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1 Hipertensão Arterial Abordagem Multiprofissional O referencial teórico para o assunto é “Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020”. Os 3Ds das condições crônicas Projeto Sob Controle – maior coorte sobre hipertensão arterial Definição Hipertensão arterial (HA) é uma doença cr6onica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricas, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos. Caracterizada por elevação persistente Impactos da HA nas Doenças Cardiovasculares Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a HA costuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins e vasos. Ela é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura. Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas Além disso, apresenta impacto significativo nos A hipertensão tem 5 órgãos de choque: cérebro, visão, coração, rins e artérias. Fatores de risco para desenvolver HA • Genética Os fatores genéticos podem influenciar os níveis entre 30-50%. No entanto, devido à ampla diversidade de genes, às variantes genéticas estudadas até o momento e a à miscigenação em nosso país, não • Idade Com o envelhecimento, a PAS torna-se um problema mais significativo • Sexo A progesterona é um fator protetivo ao controle pressórico. • Etnia A etnia é • Sobrepeso/Obesidade Parece haver uma relação direta, contínua 20% da população brasileira é obesa e 45% é sobrepeso. • Ingestão de sódio e potássio 5g de sal (NaCl) é a quantidade de ingesta ideal, mas a quantidade de consumo de sódio menos 2g. • Sedentarismo A recomendação de exercício físico é de 300min por semana, dividido em 5 dias. Um dos principais problemas da doença crônica é aderência ao tratamento. Classificação da PA De acordo com a medição no consultório a partir de 18 anos de idade. Caso tenha divergência entre as pressões de sistólica e diastólica, há a prevalência daquela cuja medida é pior. O sono é um fator protetor para várias doenças, inclusive para a hipertensão arterial. Para quem é solicitado o MAPA? Em casos que o paciente tem HA do avental branco e PA mascarada. Vantagens do MAPA • Leituras noturnas • Permite medições em condições de vida real • Uso em pacientes com cognição prejudicada e nos raros casos de comportamento obsessivo • Permite avaliar a variabilidade da PA em períodos curtos de tempo 2 • Evidência prognóstica mais robusta Vantagens do MRPA • Baixo custo e amplamente disponível • Medição em um ambiente domiciliar, que pode ser mais relaxado do que o do consultório • Permite avaliar a variabilidade da PA no dia a dia Avaliação Inicial Clínica e Laboratorial Realizar medidas acuradas da PA para a confirmação diagnóstica de HA • Questionar sobre história familiar de HA • Identificar fatores de risco cardiovasculares e renais associados • Pesquisar LOA (subclínicas ou manifestas clinicamente) • Investigar a presença de outras patologias • Questionar sobre fármacos e drogas que possam interferir na PA • Aplicar escore de risco CV global • Rastrear indícios de HA secundária (SAOS, tríade do feocromocitoma) Fatores de risco CV adicionais Fatores de risco adicionais → são questionados após o diagnóstico, porque as pessoas que se enquadram nesses fatores têm predisposição maior de ter um desfecho negativo. • Idade: mulher > 65 anos e homem > 55 anos • Tabagismo: qualquer carga tabágica • Dislipidemia: triglicerídeos (TG) > 150mg/dL em jejum, LDL-c > 100mg/dL, HDL-c < 40mg/dL • Diabetes melito (DM) já confirmado • História familiar de DCV – em mulher < 65 anos e homem < 55 anos • Pressão de pulso em idosos (PP = PAS – PAD) > 65mmHg • ITB ou VOP anormais • História patológica pregressa de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia • Obesidade central: IMC < 24,9Kg/m2 • Relação cintura/quadril (C/Q) • Perfil de síndrome metabólica Exames complementares de rotina • Análise de urina • Potássio plasmático • Creatinina plasmática • Glicemia de jejum • Estimativa do ritmo de filtração glomerular Exames importantes para abordagem inicial Alterações do potássio no sangue. O valor de referência do potássio no sangue é entre 3,5mEq/L e 5,5mEq/L. Níveis baixos podem indicar doença endócrina, níveis altos podem indicar problema renal, intestinal ou problema iatrogênico (uso indevido de poupador de potássio). O valor normal de creatinina deve estar entre 0,7 e 1,3mg/dL (homens) e entre 0,6 e 1,2mg/dL (mulheres). E quando o exame revela que o paciente apresenta alto nível desta substância, a sua função renal pode já estar comprometida. Ácido úrico: sexo feminino – 2,4 a 5,7mg/dL, sexo masculino – 3,4 a 7 mg/dL e por que dosar? → o paciente com alta quantidade de ácido úrico tem mais propensão a ter gota, mais importante do que isso, o paciente hipertenso com altos níveis de ácido úrico tem uma maior probabilidade de ter infartos e doença aterosclerótica. Análise da lesão de órgão-alvo cardíaca O ECG é importante para identificar nos pacientes hipertensos se há sobrecarga de VE/hipertrofia de VE, isso é visto quando a soma da onda negativa, S, em V1 e a onda positiva, R, em V5/V6 (o que for maior) for maior ou igual que 35, logo, o paciente tem SVE, o nome dessa soma é sokolow. Identificando se há lesão de órgão-alvo cardíaco. Se em aVL, o R for maior que 11 quadrinhos, há hipertrofia de VE. O eixo resultante do coração é de cima para baixo e da direita para a esquerda. Se não há intervenção da SVE, o desfecho é um IAM ou IC. 3 Análise de lesão de órgão-alvo renal Para analisar se há lesão de órgão-alvo renal, solicita- se um exame de análise da TFG, pela análise sérica (< 60 – 30 lesão de órgão-alvo, < 30 doença renal) e um exame de albuminúria na urina. A albumina mantém a pressão colodoismótica. Quanto maior a TFG → melhor, quanto menor maior a albuminúria → pior. Análise de lesão de órgão-alvo cerebral Realizar a ausculta na carótida, se tiver um sopro carotídeo, pedir um USG, se for positivo, tem lesão de órgão-alvo cerebral. Análise de lesão de órgão-alvo arterial Índice tornozelo-braquial Palpar o poplíteo e o tibilial posterior e aferir a PAS, se tiver lesão de órgão-alvo → insuficiência arterial periférica, o sinal cardinal é a claudicação intermitente (dor em membro inferior), é uma perna fria, sem pelos, com dificuldade de palpação dos pulsos. Vários estudos já demonstraram que pacientes com índice tornozelo-braquial <0.9 possuem mortalidade 3-6 vezes maior em 5 anos comparados com controles. Hipertensão arterial não dá insuficiência venosa. Análise de lesão de órgão-alvo ocular Exame de fundo de olho – solicitado para apenas para hipertensos estágios 3 e associado à DM, porque tem risco maior para retinopatia. Classificação dos Estágios de HA 4 Fatores de risco coexistentes para HA São fatores utilizados para quando a pessoa já recebeu o diagnóstico de hipertensão • Sexo masculino • Idade > 55 anos no H e > 65 anos na M • DCV (HA não conta, apenas as doenças cardiovasculares estruturais – IC, IAM, arritmia) prematura em parentes de 1º grau (homens < 55 anos e mulheres < 65 anos) • Tabagismo • Dislipidemia • Diabetes melito • Obesidade (IMC > 30Kg/m2) Dislipidemia LDL – colesterol > 100mg/dL e/ou não HDL-colesterol < 40mg/dL no H e < 46 mg/dl na M e/ou TG > 150mg/dL Medida da circunferência abdominal: feita com a fita entre a crista ilíaca e o rebordo costal, a partir de 94cm em homem e 80cm na mulher. É uma medida que auxilia a avaliar o perfil lipídico,juntamente, com o IMC. O mais fidedigno para avaliar mesmo é o adipômetro. Pacientes com risco alto tem 30% de chance aumentada de morrer e ter desfechos negativos (doença mais agravada e outras complicações) em 30 anos. Metas pressóricas Importante: a meta pressórica depende do risco cardiovascular do paciente. Tratamento A dieta apropriada para o hipertenso é a DASH, pobre em gorduras saturadas, rica em cálcio e magnésio, grande ingesta de água. 5 Associar ao aeróbico, musculação. Tratamento medicamentoso Nota: é praticamente impossível a utilização de monoterapia em pacientes hipertensos. Drogas utilizadas no tratamento da hipertensão • DIU: os tiazídicos • BBC: anlodipino, diminuem a resistência vascular periférica • IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina II, há liberação de bradicinina, gerando tosse nesse paciente 6 • BRA: bloqueador de angiotensina II • BB: betabloqueadores, apenas em situações específicas Essas drogas melhoram a remodelação e a sobrevida. Pacientes diabéticos se beneficiam do uso de IECA ou BRA associado a outra droga, porque ajuda a impedir a progressão da doença renal. Associações medicamentosas IECA e BRA associados podem gerar arritmia no paciente. 7 Hipertensão arterial Secundária Suspeitar de hipertensão arterial secundária nesses casos: Hipertensão resistente ou refratária: quando o paciente está em uso de 3 medicações em dose máxima e mesmo assim não atinge a meta pressórica. Tríade do feocromocitoma → tumor de suprarrenal. Fácies típicas • Hipotireoidismo: pessoa lentificada, • Acromegalia
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