Buscar

Anatomia e fisiologia da mulher

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pelve 
A pelve é a parte do tronco posteroinferior ao 
abdome e é a área de transição entre tronco e 
membros inferiores. 
Componentes Ósseos 
A pelve é formada pelos ossos direito e esquerdo 
do quadril, que se articulam anteriormente através da 
sínfise púbica, e pelo osso do sacro, que se articula 
posteriormente com os ossos do quadril. O osso do 
quadril de cada lado é formado pela fusão (que 
acontece em torno dos 14 anos de idade) entre três 
ossos: o ílio, que se localiza superiormente no osso do 
quadril; o ísquio, localizado posteriormente no osso do 
quadril; e o púbis, que se encontra anteriormente no 
osso do quadril. 
 
A linha terminal da pelve é a junção da linha que 
começa no sacro e segue como arqueada do ílio com a 
linha pectínea do púbis. Essa linha delimita a abertura 
superior, ou estreito superior, da pelve, importante 
referência anatômica para a divisão da cavidade 
pélvica. 
 
 
Considerações Funcionais 
A pelve tem a importante função de transmitir o 
peso da coluna vertebral para os acetábulos do quadril 
quando estamos de pé, ou para os túberes isquiáticos 
quando estamos sentados. Sendo assim, a articulação 
sacrilíaca é cruzada por ambos os vetores de força e 
requer pouca mobilidade para absorver forças de 
tensão e tração. Durante o período gestacional, seus 
ligamentos permanecem mais frouxos como 
consequência da ação hormonal, o que possibilita maior 
amplitude de movimento da articulação. A eficiência 
biomecânica da pelve depende da estabilidade da 
articulação sacrilíaca, capaz de resistir a 
deslocamentos que o peso do corpo tende a produzir. 
Na postura ortostática, o peso do corpo tende a 
deslocar o sacro caudal anteriormente em relação aos 
ossos do quadril, o que é impedido pelo forte ligamento 
sacroilíaco interósseo. Além disso, esse vetor de peso 
corporal tende a provocar a rotação do sacro, mas os 
ligamentos sacrotuberal e sacroespinal impedem esse 
deslocamento. 
 
 
 
 
 
 
Movimentos da pelve 
Foram realizados estudos que tornaram possível a 
visualização de movimentos artrocinemáticos e 
osteocinemáticos das articulações sacroilíacas 
durante a marcha e outras atividades. É importante 
ressaltar que a amplitude desses movimentos é 
limitada, sendo considerada entre 1 e 3 graus. Entre 
esses movimentos pélvicos, dois são conhecidos como 
nutação e contranutação. Durante a nutação, ocorre 
a aproximação das asas dos ílios em direção ao plano 
mediano do corpo e um afastamento dos túberes 
isquiáticos; ao mesmo tempo, ocorre o direcionamento 
anteroinferior da base do sacro e um movimento 
posterossuperior do cóccix. Durante o período 
expulsivo no parto vaginal, acontece esse movimento 
de nutação da pelve. Na contranutação as asas dos 
ílios se afastam da linha média do corpo, e os túberes 
isquiáticos se aproximam dela. A base do sacro se 
movimenta na direção posterossuperior, enquanto o 
cóccix se direciona anteroinferiormente. 
 
Tipos de pelve 
Ginecoide: pelve típica feminina 
• Mais comum (43% nas mulheres brancas 
e negras); 
• Forma: oval; 
• Bom prognostico de parto; 
• Diâmetro transverso se sobrepõe ao 
anteroposterior. 
 
Antropoide: alguns homens e mulheres 
• Forma: oval, estreita e longa (macacos 
antropoides); 
• Prognostico de parto: aumento da 
possibilidade de distócia anterior; 
• Diâmetro anteroposterior maior que o 
transverso. 
 
Androide: maioria dos homens 
• Forma: plana e achatada; 
• Prognostico de parto: ruim; 
• Achatamento transverso da pelve, com 
diâmetro anteroposterior igual ou ligeiramente 
maior que o transverso. 
 
Platipelóide: rara em ambos os gêneros 
• Forma: achatada 
• Prognostico de parto: aumento da 
possibilidade de distócia anterior; 
• Diâmetro transverso se sobrepõe 
excessivamente ao anteroposterior. 
 
• 
 
Cavidade pélvica e conteúdo 
A cavidade abdominal é contínua com a cavidade 
pélvica no tronco. A linha terminal que forma o estreito 
superior da pelve é uma referência anatômica que 
subdivide a pelve em duas cavidades: uma superior, 
conhecida como pelve falsa ou pelve maior, e a inferior 
ao estreito, conhecida como pelve verdadeira ou pelve 
menor. Esta última aloja os órgãos pélvicos (reto, 
bexiga, útero, vagina, tubas uterinas e ovários) no 
corpo feminino. A cavidade pélvica verdadeira é 
delimitada inferiormente pelos músculos conhecidos 
como diafragma pélvico. Abaixo do diafragma pélvico, 
a região é denominada períneo. 
 
 
Ureter 
Os ureteres são tubos musculares lisos que 
atingem 25 a 30 cm de comprimento e desempenham 
a função de conectar os rins à bexiga urinária. As 
partes pélvicas dos ureteres seguem nas paredes 
laterais da bexiga, entrando na sua face externa 
distantes um do outro aproximadamente 5 cm. As 
contrações do músculo detrusor da bexiga atuam 
como esfíncter, bloqueando o refluxo de urina para os 
ureteres quando a bexiga se contrai, o que aumenta a 
pressão interna durante a micção. A urina é 
transportada dos rins para a bexiga por meio de 
movimentos peristálticos dos ureteres, sendo levadas 
algumas gotas de urina a intervalos de 
aproximadamente 20 s. Os nervos dos ureteres são 
do plexo autonômico adjacente, e a condução do 
estímulo nociceptivo/dor segue as fibras simpáticas 
dos nervos espinais, chegando aos gânglios sensitivos 
da medula espinal e nos segmentos medulares T10-L2 
ou L3. A dor de ureter geralmente é referida no 
quadrante inferior ipsilateral do abdome, especialmente 
na região inguinal (virilha). 
 
Bexiga 
A bexiga urinária é um órgão oco constituído de 
músculo liso forte e resistente, e que apresenta alta 
distensibilidade: o músculo detrusor. A bexiga 
desempenha a função de reservatório temporário de 
urina e tem tamanho, formato e localização variáveis 
de acordo com o seu estado de plenitude e o estado 
dos órgãos adjacentes. Quando vazia, a bexiga do 
indivíduo adulto ocupa a pelve verdadeira e é separada 
dos ossos púbicos pelo espaço retropúbico. Ela 
também apresenta um ápice, paredes superior, 
inferolateral e posterior. Na região inferior da bexiga 
existe o colo, que é fixado pelos ligamentos vesicais 
laterais e pelo arco tendíneo da fáscia da pelve, além 
de seu componente anterior, o ligamento 
puboprostático em homens e pubovesical em mulheres. 
Vale destacar que, nas mulheres, como a face 
posterior da bexiga está apoiada na face anterior da 
vagina, a fixação lateral desta ao arco tendíneo da 
fáscia pélvica, o paracolpo, torna-se um relevante meio 
de sustentação com o qual a bexiga conta. 
Em relação à inervação da bexiga, as fibras 
simpáticas são conduzidas das regiões torácica 
inferior e lombar superior da medula espinal até os 
plexos vesicais (pélvicos), especialmente a partir dos 
nervos hipogástricos. As fibras parassimpáticas 
provenientes dos segmentos sacrais da medula espinal 
também alcançam a bexiga através dos plexos 
esplâncnicos pélvicos. 
Uretra 
A uretra feminina tem cerca de 4 cm de 
comprimento e segue anteroinferiormente do óstio 
interno da bexiga até o óstio externo da uretra. O 
canal uretral, que tem a função de transportar a urina 
da bexiga para o meio externo, situa-se anteriormente 
à vagina, e seu eixo é paralelo ao dela. A uretra segue 
com a vagina através do diafragma da pelve, do 
músculo esfíncter externo da uretra e da membrana do 
períneo. As fibras nervosas que inervam a uretra têm 
origem no plexo vesical e no nervo pudendo. As fibras 
aferentes viscerais da uretra caminham em direção à 
medula espinal através do plexo esplâncnico, e as 
fibras aferentes somáticas seguem para a medula a 
partir do nervo pudendo. O segmento medular no qual 
os nervos aferentes da uretra fazem sinapse é S2-
S4. 
Reto 
O reto é a porção pélvica do sistema digestório e 
mantém continuidade proximal com o colo sigmoide, e 
distal com o canal anal. A junção do colo sigmoide com 
o reto se dá anteriormente à vértebra S3, e a junção 
anorretal situa-se anteroinferiormente à extremidade 
do cóccix. A flexura anorretal deaproximadamente 
80° influencia o mecanismo para continência fecal, 
sendo mantida, durante o estado de repouso, pelo 
tônus do músculo puborretal e pela sua contração ativa 
durante as contrações peristálticas, se não for o 
momento ideal para que ocorra a defecação. A parte 
terminal dilatada do reto é a ampola retal, que recebe 
e mantém a massa fecal que se acumula até o momento 
da sua expulsão. A inervação do reto provém dos 
sistemas simpático e parassimpático, e as fibras 
aferentes viscerais seguem as fibras parassimpáticas 
até os gânglios sensitivos dos nervos espinais S2-
S4. 
 
Ovários 
Os ovários são as gônadas femininas que 
produzem os ovócitos (gametas femininos). Além dos 
gametas, as gônadas também produzem hormônios 
sexuais femininos e são suspensas por uma subdivisão 
do ligamento largo do útero denominada mesovário. Os 
capilares sanguíneos e linfáticos e os nervos 
ovarianos cruzam a margem da pelve, entrando e 
saindo da face superolateral do ovário dentro do seu 
ligamento suspensor. Medialmente no mesovário, 
encontra-se um curto ligamento útero-ovárico, 
também conhecido como ligamento próprio do ovário, 
que fixa o ovário ao útero. Assim, os ovários 
costumam ser encontrados entre o útero e a parede 
lateral da pelve. Como o ovário fica suspenso na 
cavidade abdominal e não é recoberto pelo peritônio, o 
ovócito expelido durante a ovulação passa para a 
cavidade peritoneal e, em seguida, é aprisionado pelas 
fímbrias da tuba uterina e conduzido para a ampola, 
onde pode ser fecundado. 
Tubas Uterinas 
As tubas uterinas têm aproximadamente 10 cm de 
comprimento e desempenham a função de transporte 
dos ovócitos liberados pelo ovário durante a ovulação, 
além de servir de local habitual para que ocorra a 
fecundação. As tubas uterinas estão fixadas por uma 
membrana chamada mesossalpinge e se estendem 
lateralmente a partir dos cornos uterinos, abrindo-se 
na cavidade abdominal, próximo aos ovários. As tubas 
uterinas podem ser divididas em quatro partes, da 
porção lateral para a medial: 
• Infundíbulo (fímbrias): extremidade distal da 
tuba fimbriada com processos digitiformes 
que se abrem na cavidade peritoneal a 
partir do óstio abdominal. 
• Ampola: porção mais dilatada da tuba, onde 
normalmente ocorre a fecundação do 
ovócito. 
• Istmo: porção mais estreita da tuba, que 
entra no corno do útero. 
• Parte uterina: porção curta intramural da 
tuba que se abre no óstio uterino para a 
cavidade do útero. 
A inervação da tuba uterina é proveniente do plexo 
ovárico e, em parte, do plexo uterino. As fibras 
aferentes que conduzem a sensação de dor das tubas 
ascendem através das fibras simpáticas do plexo 
ovárico até os segmentos medulares T11-L1. 
 
 
 
 
Útero 
O útero é um órgão muscular oco que apresenta 
paredes espessas e aloja o embrião e o feto no período 
da gravidez. O útero não gravídico se localiza na pelve 
verdadeira e possui as seguintes partes: fundo, corpo, 
istmo e colo. O corpo do útero se posiciona sobre a 
bexiga, e seu colo permanece entre a bexiga urinária e 
o reto. Na mulher adulta, o útero encontra-se 
antevertido, inclinado anterossuperiormente em 
relação ao eixo da vagina, e antefletido, fletido 
anteriormente em relação ao colo. 
 O colo é a porção final cilíndrica do útero, tem em 
torno de 2,5 cm de comprimento e é dividido em duas 
partes: uma supravaginal, entre o istmo e a vagina; e 
uma vaginal, que se projeta na parte superior da parede 
anterior da vagina. Ao corte, é possível discriminar as 
camadas ou lâminas do útero da mais interna para a 
mais externa: endométrio, miométrio e perimétrio. Além 
disso, pode-se visualizar a sua cavidade (dentro do 
corpo do útero), semelhante a uma fenda, que 
apresenta os cornos do útero, regiões onde penetram 
as tubas uterinas e o canal cervical (dentro do colo 
uterino). 
A cavidade do útero, o canal cervical do colo do 
útero e o lúmen vaginal constituem o canal do parto 
atravessado pelo feto no final da gravidez. A face 
anterior do útero está separada da bexiga pela 
escavação vesicouterina, e a face posterior está 
separada do colo sigmoide e do reto a partir da 
escavação retouterina. 
 É importante destacar os meios de fixação e 
sustentação desse órgão. A sustentação dinâmica do 
útero ocorre por meio do diafragma pélvico, 
especialmente durante momentos ou situações de 
aumento de pressão intra-abdominal, como ocorre em 
tosse ou espirro. A fixação do útero se dá pelos seus 
ligamentos, que serão descritos a seguir: 
• Ligamento largo do útero: constituído por 
uma dupla camada de peritônio, membrana 
serosa, que se estende das partes laterais 
do útero até as paredes abdominopélvicas. 
• Ligamento transverso do colo (cardinal): 
fixa-se na porção supravaginal do colo 
uterino e nas partes laterais do fórnix da 
vagina, até as paredes laterais da pelve. 
• Ligamento retouterino (uterrossacral): 
segue da lateral do colo uterino até o osso 
sacro, ligamento palpável ao toque retal. 
• Ligamento redondo do útero: faixa de 
tecido conjuntivo fibroso; estende-se de 
uma fixação logo abaixo da tuba uterina até 
os lábios maiores da vulva feminina. 
 
 
Vagina 
A vagina é um canal fibromuscular com 
aproximadamente 10 cm de comprimento e se estende 
do colo do útero até o seu óstio externo, que se abre 
juntamente com a glande do clitóris, o óstio externo 
da uretra e as glândulas vestibulares menores no 
vestíbulo vaginal, uma fenda situada entre os lábios 
menores da vulva feminina. A abertura externa da 
vagina é parcialmente obliterada na maioria das 
mulheres virgens por uma prega denominada hímen. 
Após sua ruptura, os pequenos fragmentos que 
permanecem na borda do óstio externo da vagina são 
denominadas carúnculas himenais. A vagina serve de 
canal para escoar o líquido menstrual, constitui o canal 
do parto, e recebe e envolve o pênis e o sêmen durante 
a relação sexual. Esse órgão normalmente se encontra 
colapsado, e sua mucosa tem numerosas pregas 
transversais que se assemelham a rugas. O canal 
vaginal situa-se inferiormente ao colo do útero, 
lateralmente ao músculo levantador do ânus e à fáscia 
pélvica, posteriormente ao fundo da bexiga e à uretra, 
e anteriormente ao reto. A porção mais inferior da 
vagina possui inervação somática que provém do nervo 
perineal profundo, um ramo do nervo pudendo. A maior 
parte da vagina, três quartos superiores, tem 
inervação visceral proveniente do plexo nervoso 
uterovaginal, que é um dos plexos pélvicos que se 
estendem do plexo hipogástrico inferior até os órgãos 
pélvicos. As fibras aferentes que transmitem impulsos 
dolorosos do colo uterino e da vagina seguem as fibras 
parassimpáticas através dos plexos uterovaginal e 
hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos 
pélvicos, para chegar aos corpos celulares nos 
gânglios sensitivos dos nervos espinais S2-S4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Genitália feminina externa 
 
Vulva 
Os órgãos genitais externos (monte púbico, lábios 
maiores e menores, clitóris, vestíbulo vaginal, bulbos do 
vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e menores) 
no conjunto são chamados de pudendo feminino ou 
vulva. O pudendo feminino serve como tecido sensitivo 
e erétil durante a excitação sexual, apresenta a função 
de orientar o fluxo urinário e serve de barreira para 
evitar a entrada de corpo/material estranho nos 
órgãos genitais internos e nos órgãos do sistema 
urinário. 
Monte púbico 
O monte púbico se apresenta como uma elevação 
adiposa, arredondada, anterior à sínfise púbica. A 
quantidade de tecido adiposo nessa região aumenta na 
puberdade e reduz-se no envelhecimento. Após o 
período de puberdade, o monte púbico é recoberto por 
pelos pubianos. 
Lábios maiores e menores 
Os lábios maiores são pregas miocutâneas 
externas que se estendem do monte púbico de cada 
lado e se inserem no corpo tendíneo do períneo (em 
direção ao ânus). Esses lábios, que apresentam pelos 
após a puberdade, protegem o clitóris e os óstios 
uretral e vaginal externo.A fenda existente entre os 
dois lábios maiores é denominada rima do pudendo. 
Os lábios menores são pregas de pele glabra e 
estão situados na rima do pudendo, onde fecham o 
vestíbulo da vagina. A face interna de cada lábio menor 
é lisa e úmida, tem uma coloração rósea e possui 
glândulas sebáceas e muita terminação nervosa 
sensitiva. 
 
1. Monte púbico; 
2. Clitóris; 
3. Frênulo do clitóris; 
4. Vestibulo vaginal; 
5. Óstio uretral externo; 
6. Lábios menores; 
7. Lábios maiores; 
8. Óstio externo da vagina; 
9. Períneo; 
10. Ânus. 
Clitóris 
É um órgão erétil feminino localizado anteriormente 
no vestíbulo vaginal, no ponto de encontro dos lábios 
menores da vulva. O clitóris tem a função de excitação 
sexual na mulher e aumenta de tamanho após a sua 
estimulação tátil, por ser muito inervado e 
vascularizado. Ele se divide em glande, corpo e ramos. 
A glande é a única parte exposta na vulva e é protegida 
pelo prepúcio do clitóris (lâminas provenientes dos 
lábios menores). 
Vestíbulo vaginal 
É a região circundada pelos lábios menores do 
pudendo, na qual se apresentam a abertura dos óstios 
uretral e vaginal e os ductos das glândulas vestibulares 
maiores e menores. 
Bulbos do vestíbulo 
São duas massas de tecido erétil com 3 cm de 
comprimento, que se situam lateralmente ao óstio 
vaginal. São homólogos ao bulbo do pênis e cobertos 
inferior e lateralmente pelos músculos 
bulboesponjosos. 
 
Glândulas vestibulares maiores e menores 
As glândulas vestibulares maiores, também 
conhecidas como glândulas de Bartholin, situam-se de 
cada lado do vestíbulo vaginal, posteriormente ao óstio 
vaginal. Essas glândulas secretam muco que umedece 
e lubrifica o vestíbulo vaginal durante a excitação 
sexual feminina. Assim como as glândulas vestibulares 
maiores, as menores produzem o muco lubrificante e 
se apresentam em maior quantidade. Encontram-se de 
cada lado do vestíbulo vaginal, e seus ductos se abrem 
entre os óstios da uretra e da vagina. 
Assoalho Pélvico 
A cavidade da pelve é demarcada inferiormente 
pelo diafragma pélvico musculofascial, que fica 
suspenso na parte superior e desce centralmente até 
a abertura inferior da pelve em forma de funil. Além 
desse diafragma, outros músculos, fáscias e 
ligamentos formam o assoalho pélvico, que apresenta 
a função de sustentação de órgãos internos, 
proporciona ação esfincteriana para uretra, vagina e 
reto, e possibilita a passagem do feto no canal do 
parto. 
 
Diafragma pélvico 
O diafragma da pelve é constituído pelos músculos 
coccígeo e levantador do ânus, além de suas fáscias 
de revestimento, que se situam na pelve menor, 
separando a cavidade pélvica acima do diafragma da 
pelve e o períneo abaixo dele. 
O músculo coccígeo se fixa na borda lateral da 
porção inferior do sacro e do cóccix, e seu ventre 
carnoso situa-se sobre o ligamento sacroespinal, onde 
também se fixa. O músculo levantador do ânus, uma 
faixa larga de músculo, é a maior e mais importante 
parte do diafragma pélvico. Está fixado anteriormente 
aos corpos do púbis e posteriormente às espinhas 
isquiáticas e a um espessamento na fáscia obturatória 
denominado arco tendíneo do músculo levantador do 
ânus. Este músculo tem três partes: 
• Puborretal: porção mais medial, mais 
estreita e espessa do levantador do ânus. 
Forma uma alça em forma de U que 
contorna posteriormente a junção 
anorretal. O puborretal tem um papel 
importante na manutenção da continência 
fecal. 
• Pubococcígeo: porção mais larga e 
intermediária; entretanto, é a parte menos 
espessa do músculo levantador do ânus e 
apresenta fixação lateral ao puborretal. O 
músculo pubococcígeo surge anteriormente 
no corpo do púbis e suas fibras laterais se 
fixam no cóccix. Suas fibras mediais 
fundem-se às do músculo contralateral 
para formar uma rafe fibrosa, parte do 
corpo anococcígeo. Alças de fibras 
musculares mais curtas do pubococcígeo 
se fundem à fáscia ao redor de estruturas 
da linha mediana do assoalho pélvico e são 
denominadas, em mulheres: pubovaginal, 
puboperineal e puboanal 
• Iliococcígeo: porção posterolateral do 
músculo levantador do ânus, apresenta sua 
origem no arco tendíneo e na espinha 
isquiática, e se funde posteriormente ao 
corpo anococcígeo. 
O músculo levantador do ânus constitui um 
assoalho dinâmico para cumprir sua função de 
sustentação de vísceras abdominopélvicas. Em quase 
todo o tempo, suas três partes mantêm contração 
tônica, o que viabiliza a manutenção da continência 
fecal e urinária; há também contração ativa em 
situações diversas, como tosse, espirro, vômito, 
dentre outras. 
Os distúrbios do assoalho pélvico podem resultar 
de propriedades mecânicas inadequadas das 
estruturas de sustentação, como o comprometimento 
dos músculos ou ligamentos, ou mudanças na rigidez e 
na fáscia pélvica, associadas a alterações em níveis 
hormonais durante a gravidez. 
O músculo coccígeo é inervado pelos ramos nos 
nervos espinais S4 e S5, enquanto o músculo 
levantador do ânus – puborretal, pubococcígeo e 
iliococcígeo – é inervado pelo nervo para o músculo 
levantador do ânus (ramos de S4), o nervo anal 
inferior e o plexo coccígeo (pequena rede de fibras 
nervosas formadas pelos ramos anteriores de S4-S5 
e os nervos coccígeos). 
 
 
Períneo 
Períneo é a região superficial do assoalho pélvico, 
situada inferiormente ao diafragma da pelve. As 
estruturas esqueléticas e fibrosas que marcam os 
limites do períneo são: 
• Sínfise púbica, anteriormente; 
• Ramos do ísquio e púbis, 
anterolateralmente; 
• Túbes isquiáticos, lateralmente; 
• Ligamento sacrotuberais, 
posterlateralmente; 
• Porçao inferior do sacro e cóccix, 
posteriormente. 
Uma linha imaginária que une os túberes isquiáticos 
separa o períneo em duas regiões triangulares: uma 
anterior, o trígono urogenital; e uma posterior, o 
trígono anal (Figura 1.16). O ponto médio da linha que 
une os túberes isquiáticos é o ponto central do períneo; 
essa é a localização do corpo do períneo, que é massa 
de tecido fibromuscular irregular com tamanho e 
consistência variados. O corpo do períneo é o local de 
convergência e entrelaçamento de fibras musculares, 
incluindo os seguintes músculos: bulboesponjoso, 
esfíncter externo do ânus e músculos transversos 
superficial e profundo do períneo. 
 
Os músculos do espaço superficial do períneo são: 
• Isquiocavernoso: envolve o clitóris e está 
associado a compressão e manutenção da 
ereção do mesmo. 
• Bulboesponjoso: tem sua fixação no corpo do 
períneo e circunda a parte mais inferior da 
vagina. Agindo em conjunto com o bulbo do 
vestíbulo, constrita a vagina durante a 
coaptação. 
• Transverso superficial do períneo: origina-se 
na face interna do ramo do ísquio e se insere 
no corpo do períneo. Esse músculo funciona 
como auxiliar do transverso profundo. 
Os músculos do espaço profundo do períneo são: 
• Transverso profundo do períneo: 
apresenta fixação na face interna do 
ramo do ísquio, e a maior parte das suas 
fibras se insere no corpo do períneo. 
Algumas fibras se inserem na parede 
lateral da vagina. 
• Esfíncter da uretra: fixa-se na face 
interna do ramo inferior do púbis e na 
parede lateral da vagina. Somente poucas 
fibras desse músculo passam 
posteriormente à uretra. 
Os músculos do períneo são inervados pelo ramo 
perineal do nervo pudendo (S2-S4). O nervo perineal 
apresenta dois ramos: o ramo perineal superficial, que 
dá origem aos nervos labiais (cutâneos) posteriores, e 
o ramo perineal profundo, que inerva os músculos 
profundos e superficiais do períneo, a pele do vestíbulo 
vaginal e a túnica mucosa da porção inferior da vagina. 
O nervo dorsal do clitóris é o principal nervo sensitivo 
do órgão genital feminino, sobretudo a glande do 
clitóris, que normalmente é muito sensível.

Outros materiais