Buscar

o-cras-e-a-politica-de-assistencia-social (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

O CRAS E A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
Mario de Souza Martins
1
 
Silvane Marcela Mazur
2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo: A assistência social se debate entre o assistencialismo e o 
direito: a Igreja Católica pratica a caridade e a aristocracia realizava 
ações reparadoras dessa realidade, através do assistencialismo. Nos 
anos 30 surgem as políticas públicas sendo reconhecidas como “direito 
social”, mas somente a Constituição Federal/1988, perde o caráter 
assistencialista. Foram elaboradas leis, especificações e normas 
específicas nesta área, regulamentando as ações da política de 
assistência social, surgindo o CRAS – Centros de Referência de 
Assistência Social – para o território nacional. Objetivo: construção da 
assistência social como política pública, implantação de um CRAS no 
município de Andirá – Paraná. 
Palavras-chave: desigualdade social, assistência social, famílias. 
 
1
 Doutor. Unicentro. E-mail: mariosm51@ig.com.br 
2
 Pós-graduação. Prefeitura de Andirá. E-mail: silvanemar@bol.com.br 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A questão da desigualdade social brasileira acompanha todo o curso da sua história, 
cujo traço fundamental foi sempre o da extrema concentração de propriedade e renda, de um 
lado, e de outro, a desigualdade, a exclusão. A partir de 1930, com o início da industrialização, 
que veio a fomentar a urbanização do País, aumentam os índices de desigualdade social. O 
governo de Getúlio Vargas, e a mobilização de pequenos grupos, surgiram as primeiras 
iniciativas governamentais de enfrentá-la como desafio social. A partir da Constituição Federal 
de 1988, a assistência social têm uma nova concepção, um novo enfoque, passando a ser 
tratada como política pública de direito. Com base nesta Constituição, em 1993 foi elaborada a 
LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social e, em 2004 foi instituída a elaboração do SUAS – 
Sistema Único de Assistência Social, com finalidade de regulamentar os serviços, benefícios, 
programas e projetos desenvolvidos na âmbito social. 
Este Sistema prevê a implantação dos CRAS – Centros de Referência de Assistência 
Social, em todo o território nacional. Estes centros articulam uma rede de proteção social 
básica, atendendo a população que se encontra em situação de vulnerabilidade e risco pessoal 
e/ou social. Ainda, o SUAS também prevê a implantação dos CREAS – Centros de Referência 
Especializado de Assistência Social, para desenvolver ações com pessoas e famílias que 
tiveram seus direitos violados. De acordo com a Política Nacional de Assistência Social – PNAS 
- o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS é uma unidade pública que tem por 
finalidade atuar com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, visando à orientação e 
o convívio sócio-familiar e comunitário. 
1. DE ASSISTENCIALISMO AO “DIREITO SOCIAL” 
 A história de colonização do território e constituição da sociedade brasileira trouxe em 
seu bojo aspectos bastante particulares. O fato do Brasil ter sido construído pela aristocracia e 
não por seu povo, tornou-se condição histórica marcante, reproduzida por muito tempo. Não 
houve luta por melhores condições sociais ou mesmo pela liberdade do País, mas sim, 
negociações de interesses da classe dominante, pois para a mesma era interessante manter-se 
no poder. 
Da mesma forma, a reprodução e ampliação de desigualdades consolidaram-se nos 
mais diversos âmbitos do País, entre eles, no social. Era natural que a aristocracia excluísse 
 
 
 
classes menos favorecidas e, por conseguinte, realizasse ações reparadoras de tal realidade, 
desenvolvendo-se o assistencialismo. Os serviços de assistência social no Brasil foram 
realizados como troca de favores aos mais pobres e necessitados, geralmente realizados pela 
Igreja Católica, como afirma POSTER “o surgimento da Assistência Social no Brasil foi ligado à 
Igreja Católica. Suas atividades eram basicamente desenvolvidas por mulheres, e sua prática 
muito confundida como caridade”. (1979, p.34) 
A partir dos anos 30, com o governo de Getúlio Vargas, teve início em nosso país a 
organização do Estado e das políticas públicas, como por exemplo, a organização e a criação 
do Ministério da Educação, Saúde, etc. No campo da política social brasileira, o governo de 
Getúlio Vargas inicia com a organização do “direito social”, na medida em que a população 
urbana e trabalhadora começava a reivindicar ao Estado a satisfação mínima de suas 
necessidades. Na década de 1980, mediante profundos debates sobre esta mesma questão, a 
sociedade brasileira promoveu a gestação de um movimento, que culminaria na Constituição 
Federal de 1988, onde a Assistência Social situou-se ao lado da Saúde e da Previdência Social. 
Na tentativa de romper com o caráter assistencialista e a prática de favores que se 
concretizaram por muito tempo no Brasil e com base na Constituição Federal de 1988, no ano 
de 1993, foi aprovada a LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social, ordenando a Assistência 
Social como política pública, com objetivos de garantir direitos de cidadania. Esta lei criou uma 
nova matriz para a política de assistência social, inserindo-a no sistema do bem estar social 
brasileiro concebido como campo de Seguridade Social, configurando o triângulo juntamente 
com a saúde e a previdência social. 
Constatada a necessidade de operacionalizar as políticas sociais já previstas pela 
Constituição e pela LOAS, em 2003, durante a IV Conferência Nacional de Assistência Social, 
ficou fundamentada a construção e implementação do SUAS – Sistema Único de Assistência 
Social - em dezembro de 2004 e, ainda, a NOB – Norma Operacional Básica - em julho de 
2005. O SUAS foi elaborado na perspectiva de um modelo de gestão descentralizada e 
participativa, com a participação das três esferas de governo e também com a participação da 
sociedade civil, visando superar efetivamente com as políticas de favor e ocasião, que 
perduraram por muito tempo em nosso país. Este sistema também regulamenta e orienta, em 
todo o território nacional, as ações socioassistenciais, serviços, programas e projetos, os quais 
devem ter centralidade na família, seus membros e indivíduos. 
 
 
 
1°. Proteção Social básica: possui caráter preventivo, isto é, desenvolver ações que 
previnam situações de risco pessoal e social; 
2°. Proteção Social especial: quando ocorre a violação de direitos do indivíduo ou da 
família. 
Pretende-se desenvolver estratégias de melhorar as condições de desigualdade social. 
Para desenvolver as ações da proteção social básica, criam-se os CRAS - Centros de 
Referência de Assistência Social, espaços físicos caracterizados como a porta de entrada dos 
usuários dos serviços de assistência social. Nestes centros concentram-se as ações 
direcionadas às pessoas e famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social, 
prevenindo situações de risco, por meio do desenvolvimento de potencialidades, de aquisições 
e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Para desenvolver as ações de 
Proteção Social básica, criam-se os CREAS – Centro Especializado de Assistência Social. 
Nestes, as atividades são voltadas para aquelas pessoas e famílias cujos direitos já foram 
violados, como nos casos de violência familiar e doméstica, rompimento de vínculos familiares, 
abuso e exploração sexual, entre outros. Como esta política ainda é recente no Brasil e sua 
efetiva implantação é um processo longo, desde sua regulamentação até o momento, existem 
mais CRAS implantados do que CREAS. 
2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ANDIRÁ - PR 
O contexto sócio-histórico-cultural do local de realização deste Projeto possui como 
cenário o município de Andirá, que historicamente teve os primórdios de sua fundação no ano 
de 1927, sendo reconhecido como município em 31/12/ 1943, por efeito do decreto Lei nº. 199.Sua população é formada por grupos étnicos diversos. O marco do seu desenvolvimento teve 
como base a agricultura com a monocultura cafeeira. Atualmente apresenta potencial de 
crescimento nas áreas de psicultura, bananicultura, plantio de soja e milho, porém o plantio de 
cana de açúcar merece destaque. 
Andirá localiza-se ao norte do Estado do Paraná, região Sul do Brasil. Município 
pequeno, que segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - possui uma 
população de 21.663 habitantes, conforme censo de 2007. Desse total, mais de 90% residem 
na área urbana do município. A vocação econômica do município é a agricultura, com 
preponderância no plantio da cana de açúcar. O trabalho rural – corte-de-cana – se constitui o 
maior empregador dos usuários da política municipal da assistência social. Pois, conforme 
 
 
 
dados da Emater do município, o número de trabalhadores neste ramo gira em torno de 4500. 
Número expressivo para uma cidade com pouco mais de 21 mil habitantes. 
Mais recentemente (2° semestre de 2007) foi implantado o CRAS – Centro de 
Referência de Assistência Social. De acordo com a Política Nacional de Assistência Social – 
PNAS e com o Sistema Único de Assistência Social – SUAS 2005 o Centro de Referência de 
Assistência Social – CRAS é uma unidade pública estatal e atua com famílias e indivíduos em 
seu contexto comunitário, visando a orientação e o convívio sóciofamiliar e comunitário. Assim, 
este centro se configura como uma nova perspectiva de atendimento e desenvolvimento das 
ações de proteção social básica. 
 Em Andirá – Paraná o CRAS possui uma equipe formada a partir das orientações do 
SUAS, sendo composta por uma assistente social, uma pedagoga social, uma psicóloga, a 
gestora Municipal do Programa Federal Bolsa Família, uma coordenadora, além de uma auxiliar 
administrativo. Neste município existem, aproximadamente 1000 famílias beneficiadas com o 
Programa Bolsa Família. A prioridade de atendimento do CRAS é para estas famílias. 
3. ATIVIDADES DO CRAS DO MUNICIPIO – BREVE DESCRIÇÃO 
 Desde a implantação do CRAS neste município, as dificuldades encontradas são várias. 
As Leis e Orientações específicas de Assistência Social indicam que o CRAS deve ser 
localizado na área de maior concentração de vulnerabilidade social, para que esta população 
tenha melhor acesso aos serviços desenvolvidos neste órgão. No caso de Andirá, este órgão é 
compartilhado com a Secretaria Municipal de Assistência Social e também com o Provopar. As 
dificuldades encontradas foram no sentido de definir as ações específicas de cada órgão, tanto 
pelas profissionais do CRAS, bem como pela população atendida. 
 Mas, a partir de estudos realizados pela equipe profissional do CRAS, chegamos às 
definições de cada órgão. A Secretaria Municipal de Ação Social é o órgão responsável por 
gerenciar os recursos e elaborar a implementação da política de assistência social. O Provopar 
– Programa de Voluntariado do Paraná – é tradicionalmente realizado voluntariamente – como 
o próprio nome sugere – pelas primeiras damas de cada município paranaense. Tem como 
paradigma a solidariedade aos mais necessitados. 
 Então, como romper com o modelo de assistencialismo ainda presente, sendo que a 
proposta do CRAS é desenvolver ações que visem à população buscar por seus direitos? Como 
planejar e desenvolver ações que promovam essa ruptura com o assistencialismo, tanto por 
 
 
 
parte da gestão local como da própria população atendida que mantêm estas condições? Um 
desafio para a equipe do CRAS. 
 A pedagogia tradicionalmente tem sua maior concentração de força de trabalho na área 
educacional, no campo da assistência social é algo que vem se desenvolvendo há pouco 
tempo. Assim, a profissional de pedagogia do CRAS de Andirá – Paraná sentiu dificuldades 
para encontrar uma metodologia de trabalho que atendesse a proposta de trabalho do CRAS, 
assim como também toda a equipe, porém em maior intensidade. 
A profissional encontrou uma metodologia de trabalho que envolva a prática pedagógica, 
dentro das ações do CRAS, a partir da coordenação do Pro-Jovem Adolescente. Este programa 
criado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS e desenvolvido 
com o apoio dos municípios, é um serviço sócio-educativo destinado para adolescentes entre 
15 e 17 anos de idade, com objetivos principais de proporcionar aos mesmos, atividades 
esportivas, culturais e educativas e fortalecer os vínculos familiares e comunitários. A atuação 
da pedagoga deste CRAS também está ligada com atendimentos às famílias que estejam com 
dificuldades de cumprir com a condicionalidade da freqüência escolar do Programa Bolsa 
Família. 
 A demanda por um trabalho preventivo específico para o público – famílias com 
crianças entre 0 e 6 anos foram levantadas desde a implantação do CRAS no município de 
Andirá – Paraná, a partir do 2º semestre do ano de 2007. Neste período a maioria dos 
atendimentos realizados pela equipe, cerca de 90 famílias, girava em torno de queixas e 
denúncias quanto à indisciplina escolar e violação de direitos da criança em seus mais 
variados aspectos - principalmente no que diz respeito a dúvidas quanto a aspectos do 
desenvolvimento infantil, como também dificuldades com educação, relações familiares e 
situações de negligência e violência em geral com relação às crianças. 
A partir destas constatações e diante das Orientações Técnicas de todo material 
publicado referente à política de assistência social, a ênfase dos serviços é o atendimento às 
famílias, privilegiando a dimensão socioeducativa como metodologia de trabalho. O público alvo 
deste projeto são os pais e/ou responsáveis por crianças entre 0 a 06 anos de idade e /ou 
algum familiar, visto terem assuntos em comuns, por isso a proposta de trabalhar em grupos em 
vez de prestrar-lhes atendimentos individuais. 
 
 
 
Estas atividades estão sendo realizadas no sentido de criar espaços onde a família possa 
desenvolver sua autonomia e condições de oferecer às crianças pequenas a possibilidade de um 
desenvolvimento saudável, prevenindo, desta forma, futuras situações de vulnerabilidade e risco 
pessoal e social. Ainda, este trabalho com as famílias ocorre de forma sistemática e continuada, 
rompendo com modelos de atuação imediatos, sem caráter de continuidade, ocorridos durante 
muito tempo no Brasil. 
Deste modo, tais famílias estão sendo assistidas durante todo o processo de trabalho, a 
fim de promover um ambiente familiar positivo para um bom desenvolvimento infantil e aumentar 
a possibilidade de eficácia, no sentido de promover espaços de orientação e discussão para o 
possível enfrentamento do problema, bem como de fortalecimento dos vínculos familiares e 
comunitários, bem como a inclusão destas famílias na esfera social, para que alcancem a 
cidadania, a autonomia e, conseqüentemente, o protagonismo pessoal e social. 
 Com este trabalho continuado torna-se possível identificar as situações de risco, 
podendo prevení-las através do desenvolvimento de potencialidades individuais e comunitárias, 
assegurando direitos e propiciando a construção da autonomia das famílias, a partir da 
descoberta, de suas potencialidades. Portanto, se constituiu de intervenção com as famílias, 
ampliando conhecimentos a partir da própria percepção de sua realidade, e ao mesmo tempo, 
estimular o protagonismo neste processo grupal, potencializando a identidade coletiva e num 
segundo momento contribuindo para a emancipação humana. 
 Com as atividades realizadas até o momento, considera-se que este trabalho tem se 
apresentado como pertinente, posto que esteja propiciando as participantes a verbalização de 
suas opiniões referentes às diversas situações do seu dia-a-dia, vindo a atuar como 
protagonistas da construção de novas perspectivas. Além disto, durante as reuniões lhes é 
proporcionado um espaço de discussão sobreas necessidades da coletividade e pôde-se 
promover a interação entre os mesmos. 
Ainda, conforme a resolução 03/2009 e 05/2009 do Conselho Municipal de Assistência 
Social, o CRAS será responsável pela execução dos Planos de Inserção, Acompanhamento e 
Monitoramento dos usuários dos benefícios eventuais de auxílio de alimentos. Tal concessão 
de benefício se justifica a partir da constatação da necessidade para muitas famílias do 
município que, por vários motivos estejam com dificuldade de suprir a condição mínima de 
 
 
 
sobrevivência, a alimentação. Porém, não apenas como auxílio material, mas na tentativa de 
planejar e desenvolver ações que, de algum modo, possam auxiliar na superação dessa 
condição. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
É de fundamental importância a percepção social capaz de entender que a população 
andiraense tem necessidades, mas também possibilidades ou capacidades que devem e 
podem ser desenvolvidas, no sentido de buscar a superação de muitas situações desiguais. 
Para tanto, as ações desenvolvidas pela equipe profissional do CRAS de Andirá estão apoiadas 
no comprometimento que este Município, através da Prefeitura Municipal/Secretaria Municipal 
de Ação Social/Conselho Municipal de Assistência Social, possui com a construção da Política 
Municipal de Assistência Social, tendo como base e suporte legal o aparado de leis existentes: 
Constituição Federal/88; LOAS/ PNAS/ SUAS/NOB/ ECA, deliberações dos Conselhos 
Municipais e os instrumentos de gestão. 
Contudo, as controvérsias existentes na compreensão da assistência social como direito 
e sua execução, contemplando e cumprindo os dispositivos legais, remetem a um processo de 
Assistência Social enquanto política pública ainda em construção, reverter e reduzir as formas 
de desigualdade social é uma tarefa muito complexa e dificílima de ser realizada, devido às 
condições muito desiguais impostas desde a formação da sociedade brasileira. 
De fato, embora já se tenham conquistado avanços significativos, a partir da elaboração 
da Constituição Federal de 1998, e das Leis posteriores, específicas na área da assistência 
social, tem sido um grande desafio colocar em prática o que está na LOAS – Lei Orgânica de 
Assistência Social, em especial quando se trata de contemplar as garantias de direitos a todos 
os cidadãos brasileiros de uma vida digna em que haja trabalho, moradia, saúde, educação, 
esporte, lazer e segurança para todos. E, nesse contexto, os serviços, programas, projetos e 
benefícios que fazem parte da Política de Assistência Social, têm sido revistos, avaliados e 
reconstruídos constantemente, com a finalidade de sempre aprimorar mais o atendimento à 
população, como tem sido realizado desde a Constituição Federal. 
Portanto, a concepção que se busca imprimir em Andirá é a da Assistência Social como 
política pública, que tem como função a prevenção, a proteção, a inserção e a promoção social 
desenvolvida em interface e de forma transversal com as demais políticas, buscando por um fim 
 
 
 
ao caráter pontual, clientelista, imediatista e assistencialista, que tradicionalmente a marcam, e 
implementar uma forma planejada, articulada, participativa, profissional e de qualidade. 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
ALMEIDA, A.C. Relevância nos Centros de Referência de Assistência Social – CRAS – na 
garantia de efetivação da política de assistência social: Caderno SUAS I: Assistência Social e 
Sistema Municipal e gestão local do Curitiba, Ano I, nº 1, 2006. 
ANDRADE, I. EIDELWEIN, K. GUIMARÂES, G.T.D. Serviço social português e brasileiro: a 
relação com o usuário. Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo, Ano XXVII, nº 90, 2007. 
BRASIL, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME – MDS. 
www.mds.gov.br. In: Setembro de 2007. 
CODO, W. LANE, S.M. Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 
1984. 
COUTO, B.R. Questão social, políticas públicas e direitos sociais: elementos essenciais no 
debate da assistência social. Cadernos SUAS I: Assistência Social e Sistema Municipal e 
Gestão Local do CRAS. Curitiba, Ano 1, nº1, 2006. 
FALEIROS, Vicente de Paula. O que é Política Social: Brasiliense: São PAULO, 2004. 
LESSA, S. A emancipação política e a defesa de direitos. Revista Serviço Social e Sociedade. 
São Paulo, Ano XXVII, nº 90, 2007. 
. Cadernos SUAS I: Assistência Social e Sistema Municipal e Gestão Local do CRAS. Curitiba, 
Ano 1, nº1, 2006. 
POSTER, M. Teoria Critica da Família, ZAHAR Editores, Rio de Janeiro, 1979. 
WANDERLEY, M.B. Metodologias de trabalho com famílias. Cadernos SUAS I: Assistência 
Social e Sistema Municipal e Gestão Local do CRAS. Curitiba, Ano 1, nº1, 2006. 
www.ipardes.pr.gov.br/município. Em: 05/02/2009. 
http://www.ipardes.pr.gov.br/município

Continue navegando