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Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI): seus requisitos de criação estão previstos no § 3° do art. 58 da CF/88, que exige requerimento de um terço dos membros da Casa Legislativa. Além disso, deve-se determinar qual fato será apurado e por quanto tempo a investigação será realizada. Imagine que uma CPI é criada pelos Vereadores de um município “Y” e esta CPI já pede, de imediato, para levantarem as informações bancárias, fiscais e interceptações telefônicas, exigindo fundamentações em alegações genéricas do caso. Determina, ainda, uma busca e apreensão de um suspeito, realizada dentro de sua casa, garantindo que o mesmo fosse encontrado .Pergunta-se: a) essa CPI foi criada corretamente? b) suas ações estão corretas? c)a CPI pode determinar, busca e apreensão? d)defina o que são “poderes próprios de autoridades judiciais” da CPI. Explique em forma de texto único suas respostas. A CPI mencionada não foi criada corretamente, pois apesar de ser possível instituir Comissões de Inquérito em âmbito estadual, distrital e municipal, deve ser instituída por meio da solicitação de um terço dos membros das respectivas casas, para a investigação de fato determinado, com prazo certo para encerrar e com poderes de investigação próprios de autoridades judiciais. Suas ações não foram corretas, pois apesar da CPI ter “poderes próprios de autoridades judiciais”, ou seja, ter incluído dentro desses poderes a possibilidade de tomar depoimento de autoridades, de ouvir testemunhas sob compromisso, de requisitar informações e documentos, em relação à quebra do sigilo das informações bancárias, fiscais e telefônicas, também se exige fundamentação adequada, não se admitindo a medida com base em alegações genéricas, conforme já decidiu o STF. Já em relação às informações telefônicas, o poder atribuído à CPI alcança apenas o acesso aos dados telefônicos e não à interceptação telefônica. Em outras palavras, é possível obter registros documentais das ligações feitas e recebidas, mas não é possível “grampear” os telefones dos investigados. A interceptação telefônica somente pode ser realizada pela autoridade judicial. Com o decorrer da história, as diversas maneiras de interpretar o que são “poderes próprios das autoridades judiciais” foi decidido que as CPIs podem determinar medidas de busca e apreensão, desde que a providência seja devidamente fundamentada e que não seja efetivada em local inviolável, como o domicílio. Do contrário, a medida será completamente nula
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