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Freud 2012

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PERSPECTIVA PSICANALÍTICA
A perspectiva psicanalítica preocupa-se com as forças inconscientes que motivam o comportamento humano. No início do século XX, Sigmund Freud (1856 - 1939) desenvolveu a psicanálise, abordagem terapeutica cujo objetivo era fazer o paciente compreender seus conflitos emocionais inconscientes, fazendo perguntas destinadas a evocar lembranças há muito esquecidas. Freud concluiu que a origem das perturbações emocionais está nas experiências traumáticas reprimidas da primeira infância. Sigmund Schlomo Freud foi médico neurologista, austríaco e judeu. Fundou a psicanálise e iniciou seus estudos pela utilização de um método de tratamento para pacientes com histeria. Ao observar a melhoria das pacientes de Charcot (respeitável médico francês que estudava a histeria), Freud elaborou a hipótese de que a causa da doença era psicológica e não orgânica. Essa hipótese serviu de base para seus outros conceitos, como por exemplo: do inconsciente. Freud também é conhecido por suas teorias dos mecanismos de defesa, repressão psicológica e por criar a utilização clínica da psicanálise como tratamento das psicopatologias, através do diálogo entre o paciente e o psicanalista. Freud acreditava que o desejo sexual era a energia motivacional primária da vida humana. Com o tempo, ele abandonou o uso da hipnose em pacientes com histeria, em favor da interpretação dos sonhos e da livre associação de ideias. Freud morou em Viena até 1938, quando fugiu para a Inglaterra devido ao nazismo e perdeu quatro irmãs, nos campos de concentração de Auschwitz, que foram impedidas de sair de Viena pelas autoridades nazistas. Em 1886 Freud casou-se com Martha Bernays com quem teve seis filhos. Josef Breuer (médico) foi um aliado de Freud em suas ideias, como também o ajudou em vários momentos de crise financeira. Freud acreditava que a personalidade formava-se nos primeiros anos de vida, momento em que as crianças passam por conflitos incoscientes entre seus impulsos biológicos inatos e as exigencias sociais. Ele sugeriu que tais conflitos ocorrem em uma sequencia invariável de fases de desenvolvimento psicossexual, baseadas na maturação, em que o prazer muda de uma zona corporal para outra - da boca para o ânus e depois para os genitais. Em cada fase o comportamento, que é a principal fonte de gratificação, o prazer muda - da alimentação para a eliminação e, posteriormente, para a atividade sexual. Das cinco fases do desenvolvimento da personalidade, Freud considerou as três primeiras, dos primeiros anos de vida, cruciais. Ele sugeriu que se as crianças recebem pouca ou excessiva gratificação, em qualquer uma das etapas do desenvolvimento, ocorre o risco de desenvolverem uma fixação - interrupção no desenvolvimento na época adequada, que pode aparecer na personalidade adulta. Por exemplo, bebês cujas necessidades não são satisfeitas durante a fase oral, quando a alimentação é a maior fonte de prazer, podem, quando adultos, desenvolver o hábito de roer unhas ou ter uma personalidade sacarsticamente crítica. No entanto, bebês que recebem tanto prazer oral, que não querem abandonar essa fase, podem posteriormente comer ou fumar compulsivamente. Outro exemplo, uma pessoa que na primeira infância teve um treinamento higiênico rígido demais pode fixar-se na fase anal, quando a principal fonte de prazer é movimentar os intestinos. Uma pessoa desse tipo pode ser obsessivamente limpa e caprichosa, rigidamente ligada a horários e rotinas ou provocadouramente desleixada. Segundo Freud, um acontecimento fundamental no desenvolvimento psicossexual ocorre durante a fase fálica, quando a zona de prazer transfere-se para os genitais. Os meninos desenvolvem apego sexual às mães (Complexo de Édipo) e as meninas aos pais (Complexo de Electra), tendo, inclusive, impulsos agressivos pelo genitor do mesmo sexo, que veêm como rival. Nessa fase, o menino aprende que a menina não possui pênis, presume que ele foi cortado e tem medo que o pai o castre também. Já a menina experimenta o que Freud chamou de inveja do pênis e culpa a mãe por não ter lhe dado um. Com o tempo, as crianças resolvem esta ansiedade pela identificação com o genitor de mesmo sexo e entram em relativa calma - fase de latência. Nessa fase, as crianças se socializam, frequentam a escola e se dedicam aos estudos, desenvolvem habilidades, aprendem sobre si mesmas e sobre a sociedade. A fase genital se estende por toda a vida adulta. As mudanças físicas da puberdade voltam a despertar a libido (energia que alimenta o impulso sexual). Os impulsos sexuais da fase fálica, reprimidos durante a latência, ressurgem para fluir em canais socialmente aprovados, que Freud definiu como relações heterossexuais com pessoas de fora da família de origem. Para Freud, o desenvolvimento psicossexual ocorre fases, de acordo com a área na qual a libido (desejo sexual) está mais concentrada. 
1a) Fase Oral - do nascimento aos 12 - 18 meses. A principal fonte de prazer do bebê envolve atividades ligadas à boca (sugar e alimentar-se);
2a) Fase Anal - dos 12 - 18 meses aos 3 anos. A principal fonte de prazer da criança envolve atividades ligadas ao intestino (reter e eliminar fezes). A zona de gratificação é a região anal e o abandono das fraldas é atividade importante.
3a) Fase Fálica - dos 3 aos 6 anos. A criança torna-se apegada ao genitor do sexo oposto e posteriormente se identifica com o genitor do mesmo sexo. Nessa fase, desenvolve-se o superego e a zona de gratificação transfere-se para a região genital.
4a) Fase de Latência - dos 6 anos à puberdade. Época relativamente calma entre fases mais turbulentas. A criança se dedica às tarefas escolares e aos grupos sociais do mesmo sexo.
5a) Fase Genital - da puberdade à idade adulta. Caracteriza-se pelo ressurgimento dos impulsos sexuais da fase fálica dirigidos à sexualidade adulta madura.
Em seus estudos, Freud também propôs três partes hipotéticas da personalidade (id, ego e superego): 
Id - os recém-nascidos são governados pelo id, que busca a satisfação imediata dos desejos;
Ego - representa a razão e desenvolve-se no primeiro ano de vida. Permanece entre o id e o superego, alternando as necessidades primitivas do id e as crenças éticas e morais do superego. É a instância na que se inclui a consciência. Um eu saudável proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e interagir com o mundo exterior de uma maneira que seja cômoda e gratificante para o id e aceitáveis para o superego.
Superego - inclui a consciência e incorpora deveres e proibições socialmente aprovados ao sistema de valores da criança. O superego é muito exigente, se suas demandas não são atendidas, a criança pode sentir-se culpada e ansiosa.
A teoria de Freud (conhecido como o pai da psicanálise) mostrou a profunda importância dos pensamentos; dos sentimentos; das motivações inconscientes e das experiências da infância na formação da personalidade. Freud também apontou a ambivalência (contradições) das respostas emocionais das crianças provenientes, especialmente, das relações estabelecidas com os pais. Para Freud, as imagens mentais estabelecidas, a partir dos primeiros relacionamentos da criança, influenciam seus relacionamentos posteriores até a vida adulta.
REFERÊNCIA:
PAPALIA, Diane. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
 Cheila Szuchmacher

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