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Excludentes de Nexo de Causalidade

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Elisastudies._ 
 
 
São quatro: Caso fortuito e força maior, Culpa 
Exclusiva da Vítima, Fato de terceiro e Cláusula de 
não indenizar (contratos). 
A conduta do agente até pode causar um dano, mas 
o nexo de causalidade dessa conduta com o 
resultado será afastado diante da ocorrência de 
uma excludente. 
A ausência de dano não é excludente do nexo 
causal, apesar de acarretar a mesma consequência 
prática – isenção do dever de indenizar 
• Caso fortuito e força maior 
O melhor entendimento é o de que essas expressões 
são equivalentes, independentemente do fato de 
derivarem de eventos naturais ou do homem. O art. 
393, CC, ao que parece, realmente equipara essas 
duas expressões sob uma denominação maior que 
seria a “inevitabilidade do evento”. Ocorrendo esse 
evento inevitável, a conclusão é a de que o nexo 
estaria rompido, não havendo responsabilidade civil. 
Por exemplo, enchentes, furacões, greves, dentre 
outros. 
O Código Civil, não faz distinção entre caso fortuito 
e força maior. 
Art. 393. (...) Parágrafo único. O caso fortuito ou de 
força maior verifica-se no fato necessário, cujos 
efeitos não eram possíveis evitar ou impedir. 
É o fato externo à conduta do agente de natureza 
inevitável, ou seja, independe da previsibilidade. 
Fortuito interno - é o fato imprevisível e inevitável, 
mas que está inserido nos riscos de uma atividade 
empresarial exercida pelo agente, ou seja, um risco 
a ela inerente. 
O caso fortuito interno não exclui o nexo de 
causalidade. 
Súmula 479 do STJ - As instituições financeiras 
respondem objetivamente pelos danos gerados por 
fortuito interno a fraudes e delitos praticados por 
terceiros no âmbito de operações bancárias. 
• Culpa Exclusiva da Vítima 
Quando a conduta da vítima se constrói em causa 
direta e determinante do evento, de modo a não ser 
possível apontar qualquer defeito no produto ou no 
serviço como fato motivador da sua ocorrência. 
Exemplo: Pessoa que é atropelada fora do local 
adequado para travessia, sendo que o motorista 
 
dirigia obedecendo todas as regras de trânsito e 
com atenção necessária. A conduta que gerou o 
dano decorre da própria vítima, sendo Culpa 
Exclusiva da Vítima! 
Exemplo 2: ligar aparelho 220v o qual tem um 
adesivo grande avisando que a voltagem é 110v, e 
ele vir a queimar. Ao pleitear ressarcimento, a 
empresa pode alegar a culpa exclusiva da vítima. 
Vale mencionar que, excepcionalmente, o grau de 
culpa poderá ter importância na fixação do valor 
da indenização em duas situações (não exclui, mas 
pode mitigar) 
A) desproporção excessiva entre o grau de 
culpa e a extensão do dano: 
Se houver uma culpa levíssima e um dano extenso, o 
art. 944, parágrafo único, CC concede ao juiz o 
poder de reduzir equitativamente o valor da 
indenização. 
Art. 944 CC. A indenização mede-se pela extensão 
do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva 
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, 
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a 
indenização. 
Exemplo: ao sair com o carro lentamente de sua 
garagem, um indivíduo se distrai com a música que 
esta tocando e acaba esbarrando com seu veículo 
em uma senhora que passa pela calçada, ela se 
desequilibra, cai, bate a cabeça no chão e vem a 
falecer - Culpa levíssima e dano extenso - a 
indenização será reduzida equitativamente. 
B) desproporção excessiva entre o grau de 
culpa e a extensão do dano: 
Nestes casos a verificação do grau de culpa será 
importante para a fixação do quantum indenizatório 
(a indenização será reduzida). A culpa de ambas 
as partes não é causa de exclusão do dever de 
indenizar, mas sim de redução do quantum. 
Art. 945 CC. Se a vítima tiver concorrido 
culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a 
gravidade de sua culpa em confronto com a do 
autor do dano. 
Em resumo, ocorre quando o infrator causa o 
evento danoso, mas as consequências do evento 
são agravadas pela conduta da vítima. Não 
exclui a responsabilidade civil. Se a vítima tiver 
concorrido culposamente para o evento danoso, a 
 
 de nexo de causalidade 
sua indenização será fixada tendo-se em conta a 
gravidade de sua culpa em confronto com a do 
autor do dano. 
• Fato de terceiro 
É parecido com o fortuito externo. Fato de terceiro 
se refere a um comportamento voluntário de um 
terceiro, que rompendo o nexo de causalidade, 
exclui a responsabilidade do infrator. 
Súmula 187, STF - veda a aplicação do fato de 
terceiro em favor de transportador, em caso de 
acidente com passageiro. (é a exceção) 
• Teoria do corpo neutro: Trata-se de uma 
aplicação do fato de terceiro na hipótese em 
que o agente físico do dano, atingido, é 
involuntariamente lançado contra a vítima. 
Ex.: acidente de carro em engarrafamento. 
• Cláusula de não indenizar (contratos) 
É aquela pela qual uma das partes contratantes 
declara que não será responsável por danos 
emergentes do contrato, em inadimplemento total 
ou parcial. Trata-se de exoneração convencional 
do dever de reparar o dano. Requisitos específicos: 
1. Consentimento deve ser bilateral; 
2. Não colidir com preceito cogente de lei, com a 
ordem pública e com os bons costumes; 
3. Não deve eximir/dispensar o dolo ou a falta 
grave do estipulante; 
Ainda nos casos em que é possível, tem limites: 
1. ordem pública: princípios e regras de intensa 
repercussão social, onde estão em jogo valores 
sociais e culturais; 
2. dolo e culpa grave: do contrário, seria 
“assegurar a impunidade às ações danosas de 
maior gravidade”; 
3. não pode ser ajustada para afastar ou 
transferir obrigações essenciais do 
contratante. Elementos essenciais do contrato. 
Exemplo: aluguel de cofre bancário, e o banco tenta 
excluir sua responsabilidade no caso de sumiço do 
valor, ou fogo… 
Em três hipóteses não é admitida: Contratos 
consumo, Contrato de adesão e Obrigações de 
resultado.

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