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Exercícios para PEC III

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Exercícios para PEC III
16.03.2012
Prof. Emmanoel 
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EXERCÍCIO TIPO QUESTÃO 1:
As afirmações abaixo, compostas por duas orações subordinadas ligadas pela conjunção PORQUE, tratam de alguns temas que estudamos. Julgue-as como V ou F, comentando sua resposta e afirmando se há relação de causalidade entre elas. 
1. J. S. Mill e Nassau Senior imaginavam que a economia deveria ser uma ciência abstrata e dedutiva PORQUE os economistas históricos alemães se importavam com o problema da EHCS. 
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Resposta: 
V; V. Não há relação de causalidade nem explicação. Realmente, J. S. Mill e Nassau Senior supunham que a economia deveria ser uma ciência dedutiva e abstrata. Contudo, isto não tem nada a ver com o fato de os alemães se importarem com o problema da EHCS. Este problema realmente era uma de suas preocupações. 
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Outra questão: 
2. Menger foi influenciado pela linha de pensamento de Nassau Senior e J. S. Mill PORQUE Menger achava que a economia deveria ser uma ciência dedutiva e separada das demais ciências sociais. 
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Resposta: 
V; V. De fato, Menger foi influenciado pela linha de pensamento de J. S. Mill quando aceitava que a economia deveria ser distinta de outras ciências sociais (como a sociologia, a história, a antropologia etc.). Neste caso há relação de explicação, pois se Menger foi influenciado por J. S. Mill, faz sentido pensar que, para ele, a economia também é ciência separada das demais. 
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Outra questão: 
3. A sentença “Todas as viúvas são mulheres cujos maridos morreram” não seria considerada válida como científica para os positivistas lógicos PORQUE tal sentença pode ser classificada como analítica “a priori”.
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Resposta: 
F; V. Não há relação de causalidade/explicação. A primeira oração é analítica “a priori” – não traz informação nova sobre o mundo, mas é logicamente correta. Os positivistas aceitavam este tipo de oração como científica, por isso não há relação de causa/explicação entre uma oração e a outra. 
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Outra questão: 
Os positivistas lógicos admitiam que sentenças religiosas possuíam cientificidade PORQUE o círculo de Viena aceitava o problema da EHCS, considerando que as ciências como um todo não deveriam ser unificadas. 
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Resposta
F; F. Os positivistas lógicos diziam que as sentenças religiosas não possuíam cientificidade, pois não poderiam ser comprovadas empiricamente. O Círculo de Viena estava interessado em buscar uma metodologia que nos garantisse chegar a um conhecimento sério e rigoroso, e não resolver o problema da EHCS (que foi estudado pela EHA). Assim, uma sentença não tem relação de causa/explicação com a outra. 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950) 
Podemos caracterizar o positivismo lógico por seu objetivo de separar o que é ciência do que não é.
Ciência, para eles, é constituída de dois tipos de sentenças: analíticas “a priori” (que não dependem dos sentidos) ou sintéticas “a posteriori” (que dependem dos sentidos, sendo, portanto, empiricamente verificáveis como V ou F). 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950)
Deste modo, assuntos como ética, estética e religião ficam fora do que pode ser falado com signficado (o que não significa que estes discursos não sejam importantes...eles só não possuem significado científico, pois não podem ser empiricamente verificados para dizer se são V ou F). 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950)
Como bons positivistas, eles tentavam unificar todas as ciências com base na física (vista como a mais avançada delas). 
O modo de gerar conhecimento sério e rigoroso – isto é, geral e universal – é pelo método nomotético-dedutivo (ou hipotético-dedutivo), de Hempel e Oppenheim (1948). 
Ele consiste na afirmação de um “explanans” (leis gerais + condições iniciais) que levariam a um “explanandum” – a explicação do fenômeno em questão, que poderia ser V ou F. 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950)
Mas este método, que buscava tal generalidade e universalidade enfrentou uma série de problemas: 
1. O velho problema da indução de Hume não nos deixava saber se a nossa verificação poderia ser repetida eternamente: sempre pode ocorrer que um futuro teste falsifique o que tomamos como verdadeiro até agora.
2. Às vezes uma dedução correta não explica o mecanismo causal que gera o fenômeno (lembre do professor grávido). 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950)
3.Outras generalizações podem ser apenas contingentes, e não gerais: lembre das moedas de R$ no bolso do professor)
4. A noção de verdade deles envolvia apenas aquelas crenças que pudessem ser justificadas racionalmente e que fossem verificadas empiricamente.
Isto deixava um arsenal todo de verdades às quais não podíamos aceder. 
5. A tese da simetria entre explicação e previsão nem sempre funcionava (ver leis da gravitação de Newton e a teoria da evolução de Darwin): uma explica bem mas não prevê; a outra prevê bem mas não explica). 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950)
Vimos ainda que o positivismo lógico queria eliminar todo discurso metafísico da ciência.
Mas o que é “metafísica”? 
Para fins didáticos, podemos dizer que a metafísica se preocupa com a essência última do que existe, ou seja, com aquilo que faz com que as coisas sejam precisamente o que elas são.
Ex: A “cadeiridade” das cadeiras; a “professoridade” dos professores; a “aguidade” da água etc. 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950)
O problema é que este tipo de questão não é empiricamente verificável – logo, não contaria como científica para os positivistas lógicos. 
Os positivistas lógicos, contudo, fazem uso de valores e suposições que não são empiricamente verificáveis também!
Ex: Por que só pelo método N-D chegamos à ciência? Por que temos que usar formalismo matemático? 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950)
Além do mais, quando precisamos verificar empiricamente fatos como “desemprego”, já precisamos de uma concepção de mundo (que não é empírica) para nos guiar nas nossas escolhas teóricas. 
Veja o exemplo no quadro: 
O exemplo aponta que o mundo não está separado das teorias, como os positivistas lógicos esperavam.
Da mesma forma, sentenças analíticas e sintéticas também não estão separadas. 
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Continuando o que vimos na aula passada sobre o positivismo lógico (1920 – 1950)
OK, mas vocês podem estar se perguntando: o que isto tudo tem a ver com economia? 
Ora, bastante: a ideia de fazer da economia uma ciência empírica data justamente desta época (a Sociedade Econométrica foi fundada em 1931).
E, como todo mundo que tentou aplicar a visão lógico-positivista do mundo para chegar a um conhecimento geral e universal, os economistas enfrentaram uma série de problemas. 
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Problemas enfrentados por economistas quando adotam o positivismo lógico: 
O debate Keynes-Tinbergen sobre a capacidade de explicação e previsão da econometria.
O problema da identificação da influência de variáveis potenciais ou factuais sobre um fenômeno econômico, feito por Haavelmo.
O debate sobre a medição dos fenômenos sem teoria entre os economistas do NBER (Arthus Burns e Wesley Mitchell, que encontraremos no final deste semestre) e Koopmans. 
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Problemas enfrentados por economistas quando adotam o positivismo lógico:
Keynes apontou para o problema da invariância das correlações encontradas nos modelos econométricos. 
Em economia monetária, vemos o caso da curva de Phillips, que deixou de funcionar nos anos 1970.
Keynes ainda apontou para o fato de que, se esquecemos de colocar no modelo uma variável que seja relevante para explicar certo fenômeno, então todas
as outras variáveis ficam viesadas. 
Deste modo, o método de correlação múltipla serve apenas para medir como certas variáveis mudam com relação a outras, mas não para explicar ou prever fenômenos. 
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Problemas enfrentados por economistas quando adotam o positivismo lógico:
Já Haavelmo mostrou que se não observamos a influência de uma variável sobre certo fenômeno, então admitimos que não há influência desta variável sobre o fenômeno. 
Contudo, nós não vemos influência factual sobre o fenômeno, o que não quer dizer que não haja influência potencial sobre a variável
Por exemplo: alguém ingere muita gordura trans e não tem nenhum problema cardíaco em determinado período de tempo em que sua saúde foi monitorada. 
Isto não significa que não haja potencial de problemas cardíacos no futuro – embora, no período testado, não tenha havido nenhum problema específico. 
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Problemas enfrentados por economistas quando adotam o positivismo lógico:
Por fim, Koopmans observa que a ideia dos economistas do NBER de realizar medições empíricas sem uma teoria por trás (que os pensadores da EHA também achavam que poderiam fazer) não funciona: sempre temos uma concepção teórica por trás quando escolhemos certas variáveis (e não outras) para explicar certos fenômenos.
Por exemplo, por que Burns e Mitchell (do NBER) escolhiam certas variáveis para explicar os movimentos dos ciclos de negócios.
Esta escolha, contudo, já estava determinada por uma visão prévia do fenômeno estudado – quer eles a deixassem clara ou não. 
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Logo, precisamos de uma reformulação do positivismo lógico...
Todos os problemas levantados na aula passada e nesta aula levam à necessidade de reformular o programa positivista lógico.
Além disso, a ascensão dos totalitarismos na Europa fazem com que os integrantes do Círculo de Viena se espalhem pelos EUA e Inglaterra, principalmente.
O novo movimento nos levará ao empirismo lógico!
Eles já admitem a metafísica – não há como separar teoria de observação claramente. 
A tese de Duhem-Quine e a tese da simetria enfraquecem a possibilidade de se achar conhecimento 100% sério e rigoroso. 
Desta forma, eles adotam o confirmacionismo ou o instrumentalismo em vez do verificacionismo.

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