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Neoplasia de glândulas salivares Foco da aula: glândulas salivares maiores Anatomia das glândulas salivares: Invervação Nervo facial: importante na motricidade/mimica facial e também tem um ramo sensitivo. Ramos do nervo facial: · Temporal (movimentação da testa) · Zigomático (movimentação e inervação do ramo do orbicular) · Bucal (movimento em volta da boca) · Mandibular (movimento do lábio, quando há lesão deixa a boca torta) · Cervical - Inflamação, tumor, cirurgia, lesão na parótida pode causar lesão no nervo facial, gerando uma paralisia facial periférica, alterando fechamento das pálpebras, incontinência dos lábios (alteração da fala e mastigação), alteração facial. Glândulas salivares maiores: 2 glândulas parótidas, 2 glândulas submandibulares e 2 glândulas sublinguais (menor incidência de tumor) Glândulas salivares menores: há aproximadamente 750 glândulas salivares menores que estão espalhadas por toda a submucosa da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, laringe, espaço parafaríngeo e rinofaringe. · As neoplasias das glândulas salivares constituem de 3% a 4% das neoplasias da cabeça e pescoço. · A maioria se origina na parótida (70%) · Na glândula submandibular (22%) · Sublingual e glândulas menores (8%) são menos comuns Glândula parótida · Localizada na região pré-auricular, tem uma forma piramidal · Pesa de 15-30g · É dividida em plano superficial e profundo nervo facial · Acima do nervo facial: lobo/plano superficial da parótida · Medial ao nervo facial: lobo/plano profundo da parótida · 80% das lesões ocorrem no plano superficial no plano inferior. · A glândula há uma ligação direta com a boca, há um orifício que liga o ducto da glândula que escoa a saliva para a boca, se chama ducto de Stensen (secreção escoa) A glândula parótida é a maior glândula salivar, se divide em lobo superficial e lobo profundo pelo nervo facial, os lobos são diferenciados pela veia retromandibular, encontrada na divisão dos lobos. Glandula submandibular · Triangulo submandibular delimitado pelos dois ventres do musculo digastrico e perto do musculo homo-hioide · Pesa 7-16g · Secreção escoa pelo ducto de Wharton · Nervo marginal da mandíbula NEOPLASIAS BENIGNAS · Doenças inflamatórias são comuns Tumores: Parotidas: glândula que mais tem lesão (80% são benignos) e 20% malignos Submandibulas: 50% são benignos e 50% malignos Sublinguais: cerca 20%benignos (incidência baixa, mas quando tem a chance é grande de ser maligno) TIPOS DE TUMORES BENIGNOS · Adenoma pleomorfico - Tumor misto benigno - 80% na parótida mas ocorre também na submandibular - É o tumor mais comum das glândulas salivares no lobo superficial - Feminino - Massas ovoides boceladas Obs: o adenoma alomórfico é cirúrgico porque pode virar maligno · Tumor de Whartin (exclusivo da parótida) – 2° mais frequente - cistoadenoma papilifero linfomatoso - Parte inferior do lobo superficial (cauda) - Comum em: homens, pacientes etilistas - Normalmente é bilateral Obs: cirúrgico também porque pode crescer e começar a comprimir o nervo facial e prejudicar os movimentos da face do paciente. Quadro clínico · Massa na região cervical ou região pré-auricularr ou submandibular · Longo tempo de evolução · Sem invasão de pele ou déficite de nervo facial · Lobo profundo: abaulamento da loja amigdaliana NEOPLASIAS MALIGNAS (3 mais comuns) · Grande variedade anatomopatológica · Baixo grau e alto grau · Tipos - Carcinoma mucoepidermóide – o “menos agressivo”: · O mais comum · 60% nas glandulas salivares maiores e 80% deles ocorrem na parótida · Considerado de baixo grau · Ocorre mais comumente na 5° década de vida e no sexo feminino · Constituído por celular mucoides, epidermóides e intermediárias - Carcinoma adenoide cístico/cilindroma: · 2° mais frequente · Alto grau, mais frequente, se espalha rapidamente no organismo · Comum invasão perineural (invadiu o nervo e disseminou a doença para algum lugar, nesse caso invadiu a região intracraniana) - Carcinoma ex pleomórfico · 25% dos adenomas · É o adenoma pleomórfico que virou câncer · Comum na 6° década · Mais comum na parótida · Alto grau com grande agressividade Todos são casos cirúrgicos Quadro clínico: - Baixo grau: · Há presença de massa na região pré auricular ou submandibular ou sublingual · O tempo de evolução é relativamente longo · Indolor · Não tem alteração da mimica facial O adenoide cístico embora cresça lento é muito agressivo, ocorre a invasão perineural (SNC). - Alto grau (lesão que cresceu muito rápido): · Semanas ou meses de crescimento da massa · Lesão na pele, linfonodos no pescoço · Déficit do nervo facial · Metástases cervicais Diagnóstico: · História e exame físico · Punção com agulha fina para o exame citopatológico · Tumores volumosos o ideal é realizar uma tomografia · Para tumores que há desconfiança de malignidade é necessário realizar uma ressonância magnética Tratamento: · Apesar de benigno o tratamento é cirúrgico · Recomendado: exérese da massa tumoral com margens generosa do tecido saudável para evitar recidiva · Malignos: margem maior: indicação de parodictomia total com preservação do nervo facial se possível · Benigno: parotidectomia parcial com conservação do nervo facial · Tanto para tumor benigno e maligno é a retirada cirurgica Complicações cirúrgicas · Hematoma · Seroma · Infecção do sitio cirúrgico · Paralisia facial temporária · Paralisia facial definitiva
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