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N I C O L E M A L H E I R O S - M E D I C I N A N I C O L E M A L H E I R O S - M E D I C I N A NICOLE SILVA MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SNA É a parte do· sistema nervoso que controla as funções viscerais do corpo. Ou seja, funções não dependentes do controle voluntário: circulatórias, respiratórias, secretórias, alimentares (digestivas, intestinais) e geniturinárias. O sistema nervoso autônomo (SNA) é a parte do sistema nervoso que controla as funções viscerais do organismo. Uma de suas características é a rapidez e a intensidade com que ele pode alterar essas funções. O SNA também opera reflexos viscerais: sinais sensoriais subconscientes de órgão visceral podem chegar aos gânglios autônomos, no tronco cerebral ou no hipotálamo e então retornar como respostas reflexas subconscientes diretamente de volta para o órgão visceral. Os sinais autônomos eferentes são transmitidos aos diferentes órgãos do corpo por meio de duas grandes divisões: o sistema nervoso simpático (SNS) e o sistema nervoso parassimpático (SNP). De modo geral o sistema simpático e parassimpático tem ações antagônicas em determinados órgãos. Entretanto isto não ocorre em todos os casos, as vezes há apenas a dominância de um sobre o outro. Assim, a pupila, os brônquios, o coração, o canal alimentar, os esfíncteres do canal alimentar e a bexiga recebem inervação simpática e parassimpática verificando-se nesses órgãos que os efeitos são antagônicos. Exemplo: sobre pupila e brônquios o efeito simpático é traduzido por dilatação, enquanto o efeito parassimpático é de contração, por outro lado existem órgãos inervados, principalmente pelo simpático, os quais ficam dependentes de uma atuação maior ou menor do SNS. Uma das principais diferenças fisiológicas entre os dois sistemas é que em geral, no sistema simpático as ações são difusas atingindo vários órgãos simultaneamente. No parassimpático a maioria dos seus reflexos é muito específica. SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO (SNS) Controla as reações orgânicas, geralmente, em situações de estresse e tensão. A principal formação anatômica do simpático é uma dupla cadeia de gânglios situados de cada lado da coluna vertebral em toda sua extensão denominados gânglios paravertebrais, nos quais ocorrem as sinápses ganglionares simpáticas (final da fibra pré-ganglionar e início da pós- ganglionar) Cada via simpática, da medula ao tecido estimulado, é composta por dois neurônios, um pré-ganglionar e um pós-ganglionar. O corpo celular de cada neurônio pré- ganglionar se localiza no corno NICOLE SILVA MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI intermediolateral da medula espinhal; sua fibra passa pela raiz anterior da medula para o nervo espinhal correspondente. Após deixar o canal espinhal, as fibras simpáticas pré-ganglionares deixam o nervo espinhal e passam pelo canal comunicante branco para um dos gânglios da cadeia simpática. Um gânglio é um aglomerado de corpos celulares e neurônios situados fora do SNC; geralmente aparecem como pequenas dilatações em certos nervos. Então, as fibras podem seguir um dos três caminhos a seguir: sinapse com neurônios simpáticos pós-ganglionares no gânglio em que entra; fazer sinapse com outro gânglio na cadeia; ou sair da cadeia por meio de um dos nervos simpáticos para fazer sinapse com um gânglio simpático periférico. O neurônio pós-ganglionar se origina nos gânglios da cadeia simpática ou nos gânglios simpáticos periféricos e se dirigem para seus destinos nos órgãos. SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO Controla as reações corporais geralmente em situações de calmaria. Associados à ACh As fibras parassimpáticas deixam o SNC pelos nervos cranianos III, VII, IX e X; sendo que aproximadamente 75% das fibras nervosas parassimpáticas cursam pelo nervo vago (décimo par de nervos cranianos). Fibras parassimpáticas do NC III (óculo- motor): esfíncter pupilar e músculo ciliar do olho. Fibras parassimpáticas do NC VII (facial): glândulas lacrimais, nasais e submandibulares. Fibras parassimpáticas do NC IX (glossofaríngeo): glândula parótida. Fibras parassimpáticas do NC X (vago): coração, pulmões, esôfago, estômago, intestino delgado, a metade proximal do cólon, fígado, vesícula biliar, pâncreas, rins e porções superiores dos ureteres. O sistema parassimpático possui também neurônios pré-ganglionares e pós- ganglionares, porém, salvo algumas exceções, as fibras pré-ganglionares passam ininterruptamente até o órgão a ser controlado. Na parede do órgão, ficam os neurônios pós-ganglionares, com os quais as fibras pré-ganglionares realizam sinapse. NEUROTRANSMISSORES Os neurotransmissores são compostos químicos produzidos pelos neurônios que possuem a função de transmitir informações. Os neurotransmissores podem NICOLE SILVA MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI ser aminas (dopamina, serotonina, melatonina, epinefrina, norepinefrina), aminoácidos (glutamato, aspartato, GABA) ou peptídeos (calcitonina, glucagon, vasopresssina, oxitocina, beta-endorfina). As fibras do SNS e do SNP secretam principalmente dois tipos de substâncias transmissoras sinápticas: acetilcolina (fibras colinérgicas) e norepinefrina (fibras adrenérgicas). Todos os neurônios pré- ganglionares são colinérgicos. Todos ou quase todos os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos são colinérgicos e a maioria dos neurônios pós-ganglionares simpáticos é adrenérgica. Por isso, a acetilcolina (ACh) é chamada de transmissor parassimpático e a norepinefrina é chamada de transmissor simpático. Quase todas as fibras simpáticas e muitas das parassimpáticas não tocam as células efetoras dos órgãos que inervam ou terminam em meio ao tecido conjuntivo adjacente às células que devem ser estimuladas. Nesses locais, os filamentos nervosos possuem varicosidades, que são dilatações bulbosas onde ocorre síntese e armazenamento de vesículas transmissoras de acetilcolina e norepinefrina, bem como um grande número de mitocôndrias, as quais participam na síntese de ATP que é necessário para fornecer energia à síntese desses neurotransmissores. Os neurotransmissores são liberados sob estímulo dos íons cálcio, os quais são difundidos para as terminações nervosas (varicosidades) durante a despolarização, que aumenta a permeabilidade para os íons cálcio. Então, a despolarização da membrana durante o potencial de ação causa a difusão de Ca2+ para as varicosidades, o que causa a liberação dos neurotransmissores Para que exerça sua função corretamente, a acetilcolina, bem como os demais neurotransmissores, deve ser removida ou inativada de acordo com as demandas de tempo para cada resposta sináptica específica pretendida. Portanto, a acetilcolinesterase catalisa a quebra da acetilcolina em acetato e colina, de forma que a colina possa ser aproveitada novamente na síntese desse neurotransmissor. Dessa forma, essa enzima é capaz de modular a intensidade da resposta sináptica ao evitar a difusão lateral e a ativação sequencial dos receptores envolvidos RECEPTORES Para que os neurotransmissores possam estimular algum órgão efetor, eles precisam se ligar a receptores específicos nas células. Quando isso ocorre, a molécula proteica receptora sofre alteração conformacional, excitando ou inibindo a célula. Em geral, isso pode se dar por dois mecanismos: alteração da membrana à permeabilidade iônica (abertura ou fechamento de canais) ou ativação/inativação de uma enzima (segundo mensageiro) ligada ao outro lado do receptor, dentro da célula. A acetilcolina ativa principalmente os receptores muscarínicos, encontrados em todas as células efetoras estimuladas pelos neurônios colinérgicospós-ganglionares do SNP e do SNS; e os nicotínicos, encontrados nos gânglios autônomos nas sinapses entre NICOLE SILVA MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI os neurônios pré e pós-ganglionares do SNS e do SNP. A norepinefrina e a epinefrina ativam principalmente os receptores alfa, sendo estes subdividos em alfa 1 e alfa 2; e beta, sendo estes subdivididos em beta 1, beta 2 e beta 3. A norepinefrina excita sobretudo os receptores alfa, mas também os receptores beta em menor grau; ao passo que a epinefrina excita igualmente os receptores alfa e beta. Portanto, os efeitos desses neurotransmissores secretados pela medula adrenal serão determinados pelos receptores presentes nos órgãos efetores REFERÊNCIAS Referências: . PAULA FJA & FOSS MC Tratamento da hipercalcemia e hipocalcemia. Medicina, Ribeirão Preto, 36:370-374, abr./dez. 2003. . STIVANIN, S.C.B. Desequilíbrio eletrolítico: sódio, potássio e cloro. Seminário apresentado na disciplina Transtornos Metabólicos dos Animais Domésticos, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014. 10p. . MAGALHÃES, Edno, Rev Bras Anest J0 L 5l- "6,1’1&1 Sistema nervoso autônomo, [s.l.]: , [s.d.]. . Hall, John E. (John Edward), 1946- Tratado de fisiologia médica / John E. Hall. - 13. ed. - Rio de Janeiro
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