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Isabella Kelly Divino @a.estudantedefisio Posturologia A coluna vertebral é simultaneamente estrutura e instrumento para transferência de força e movimento. Este sistema complexo e seu funcionamento são, de fato, pouco conhecidos tanto em situações estática quanto dinâmica (YETRAM; JACKMAN, 1980). A dinâmica da coluna vertebral apresenta amplitudes de movimentos normais muito variáveis. O movimento na coluna é definido em três planos: flexão e extensão; inclinação lateral e rotação axial. Diversos estudos têm indicado esta propriedade de “tridimensionalidade” da coluna vertebral, como uma propriedade muito importante. Portanto, para estudar o efeito do movimento na coluna vertebral, devemos considerar esta propriedade para esclarecer as alterações que ocorrem em uma coluna normal, aparentemente sem deformidades e em uma coluna com deformidades posturais, como a escoliose que também é uma deformidade tridimensional. A importância do alinhamento na escoliose é a base para diagnóstico exato e terapia adequada para cada caso (DEACON; FLOOD; DICKSON, 1984; SCHMIDT; GASSEL, 1994; STOKES; BIGALOW; MORELAND, 1987). Este alinhamento na escoliose pode ser avaliado e influenciado por manipulações do controle postural estático e dinâmico da coluna vertebral, por meio da padronização da postura ortostática sobre calços e das mudanças unilaterais nesses calços, associadas ou não ao movimento de inclinação lateral da coluna vertebral. Ciclo Vicioso Stokes e Burwell explicam que o ciclo vicioso começa com um evento desencadeante, o que resulta na formação de vértebras em cunha. O que se segue é o carregamento contínuo assimétrico na coluna vertebral, o que potencialmente pode promover o crescimento assimétrico e o avanço da progressão. Imagem à esquerda: o ciclo vicioso. O Dr. Stokes e Burwell hipotetizaram que o ciclo vicioso da progressão da curva da escoliose começa com um evento desencadeante que leva à formação de vértebras em calão. As vértebras cercadas fazem com que a coluna vertebral curve. Teste de Adams O teste de Adams, descrito por William Adams em 1865, (FAIRBANK, 2004) é também utilizado na avaliação de escolares e tem como objetivo detectar a escoliose em um estágio precoce e é apoiado pela Sociedade de Pesquisa em Escoliose e pela Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (RICHARDS; VITALE, 2007; WINTER, 2000; YAWN, et al., 1999). O Teste de Adams é um recurso muito útil no diagnóstico da Escoliose, podendo ser empregado facilmente na triagem de crianças e adolescentes. Isabella Kelly Divino @a.estudantedefisio O avaliador solicita que a criança incline o tronco para frente com as mãos unidas, pés juntos e joelhos esticados. A diferença de altura no tórax ou quaisquer outras assimetrias podem significar a presença de escoliose. O teste também pode ser empregado na triagem da cifose observada na Doença de Scheuermann. Caso o teste de Adams seja positivo, o especialista é imprescindível para uma avaliação e tratamento mais adequados. Ângulo de Cobb É considerado o “padrão ouro” ortopédico para a avaliação da escoliose. O ângulo Cobb foi descrito pela primeira vez em 1948 pelo Dr. John R Cobb. Uma escoliose é definida como uma curvatura tridimensional da coluna vertebral com um ângulo Cobb de 10 ° ou mais. Porém não somente isto assegura a presença da escoliose. Para medir o ângulo de Cobb, é necessário ter uma Radiografia Panorâmica da Coluna Vertebral. A primeira coisa a definir são as vértebras limites que são as mais inclinadas da extremidade da curva. A seguir identifica-se o platô superior da vértebra limite superior e o platô inferior da vértebra limite inferior. Diferentemente do que as vezes se encontra em alguns textos, não são as vértebras com inclinação, mas sim, as mais inclinadas são as que indicam o começo ou fim da curva. Então, são traçadas linhas ao longo da parte superior da vértebra (platô superior) mais inclinada superior e inferior da vértebra (platô inferior) mais inclinada inferior. A seguir, duas outras linhas perpendiculares a estas, ou seja, são desenhadas formando um ângulo de 90 graus, para que se cruzem. O ângulo resultante é medido e o número é expresso em graus. Hoje há alguns softwares que permitem esta medição como o Limitações do Ângulo de Cobb. Embora o ângulo Cobb seja o padrão atual para a mensuração da escoliose, é importante saber que há uma série de limitações reconhecidas, uma vez que as medidas são sequenciais e muitas decisões erroneamente são tomadas apenas levando-se e conta este parâmetro: 1 – É uma medida bidimensional de uma condição tridimensional. O ângulo Cobb mede a amplitude da curva em um plano. Não captura a imagem completa da posição da coluna vertebral. 2 – Variação intra-observador e inter-observador (variação de pelo menos 5-10 °). Isto significa que a mesma pessoa em ocasiões diferentes ou duas pessoas meçam diferente o mesmo exame, mesmo utilizando as mesmas vértebras. Por este motivo, deve-se ter cuidado ao comparar dois raios-x se a diferença no ângulo Cobb for inferior a 5 graus. A diferença aparente pode ser devido ao erro de medição, e não a qualquer alteração real na posição da coluna vertebral! 3 – Rotação: alteração de rotação de pacientes entre exames pode alterar significativamente as medidas (pode ser tão alta quanto a variação de 20 °); O posicionamento consistente deve, portanto, ser obtido e deve sempre ser o mesmo. 4 – Variação diurna: no mesmo paciente no mesmo dia, a curvatura aumenta ao longo o dia (variação de 5 °). Deve-se orientar a realizar o exame sempre no mesmo horário. Em geral, e apesar da limitação acima mencionada, se uma variação superior a 10° no ângulo Cobb for Isabella Kelly Divino @a.estudantedefisio medida, é provável que 95% representem uma diferença verdadeira .
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