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Condição jurídica do estrangeiro Está relacionada à regulamentarização da entrada da estada e da saída do estrangeiro de determinado território. Cada país tem seu conjunto de normas sobre esse assunto. • Tratado de Chandler: acordo negociado no âmbito da União Europeia para facilitar a entrada e saída de pessoas dentro do bloco. O primeiro país de entrada é o país que será responsável pelo controle de passaporte, fiscalização e o ingresso do estrangeiro no território europeu. O brasileiro pode permanecer no território europeu por 90 dias sem a necessidade de visto (se passar será deportado). Mesmo com a pandemia, o tratado está em vigor. Apesar do tratado, cada país cria sua norma sobre essa condição jurídica do estrangeiro. No Brasil, a situação (condição) jurídica do estrangeiro vem regulada na Lei 13.445/17 (Lei de Migração), que dispõe sobre os direitos e os deveres do migrante e do visitante, regula sua entrada e estada no Brasil e estabelece princípios e diretrizes para as políticas públicas do migrante (artigo 1º). Artigo 38 da Lei de Migração: As funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteira são realizadas pela Polícia Federal nos pontos de entrada e de saída do território nacional - a polícia federal que faz o controle da entrada e da saída de estrangeiros. • Imigrante: pessoa nacional de outro país, ou mesmo apátrida, que trabalha ou reside temporária ou definitivamente no Brasil. A estada é mais longa. • Visitante: nacional de outro país, ou apátrida, que vem ao Brasil para estadas de pouca duração sem pretensão temporária ou definitivamente no território nacional (ex.: estudantes, empresários, turistas). Visitante curto que tenha que solicitar o visto de visita. A diferença dos dois reside no objetivo da estadia no Brasil. O estrangeiro que vem ao Brasil necessita do visto, não havendo exceção. Um argentino que venha para cá, por exemplo, pode permanecer até 90 dias sem problemas, porém se exceder, se tornará ilegal - qualquer estrangeiro necessita de visto. O Mercosul é uma facilitação de entrada. Expulsão do estrangeiro por iniciativa estatal: O próprio Estado que repatria, deporta ou expulsa o estrangeiro administrativamente (extradição é mecanismo jurídico). Devem ser realizadas para o país de nacionalidade ou para o país do qual ele tenha vindo. 1. Repatriação: É uma medida administrativa de devolução ao país de procedência ou de nacionalidade da pessoa em situação de impedimento de ingresso no território nacional, identificada no momento da entrada no território brasileiro (artigo 49, § 2º, Lei de Migração - A Lei anterior era o Estatuto do Estrangeiro de 1990. Foi revogada porque continha alguns princípios que já não eram condizentes com a sociedade brasileira atual). A pessoa fica no controle de passaporte e de alguma forma a polícia federal entende que aquele estrangeiro não pode ingressar no território brasileiro. Importante: ele ainda não ingressou. Considera-se que a pessoa nessa situação não ingressou oficialmente no país, embora esteja fisicamente em seu território. O momento será após a entrevista com a polícia federal, que autoriza a entrada, checa o passaporte, a documentação etc. e ele passará para a zona secundária. 2. Deportação: Acontece no momento após a repatriação, ou seja, a diferença entre os dois é a questão temporal. A deportação é a retirada compulsória do estrangeiro do território nacional (ele já havia ingressado), fundamentada no fato de sua entrada irregular (geralmente clandestina) ou permanência clandestina no país, ou a sua permanência se torna clandestina (visto de turista e passa o tempo, consegue um emprego e estabelece sua vida social). Ele não será deportado na hora. A lei dá o prazo de 60 dias para providenciar o visto; ou ele poderá, voluntariamente, se retirar do país. Se ultrapassar a data, ele será deportado. Não há deportação coletiva. Mesmo que se tenha grupos ingressando juntos, porque era muito comum na época do holocausto que essas deportações coletivas acontecessem. 3. Expulsão: Medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado (artigo 54, Lei de Migração). O Estrangeiro comete algum crime no Brasil (normalmente se expulsa por tráfico de drogas e segurança nacional), e o Estado o retira do seu território impedindo que a este retorne por prazo determinado. Expulsão do estrangeiro por meio de processo judicial: Ao contrário das medidas anteriores, a extradição é implementada por meio de um processo judicial, ou seja, não há qualquer iniciativa das autoridades locais. Quem solicita a extradição é sempre o país onde a pessoa cometeu o crime, ou seja, um cidadão chileno comete um crime na Argentina, ele está sendo processado criminalmente e foge para o Brasil. A Argentina irá solicitar a extradição para o Brasil, e o Brasil irá analisar juridicamente se será possível entregar o cidadão para a justiça Argentina. O país de nacionalidade não tem, em princípio, nenhuma participação no processo. Extradição de brasileiros: Art; 5º, CF, LI - nenhum brasileiro nato será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; Poderá ser extraditado em caso de: Crime comum praticado antes da naturalização. Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei- mesmo que tenha ocorrido após, ele poderá ser extraditado. Condições gerais para a extradição de acordo com o Direito brasileiro: • Ter sido o crime cometido no território do Estado requerente • Serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado. • Estar o extraditando respondendo a processo investigatório ou penal, ou ter sido condenado pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a pena privativa de liberdade superior a 2 anos (Lei de Migração, art. 83, I e II. • Regulamento, art 263, I e II) • Cometido crime comum, e não políticos ou de opinião. • O Estado requerente deve respeitar os direitos e liberdades fundamentais da pessoa humana.
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