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Dermatologia DOENÇAS BOLHOSAS AUTOIMUNES - Pênfigos Por alguma causa, produzimos anticorpos contra partes da pele, e formamos bolhas. Definição: grupo de doenças bolhosas crônicas da pele caracterizadas pela presença de anticorpos do tipo IgG-4 contra a superfície celular dos queratinócitos resultando em acantólise (perda da coesão célula-célula - “cimento intracelular” = destrói desmossomo). Dependendo do pênfigo, a formação da bolha ocorre em alguma camada. IgG4 na supra-basal: pênfigo vulgar IgG4 na camada córnea/subcórnea/granulosa: pênfigo foliáceo (mais perto da superfície). Patogenia: consiste na inibição funcional das desmogleínas (hemidesmossomos), as quais tem um papel importante na adesão celular dos queratinócitos, por auto-anticorpos IgG, resultando na formação de bolhas. Classificação dos pênfigos: • Vulgar - Vegetante • Foliáceo - Eritematoso: localizado - Fogo selvagem: endêmico (Brasil) • Herpetiforme • Induzido por drogas • Paraneoplásico • Pênfigo por IgA Epidemiologia: • Acomete pele e/ou mucosa (Vulgar quase 100% acomete mucosa em algum momento. O foliáceo nunca acomete mucosa) • Sexo: igual prevalência • Idade: 50 a 60 anos • Raça: mais comum em descendentes de judeus. Cl ivagem intra-epidérmica: bolha sem estrutura anatômica para se manter. Se rompem facilmente. PÊNFIGO VULGAR Lesões primárias: bolhas flácidas que rompem com facilidade. Com a ruptura das bolhas, formam-se erosões dolorosas. Com grande frequência, não há presença de bolhas, por conta da fragilidade delas. (Mas é mais frequente do que no pênfigo foliáceo, já que sua clivagem é mais alta, e é formada por queratina, rompendo facilmente) Vemos, sim, a sequela da bolha (erosões dolorosas). Erosões dolorosas em mucosa oral em todos os pacientes (gengivite). Entretanto, qualquer mucosa pode ser acometida (esôfago, conjuntivas, nasal, vagina). Sinal de Nikolsky: positivo. Não diferencia se o pênfigo é vulgar ou foliáceo. No positivo, sabemos que o paciente tem pênfigo (clivagem intra-epidérmica, e não derme-epidérmica). - Ao lado da bolha ativa, pressionar uma gaze em direção à pele e forçar o dedo para baixo. O sinal positivo, vemos que a pele “descola”, “enruga”. Se não tratado adequadamente pode ser fatal - distúrbio hidro-eletrolítico (Desidratação e insuficiência renal) e infecção (sepse). Doença em surto: bolhas em diferentes estados de evolução. Algumas crostas, erosões, bolhas, bolhas cicatrizando… Aspecto do “bife sangrento”: lesão clássica, diferencia do pênfigo foliáceo. Por ser mais profunda, a lesão demora a cicatrizar. As lesões então, tendem a confluir, pegando uma área grande. Tende a se localizar em dobras As lesões são secretantes, e tendem a ficar com um aspecto “verrucoso”. Cheiro de pele infectada/macerada. Dermatologia Pacientes idosos, que começam a ter aftas (lesão aftóide) de repetição, pode preceder meses do aparecimento de lesões bolhosas. VEGETANTE Caracterizado por bolhas flácidas que evoluem para erosões e posteriormente placas vegetastes ou proliferação papilomatosa Mais comum em áreas intertriginosas, couro cabeludo e face. Pode ser uma fase da evolução do pênfigo vulgar. O mais comum é o paciente que tem pênfigo vulgar, e com o tempo, as lesões se concentram nas dobras. Não é uma variante benigna, mas uma variante clínica. As lesões tendem a ficar nas dobras, e assumem um aspecto “vegetante”, papilomatosas, verrugosas, por conta da “lesão sobre lesão”, onde formam-se crostas em cima de crostas cicatrizando. Diagnóstico: demonstração de IgG-4 contra a superfície dos queratinócitos, fecha o diagnóstico de pênfigo. Métodos: Imunofluorescência direta e indireta (principais). Determina se é pênfigo. L a b o r a t o r i a l ( p a d r ã o o u r o ) : anatomopatológico/biópsia. Vemos onde é a clivagem. Determina qual pênfigo (vulgar ou foliáceo). Vemos bolhas intraepidérmicas por acantólise sem necrose de queratinócitos. Acantólise: consequência do processo de ruptura intra-epidérmica. Células “balão”. PÊNFIGO FOLIÁCEO Erosões escamo-crostosas, frequentemente com base eritematosa. São dolorosas e há sensação de queimação e prurido. Não há envolvimento de mucosas. O início da doença é geralmente súbito com poucas lesões crostas que podem ser confundidas com impetigo. São comumente bem delimitadas e têm uma distribuição seborreica (Face, couro cabeludo e região superior do corpo). Como as vesículas são muito superficiais e frágeis, frequentemente somente as escamas e crostas são vistas. (Envolve a camada córnea, sendo rara a presença de bolhas) Sinal de Nikolsky positivo. Pode evoluir para eritrodermia (mais de 90% do corpo acometido). F o r m a m l e s õ e s m a i s s e c a s e m a i s “desenhadas”. Lesões eritemato-descamativas. Fase de invasão bolhosa: invade o corpo inteiro. ERITEMATOSO Variante localizada de pênfigo foliáceo. Lesões típicas de pênfigo foliáceo em face e outras áreas seborreicas. É uma variante benigna. Exame histopatológico: acantólise na epiderme superior, dentro ou adjacente à camada granulosa. FOGO SELVAGEM É o pênfigo foliáceo. Histologicamente, não há diferença. A única diferença é epidemiológica. Ele é endêmico em certas regiões do Brasil. Acomete mais comumente indivíduos jovens de áreas endêmicas rurais, próximas a rios. Mosquitos Simulium nigrimanum parecem ser os vetores. No anticoagulante do mosquito, há uma proteína que desencadeia um processo autoimune, que leva a produção de IgG 1 e à clivagem epidérmica em pessoas geneticamente predispostas. A c o m e t e i n d i v í d u o s g e n e t i c a m e n t e relacionados. Dermatite herpetiforme: Clivagem dermo-epidérmica. 90% tem evidência de enteropatia sensível ao glúten. Tratamento: s/ glúten, dapsona e sulfapiridina. Clivagem dermo-epidérmica. Imunofluorescência: depósito de IgA. 4ª década de vida Associação com genes HLA. Quadro clínico: Distribuição simétrica em cotovelos, face “Roseta” = eclipse.
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