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EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 1 Tratamento da hipertensão – Aula 1 - Mácula densa percebe a concentração de NaCl. Células justaglomerulares: percebem e modificam o fluxo sanguíneo na arteríola aferente. Ajuda a regular o fluxo renal, como vai ocorrer excreções glomerulares, ao perceber como está a excreção e se deve aumentar ou diminuir. - Tem um mecanismo simpático que libera renina, vira angiotensina. Aldosterona, que promove a reabsorção de sódio e agua, controlando suas quantidades. Estimulação - Por queda de pressão sanguínea, por diminuição do volume de líquido que gera aumento da atividade simpática. Toda a cadeia de reações leva ao aumento/permanência do alto volume circulante. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 2 Classificação dos anti-hipertensivos com base no seu local de ação DIURÉTICOS: ** - Ainda não está bem estabelecido. - Os tiazídicos diminuem o volume extracelular pela interação com um cotransportador de NaCl sensível a tiazidas no túbulo contorcido distal, aumenta a excreção de Na e diminui o Débito cardíaco. - O efeito hipotensor se deve a redução da resistência vascular, o DC retorna a valores anteriores aos do tratamento e o volume extracelular fica reduzido. Benzotiadiazinas e compostos relacionados (tiazidas) - Impedem a reabsorção de sódio no túbulo distal e promovem uma leve diurese. Permitem ação anti-HAS lenta. São mais indicados para pacientes com renina baixa, negros e idosos. - Efeitos adversos: hipocalemia, hipomagnesemia, aumento cálcio, aumento LDL (ñ indicado para quem tem dislipidemia), intolerância a glicose (ñ usado em pctes DM), impotência sexual, hiperuricemia Diuréticos de alça - Agem no ramo ascendente da alça, inibindo a proteína do cotransporte Na/K/2Cl, fazendo com que o sódio não seja reabsorvido e vá para o lúmen, levando junto com ele água. - São os diuréticos mais potentes, de ação rápida, podendo agir mesmo que a função renal esteja comprometida. Lesão renal pré-renal, renal (neoplasias e outros) ou pós-renal (ureter, cálculos) Ex: indivíduo com HAS. Crise hipertensiva: elevação da PA, com alteração do nível de consciência, alteração renal, cardíaca, cefaleia. Os diuréticos de alça funcionam muito bem em crises hipertensivas. Para um uso crônico, não é tão indicado, são usados os tiazídicos. - Efeitos adversos: depleção de fluido com desidratação e hipotensão; altas doses estão relacionadas com ototoxicidade. Diuréticos poupadores de potássio - Espironolactona: um antagonista da aldosterona, que bloqueia seus receptores no túbulo distal, facilitando a excreção de Na e a retenção de K. o mais usado. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 3 - No córtex suprarrenal produz-se aldosterona, cortisol, testosterona, progesterona. O medicamento age como antagonista nessas substâncias, impedindo produção excessiva. - Tem como efeito colateral o aparecimento de gicecomastia. Devem ser usados em pctes vulneráveis com hipocalemia. - Amilorida: age nos túbulos coletores, impedindo a reabsorção de Na e eliminação de K. Inibe os transportadores de membrana. Hidroclorotiazida 25mg/dia e clotalidona como tiazidas. Furosemida como diurético de alça. Espironolactona e Amilorida como diuréticos poupadores de potássio. INIBODORES DO SISTEMA SIMPÁTICO CENTRAL ** - alfa-Metildopa sofre ação de uma enzima que a transforma em alfa-metildopamina; esta também sofre ação de outra enzima e se transforma em alfa-metilnorepinefrina. - É provável que a metilnorepinefrina seja agonista dos receptores alfa-adrenérgicos no tronco encefálico para atenuar o efluxo de sinais adrenérgicos vasoconstritores para o SNSP. - Ex: numa hipotensão, libera norepinefrina, que vasocontrai e aumenta a pressão. Baroreceptores enviam sinal para o SNC, que vai estimular o SNPeriférico para liberar epinefrina e norepinefrina para aumentar essa pressão e sair do estado de hipotensão. - Quando noraepinefrina se liga ao tronco encefálico, indica que há muito na periferia, levando a diminuição do estímulo do simpático e diminuição da liberação de norepinefrina. - A metildopa “engana”. Clonidina e a-metildopa - Deprimem o tônus simpático por ação agonista nos receptores pré-sinápticos α-2- adrenérgico do SNC - Essa estimulação diminuiria a eficácia da liberação de noradrenalina nos nervos terminais em resposta à despolarização. Enfraquece os sinais simpáticos ao coração e aos vasos. - Reduzem o nível de renina plasmática por mecanismo ainda não esclarecido. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 4 - Usa-se a-metildopa para gestantes. Possui como efeitos adversos sedação, tonturas e cefaleia. - Clonidina tem efeito rebote após a suspensão abrupta da droga. Bloqueadores pós-ganglionares neuronais - Diminuem a pressão arterial, por dificultarem a liberação fisiológica normal de noradrenalina nos neurônios simpáticos pós-ganglionares. A reserpina é a que mais aparece. - A droga bloqueia a capacidade das vesículas neurotransmissoras de formar NT e armazená-lo. - Resulta numa depleção de noradrenalina, adrenalina e serotonina dos neurônios periféricos e centrais. - Efeitos adversos: sedação, pesadelos, distúrbios mentais (depressão com componente psicótico que pode levar ao suicídio), efeitos extrapiramidais (pcte com Disartria, base alargada), distúrbios gastrointestinais. DROGAS DE AÇÃO PERIFÉRICA Beta-bloqueadores - O antagonismo dos receptores β – adrenérgico afeta a regulação da circulação por vários mecanismos, incluindo redução da contratilidade do miocárdio e do débito cardíaco. - Reduz a secreção de renina, com consequente queda dos níveis de angiotensina II. Beta-1: ionotropismo: diminuição da força Beta-2: cronotropismo: FC - Efeitos adversos: fadiga, letargia; broncoconstrição (asmático NÃO pode usar); diminuição da liberação de insulina (NÃO usar em pctes DM); visão turva, queda da pressão ocular. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 5 A1-bloqueadores (prazozina, terazosina e doxazosina) - São drogas que bloqueiam os receptores α-1 adrenérgicos, levando a uma potente vasodilatação arterial com queda da resistência vascular periférica, que geralmente está aumentada na hipertensão arterial. - O bloqueio não seletivo α-1 e α-2 produz taquicardia reflexa, retenção de sódio e água, o que tem limitado seu uso crônico. - Uma importante preocupação sobre o uso dos α1-bloqueadores para hipertensão é o denominado fenômeno de primeira dose, no qual ocorre uma hipotensão ortostática sintomática dentro de 30-90 minutos após a dose inicial ou aumento da dose. Tratamento da hipertensão – Aula 2 VASODILATADORES DIRETOS - São drogas que têm um efeito relaxador direto no músculo liso vascular, sem intermediação de receptores específicos - O resultado da vasodilatação da arteríola pré-capilar é a queda na RVP. Hidralazina - Mecanismo de ação ainda não estabelecido - Faz a inibição dos locais de armazenamento intracelular induzidas pelo IP3, abertura dos canais de K+ ativados por Ca2+ e ativação de uma via do ácido araquidônico (COX gerando prostaclinas, ação vasodilatadora) - A vasodilatação induzida pela Hidralazina desencadeia uma grande estimulação do SNS, com aumento da FC, contratilidade cardíaca e aumento da atividade da renina. Quando uso de forma isolada, ocorrem eventos que diminuem a capacidade de ação do medicamento a longo prazo. Farmacocinética VO e EV Após VO é metabolizada (acetilada) no intestino e fígado o que contribui para baixa biodisponibilidade (16-35%) [Máxima] = 30-120 min T1/2 = 1 hora embora seu efeito hipotensor dure cercade 12 horas Obs: taquifilaxia. Quando uso o medicamento a longo prazo, o organismo quer contrapor os efeitos hipotensores, ativando SNS. Isso necessita de doses maiores para manter o medicamento na sua ação hipotensiva. Usos terapêuticos: utilizado em crises hipertensivas durante a gestação. (Para controle, usa-se alfa- metildopa) Efeito adversos: cefaleia (vasodilatação de artérias cerebrais - cefaleia pulsátil), náusea, hipotensão arterial, taquicardia - Cuidar em pacientes com doença arterial coronariana devido à resposta do SNS - Reações imunológicas (LES após uso prolongado, vasculite, ...) Minoxidil - O seu efeito parece resultar da abertura dos canais de potássio modulado por ATP, produzindo efluxo de K+, nas membranas das células dos músculos lisos - Também produz reflexos simpáticos - Assim como a hidralazina, ele dilata as arteríolas, mas não as veias Reações adversas: taquicardia, palpitações, cefaleia, hipertricose Nitroprussiato - É um nitrovasodilatador, metabolizado pelos vasos em seu metabolismo ativo, o óxido nítrico. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 6 - Dilata tanto as arteríolas quanto as vênulas, e a resposta hemodinâmica à sua administração resulta de uma combinação de acúmulo venoso e redução da impedância arterial - Agente deve ser administrado na forma de infusão intravenosa contínua. Início de ação 30 segundos, efeito máximo 2 minutos, desaparece 3 minutos após término da infusão - Composto sofre decomposição quando exposto luz (fotossensível) Os nitratos pela sintetases forma óxido nítrico, que ativam guanilato-ciclase. Transforma o GTP em GMPc, que bloqueia fosforilação da miosina e inibe os canais de cálcio, e se ela não é fosforilada e fica inativa não interage com a actina enão provoca relaxamento dos vasos. BLOQUEADORES (ANTAGONISTA) DOS CANAIS DE CÁLCIO - Na hipertensão arterial em fases iniciais ou nos jovens, prevalece a resposta mediada pelos receptores beta (aumento da frequência cardíaca e de renina plasmática) com resistência periférica global normal - Nas Fases avançadas ou nos idosos a mediação é feita pelos alfa-1 e 2 pós- sinápticos e dependentes do influxo de cálcio, com aumento da RV. Mecanismo de ação - Na HA essencial, o aumento da RVP depende do fluxo de cálcio aumentado. - Os ACC diminuem as concentrações de cálcio livre intracelular, principalmente através desse influxo, levando a uma potente vasodilatação arteriolar. - Geralmente, 2ª opção ou 3ª. - Essas drogas por um lado, diminuem a vasoconstrição, via influxo de cálcio na musculatura lisa do vaso, por outro, aumentam via barorreceptores a atividade do SNS e aldosterona, levando a vasoconstrição Não di-hidropiridínicos 1. Verapamil - Tem afinidade aumentada pelo miocárdio, incluindo o tecido de condução (canais de Ca cardíaco). - É um depressor do miocárdio. - Anti-hipertensivo potente quando em associações, mas sozinho, não é muito potente. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 7 2. Diltiazem - São menos depressores do miocárdio, com efeito na HA Di-hidropiridínicos - Essa subclasse tem afinidade vascular preponderante 1. Nifedipina (VO, liberado para gestação, crise hipertensiva e controle de PA). Usado para trabalho de parto prematuro, pq há contrações antes do esperado. Age nos canais de Ca do útero, bloqueando a contração do útero antes do tempo. 2. Anlodipino INIBIDORES DA ENZIMA DE CONVERSÃO DA ANGIOTENSINA – IECA A angiotensina II aumenta a PA por diferentes mecanismos: Ação vasoconstritora direta Interação com o sistema simpático por vários mecanismos locais Exacerbação da resposta estímulo alfa-adrenérgico Estímulo à produção de aldosterona Hipertrofia vascular (pelo estímulo constante de constrição, diminui o lúmen do vaso e dificulta o relaxamento). Pode aumentar a massa muscular, principalmente do VE Mecanismo de ação - O desaparecimento da Angiotensina II é principal responsável pelo efeito - Pacientes brancos jovens e de meia-idade respondem melhor à IECA - Além disso, existe uma exacerbação do sistema cinina-calicreína que promove vasodilatação através do fator relaxante derivado do endotélio (EDRF- óxido nítrico) e de prostaciclinas. - Age sobre a bradicinina, ela quebra. Efeitos adversos - Hipotensão, hiperpotassemia, deterioração da função renal são causados pelo bloqueio da produção de angiotensina II (em algumas doenças renais preexistentes - Tosse seca não produtiva ocorre em até 10% dos pacientes (aumento da bradicinina pulmonar, gerando broncoespasmo) Contraindicações EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 8 - Gestantes, anúria neonatal, estenose bilateral de artéria renal (o estreitamento aumenta a pressão na artéria, dificultando que o sangue que chega vá até o rim, diminui filtração, diminui capacidade de eliminar potássio, que se eleva. Diminuir aldosterona, aumenta ainda mais potássio, levando a hiperpotassemia. BLOQUEADOR DO RECEPTOR DA ANGIOTENSINA II (AT1) ou ANTAGONISTA (ARAII) - O sistema renina-angiotensina tem sido há muito tempo implicado na fisiopatologia da HA Locais de receptores para AII são encontrados em vários órgãos, que estão envolvidos na homeostase da circulação. - Córtex adrenal, vasos sanguíneos, rins, terminações nervosas noradrenérgicas Mecanismo de ação: - Antagonista total, competitivo e específico do receptor da angiotensina II - Antagoniza as respostas endógenas da AII, levando principalmente à vasodilatação, excreção de sódio e diminuição atividade noradrenérgica. Há bloqueio dos efeitos simpáticos. - Diferentemente dos IECA, essa droga não interfere nos sistemas cininas e das prostaciclinas. Não causa a tosse. Contraindicações: gestantes pelo risco de malformações, insuficiência hepática Efeitos adversos: semelhantes aos IECA, exceto tosse NÃO SE FAZ ASSOCIAÇÃO DE IECA COM BRA, pois potencializa os efeitos. A associação entre medicamentos faz bloqueio de outras rotas. Assim, não precisa de altíssimas doses dos medicamentos. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 - FARMACOLOGIA 9 INIBIDORES DIRETOS DA RENINA Alisquireno - Ele inibe a atividade catalítica da renina de forma direta e competitiva ao se ligar a renina, diminuindo Angiotensina I, angiotensina II e aldosterona. Todo o sistema não vai ser formado. - É pouco absorvido e tem biodisponibilidade de 3% - T1/2 = 24 horas - Excreção biliar Usos terapêuticos - Importância incerta no tratamento da hipertensão. Ainda não se sabe o quanto traz benefícios, se é melhor ou pior que outros. Contraindicação: associação com outros fármacos que atuem no SRAA, pois pode aumentar os efeitos colaterais e pode tirar toda a angiotensina, porém o corpo não pode ficar sem nada dela.
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