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Linguística - Aula 3

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LINGUÍSTICA 1 (aula 3)
Linguística é a ciência que estuda a linguagem. Embora haja estudos linguísticos desde o século XIX, a publicação do livro com as idéias de Ferdinand de Saussure mudou o foco desses estudos. 
Antes, muitos estudos valorizavam demais a gramática normativa que originou-se na Gramática Tradicional elaborada pelos gregos e, por isso apresenta esse caráter prescritivo.
Diferentemente dessa gramática, os linguistas analisam os usos da língua, estudam o processamento da linguagem no cérebro, observam a relação entre língua e cultura, sempre com um olhar destituído de preconceito.
O QUE É GRAMÁTICA TRADICIONAL
É a teoria linguística tradicional iniciada pelos gregos, em Alexandria, no século III a.C., com o objetivo de preservar a pureza da língua grega. A Gramática Tradicional e sua derivada, Gramática Normativa, são doutrinas e não ciência: estabelecem o que é certo e errado a partir de um ponto de vista.
GRAMÁTICA TRADICIONAL E GRAMÁTICA NORMATIVA SÃO A MESMA COISA?
Não. A Gramática Normativa é a gramática de uma língua codificada sob a forma de um livro e que estabelece as regras e normas do que é considerado a forma correta em relação à escrita e à fala. A Gramática Normativa também é chamada de Gramática Prescritiva, já que ela prescreve esse conjunto de normas.
GRAMÁTICA PRESCRITIVA x DESCRITIVA 
Gramática tradicional, normativa, ou prescritiva são os termos usados para referir-se a todo estudo de cunho gramatical anterior ao advento da ciência linguística. Como o próprio nome define, a gramática prescritiva é uma tentativa de estabelecer um ordenamento lógico em um determinado idioma e definir normas que vão determinar o que é apropriado no uso desse idioma 
Daí surge a noção de certo e errado. Aquilo que não estiver de acordo com as normas, com as regras gramaticais, é classificado como inadequado. Esta teoria predominou desde meados do século 18 até o início deste século, e é ainda encontrada no currículo de muitas escolas hoje.
A partir das décadas de 1920 e 1930, a teoria do estruturalismo em linguística (Ferdinand de Saussure na Europa e Leonard Bloomfield nos EUA) passou a questionar a visão prescritiva. No estruturalismo, o fenômeno existente é o ponto de partida. Observar o fenômeno da linguagem de fato e descrevê-lo passou a ser mais importante do que prescrever como esse fenômeno deveria ser.
FERDINAND DE SAUSSURE
SAUSSURE, mestre da Universidade de Genebra é considerado o pai da Linguística Moderna. O Curso de Linguística Geral, publicado em 1916, sob o qual se construiu todo o edifício da Linguística Moderna, resulta de anotações de aulas reunidas e publicadas, por dois de seus alunos: Albert Sechehaye e Charles Bally.
Nos anos 60, a partir do trabalho do norte-americano Noam Chomsky, a teoria linguística gerativo-transformacional revolucionou conceitos e trouxe um elemento novo: o de que a linguagem humana é criativa, e de que a capacidade (competence) de um native speaker com bom grau de instrução, através da qual ele consegue produzir um número ilimitado de frases, é que determina a "gramaticalidade" ou a "aceitabilidade" da língua.
Por um lado a nova gramática gerativo-transformacional representou um movimento em oposição ao então predominante estruturalismo, mas por outro lado ambos se opõem radicalmente à rigidez da linguística prescritiva. 
Isto coloca o estudo da gramática, quanto a seu aspecto funcional, no papel de descritiva e não normativa. Levando nosso raciocínio ao extremo, poderíamos dizer que se gramática fosse prescritiva, devêssemos talvez voltar a usar o latim vulgar em vez do português.
O fato é que regras gramaticais são úteis se dinâmicas, se relativas e não absolutas. Devem acompanhar com agilidade as transformações que inexoravelmente ocorrem em todos os idiomas, ao sabor de fenômenos sociais, culturais, econômicos, etc.
DEFINIÇÕES E DIFERENÇAS
O filólogo, segundo Câmara Jr., em seu Dicionário de Linguística e Gramática (1986), a filologia “Hoje, designa, estritamente, o estudo da língua na literatura, distinto, portanto da linguística.”
O gramático elabora o conjunto de regras do que se considera o uso correto da língua. Essas regras são codificadas em um livro chamado Gramática Normativa, e esse olhar prescritivo começou com os gregos e sua Gramática Tradicional.
O linguista estuda a linguagem humana. Sem descrever normas ou definir padrões em termos de julgamento de correto-incorreto, pode documentar uma língua tal como ela se manifesta no momento da descrição (Sociolinguística), estudar o processamento da linguagem (Psicolinguístca e Neurolinguística) e observar a relação entre línguas e cultura (Etnolinguística) etc.
O QUE É A LINGUAGEM?
Linguagem é todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação.
Quando pensamos na linguagem humana temos dois tipos de linguagem:
- Linguagem verbal: é uma forma de linguagem em que os sinais utilizados para atos de comunicação são as palavras.
- Linguagem não verbal: é uma forma de linguagem que utiliza para atos de comunicação outros sinais que não são as palavras.
O QUE SERIA A LINGUÍSTICA PURA?
Linguística é a ciência que investiga os fenômenos relacionados à linguagem verbal humana e que busca determinar os princípios e as características que regulam as estruturas das línguas.
O QUE HAVIA DE ESTUDOS DA LÍNGUA ANTES DE SAUSSURE?
Desde a antiguidade os homens estudavam as línguas. No período conhecido como Pré-Linguística houve os seguintes estudos:
1-O estudo do certo e do errado. Nesse tipo de estudo não há uma visão científica da linguagem. O modo de falar das classes “superiores” é considerado correto.
2- Estudo da língua estrangeira. Através do contato com comunidades de línguas diferentes,tem-se um estudo com a comparação entre diferentes sistemas linguísticos.
3- Estudo filológico da linguagem. Busca compreender textos antigos em comparação a textos do presente, através da literatura. Este tipo de estudo ainda é considerado ciência.
Após a Pré-Linguística, temos um período conhecido como Paralinguística e que é representado por estudos que não entram no domínio da linguagem. Nesse período aconteceram:
O Estudo Lógico da Linguagem. Estudo que mesclou Filosofia e Linguística e que buscou descobrir a relação entre pensamento e linguagem.
O Estudo Biológico da Linguagem. Encara-se a linguagem como inerente ao ser humano e depende de aspectos biológicos do corpo humano. Estudavam-se as características biológicas que permitem ao homem falar.
O período LINGUÍSTICO começa antes da publicação do Curso de Linguística geral. É preciso que se compreenda que Saussure não foi o “inventor” da Linguística, e sim o responsável pela mudança no foco dos estudos linguísticos.
No início do século XIX, há o início dos estudos históricos que podem ser considerados ‘linguísticos’.
Descoberta do Sânscrito
No século XIX publica-se a primeira gramática de sânscrito em inglês, escrita entre 300 e 600 a.C.
O gramáticos hindus mostravam conhecimento sobre a língua já que se preocupavam com a natureza semântica da palavra e da frase, a arbitrariedade entre forma e significado, a variabilidade e extensibilidade do significado das palavras. A fonética hindu estudava o processo de articulação, os segmento (vogais e consoantes) e as estruturas fonológicas.
A partir da descoberta do sânscrito:
Surge o interesse em identificar as famílias das línguas.
Tenta-se mostrar que a mudança linguística é um processo:
a) Regular: princípio de regularidade das mudanças;
b) Universal: todas as línguas evoluem;
c) Constante: toda língua está em evolução contínua.

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