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Resumo - Resposta imune na Hanseníase

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RESPOSTA IMUNE NA HANSENÍASE 
O M. leprae é um patógeno intravesicular e pode ou não residir nos fagolisossomos. 
Como é fagocitado pelo macrófago, necessita que este o apresente a um perfil de 
linfócitos T que, a depender de como estiver no microambiente, irá apresentar para TH1, 
TH2 ou Treg. Observou-se que o TH17 não tem um papel preponderante para a 
Hanseaníase. Para se ter uma boa resposta imune celular, é necessário o perfil TH1. O 
Treg possivelmente irá colaborar com o perfil TH2. 
 Tem um comportamento similar ao M. tuberculosis. 
O M. leprae tem afinidade pelas células de Schwan, os antígenos dele interagem com 
proteínas da membrana basal dessas células, as Lamininas 2, que funcionam como 
receptores. Ou seja, o M. leprae infecta as células de Schwan (uma interação diferente da 
com macrófagos). 
As células de Schwan não são uma célula apresentadora de antígeno, portanto são 
desprovidas de enzimas lisossomais. Mas, devido à presença de antígenos M. leprae essas 
células podem se tornar de alguma forma ativadas e passar a expressar receptores Toll 
like 2, MHC-I e MHC-II, ICAM-1 e CD80. Com isso acabam se tornando uma célula 
apresentadora de antígeno não-profissional (porque não é função original dela). 
Lembrando que ao se apresentar para TCD8 e TCD4 as células de Schwan podem ser 
destruídas prejudicando a formação da bainha de mielina. 
As várias apresentações clínicas da Hanseníase vão estar diretamente associadas com o 
grau de resposta imunológica celular, ou seja, de uma presença adequada de um perfil de 
TCD4, o TH1. Portanto os vários aspectos clínicos da doença estarão relacionados com o 
perfil TH1, pois ao apresentar uma boa resposta celular ele vai ter uma carga celular baixa 
e uma resposta imune localizada. Se o indivíduo tiver uma menor potencialidade dessa 
resposta, ele pode apresentar os outros aspectos clínicos da doença devido à maior carga 
bacilar. 
Há a possibilidade de migração de um polo para o outro desde que seja Bordeline-
Bordeline para Bordeline-Virchowiano, já de Tuberculóide para Virchowiano é pouco 
provável, uma que o indivíduo apresenta alguma susceptibilidade que ou favorece (TT) 
ou desfavorece (LL). Em outras palavras, se o ele apresenta algo relacionado à sua 
genética individual que lhe proporciona uma boa resposta imune celular, ele vai conseguir 
controlar sua carga bacilar (forma Tuberculóide), mas se ele apresentar uma resposta 
imunológica geneticamente desfavorável, vai apresentar a forma disseminada da doença 
(forma Virchowiana). 
A forma indetermina é a mais precoce da manifestação da doença onde o indivíduo ainda 
não apresentou resposta imunológica que vai predominar contra a bactéria. Quanto mais 
tempo demora para o diagnóstico, pode migrar para a forma ou tuberculóide ou 
virchowiana, a depender da sua genética. Também pode ficar em alguma das formas 
intermediárias. 
Quando o indivíduo possui uma boa resposta TH1, vai desenvolver, portanto, a forma 
mais localizada, tuberculoide. Quando não consegue essa boa resposta, vai desenvolver a 
forma mais dissemina, a virchowiana. Para desenvolver as formas intermediárias vai 
depender do que prepondera. O que vai determinar a resposta imune adaptativa será a 
resposta imune inata. 
O macrófago M1, ou classicamente ativado, é aquele macrófago que ao interagir com a 
bactéria através dos receptores Toll like se torna M1. Se no microambiente tiver a 
presença de IFN-gama, ele também se torna M1. A célula NK é a responsável por produzir 
INF-γ na imunidade inata. O macrófago M1 estará com a cascata oxidativa funcionante, 
os ânions reativos (ROS e NO) que são importantes para a inativação de proteínas do 
patógeno, as enzimas lisossomais e a produção de citocinas para destruir a micobactéria. 
IL-12 é uma das principais citocinas para levar o perfil TH1. Além disso, o macrófago 
M1 produzirá TNF, que é importante para a manutenção no granuloma. 
Uma vez que o M1 ativa linfócitos do perfil TH1, estes vão produzir citocinas que em 
contra partida irão ativar macrófagos. IL-2 vai ativar NK. Trata-se de um feedback 
positivo: o macrófago M1 apresenta antígeno ao MHC-II para o perfil TH1, produz IL-
12 que auxilia na diferenciação do perfil TH0 para TH1, o perfil TH1 começa a produzir 
TNF que vai ativar macrófagos e manter o granuloma, além de produzir INF-γ que é 
fundamental para ativação do macrófago e com isso teremos o granuloma, que é 
fundamental para conter o MO e está presente na hipersensibilidade do tipo 4. O indivíduo 
que apresenta este perfil terá um teste Mitsuda positivo, carga bacilar baixar e muitos 
anticorpos pois a resposta imune celular está predominando. 
O macrófago se torna M2, ou alternativamente ativado, quando no microambiente há 
presença de citocinas como IL-13 e IL-4 que vão fazer com que este comece a produzir 
citocinas que participam de um perfil anti-inflamatório ou de fibrose e cicatrização. A IL-
4 vai auxiliar na diferenciação de TH0 para TH2, para que produza citocinas como IL-10 
e TGF-β para se ter efeitos anti-inflamatórios (quando o TGF-β está em quantidades 
elevadas) e também podem induzir TH0 a se tornar Treg. Além disso, tanto o fator de 
crescimento endotelial vascular como o TGF-β participam da cicatrização e fibrose e 
estão envolvidos com a angiogênese, no entanto este mecanismo não é favorável a uma 
resposta imune eficaz contra o M. leprae. 
O perfil TH2 produz as citocinas IL-4, IL-5 e IL-6. A citocina IL-10 é do Treg. Em 
contrapartida essas citocinas vão levar à perpetuação do macrófago M2, levando à 
supressão macrofágica. O teste de Mitsuda estará negativo, pois não avalia a imunidade 
celular. A produção de anticorpos será alta, no entanto não têm ação contra o M. leprae 
pois são patógenos intravesiculares. Logo, a supressão macrofágica acarreta na 
disseminação de bacilos. 
No perfil paucibacilar, o indivíduo possui poucas lesões devido sua resposta imune 
localizada e imunidade celular adequada. As citocinas predominantes são IL-1, IL-6, TNF 
E IL-12 (que são do perfil M1) e o perfil TH1 produz IL-2 e INF-γ. O teste Mitsuda é 
positivo. Por outro lado, a forma multibacilar acomete mais de 2 regiões anatômicas, as 
citocinas predominantes são IL-2, IL-4 e IL-5 e perfil TH2 produzindo IL-10 e TGF-β. O 
teste Mitsuda é negativo. 
O ponto inicial dado pela resposta imune inata e macrófagos é fundamental para 
determinar se serão produzidas citocinas pró-inflamatórias ou anti-inflamatórias. Uma 
das hipóteses é que nessa interação entre macrófago e antígenos microbianos de M. leprae 
onde estão envolvidos receptores relacionados ao patógeno (PRR) foi observado que 
quando indivíduos possuem polimorfismos¹ (diferença no gene que culmina numa 
mudança na proteína, podendo ser um nucleotídeo diferente), esses receptores não vão 
interagir bem e leva ao M2 (uma resposta inadequada). O que não tem polimorfismo, vai 
produzir citocinas pró-inflamatórias. Pode haver polimorfismo também na produção de 
citocinas e prejudicar essa resposta. 
A susceptibilidade genética em doenças infecciosas estão relacionas ao MHC-I e MHC-
II (antígenos do complexo principal de histocompatibilidade envolvidos na apresentação 
de antígenos para TCD8 e TDC4, respectivamente). O MHC-I possui os genes HLA-A, 
HLA-B e HLA-C e MHC-II possui os genes HLA-DP, HLA-DQ e HLA-DR, todos com 
inúmeros alelos já descritos para cada. Ou seja, nas doenças infecciosas vai ser verificado 
se algum alelo predomina em determinada forma clínica. 
¹ polimorfismo é quando ocorre em mais de 1% da população e mutação genética é em 
menos de 1%.

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