de lesões pré-cancerosas, diagnóstico e tratamento de sessões simples e intervalos longos entre exames a cada 10 anos. - é padrão ouro porque além de ser diagnóstico também realiza papel terapêutico na retirada de pólipos, auxiliando assim na diminuição da mortalidade. - apesar de apresentar grandes benefícios, sua adesão é difícil por ser um exame invasivo, o qual necessita de preparação e sedação para que possa ser realizado - Resultados anormais de qualquer teste de triagem fecal são uma indicação para colonoscopia. Sigmoidoscopia flexível: - a inspeção do cólon distal, permitindo ao mesmo tempo possibilidade de obtenção de biópsias teciduais e também remoção de pólipos - exame mais rápido com um desconforto mínimo para o paciente na ausência de sedação, menor complicação taxas e custos inferiores. No entanto, apresenta a desvantagem de não explorar colo proximal. Colonografia Tomográfica Computadorizada (CTC) - expõe os pacientes a baixas taxas de radiação, evita os riscos associados à intubação e sedação e é uma alternativa útil para pacientes que não podem se submeter ou não tolerar a colonoscopia ou a sedação - permite que o cólon seja avaliado por meio de uma série de imagens em 3D É recomendado a triagem de indivíduos: O exame de escolha para triagem é a Colonoscopia e FIT. Caso não consiga fazer essas exames é recomendado que os seguintes testes de triagem sejam feitos: - sigmoidoscopia flexível - teste multitarget de DNA de fezes, - TC - colonografia ou cápsula do cólon. Entre os testes à base de fezes, são recomendados: - o teste imunoquímico fecal (chamado de sangue oculto nas fezes), que deve ser feito anualmente - o teste de sangue oculto nas fezes com alta sensibilidade, baseado na substância de guaiaco, que também deve ser repetido a cada 12 meses. - teste de DNA nas fezes, com indicação de rastreio a cada três anos. - A colonoscopia deve ser realizado a cada 10 anos. Pacientes com alto risco: - usem a colonoscopia como método de rastreamento, já que resultados negativos de abordagens alternativas não são suficientes para negar a necessidade para colonoscopia devido à alta probabilidade de ocorrência da doença - diretrizes do ACG também sugerem que o rastreamento deve ocorrer a cada 5 anos, iniciando com a idade de 40 ou 10 anos mais jovem que o primeiro diagnóstico na família Pacientes de risco médio: - de risco médio entre as idades de 50 e 75 anos para reduzir a incidência de doenças avançadas, adenoma, CRC e mortalidade por CRC. - triagem CRC em indivíduos de risco médio entre idades de 45 e 49 anos para reduzir a incidência de adenoma avançado,CRC e mortalidade por CRC. - Sugerimos que a decisão de continuar a triagem após os 75 anos anos sejam individualizados , com base na preferência de cada um, na expectativa de vida, no estado de saúde do paciente e na análise do histórico de triagem anterior OBS: Indivíduos em risco médio são aqueles com idade ≥50 anos sem história pessoal de inflamação, doença intestinal, adenomas ou CCR; sem histórico familiar de CCR ou adenomas avançados; e sem sintomas como sangramento retal
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